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ÁNALISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO

John Kennedy Fonsêca Silva(1); Lorrane Caroline Sousa(2);Marlon Mendes de Oliveira(1);


Nancy Tiemi Isewaki(3); Paula Gabrielle Campos(1); Wiara Juliana de Souza(1)
(1)
Graduando em Engenharia Civil do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.
(2)
Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.
(3)
Professora do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.

INTRODUÇÃO

Para o reconhecimento dos grãos de um solo, realiza-se a análise granulométrica. O


peso do material que passa em cada peneira, referido ao peso seco da amostra, é considerado
como a porcentagem que passa, e representado graficamente em função da abertura da
peneira, em escala logarítmica. A abertura nominal da peneira é considerada como o diâmetro
das partículas (PINTO, 2006). O objetivo do trabalho é determinar a distribuição
granulométrica de uma amostra de solo coletada em um terreno situado em Patos de Minas –
MG, onde se encontra localizada uma quadra esportiva cuja cobertura está sendo construída.

MATERIAL E MÉTODOS

No dia 02.03.2015, 20 dm³ de solo foram coletados a partir da perfuração de um poço,


cuja profundidade era 3m. O material foi, inicialmente, armazenado dentro de um recipiente
de plástico em uma residência e, posteriormente, transportado para o quarto úmido do
Laboratório de Mecânica dos Solos do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM).
O ensaio para a determinação da distribuição granulométrica foi realizado no
Laboratório de Mecânica dos Solos de acordo com as orientações das NBRs 6547 (ABNT,
1986) e 7181 (ABNT, 1984). Os materiais utilizados foram uma pá, duas bandejas, uma
estante, dois jogos de peneiras, uma torneira, um agitador para peneiras, um recipiente de
plástico, duas cápsulas de porcelana, três cápsulas de metal, uma balança e uma estufa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No dia 01.06.2015, às 17h30min, o solo foi retirado do quarto úmido, espalhado sobre
a bandeja e colocado sobre uma estante. No dia, 08.06.2015, os torrões presentes na amostra
de solo foram desmanchados e o solo foi homogeneizado. A massa Mt = 1000,0g foi medida e
passada na peneira de 2,0mm. O material retido, destinado ao peneiramento grosso, foi lavado
sobre a peneira de 2,0mm e sob água corrente. O material que persistiu retido foi armazenado
em estufa. O material que passou através da peneira de 2,0mm foi depositado sobre a bandeja
e divido em três parcelas. A primeira parcela, destinada à determinação do teor de umidade,
foi utilizada para preencher três cápsulas de metal, que foram armazenadas dentro da estufa.
As massas das cápsulas e das cápsulas mais a massa dos solos foram medidas e denominadas,
respectivamente, por M3 e M1. Para a obtenção da segunda parcela, destinada ao
peneiramento fino, a massa de solo Mh = 120,0g foi medida e lavada sobre peneira de
0,075mm e sob água corrente. O material retido foi armazenado na estufa. A terceira parcela,
que não foi utilizada em nenhum dos procedimentos, foi descartada.
No dia, 09.06.2015, a massa das cápsulas de metal mais a massa dos solos contidos em
cada uma das cápsulas foram medidas e denominadas por M2. Os jogos de peneiras para
realização dos peneiramentos fino e grosso foram montados e os ensaios foram realizados. As
massas de solo retido e solo retido acumulado em cada peneira foram medidas, calculadas e
denominadas por M e Mi, respectivamente.
𝑀1−𝑀2 (𝑀𝑡 − 𝑀𝑔 )
Por meio das equações ℎ = 𝑀2−𝑀3
. 100 e 𝑀𝑠 = (100+ℎ)
. 100 + 𝑀𝑔 , o teor de umidade

higroscópica e a massa total da amostra seca foram respectivamente calculados, sendo Mg a


(𝑀𝑠 − 𝑀𝑖 )
massa de material seco retido na peneira de 2,0mm. Por meio das equações 𝑄𝑔 = 𝑀𝑠
. 100
𝑀ℎ .100− 𝑀𝑖 (100+ℎ)
e 𝑄𝑓 = 𝑀ℎ .100
. 𝑁, a porcentagem do material passado em cada peneira para os

peneiramentos grosso e fino foram respectivamente calculados, sendo N a porcentagem de


material que passa na peneira de 2,0mm.

Tabela 1 – Teor de Umidade Higroscópica


Cápsula 1 2 3 Média
Massa do solo úmido mais a massa do recipiente - M1 (g) 27,7 24,2 26,1 25,98
Massa do solo seco mais a massa do recipiente - M2 (g) 26,2 22,7 24,5 24,44
Massa do recipiente - M3 (g) 9,74 7,11 7,91 8,25
Teor de umidade - h (%) 9,4 9,4 9,7 9,5
Fonte: Dados do Trabalho

Tabela 2 – Massa da Amostra


Massa do material úmido submetido ao peneiramento fino - Mh (g) 120,00
Massa da amostra seca ao ar - Mt (g) 1000,0
Massa total da amostra seca - Ms (g) 914,8
Fonte: Dados do Trabalho
Tabela 3 – Ensaio de Peneiramentos Fino
Abertura da Peneira (mm) 50 37,5 25,0 19,0 9,5 4,75 2,00

Massa do material retido em cada peneira - M (g) 0 0 0 0 0 9,54 18,92

Massa do material retido acumulado em cada peneira - Mi (g) 0 0 0 0 0 9,54 28,46

Porcentagem de material passado em cada peneira - Qg (g) 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,0 96,9
Fonte: Dados do Trabalho

Tabela 4 – Ensaio de Peneiramentos Grosso


Abertura da Peneira (mm) 1,18 0,600 0,425 0,300 0,150 0,075

Massa do material retido em cada peneira - M (g) 0,97 3,88 3,50 7,75 15,64 6,87

Massa do material retido acumulado em cada peneira - Mi (g) 0,97 4,85 8,35 16,10 31,74 38,61

Porcentagem de material passado em cada peneira - Qf (g) 96,0 92,6 89,5 82,7 68,8 62,8
Fonte: Dados do Trabalho

Tabela 5 – Porcentagem que Passa


Abertura (mm) Porcentagem que passa (%)
9,5 100,0
4,75 99,0
2,00 96,9
1,18 96,0
0,600 92,6
0,425 89,5
0,300 82,7
0,150 68,8
0,075 62,8
Fonte: Dados do Trabalho
Gráfico 1 – Abertura das Peneiras (mm) x Porcentagem que Passa (%)
100.0

95.0

90.0
Porcentagem que Passa (%)

85.0

80.0

75.0

70.0

65.0

60.0
0.01 0.1 1 10
Abertura das Peneiras (mm)

Fonte: Dados do Trabalho

Analisando-se a Tabelas 5, percebe-se que 3,1% do solo pode ser considerado


pedregulho, 34,1% do solo pode ser considerado areia e 62,8% do solo pode ser considerado
silte ou areia, conforme limites estabelecidos pela NBR 6502 (ABNT, 1995).
Para classificar os solos por meio do Sistema Unificado, o primeiro aspecto a
considerar é a porcentagem de finos, considerando-se finos o material que passa na peneira de
0,075mm. Se ela for inferior a 50, o solo será considerado grosseiro, sendo pedregulho ou
areia. Se ela for superior a 50, o solo será considerado fino, sendo silte ou argila (PINTO,
2006). Analisando-se a Tabela 5, percebe-se que o solo pode ser considerado fino.
O ensaio não possibilitou a classificação do solo em argiloso ou siltoso porque,
conforme NBR 6502 (ABNT, 1995), na prática corrente, o ensaio de peneiramento permite a
classificação das partículas de tamanho maior que 0,075mm. Sendo recomendado, neste caso,
a realização do ensaio de sedimentação que, conforme NBR 6502 (ABNT, 1995), é a
operação que visa determinar a distribuição granulométrica de solos finos.
Os coeficientes de não uniformidade e curvatura são definidos por meio das relações
𝐷60 (𝐷30 )2
𝐶𝑁𝑈 = e 𝐶𝐶 = , respectivamente. Sendo D60, D30 e D10 os diâmetros abaixo do
𝐷10 𝐷10 .𝐷60

qual se situam 60%, 30% e 10% em peso das partículas, respectivamente (PINTO, 2006).
Analisando-se o Gráfico 1, percebe-se que os valores de D60, D30 e D10 não puderam ser
obtidos, impossibilitando os cálculos do CNU e do CC.

CONCLUSÕES

(i) o ensaio possibilitou a determinação da distribuição granulométrica da amostra de solo;


(ii) de acordo com o Sistema Unificado de Classificação dos Solos, o solo foi classificado
como solo fino;
(iii) o ensaio não possibilitou classificação do solo entre siltoso ou argiloso, sendo
recomendada para a classificação a realização do ensaio de sedimentação;
(iv) os coeficientes de não uniformidade e de curvatura não puderam ser calculados porque os
valores de D60, D30 e D10 não puderam ser obtidos.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457: amostras de solo:


preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro, 1986.

______. NBR 6502: rochas e solos. Rio de Janeiro, 1995.

______. NBR 7181: solo: análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.

PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 Aulas. 3. ed. São
Paulo: Oficina de Textos, 2006.

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