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Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 1

SENASP/MJ - Última atualização em 22/08/2008


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Curso Intervenção em Emergências com Produtos
Perigosos

Créditos:
David Rodrigues dos Santos – Capitão combatente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal. Engenheiro de incêndio e pânico. Mestre em Desenvolvimento Sustentável.
Especializado em Gestão de Desastres, com ênfase aos desastres causados por produtos
perigosos. Coordenador do sistema de informação, resposta, auxílio e atendimento à
população do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres da Secretaria
Nacional de Defesa Civil.

Tarcísio de Souza Vasconcelos – Capitão combatente do Corpo de Bombeiros Militar do


Distrito Federal. Engenheiro de incêndio e pânico. Especializado em Gestão de Projetos e
Planejamento Estratégico. Chefe do serviço de atendimento à emergência com produtos
perigosos do CBMDF.

Hélio Pereira Lima – Capitão combatente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Engenheiro de incêndio e pânico. Especializado em Gestão de Desastres. Vasta experiência
em atendimento à emergência aeronáutica. Subcomandante da 5ª Companhia Regional de
Incêndio – Aeroporto Internacional de Brasília.
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Apresentação
O curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos (CIPP) foi concebido devido à
necessidade de capacitação dos agentes públicos envolvidos nas respostas às emergências e
que não dispõem de informações básicas que propiciem a autoproteção do primeiro
respondedor, bem como fundamentos para a tomada de decisões quanto ao gerenciamento
e controle da cena até a chegada de socorro especializado.

Muito embora profissionais envolvidos em ocorrências com produtos perigosos tenham as


mais diversificadas formações e competências (Bombeiros militares, policiais militares,
policiais civis, policiais federais, policiais rodoviários federais, agentes de trânsito, agentes de
saúde, analistas ambientais, dentre outros), geralmente os primeiros agentes públicos a
chegarem à cena desconhecem os procedimentos básicos a serem adotados e acabam por
expor a riscos desnecessários, todos os envolvidos na emergência.

As ações tomadas pelo primeiro respondedor ao chegar à cena, serão fundamentais


para que os desdobramentos seguintes sejam positivos ou negativos.

As emergências envolvendo produtos perigosos possuem características especiais que as


diferenciam de uma ocorrência comum. Quando um agente de segurança pública se depara
com um acidente automobilístico ou mesmo com uma rebelião em estabelecimento
penitenciário, as ameaças relacionadas aos eventos descritos ficam restritas ao lugar (espaço)
e ao momento (tempo) no qual ocorreram, sem que haja possibilidade dessas ameaças serem
transportadas para outros lugares ou estender seus efeitos por semanas, meses e até anos.

Já as emergências com os produtos perigosos têm por características a extrapolação dos


limites temporais e espaciais, ou seja, um agente de segurança pública que tenha contato
com produtos perigosos pode, potencialmente, levar esse contaminante para áreas distantes
do local do acidente, bem como sofrer efeitos da exposição, horas, dias, meses e até anos
após a exposição inicial.

O curso, aliado ao ensino a distância, busca atingir o máximo de profissionais de segurança


pública nos diversos municípios do Brasil, para que tenham condições de aplicar,
adequadamente, as ferramentas de gerenciamento de cena e controle da emergência
envolvendo produtos perigosos, com segurança para sua equipe e para a população nas
proximidades, minimizando os danos causados e os efeitos sobre a comunidade afetada até a
chegada do socorro especializado.

Antes de começar pense na seguinte questão:

Você se sente preparado para agir em uma situação que envolva produtos perigosos?

Caso tenha respondido que sim, faça do curso uma oportunidade para revisar os seus
conhecimentos e enriquecer os fóruns de discussão. Sua resposta foi não, procure ler com
atenção os módulos e realizar todas as atividades, pois só assim poderá alcançar os objetivos
propostos.

O conteúdo deste curso está dividido em 6 módulos:

Módulo 1 – Ocorrências com produtos perigosos (PP): avaliação do ambiente

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Módulo 2 – Instituições, atores e arranjos locais envolvidos

Módulo 3 – Métodos formais de identificação dos produtos perigosos

Módulo 4 – Manual de atendimento de emergência com produtos perigosos

Módulo 5 – O sistema de comando de incidentes nas emergência

Módulo 6 – Procedimentos em caso de emergência com produtos perigosos

No final do curso, você deverá ser capaz de:

Identificar a ocorrência como sendo de produtos perigosos;

Detectar a presença de produtos perigosos por meio dos métodos formais de identificação;

Identificar de um local seguro, em um acidente com produtos perigosos, o nome do produto,


número de identificação (ONU) ou classificação de qualquer produto perigoso envolvido,
inclusive utilizando a classificação da NFPA 704 (Diamante de perigo);

Descrever as principais características das ocorrências envolvendo produtos perigosos;

Coletar informações sobre os riscos envolvidos e ações de resposta por meio do uso do
Manual de emergências da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos Químicos
(ABIQUIM) e contato com fabricantes/fornecedores;

Conceituar os três tipos de produtos perigosos, acidente e incidente com produto perigoso;

Listar as classes de risco, de acordo com a classificação da Organização das Nações Unidas
(ONU);

Identificar as zonas de trabalho das equipes que atenderão à emergência;

Implementar as ações consistentes com o plano local de emergências, desencadeando as


ações iniciais de proteção e o processo de notificação;

Estabelecer os procedimentos de controle, inclusive na pré-determinação da zona de


controle;
Iniciar a implantação do sistema de comando em incidentes (SCI) para acidentes com
produtos perigosos;

Utilizar os equipamentos de proteção individual e demais equipamentos pertinentes ao seu


nível de intervenção; e

Desempenhar as funções de controle defensivas identificadas no plano de ação local.

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Módulo 1 - Ocorrência com produtos perigosos (PP): avaliação do
ambiente
Ao finalizar este módulo você será capaz de:

Definir os principais termos relativos às ocorrências de produtos perigosos;

Descrever as três categorias de agentes que constituem os produtos perigosos;

Enumerar, pelo menos, três características de um acidente com produtos perigosos;

Citar os dois princípios fundamentais que orientam as decisões e ações em ocorrências com
produtos perigosos; e

Descrever as ações a serem realizadas como primeira resposta inicial frente às ocorrências
com produtos perigosos.

Este módulo está dividido em 3 aulas:

Aula 1 - Produtos perigosos


Aula 2 - Instituições, atores e arranjos locais envolvidos
Aula 3 - Princípios e definições importantes

Apresentação

O que são produtos perigosos?

O que caracteriza uma ocorrência com produtos perigosos?

Neste módulo, além das definições básicas, você estudará conteúdos que permitirão
responder às questões apresentadas.

Aula 1 – Produtos perigosos


O que são produtos perigosos?

A resposta a essa pergunta envolve várias definições. Neste curso foram selecionadas cinco
definições por apresentarem, ao mesmo tempo, características comuns e especificidades que
se complementam.

São todos os produtos que possuem a capacidade de causar danos às pessoas, aos bens e ao
meio ambiente. (Glossário de Termos SEDEC/MI - Adotado no Brasil - Decreto nº 96.044/1988)

Todo o agente químico, biológico ou radiológico, que tem a propriedade de provocar algum
tipo de dano às pessoas, aos bens ou ao meio ambiente. (REPP/OFDA)

Qualquer substância que possui risco de causar danos severos à saúde humana, durante uma
exposição de curto espaço de tempo em um acidente químico ou em outra emergência.
(US.EPA 1989)

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Toda substância ou mistura de substâncias que, em razão de suas propriedades químicas,
físicas ou toxicológicas, isoladas ou combinadas, constitui um perigo. (Convenção
Internacional do Trabalho nº 174/OIT)

Qualquer material sólido, líquido e gasoso, que seja tóxico, radioativo, corrosivo,
quimicamente reativo ou instável, durante estocagem prolongada em quantidade que
represente uma ameaça à vida, à propriedade ou ao ambiente. (US.DOT 1998)

Carga perigosa
A carga perigosa é o acondicionamento ruim ou a arrumação física deficiente de uma carga
ou volume, que venha a oferecer riscos de queda ou tombamento, podendo gerar outros
riscos.

Tipos de agentes perigosos

Os agentes que podem provocar algum tipo de dano às pessoas, aos bens ou ao meio
ambiente são constituídos em:

Agentes químicos perigosos

Elementos ou compostos que, de acordo com suas características (perigos tóxicos,


corrosividade, quimicamente reativos ou instável, durante estocagem prolongada, perigos
mecânicos provocados por explosões, perigos térmicos da combustibilidade e outros)
provocam lesões, enfermidades ou a morte dos indivíduos a eles expostos e danos aos bens
ou ao meio ambiente.

Exs: Cloro, amônia, soda cáustica (hidróxido de sódio), explosivos em geral.

Agentes biológicos perigosos

São seres vivos ou as toxinas produzidas por eles provocam lesões, enfermidades ou morte
dos indivíduos a eles expostos.

Exs: Vírus HIV, Filovírus, Ebola, Marburg, Salmonella e Harbovírus.

Agentes radioativos perigosos

Corpos que emitem radiações ionizantes que provocam lesões, enfermidades ou morte dos
indivíduos a eles expostos.

Exs: Urânio 235, césio 137, tório, estrôncio, cobalto.

No módulo 3, você estudará os métodos de classificação desses produtos.

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Toxicologia dos produtos perigosos

Os produtos perigosos são preocupantes em razão das suas propriedades, que podem ser
absorvidas pela pele, inaladas, ingeridas e causar uma série de lesões associadas.

Veja a seguir algumas das propriedades das substâncias químicas:

Asfixiantes – Gases que retiram o oxigênio do ar (quando em ambiente confinado), necessário


aos seres vivos (exemplo do dióxido de carbono). O processo de asfixia pode ocorrer ainda
devido à ligação dos produtos com as hemáceas, como é o caso do monóxido de carbono
(asfixia química).

Corrosivos – Líquidos, sólidos e gases que destroem quimicamente o tecido humano.

Irritantes – Produtos e substâncias que causam inflamação temporária e, possivelmente,


severa aos olhos, pele e trato digestivo e respiratório.

Propriedades das substâncias químicas

Sensibilizantes – Substâncias ou produtos que causam reações alérgicas devido a repetidas


exposições.

Fototoxicidade – Irritação resultante de alterações moleculares na estrutura de substâncias


químicas aplicadas à pele, induzidas pela luz.

Carcinogênicos – Materiais que causam câncer. Podem retardar aparecimento, podendo


levar anos para se manifestar.

Neurotóxicos – Podem causar dano permanente ou irreversível ao sistema nervoso central


ou o periférico (cérebro, medula espinhal, nervos responsáveis do movimento, glândulas
sudoríparas).

Formas de exposição

A exposição é o contato do ser vivo com o produto perigoso. As formas de exposição são:

Absorção (pele e olhos) – É a entrada do contaminante, geralmente líquido e sólido, com a


absorção por meio da pele e da mucosa ocular.

Ingestão (estômago e intestino) – Entrada do contaminante, geralmente líquido e sólido,


pelas vias aéreas ou pela boca e absorção no estômago e intestino.

Inalação (pulmões) – Entrada do contaminante, geralmente em forma de gás, pó, poeira ou


névoa, e absorção nos auvéolos pulmonares.

Penetração/Injeção (feridas, soluções de continuidade da pele) – É a entrada do


contaminante por meio de uma solução de continuidade da pele, que pode ser uma ferida ou

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por objeto pérfuro-cortante contaminado, levando o contaminante do meio externo
(ambiente) diretamente para o meio interno (sangue).

Vias de exposição do ser humano

VIAS RESPIRATÓRIAS OLHOS

PELE

VIAS DIGESTIVAS

Aula 2 - Características e cuidados


Acidente e incidente
Antes de ler a lista de características existentes em acidentes com produtos perigosos é
importante que você estabeleça uma diferença entre o que é acidente e o que é incidente
nesta questão.

Acidente com produtos perigosos


É o evento repentino e não desejado, onde a liberação de substâncias químicas, biológicas ou
radiológicas perigosas, em forma de incêndio, explosão, derrame ou vazamento, causa dano
a pessoas, aos bens ou ao meio ambiente.

Incidente com produtos perigosos


É o evento repentino e não desejado, que foi controlado antes de afetar elementos
vulneráveis (causar dano ou exposição às pessoas, aos bens ou ao meio ambiente). Também
denominado de “quase acidente”.

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Características comuns

Contudo, seja um acidente ou incidente, as ocorrências com produtos perigosos possuem


duas características que são comuns a esses produtos:

Extrapolação dos limites espaciais – Os produtos perigosos extrapolam os limites espaciais,


porque sua ação não se restringe ao local onde ocorreu o acidente, uma vez que esses
produtos podem, em função do seu estado físico, espalhar-se na forma de poeira, névoa ou
nuvem de contaminantes, atingindo regiões maiores do que as originalmente atingidas.

Extrapolação dos limites temporais – Os produtos perigosos extrapolam os limites temporais,


porque seus efeitos podem aparecer várias horas, dias ou anos após a exposição ao produto.

Outras características

O Programa Internacional de Seguridad sobre Sustancias Químicas - PISSQ (1998)


(http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=DESASTRES&lang=p&n
extAction=lnk&exprSearch=7724&indexSearch=ID), lista ainda outras características
relacionadas a acidentes com produtos químicos:

Graus diferenciados de exposição – Uma exposição química “pura” (exposição a produtos


químicos sem trauma mecânico associado) pode produzir um número finito de efeitos
previsíveis para a saúde. Nem todas as vítimas terão os mesmos tipos de efeitos, o que
dependerá das vias de exposição, da duração da mesma e da predisposição individual.

Possível existência de zona de contaminação (Área do incidente ou acidente com produtos


perigosos onde os contaminantes estão ou poderão surgir. )– Pode existir uma zona
contaminada (área do incidente ou acidente com produtos perigosos onde os contaminantes
estão ou poderão surgir) na qual somente poderá entrar pessoas capacitadas e utilizando
equipamentos de proteção completos. Em geral, os médicos e os socorristas nunca deverão
entrar nessa área.

Riscos de contaminação – Os indivíduos expostos aos agentes químicos podem constituir um


risco para o pessoal de resgate, que poderá contaminar-se com as substâncias impregnadas
nas roupas das vítimas. Em conseqüência, será necessário realizar a descontaminação inicial
das vítimas antes que essas recebam o tratamento definitivo.

Dificuldades de acesso – Possibilidade de que os hospitais (e outros centros de tratamento) e


as rodovias que levam a eles possam estar localizadas dentro da área contaminada, estando o
acesso bloqueado e impedindo que possam receber novos pacientes durante um longo
período. Diante dessa situação, devem ser desenvolvidos planos para instalação de hospitais
de campanha em escolas, estádios, etc.

Desconhecimento das propriedades e efeitos dos produtos – No caso de vários produtos


químicos envolvidos, possivelmente não haverá conhecimento geral de suas propriedades e
efeitos. É importante identificar e estabelecer sistemas eficazes de obtenção de informações
essenciais sobre as substâncias de interesse e proporcionar essas informações ao pessoal de
resgate (bombeiros) e aos demais trabalhadores que necessitem.

Necessidade de suportes – A realização de um inventário é necessária para identificar os


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riscos (fixos e móveis), os recursos disponíveis para tratamento das vítimas expostas que
sofram queimaduras corrosivas ou térmicas e que necessitem de suporte ventilatório.

Essas características, conseqüentemente, exigirão atenção, técnicas e cuidados especiais.


Observe no quadro a diferença de condutas – do profissional da área de segurança pública –
exigidas entre um acidente com ou sem produtos perigosos.

Acidentes sem PP X Acidentes com PP

DANOS AO
ASSISTÊNCIA AO PROTEÇÃO
ACIDENTE CHEGADA À CENA PRIMEIRO
PACIENTE NECESSÁRIA
RESPONDEDOR

ACIDENTE Para cada caso:


IMEDIATA MENOS SEVEROS IMEDIATA
SEM PP BÁSICA

Conforme o
REQUER UM REQUER UM risco avaliado:
ACIDENTE GRAVES, FATAIS
PROCESSO DE PROCESSO REQUER UM
COM PP E IRREVERSÍVEIS
AVALIAÇÃO PRÉVIO NÍVEL
ESPECIAL

Pontos que devem ser observados

Diante de uma chamada para atendimento a ocorrências com produtos perigosos, tenha em
mente que os pontos a seguir deverão ser observados:

Extrapolação dos limites espaciais e temporais do incidente;

Existência de uma zona de contaminação ou área de risco;

Necessidade de confirmação do produto perigoso envolvido;

Necessidade de equipes capacitadas e devidamente aparelhadas;

Existência de pessoas contaminadas;

Vítimas apresentam sinais e sintomas especiais;

Necessidade de planejamento prévio das vias de transporte a serem utilizadas e os hospitais


de referência para o tratamento;

Observação continuada das vítimas expostas (ainda que não apresentem sinais e sintomas
específicos, pessoas expostas ao acidente requerem observação continuada durante dias,
meses ou anos); e

Necessidade de utilização de agentes extintores especiais e restrição ao uso da água como


agente extintor.
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Aula 3 – Princípios e definições importantes
As características e os cuidados necessários às ocorrências com produtos perigosos auxiliam a
dimensionar o objetivo da primeira resposta a essas emergências, que é o de identificar de
forma segura as ações que deverão ser tomadas em relação ao:

Reconhecimento do risco existente;

Acionamento da equipe técnica em intervenção com produtos perigosos; e

Controle da cena até a chegada do socorro especializado.

Princípios fundamentais

As decisões e as ações a serem tomadas na primeira resposta deverão estar baseadas em dois
princípios fundamentais:

O primeiro princípio – e que engloba todo o restante – é que o objetivo da presença de um


profissional da área de segurança pública, em um incidente com produtos perigosos, é a
resolução do problema. Por isso, nunca se deve intervir de forma a tornar-se parte do
problema.

A presença do profissional da área de segurança pública é o início da resolução do


problema, desde que ele não se torne vítima da ocorrência.

Princípio da segurança

Todas as decisões e as ações devem estar sob o princípio da segurança: dos respondedores,
da população; e dos bens públicos e privados.

Todas as ações devem ser revestidas de segurança. Você deve garantir sua segurança, a
segurança da sua equipe e, posteriormente, a da vítima.

A aplicação desses princípios por meio de diferentes formas de atuação contribuirá para uma
resposta eficaz. Porém, para você compreendê-los melhor é necessário que estude as
definições de termos e expressões relacionadas ao tema. As definições a seguir servem de
guia para que o profissional de segurança pública ao chegar ao local da ocorrência com
produtos perigosos, possa reconhecer a presença destes elementos – ameaças,
vulnerabilidades e riscos –, a fim de classificar o risco existente e definir se a operação é
segura, com os meios que o agente público dispõe no momento.

Definições importantes

Nos itens anteriores você já estudou algumas definições: produtos perigosos, carga perigosa,
acidente com PP, incidentes com PP, zona de contaminação.

Agora você estudará outras que ampliarão o seu conhecimento sobre o assunto.

As definições apresentadas constituem uma introdução ao estudo do risco, ou seja, são muito
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elementares e que, de modo algum, substituem as metodologias de avaliação de riscos
mundialmente consagradas, como o HAZOP ou os índices DOW e MUND.

Ameaça

Definições:

1. Fator externo às pessoas, objeto ou sistema exposto, representado pela potencial


ocorrência de um evento de origem natural ou provocado pela atividade humana, que pode
manifestar-se em um lugar específico, com certa intensidade e duração determinada.

2. Estimativa da ocorrência e magnitude (dimensão) de um evento adverso, expressa em


termos de probabilidade estatística de concretização do evento (ou acidente) e do provável
tamanho de sua manifestação.

Características da ameaça (palavras-chave):

- Fator externo;
- Refere-se ao evento adverso;
- Capacidade de provocar danos;
- Agente ativo – faz a ação; e
- Magnitude (dimensão).

Vulnerabilidade

Definições:

1. Fator interno de uma pessoa, objeto ou sistema exposto a uma ameaça e que corresponde
à sua disposição intrínseca de ser danificado.

2. Relação existente entre a magnitude da ameaça, caso ela se concretize, e a intensidade do


dano conseqüente.

Características da vulnerabilidade (palavras-chave):

- Fator interno;
- Refere-se ao cenário, pessoa ou sistema;
- Disposição para sofrer danos;
- Agente passivo – sofre a ação; e
- Intensidade dos danos.

Risco

Definição:

Relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente
determinado se concretize e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor aos seus efeitos.

A expressão R ~ f (A , V) significa que Risco (R) está em função da Ameaça (A) e da


Vulnerabilidade (V) e que é diretamente proporcional a ambas; assim, a análise de riscos,
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visando estimá-lo ou reduzi-lo, implica no profundo conhecimento das duas variáveis e das
formas de intervenção em uma ou outra.

Análise de riscos

Definição:

Identificação e avaliação tanto dos tipos de ameaça como dos elementos vulneráveis, dentro
de um determinado sistema ou região geográfica definida.

A avaliação de riscos permite identificar uma ameaça, caracterizar e estimar sua importância,
com a finalidade de definir alternativas de gestão do processo, controlando e minimizando os
riscos e as vulnerabilidades relacionadas com o ambiente e com o grupo populacional em
estudo.

Evento adverso

Definições:

1. Ocorrência desfavorável, prejudicial, imprópria. Acontecimento que traz prejuízo,


infortúnio. Fenômeno causador de um desastre.

2. Transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente de uma comunidade, causado
por um fenômeno natural ou provocado pela atividade humana.

Desastre

Definições:

1. Resultante de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um


ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e,
conseqüentemente, prejuízos econômicos e sociais.

2. Transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente de uma comunidade, causado
por um fenômeno natural ou provocado pela atividade humana, excedendo a capacidade de
resposta dos organismos governamentais daquela região.

Risco aceitável

Definição:

Risco muito pequeno, cujas conseqüências são limitadas, associado aos benefícios percebidos
ou reais tão significativos, que grupos sociais estão dispostos a aceitá-lo.

A adoção de medidas minimizadoras, baseadas em condutas, técnicas de segurança e na


experiência profissional dos envolvidos na cena da emergência são fatores preponderantes
para minimização das conseqüências.

Operação segura

Definição:
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Toda operação onde os riscos existentes são considerados aceitáveis.

Conclusão
Nesta aula, você estudou o conceito de produtos perigosos e outras definições relacionadas
ao tema.

Aprendeu que as características e os cuidados necessários às ocorrências com produtos


perigosos auxiliam a dimensionar o objetivo da resposta inicial a essas emergências, que é o
de identificar de forma segura as ações que deverão ser tomadas em relação ao:

Reconhecimento do risco existente;

Acionamento da equipe técnica em intervenção com produtos perigosos; e

Controle da cena até a chegada do socorro especializado.

Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxiliar a


compreensão do conteúdo.

O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas


nas páginas anteriores.

1. A estimativa da ocorrência e magnitude (dimensão) de um evento adverso, expressa em


termos de probabilidade estatística de concretização do evento e da provável magnitude de
sua manifestação. Este é um conceito de:

( ) Ameaça

( ) Vulnerabilidade

( ) Evento adverso

( ) Operação segura

( ) Produto perigoso

( ) Risco aceitável

2. A relação existente entre a magnitude da ameaça, caso ela se concretize, e a intensidade do


dano conseqüente é um conceito de:

( ) Vulnerabilidade.

( ) Risco

( ) Ameaça

( ) Evento adverso
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( ) Nenhuma das respostas anteriores.

3. Resultante de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um


ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e,
conseqüentemente, prejuízos econômicos e sociais é o conceito de:

( ) Ameaça

( ) Vulnerabilidade

( ) Evento adverso

( ) Desastre

( ) Produto perigoso

( ) Risco aceitável

4. Qualquer material sólido, líquido e gasoso, que seja tóxico, radioativo, corrosivo,
quimicamente reativo ou instável, durante estocagem prolongada em quantidade que
represente uma ameaça à vida, à propriedade ou ao ambiente, é um conceito de:

( ) Produto perigoso

( ) Produto radioativo perigoso

( ) Produto químico perigoso

( ) Produto líquido perigoso

( ) Produto nuclear

5. As substâncias químicas podem apresentar as seguintes características:

( ) Corrosividade

( ) Fototoxicidade

( ) Carcinogenicidade

( ) Asfixiantes

( ) Irritantes

( ) Todas as respostas estão corretas.

6. São vias de exposição às substâncias químicas, exceto:

( ) Injeção/Penetração

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( ) Absorção

( ) Ingestão

( ) Inalação

( ) Irradiação

7. São características das ocorrências com produtos perigosos, exceto:

( ) Extrapolação dos limites espaciais e temporais do incidente.

( ) Existência de uma zona de contaminação ou área de risco.

( ) A utilização de água como agente extintor universal em qualquer emergência


envolvendo produtos perigosos.

( ) Necessidade de equipes capacitadas e devidamente aparelhadas.

( ) Necessidade de confirmação do produto perigoso envolvido.

8. Os acontecimentos noticiados pela imprensa internacional em meados de outubro de


2001, na qual várias correspondências suspeitas de contaminação por Antraz foram enviadas
a diversos órgãos do governo dos Estados Unidos podem ser consideradas como envolvendo:

( ) Agentes químicos perigosos.

( ) Agentes biológicos perigosos.

( ) Agentes radiológicos perigosos.

( ) Agentes perigosos em geral.

( ) Nenhuma das respostas anteriores.

Gabarito:
1. Ameaça
2. Vulnerabilidade.
3. Desastre
4. Produto perigoso
5. Todas as respostas estão corretas.
6. Irradiação
7. A utilização de água como agente extintor universal em qualquer emergência envolvendo
produtos perigosos.
8. Agentes biológicos perigosos.

Este é o final do módulo 1

Ocorrência com produtos perigosos (PP): avaliação do ambiente


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Módulo 2 – Instituições, atores e arranjos locais envolvidos
Ao final deste módulo, você será capaz de:

Identificar os principais atores e arranjos locais envolvidos nas emergências com produtos
perigosos;

Reconhecer a importância de identificar os recursos locais para atendimento às emergências


com produtos perigosos nos níveis local e regional; e

Reconhecer a importância de catalogar os recursos locais no “inventário de recursos”

Este módulo está dividido em 2 aulas:

Aula 1 - Ações de controle da movimentação de produtos perigosos: instituições e órgãos


envolvidos

Aula 2 - Arranjos locais de resposta à emergência

Apresentação
Anualmente, uma imensa quantidade de veículos transportando produtos perigosos cruza as
rodovias brasileiras sem que haja um efetivo controle por parte do Estado, no que diz respeito
à redução de desastres.

Na maior parte das unidades federativas brasileiras esses potenciais causadores de desastres
não são adequadamente monitorizados ao longo de seu trajeto, contando, muitas vezes,
apenas com a “sorte” para que incidentes rotineiros não se transformem em acidentes
ampliados. Embora várias empresas transportadoras já estejam implantando programas de
controle de frotas e capacitação de motoristas, ainda existem muitas que negligenciam essas
ações.

A intenção não é causar pânico infundado nem gerar um sentimento de pânico em relação
aos produtos perigosos, pois, estes produtos são essenciais ao desenvolvimento do país.

É importante que você, profissional da área de segurança pública, saiba que sua instituição é
um dos órgãos de apoio às operações de movimentação de produtos perigosos nos
municípios e/ou unidades da federação que possuem um plano de contingência referente ao
controle da movimentação de produtos perigosos.

Caso seu município/estado não possua, está na hora de debater com os atores locais a
necessidade de desenvolver um plano local de controle da movimentação de produtos
perigosos.

O objetivo desse plano, geralmente, aponta a realização de ações para:

Redução dos riscos de desastres envolvendo produtos perigosos;

Atuação integrada e coordenada dos órgãos setoriais e de apoio no caso de ocorrência desses
sinistros, facilitando as atividades de prevenção e preparação para emergências e desastres; e
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Otimização das atividades de resposta aos desastres envolvendo acidentes de origem
humana e natureza tecnológica, especialmente os acidentes no transporte de produtos
perigosos.

É necessário, além de estudar os aspectos metodológicos e técnicos pertinentes ao


atendimento de ocorrências que envolvam produtos perigosos, ter olhar atento para o
contexto local, as instituições e os atores envolvidos nas ações de controle e o transporte
desses produtos.

Aula 1 - Ações de controle da movimentação de produtos perigosos:


instituições e órgãos envolvidos
Nesta aula, você estudará os principais órgãos envolvidos nas ações de controle da
movimentação de produtos perigosos.

A lista de instituições e órgãos apresentados a seguir, faz parte de uma estrutura ideal para o
controle da movimentação de produtos perigosos, com base em uma experiência regional.

Em seu estado/município existe um plano de contingência para controle da movimentação


de produtos perigosos? Quais são os órgãos envolvidos?

Lembre-se que o olhar não deve ser de comparação. Você dever ficar atento se os órgãos
envolvidos oferecem subsídios para a execução do plano. Lembre-se também de que o
modelo apresentado não é um trilho, mas uma trilha para guiar suas decisões, sendo que
cada localidade possui características próprias e que essa diferenciação definirá as prioridades
de cada plano.

Órgãos envolvidos nas ações

Executivo Local

- Prefeitura

- Governo do Estado

Secretaria de Segurança Pública (SSP)

- Coordenadoria Municipal ou Estadual de Defesa Civil

- Centro de Inteligência (CI)

- Centro Integrado de Atendimento e Despacho (CIADE) - se houver

Polícia Militar (PM)

- Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM)


- Comando de Policiamento (CP)
- Batalhões de Polícia Militar (BPM)
- Batalhão de Operações Especiais (BOPE)
- Companhias de Polícia Militar Independentes (CPMInd)
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Corpo de Bombeiros (CB)

- Centro de Operações e Comunicações (COC)


- Comando Operacional (COp)
- Batalhões de Incêndio (BI)
- Batalhões de Busca e Salvamento (BBS)
- Batalhão de Emergência Médica (BBS/EM)
- Companhias Regionais de Incêndio (CRI)

Polícia Civil (PC)

- Centro de Telecomunicações da Polícia Civil (CEPOL)


- Delegacias especializadas (DEAM, DEMA, DRFV)
- Delegacias Circunscricionais de Polícia (DP)
- Divisão de Operações Especiais (DOE)
- Divisão de Armamento, Munições e Explosivos (DAME)
- Instituto de Criminalística (IC)
- Instituto de Medicina Legal (IML)
- Instituto de Identificação (II)

Departamento de Polícia Federal (DPF)

- Divisão de Produtos Controlados

Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF)

Secretaria de Saúde (SES)

- Hospital de referência (Terciários)


- Hospitais locais (Secundários)
- Centros de saúde (Primários)
- Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DVE)
- Diretoria de Vigilância Sanitária (DIVISA)
- Diretoria de Vigilância Ambiental (DIVAL)
- Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN)

Departamento de Trânsito (DETRAN)

Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH)

Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAA)

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER)

Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF)

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)

Departamento Nacional de Infra-estrutura e Trânsito (DNIT)

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Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER)

Secretaria de Infra-estrutura e Obras Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Habitação


(SEDUH)

Faculdades e Universidades da Região

Exército Brasileiro Marinha do Brasil

Força Área Brasileira

Empresas de fabricação, transporte, armazenagem e distribuição de produtos perigosos

Comunidade

Aula 2 - Arranjos locais de resposta à emergência


Os arranjos locais de resposta à emergência envolvendo produtos perigosos foram os
formatos encontrados por empresas privadas e pelo poder público local para atendimento às
emergências com produtos perigosos, a fim de otimizar a resposta e o emprego dos recursos
existentes.
Esses arranjos locais envolvem ações conjuntas e integradas expressas em planos de
contingência referente ao controle da movimentação de produtos perigosos, redes
integradas de emergência ou mesmo catalogação de recursos locais.

Planos de contingência

São dois os tipos de planos de contingência utilizados com objetivos específicos:

Planos de auxílio mútuo (PAM’s); e

Planos de emergência para transporte (PET’s).

Planos de auxílio mútuo (PAM’s)

Os PAM´s têm por finalidade a atuação, de forma conjunta, de seus integrantes, na resposta
às emergências nas instalações das empresas integrantes e respectiva área de atuação, 24
horas por dia, durante todos os dias da semana, mediante a utilização de recursos humanos e
materiais de cada empresa ou instituição integrante, colocados à disposição do PAM, sob a
coordenação do integrante atingido pela emergência ou das autoridades competentes.

Os planos de auxílio mútuo visam, ainda, ao estabelecimento e à manutenção do constante


relacionamento, à interação dos integrantes, entre si, e com as autoridades federais, estaduais
e municipais responsáveis pela resposta às emergências.

Em geral, os PAM`s estão voltados às instalações fixas (empresas de produção,


armazenamento e distribuição) e encontram-se nos setores industriais de cada região
metropolitana ou nos Pólos Petroquímicos.

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Planos de emergência para transporte (PET’s)

Os planos de emergência para transporte de produtos perigosos agregam as empresas


transportadoras de produtos perigosos e buscam, na prática, funcionar semelhante aos
PAM’s, só que seu foco é o transporte rodoviário de produtos perigosos.

O objetivo dos PET’s é proteger a população e o meio ambiente em caso de acidentes


envolvendo produtos perigosos, por meio de ações integradas dos órgãos governamentais e
das empresas fabricantes ou transportadoras.

A liderança operacional dos PET’s, em geral, está a cargo do Corpo de Bombeiros, apoiado por
um grupo interdisciplinar, com especialistas do governo (representante do órgão ambiental),
das empresas (que utilizam e transportam produtos perigosos) e da comunidade
(representantes da sociedade civil organizada), que atuam nas emergências de médio e
grande portes que venham a ocorrer.

Redes integradas de emergência (RINEM’s)

As redes integradas de emergência (RINEM’s) visam desenvolver e implementar de forma


integrada: projetos, programas e atividades voltadas à prevenção, combate e/ou controle de
ocorrências de qualquer natureza que possam colocar, individual ou coletivamente, em risco
a vida humana, o meio ambiente e o patrimônio público e/ou privado.

Existe a colaboração em rede entre os integrantes das RINEM’s para:

Treinamentos às empresas participantes;

Simulados;

Atendimento a situações de emergência; e

Colaboração em rede: bombeiros, polícias militar e rodoviária, defesa civil, patrulha aérea,
indústrias, concessionárias, serviços e órgãos de saúde.

Atualmente, existem RINEM`s em funcionamento no Estado de São Paulo, como exemplo:


Campinas e Vale do Paraíba.

Recursos locais

É importante que os profissionais que atuam em órgãos que respondam à emergência com
produtos perigosos identifiquem previamente os recursos disponíveis, em sua localidade,
para prestar esse serviço, uma vez que será mais eficiente o primeiro atendimento quando
são conhecidos os recursos disponíveis e estão catalogados e atualizados os contatos dos
responsáveis pelos recursos, bem como seu operador.

São informações importantes que deverão constar do inventário de recursos:

O nome do recurso;

Breve descrição do emprego do recurso (utilização, capacidade, necessidade de recursos


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adicionais para seu emprego);

Nome do operador e seus contatos (telefones, endereço residencial, etc);

Responsável pela liberação do recurso e seus contatos; e

Responsável pelo órgão/empresa (gestor geral) e seus contatos.

Exemplo de inventário de recursos

INVENTÁRIO DE RECURSOS - MUNICÍPIO DE CAIXA-PREGO


Órgão Gestor Recurso Emprego Operador Responsável
Utilizada para José
João das
construção de diques Aparecido
Neves Guilherme
de contenção para (Rua
Secretaria (Secretário Dias
Retro- produtos líquidos. Bonifácio,
de Obras de Obras) Telefones:
escavadeira Capacidade: 3 235)
Telefones: 4923-2478
toneladas. Telefone:
3247-1234 9976-7645
Necessita apenas de 3213-126
8814-1859
combustível (diesel). 8425-1417

É importante que as informações contidas no inventário de recursos sejam revisadas


semestralmente, a fim de mantê-lo atualizado para uma eventualidade. Além disso, deve
haver o acionamento periódico dos recursos (simulados de comunicação), a fim de testar se
os telefones disponibilizados são atuais e se os recursos estão operativos.

Conclusão
Neste módulo, você estudou que:

Na maior parte das unidades federativas brasileiras os potenciais causadores de desastres não
são adequadamente monitorizados ao longo de seu trajeto.

São vários os órgãos envolvidos nas ações de controle da movimentação de produtos


perigosos.

Dois tipos de plano são utilizados pelos estados/municípios no controle da movimentação de


produtos perigosos. O plano de auxílio mútuo (PAM) e o plano de emergência para
transporte (PET).

As redes integradas emergência (RINEM´s) também são outras formas de arranjo local para
lidar com as ocorrências de produtos perigosos.

Mesmo que os municípios/estados brasileiros não possuam redes integradas para


atendimento a emergências, isso não impede que identifique os recursos locais para o
socorro a emergências de produtos perigosos. Nesse sentido, o inventário de recursos poderá
ser um instrumento útil na identificação e catalogação desses recursos.

Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para


auxiliar a compreensão do conteúdo.
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O objetivo destes exercícios é complementar as informações
apresentadas nas páginas anteriores.
Assinale a opção mais adequada entre as alternativas de cada pergunta. Somente uma
das respostas está correta.

1.Qual o plano relacionado às instalações fixas de empresas (produção e armazenamento de


produção), encontrado nos pólos petroquímicos industriais?

( ) PAM

( ) PET

( ) RINEM

( ) PAC

( ) Nenhuma das respostas.

2. Os órgãos abaixo estão envolvidos nas emergências com produtos perigosos, exceto:

( ) Corpo de Bombeiros.

( ) Polícia Militar.

( ) Secretaria de Saúde.

( ) Secretaria da Receita Federal.

( ) Secretaria de Meio Ambiente.

3. Arranjo local por meio do qual existe colaboração em rede nas áreas de treinamento às
empresas participantes, realização de simulados e atendimento a situações de emergência:

( ) PAM

( ) PET

( ) RINEM

( ) PAC

( ) Nenhuma das respostas.

4. Na confecção do inventário de recurso local, sugere-se que constem as seguintes


informações:

( ) O nome do recurso e breve descrição do seu emprego.

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( ) Responsável pelo órgão/empresa (gestor geral) e seus contatos.

( ) Nome do operador e seus contatos.

( ) Responsável pela liberação do recurso e seus contatos.

( ) Todas as respostas estão corretas.

5. São características do inventário de recursos, exceto:

( ) Ser testado periodicamente por meio de simulados de comunicação, a fim de verificar se


os contatos estão atualizados.

( ) Ser mantido em sigilo, a fim de resguardar as informações nele contidas.

( ) Ser confeccionado antes da emergência, a fim de que os órgãos envolvidos conheçam a


disponibilidade dos recursos existentes no município.

( ) Ser revisado semestralmente, a fim de manter atualizada as suas informações.

Gabarito:
1. PAM
2. Secretaria da Receita Federal.
3. RINEM
4. Todas as respostas estão corretas.
5. Ser mantido em sigilo, a fim de resguardar as informações nele contidas.

Este é o final do módulo 2

Instituições, atores e arranjos locais envolvidos

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Módulo 3 - Métodos formais de identificação dos produtos
perigosos
Ao final deste módulo, você será capaz de:

Identificar as nove classes de produtos perigosos;

Classificar o produto através da interpretação do sistema de identificação de riscos para o


transporte;

Explicar o significado dos componentes do painel de segurança;

Reconhecer o diamante de risco da NFPA 704.

O conteúdo do módulo está dividido em 2 aulas:

Aula 1 – Classificação dos produtos perigosos


Aula 2 – Classificação utilizada no Brasil

Apresentação

No módulo anterior, você aprendeu a avaliar uma


cena com suspeita de existência de produtos
perigosos. Foram verificadas as características dos
produtos perigosos, quais as vias de exposição em
que pode ser contaminado e foram avaliadas as
ameaças, vulnerabilidades e riscos, a fim de definir
se a operação é segura.

Neste módulo, você estudará os métodos formais


utilizados para identificação de produtos perigosos,
ou seja, uma vez definido que é seguro manter-se
onde você se encontra, o próximo passo é identificar que produto perigoso está
presente (ou potencialmente presente) no ambiente. Essa informação será
primordial para as ações a serem desencadeadas.

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Aula 1 – Classificação dos produtos perigosos
Há sete métodos básicos de identificação de materiais perigosos. São eles:

Lugar e atividade;

Tipo e formato dos recipientes contenedores;

Sinais e cores (cor da tubulação em instalações fixas, cor dos cilindros);

Placas e etiquetas (rótulos de risco, painéis de segurança, diamante de risco, dentre outros);

Fichas e documentos (documentos da carga);

Equipamentos de detecção e medição; e

Sentidos e imagens.

Classificações

Apesar de existirem sete métodos, neste curso serão utilizados apenas os métodos chamados
formais de identificação, porque esses dão certeza quanto à identidade do produto existente,
enquanto os demais métodos (informais) fornecem apenas uma idéia de que tipo de produto
está presente, sendo a margem de erro bastante elevada, aumentando a vulnerabilidade do
agente de segurança pública.

Existem muitas classificações diferentes para os materiais considerados como perigosos em


função do organismo classificador e do objeto da classificação (processo, utilização,
transporte, armazenamento, etc). No curso será usada a classificação oficialmente adotada
pelo órgão regulador de transportes terrestres do Brasil (Agência Nacional de Transporte
Terrestre – ANTT) e a classificação da NFPA americana, cuja simbologia poderá ser encontrada
em instalações fixas (fábricas) ou em laboratórios.

Classificações da ONU

O comitê de “experts” em segurança da ONU, em suas “Recomendações relativas ao


transporte de mercadorias perigosas” (conhecido como ORANGE BOOK) estabelece o
número da ONU e o número de risco, constantes no painel de segurança, como parâmetros
para identificação dos produtos perigosos. Consideram ainda a simbologia existente nos
rótulos de risco para a identificação.

A ordem de numeração – número ONU – não guarda relação com a magnitude do risco (É
falso afirmar que quanto maior o número, maior o risco).

Classificação Americana

A classificação utilizada nos Estados Unidos é baseada no diamante de risco (NFPA 704)
(http://pt.wikipedia.org/wiki/NFPA_704) ou diamante de Hommel.

O sistema de identificação da ONU (painel de segurança e rótulo de risco ) não se aplica às


instalações fixas, sejam em indústrias, terminais de carga e armazéns. A Associação Nacional
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de Proteção ao Fogo (NFPA), através de sua resolução nº 704, adotou o diamante de Hommel
como forma de identificar os riscos associados ao produto perigoso ali estabelecido.

O diamante possui as seguintes

áreas de identificação:

Vermelho: Risco de inflamabilidade.


Azul: Riscos à saúde.
Amarelo: Riscos de reatividade.
Branco: Riscos especiais
W: Reage com água.
OW: Corrosivo.
OX: Oxidante

: Radioatividade

Diamante de risco

O diagrama também conhecido como “diamante de risco” dá uma idéia geral das ameaças
inerentes a cada produto químico, assim como a indicação do grau de severidade das
ameaças em situações de emergência: incêndios, escapes ou derrames. Ele identifica as
ameaças em três categorias, denominadas “saúde”, “inflamabilidade” e “reatividade”, e indica
o grau de severidade de cada uma das categorias, mediante cinco níveis numéricos, que
oscilam desde 4 (mais severo) a 0 (menos severo).

Quanto aos riscos referentes à saúde, é avaliado em termos de concentração letal (LC50), que
seguem a indicação de mortandade/mortalidade de animais em laboratórios após um
determinado tempo de exposição.

E no Brasil, qual a classificação utilizada?

Aula 2 – Classificação utilizada no Brasil


O Brasil adota a classificação aceita internacionalmente pelos países integrantes da UNEP
(Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), regulamentada pelo Decreto nº
96.044/1988 (Regulamento do Transporte de Produtos Perigosos – RTPP), cujas instruções
complementares foram aprovadas pela Resolução da Agência Nacional de Transporte
Terrestre (ANTT) nº 420/2004 e alterada pela Resolução nº 701/2004.

De acordo com a Resolução 420/2004 existem as seguintes orientações:

Sistema de reconhecimento de riscos e identificação do produto

O reconhecimento do risco é feito pelo rótulo de risco e a identificação do produto é obtida


pelo painel de segurança e os documentos de carga.

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Rótulo de risco

Losango que representa símbolos e/ou expressões emolduradas, referentes à classe do


produto perigoso. Ele é fixado nas lateriais e na traseira do veículo de transporte. O rótulo de
risco possui desenhos e números que indicam a classe ou subclasse de risco do produto
perigoso. Quanto à natureza geral, a cor de fundo dos rótulos é a mais visível fonte de um
produto perigoso.

Cores Significado
Laranja Explosivo
Vermelho Inflamável
Verde Gás não-tóxico e não-inflamável
Branco Tóxico e substância infectante
Azul Perigoso quando molhado
Amarelo Oxidante ou peróxido orgânico
Preto/Branco Corrosivo
Amarelo/Branco Radioativo

Associação Brasileira de Indústria Químicas – ABIQUIM (2002). http://www.abiquim.org.br/

Classe de risco

A Resolução nº 420/2004 divide os produtos perigosos em nove classes; algumas subdivididas


em subclasses, de acordo com o risco ou o mais sério dos riscos que apresentam.

CLASSES E
DENOMINAÇÃO
SUBCLASSES
Classe 1 Explosivos
Classe 2 Gases
Classe 3 Líquidos inflamáveis
Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea;
Classe 4
substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis
Classe 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos
Classe 6 Substâncias tóxicas e substâncias infectantes
Classe 7 Material radioativo
Classe 8 Substâncias corrosivas
Classe 9 Substâncias e artigos perigosos diversos

Fonte: Associação Brasileira de Indústria Químicas – ABIQUIM (2002).


http://www.abiquim.org.br/

Classe 1 Explosivos
Subclasse 1.1 Substâncias e artefatos com risco de explosão em massa.
Subclasse 1.2 Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão
em massa.
Subclasse 1.3 Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de
explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em
massa.
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Subclasse 1.4 Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo.
Subclasse 1.5 Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa.
Subclasse 1.6 Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.

Classe 2 Gases
Subclasse 2.1 Gases inflamáveis.
Subclasse 2.2 Gases não-inflamáveis, não-tóxicos.
Subclasse 2.3 Gases tóxicos.

Classe 4 Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea;


substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis
Subclasse 4.1 Sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosivos sólidos
insensibilizados.
Subclasse 4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea.
Subclasse 4.3 Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis.

Classe 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos


Subclasse 5.1 Substâncias oxidantes.
Subclasse 5.2 Peróxidos orgânicos.

Classe 6 Substâncias tóxicas e substâncias infectantes


Subclasse 6.1 Substâncias tóxicas (venenosas) ou infectante.
Subclasse 6.2 Substâncias infectantes.

Classes de risco

Os números das classes de risco apresentam o seguinte significado:

Classe 1 – Explosivos

Definições:

1 - Substância explosiva é uma substância sólida ou líquida (ou mistura de


substâncias) capaz de produzir gás, por reação química, a uma temperatura,
pressão e velocidade que provoquem danos à sua volta. Estão incluídas nessa
definição as substâncias pirotécnicas, mesmo que não desprendam gases.

2 - Substância pirotécnica é uma substância ou mistura de substâncias, concebida para


produzir efeito de calor, luz, som, gás ou fumaça, ou combinação desses, como resultado de
reações químicas exotérmicas auto-sustentáveis e não-detonantes.

Classe 2 – Gases

Definição:

Gás é uma substância que:

A 50 ºC tem a pressão de vapor superior a 300 kPa; ou


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É completamente gasoso na temperatura de 20 ºC e na pressão normal de 101,3 kPa.

A classe 2 classifica os gases conforme o estado físico para o transporte, compreendendo:

Gás comprimido – É um gás que, exceto em solução, quando acondicionado sob pressão para
o transporte, é completamente gasoso na temperatura de 20 ºC;
Gás liquefeito – Gás que, quando acondicionado para o transporte, é parcialmente líquido na
temperatura de 20 ºC;

Gás liquefeito refrigerado – Quando acondicionado para transporte, torna-se parcialmente


líquido por causa da baixa temperatura; e
Gás em solução – Gás comprimido que, quando acondicionado para o transporte, é
dissolvido num solvente.

Classe 3 – Líquidos inflamáveis

Definições:

1 - Líquidos inflamáveis são misturas de líquidos ou líquidos que contenham


sólidos em solução ou suspensão que produzam vapor inflamável a
temperaturas de até 60,5 ºC, em ensaio de vaso fechado, ou até 65,5 ºC, em
ensaio de vaso aberto, normalmente referido como ponto de fulgor (brilho).
Essa classe inclui também:

Líquidos oferecidos para transporte a temperaturas iguais ou superiores a seu ponto de


fulgor; e

Substâncias transportadas ou oferecidas para transporte a temperaturas elevadas, em estado


líquido, que desprendam vapores inflamáveis à temperatura igual ou inferior à temperatura
máxima de transporte.

2 - Explosivos líquidos insensibilizados são substâncias explosivas dissolvidas ou suspensas


em água ou em outras substâncias líquidas, para formar mistura líquida homogênea que
suprima suas propriedades explosivas.

Classe 4 - Sólidos inflamáveis

Definição:

Sólidos inflamáveis são substâncias sujeitas à combustão espontânea;


substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis.

A classe 4 é dividida em três subclasses:

Sólidos inflamáveis – São aqueles que, em condições de transporte, sejam facilmente


combustíveis, ou que, por atrito, possam causar fogo ou contribuir para isso; substâncias
auto-reagentes que possam sofrer reação fortemente exotérmica; explosivos

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Substâncias sujeitas à combustão espontânea – Elas são sujeitas ao aquecimento espontâneo
em condições normais de transporte, ou aquecimento em contato com o ar, podendo
inflamar-se; e

Substâncias que, em contato com a água, emitam gases inflamáveis – São aquelas que, por
interação com água, possam se tornar espontaneamente inflamáveis ou liberar gases
inflamáveis em quantidades perigosas.

Classe 5 - Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

A classe 5 é dividida em 2 subclasses:

Substâncias oxidantes - Substâncias que, embora não sendo necessariamente


combustíveis, podem, em geral, por liberação de oxigênio, causar a
combustão de outros materiais ou contribuir para isso. Tais substâncias
podem estar contidas em um artigo.

Peróxidos orgânicos - Substâncias orgânicas que contêm a estrutura bivalente −O−O− e


podem ser consideradas derivadas do peróxido de hidrogênio, em que um ou ambos os
átomos de hidrogênio foram substituídos por radicais orgânicos. Peróxidos orgânicos são
substâncias termicamente instáveis que podem sofrer decomposição exotérmica auto-
acelerável. Além disso, podem apresentar uma ou mais das seguintes propriedades:

Ser sujeitos à decomposição explosiva;


Queimar rapidamente;
Ser sensíveis a choque ou atrito;
Reagir perigosamente com outras substâncias; e
Causar danos aos olhos.

Classe 6 - Substâncias tóxicas e infectantes

A classe 6 é dividida em 2 subclasses:

Substâncias tóxicas – São substâncias capazes de provocar a morte, lesões


graves ou danos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem
em contato com a pele.

Substâncias infectantes – São substâncias que contenham patógenos ou estejam sob


suspeita razoável. Patógenos são microorganismos (incluindo bactérias, vírus, rickéttsias,
parasitas, fungos) ou microorganismos recombinantes (híbridos ou mutantes) que possam ou
estejam sob suspeita razoável de poderem provocar doenças infecciosas em seres humanos
ou em animais.

Classe 7 - Substâncias radioativas

Material radioativo é qualquer material que contenha radionuclídeos; que tanto


a concentração da atividade quanto a atividade total na expedição excedam os
valores especificados em legislação. Considera-se ainda a atividade específica
de um radionuclídeo como sendo aquela atividade por unidade de massa
daquele radionuclídeo.
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Classe 8 - Substâncias corrosivas

São substâncias que, por ação química, causam severos danos quando em
contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo
destroem outras cargas ou o próprio veículo, podendo ainda apresentar outros
riscos.

Classe 9 - Substâncias perigosas diversas

Substâncias e artigos perigosos diversos são aqueles que apresentam, durante o


transporte, um risco não compreendido por nenhuma das outras classes

Riscos associados a classes e subclasses

Os riscos associados a classes e subclasses são divididos em primário e secundário. Os riscos


primários (ou principais) referem-se ao potencial de causar danos associados aos produtos
das respectivas classes e subclasses, sendo possível que um produto perigoso tenha mais de
um risco associado, mas sempre um risco será principal e o associado, quando existir, será
denominado risco secundário (ou subsidiário).

Por exemplo: Combustíveis para motores (gasolina) possuem como risco principal o fato de
serem inflamáveis, por suas características químicas. Entretanto, a gasolina é também tóxica
se ingerida; verifica-se que ela é, ao mesmo tempo, inflamável e tóxica, sendo que sua
característica de inflamabilidade é considerada risco principal e a toxicidade, risco secundário.

Risco primário

Classe 2 – Gases

Classe 4 – Sólidos inflamáveis


Classe 3 – Líquidos
inflamáveis

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Classe 5 – Substâncias oxidantes e Classe 6 – Substâncias tóxicas (venenosas
Peróxidos orgânicos e substâncias infectantes)

Classe 7 – Materiais radioativos

Risco secundário

Desafio

Você consegue descrever a diferença entre os rótulos de risco referentes aos riscos primários
e aos secundários?

Classe 2 – Gases Classe 3 – Líquidos inflamáveis


Classe 1 – Explosivos

Classe 4 - Sólidos inflamáveis


Classe 5 - Substâncias oxidantes e peróxidos
orgânicos explosivos

Classe 6 – Substâncias tóxicas (venenosas Classe 8 – Corrosivos


e substâncias infectantes)

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Classe 9 – Substâncias perigosas diversas

Desafio

Você consegue descrever a diferença entre os rótulos de risco referentes aos riscos
primários e aos secundários?

Resposta certa: Nos rótulos de risco referentes ao risco principal, existe um número referente
à classe ou subclasse do produto, enquanto no rótulo referente ao risco secundário, esse
número não existe.

Painel de segurança

Painel retangular de cor alaranjada, indicativo de transporte rodoviário de produtos


perigosos, que possui escrito, na parte superior, o número de identificação de risco do
produto e, na parte inferior, o número que identifica o produto (ONU), deve ser afixado nas
laterais, traseira e dianteira do veículo. Este painel é constituído de quatro algarismos
(número da ONU) e o número de risco.

Exemplo:

Proibição de água

X226 Número de risco

Número ONU 1005

Número de risco

Esse número é constituído por dois ou três algarismos e se necessário a letra “X”.

Quando for expressamente proibido o uso de água no produto perigoso deve ser cotada a
letra “X”, no início, antes do número de identificação de risco.

O número de identificação de risco permite determinar de imediato:

O risco principal do produto = 1º algarismo; e

Os riscos subsidiários = 2º e/ou 3º algarismos.

Os documentos da carga são as notas fiscais e o envelope de transporte da carga, de porte

Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 3


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obrigatório pelo transportador, que seguem o padrão comum de nota fiscal, onde são
acrescidos também o número da ONU e número de risco.

Significado do primeiro algarismo

Significado do segundo e/ou terceiro algarismo


Algarismo Significado do algarismo
0 Ausência de risco subsidiário
1 Explosivo
2 Emana gás
3 Inflamável
4 Fundido
5 Oxidante
6 Tóxico
7 Radioativo
8 Corrosivo
9 Perigo de reação violenta

Conclusão
Nesta aula, você estudou os principais métodos formais (classificações) utilizadas na
identificação de produtos perigosos.

Aprendeu que o Brasil adota a classificação aceita internacionalmente pelos países


integrantes da UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), regulamentada
pelo Decreto nº 96.044/1988 (Regulamento do Transporte de Produtos Perigosos – RTPP),
cujas instruções complementares foram aprovadas pela Resolução da Agência Nacional de
Transporte Terrestre (ANTT) nº 420/2004 e alterada pela Resolução nº 701/2004. De acordo
com essa resolução, o reconhecimento do risco é feito pelo rótulo de risco e a identificação
do produto é obtida pelo painel de segurança e os documentos de carga.

Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxiliar a


compreensão do conteúdo.

O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas


nas páginas anteriores.
1. Sobre o sistema de classificação podemos afirmar que:

I - O Brasil não adota o sistema de classificação da ONU.


II - O rótulo de risco é um losango que representa símbolos e ou expressões emolduradas,
referentes à classe do produto perigoso.
III - O sistema contém 10 classes de risco.
IV - A classe 6 representa as substâncias tóxicas e infectantes e está dividida em 2 subclasses.

( ) Os itens I e II são falsos.

( ) Os itens I e III são verdadeiros.

( ) Os itens II e III são falsos.

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( ) Os itens I e IV são verdadeiros.

( ) Os itens I e III são falsos.

2. Os líquidos inflamáveis, as substâncias tóxicas e as substâncias corrosivas correspondem,


respectivamente, as seguintes classes de risco:

( ) Classes 2, 6 e 8.

( ) Classes 3, 5 e 8.

( ) Classes 3, 6 e 8.

( ) Classes 1, 5 e 8.

( ) Classes 3, 6 e 9.

3. Os 4 algarismos existentes na parte inferior do painel de segurança são chamados de:

( ) Número da ONU.

( ) Número de risco.

( ) Rótulo de risco.

( ) Número da classe de risco.

( ) Nenhuma das respostas anteriores está correta.

4. O número da ONU poderá ser encontrado:


Nos documentos da carga.

( ) Na ficha de emergência de produtos perigosos.

( ) Num rótulo de embalagem.

( ) Num painel de segurança.

( ) Todas as respostas acima estão corretas.

Gabarito:
1. Os itens I e III são falsos.
2. Classes 3, 6 e 8.
3. Número da ONU.
4. Todas as respostas acima estão corretas.

Este é o final do módulo 3

Métodos formais de identificação dos produtos perigosos


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Módulo 4 - Manual para atendimento de emergências com
produtos perigosos
Ao finalizar este módulo você será capaz de:

Utilizar o manual de emergências da Associação Brasileira da Indústria Química, associando o


mesmo ao número da ONU e seu nome;

Aplicar a guia de emergência correspondente a determinado produto; e

Conhecer o guia de bolso NIOSH para atendimento às emergências.

O conteúdo do módulo está dividido em 2 aulas:

Aula 1 - Manual para atendimento a emergências com produtos perigosos – ABIQUIM


Aula 2 - Guia NIOSH para riscos químicos: NIOSH guide to chemical hazards

Apresentação
Neste módulo será abordada a forma como o primeiro respondedor atenderá o incidente;
tópicos como saber identificar o nome do produto através do número da ONU, bem como
aplicar as medidas iniciais para qualquer ocorrência envolvendo produtos perigosos.

É importante ressaltar que esse conteúdo é originado do Livro Laranja da ONU (ORANGE
BOOK), 13a Edição e da Resolução 420, da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT.

Aula 1 - Manual para atendimento a emergências com produtos perigosos – ABIQUIM

Objetivo do manual

O manual foi desenvolvido pelo departamento de transportes dos Estados Unidos, sendo
adaptado pela Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) ao Brasil, visando
direcionar os atendimentos às características dos produtos químicos que são produzidos e
transportados em solo brasileiro. O manual está em observância com o ERG 2000 (Emergency
Response Guidebook), sendo o mesmo aplicado nos Estados Unidos, Canadá e México. O
conteúdo apresentado é baseado na 5a edição do manual de emergências da ABIQUIM, de
2006.

O manual tem por objetivo orientar a resposta à emergência, servindo como fonte de
consulta prática, objetiva e sistemática que fornece as várias providências a serem adotadas
que facilitam o atendimento pelas equipes de resposta que primeiro chegarem ao local. Esse
manual é voltado para o transporte rodoviário com produtos perigosos, podendo servir de
fonte de consulta em acidentes químicos ampliados, porém, nesses casos, deve se contar
com o conhecimento e experiência de um especialista em produtos perigosos.

Sistemas de identificação

O manual deve ser utilizado observando os três sistemas de identificação dos produtos
perigosos:

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Painel de segurança;
Rótulo de risco; e
Documentos da carga.

Todos os procedimentos adotados e prescritos no manual da ABIQUIM devem ser tomados,


aproximando-se do incidente com o vento pelas costas até uma distância segura para você e
sua equipe.

Mas, se você não possuir os EPI’s – vestimentas e equipamentos de proteção respiratória –


adequados, mantenha-se afastado de vazamentos (gases), derramamentos (líquidos) e
tombamentos (sólidos) e tente identificar o produto, sempre com segurança.

O manual para atendimento às emergências com produtos perigosos possui cinco


seções:

Branca; Amarela; Azul; Laranja; e Verde.

Seção branca - A seção branca aborda informações gerais acerca do manual, bem como
dados referentes aos números de risco e suas características, além da tabela dos códigos de
riscos.

Seção amarela - A seção amarela classifica o produto perigoso pelo número da ONU,
relacionando o número ao nome do mesmo, atribuindo com isso a sua classe de risco e a
respectiva guia de emergência. A seção amarela possui algumas divisões em suas listas, isso
em função de alguns produtos perigosos terem sido retirados ou por não serem cobertos
pela Legislação Brasileira (Resolução 420, da Agência Nacional de Transportes Terrestres),
baseada no Livro Laranja da ONU (13ª Edição).

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Nesta seção estão organizados os produtos considerados como perigosos em ordem
numérica crescente, de acordo com a designação da ONU (Organização das Nações Unidas).

P = Polimerização - Produtos que


podem polimerizar de forma violenta
pelo calor ou por contaminação.
Polimerização é a denominação dada
a reação química que a partir de
moléculas simples (monômeros)
produzem macromoléculas
(polímeros), normalmente de forma
extremadamente exotérmica.

Os produtos destacados em verde


indicam que possuem riscos especiais
(Tóxicos por inalação ou em contato
com a água produzem gases tóxicos).
Requerem tratamento quanto ao
isolamento/distanciamento.

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Seção azul

A seção azul identifica o produto pelo seu nome comercial, servindo para se associar o
mesmo à sua respectiva guia de emergência e ao número ONU.

N.E. - Não especificado

Seção laranja

A seção laranja é composta basicamente de guias, sendo essas denominadas de guias


de emergência, pois compõem todos os procedimentos que devem ser adotados em um
acidente com produtos perigosos.

O título da GUIA de emergência identifica o tipo de substâncias.


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A seção laranja possui 62 guias, divididas em função dos riscos potenciais, atribuições da
segurança pública e ações de emergência. Quando não se conhece o conteúdo da carga ou
existe transporte de vários produtos perigosos junto – carga mista (desde que sejam
compatíveis e dentro da quantidade exigida pela legislação) – usa-se a guia 111. Sempre que
for possível utilizar outros métodos (número ONU, nome do produto ou rótulos de risco),
deve-se preferir usar as guias amarela e azul, respectivamente.

Configuração da guia laranja:

GUIA XXX
GUIA XXX

RISCOS POTENCIAIS AÇÃO DE EMERGÊNCIA

FOGO OU EXPLOSÃO
FOGO

RISCOS À SAÚDE

VAZAMENTO/DERRAMAMENTO

SEGURANÇA PÚBLICA

VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO

PRIMEIROS SOCORROS

EVACUAÇÃO

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Seção verde

A seção verde relaciona:

Tabelas de distâncias para isolamento e proteção inicial;


Produtos perigosos que reagem com água;
Fatores que podem alterar as distâncias de proteção;
Prescrições relativas à tomada de decisão para as ações de proteção;
Fundamentos para isolamento e evacuação; e
Classificação do tamanho dos vazamentos.

Tabela de distância de isolamento e proteção inicial

A tabela é utilizada como orientação nos procedimentos iniciais para os produtos perigosos
grafados em verde nas seções amarela e azul, pois os mesmos necessitam de cuidados
especiais no atendimento. As tabelas indicam as áreas mais prováveis de serem afetadas
durante os primeiros 30 minutos, após o início do derramamento. Depois desse período, as
guias devem ser adaptadas conforme a evolução da situação.

PEQUENOS DERRAMAMENTOS GRANDES DERRAMAMENTOS


Provenientes de embalagens Provenientes de uma embalagem
pequenas ou um pequeno vazamento grande ou de diversas embalagens
NOME de uma embalagem grande pequenas
DO Primeiro, A seguir, PROTEJA as Primeiro, A seguir, PROTEJA as
ONU PRODUTO ISOLE em pessoas no sentido do ISOLE em pessoas no sentido do
todas vento todas vento
direções DIA NOITE direções DIA NOITE

11 (+) km

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Produtos perigosos que reagem com água

A tabela de produtos que reagem com a água fornece os vapores tóxicos resultantes; deve-se
analisar qual a maior toxicidade do produto original ou do seu composto (vapor), para que se
determinem os procedimentos iniciais a serem adotados.

Materiais que produzem grandes quantidades de vapores tóxicos, resultando em risco de


envenenamento por inalação, quando derramado na água.
ONU Guia Produto Vapor tóxico produzido – (ONU)

Utiliza-se esta tabela somente em caso de derramamento do produto na água, em conjunto


com as distâncias especificadas na tabela de isolamento e evacuação para os vapores
produzidos.

Fatores que podem alterar as distâncias de proteção

Apesar de sempre se ressaltar as características tóxicas dos produtos perigosos, isso pode
ficar em segundo plano, caso esteja associado ao mesmo, a possibilidade de fogo ou
explosão. Caso haja o envolvimento de mais de uma carreta tanque, as distâncias podem ser
aumentadas em função de uma análise mais específica e técnica por parte dos especialistas e
técnicos em emergências com produtos perigosos.

Para produtos cuja distância de isolamento seja de 11 quilômetros, existe a possibilidade de


que a mesma seja aumentada em razão das condições atmosféricas. Locais onde a dispersão
dos vapores é feita de forma mais lenta, como vales ou ao pôr-do-sol, a distância de
isolamento deve ser acrescida, pois envolve uma maior área a ser atingida.

Prescrições relativas à tomada de decisão para as ações de proteção

É necessário considerar algumas circunstâncias na tomada de decisão para melhor proteger


os elementos vulneráveis (meio ambiente e seres humanos), podendo ser utilizadas técnicas
variadas, desde a evacuação até a proteção do local atingido, podendo executar ambas.

A avaliação determinará a melhor técnica para a adoção de medidas práticas e úteis no


desenrolar da emergência. Para a análise de risco, onde se incluem a ameaça e a
vulnerabilidade do cenário, observa-se o seguinte:

Produtos perigosos

Risco à saúde;

Quantidade envolvida;

Contenção e controle de emanação; e

Índice do movimento do vapor.

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População ameaçada

Localidade;

Número de pessoas;

Tempo para evacuação ou para proteção;

Capacidade de controlar a evacuação ou proteção;

Tipos de construções disponíveis; e

Populações ou instituições especiais, tais como casas de repouso, hospitais, prisões, etc.

Condições atmosféricas

Efeitos no movimento da nuvem de vapor;

Potencial para alterações; e

Efeitos no procedimento de evacuação ou proteção.

Fundamentos para as ações de isolamento e evacuação

Os fundamentos para as ações de isolamento e evacuação são os seguintes:

1) As distâncias mínimas para o


isolamento e evacuação dos produtos
listados na tabela verde são de 30 e
100 metros, respectivamente; e

2) As distâncias foram divididas em


categorias e a maior distância para
uma ação de proteção é de
aproximadamente 11.000 metros.
Entretanto, as nuvens de produtos
perigosos podem afetar áreas e
pessoas além dessas distâncias. Nesses
casos, as áreas protegidas deverão ser
aumentadas adequadamente.

Visão esquemática da área de segurança e área de isolamento inicial

Classificação dos vazamentos

Segundo indicação do manual de emergências da ABIQUIM, devemos classificar os


vazamentos da seguinte forma:

No caso de Substâncias líquidas ou sólidas (pós ou granulados):

Pequeno vazamento – Único recipiente de até 200 litros ou tanque maior, que possa formar
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uma deposição de até 15 metros de diâmetro;

Grande vazamento – Grande volume de produtos provenientes de um único recipiente ou


diversos vazamentos simultâneos que formem uma deposição maior que 15 metros de
diâmetro.

No caso de gases, considerar todos os vazamentos como sendo de grande porte.

Pequeno Dia
≤ 15 m Noite
Resumo da Líquido ou sólido
classificação dos Grande Dia
vazamentos > 15 m Noite

Gás Grande
todos Dia
Noite

Aula 2 - Guia NIOSH para riscos químicos: NIOSH guide to chemical hazards

Informações básicas

NIOSH (Instituto Nacional de Saúde e


Higiene Ocupacional) USA;
Primeira edição: 1978;
Edição atual: Setembro 2005;
Referências:
Medicina ocupacional;
Toxicologia
Higiene industrial;
Química analítica; e
Propriedades físicas e químicas.

Considera cerca de 677 produtos químicos;


Combinado com o ERG 2004;

Disponibilidade atual:
Eletrônica (HTML) on line;
Eletrônica (HTML) off line;
PDF; e
Impressa/Física.

Domínio Público:
http://www.cdc.gov/niosh/npg/

Formas de pesquisa:
Nome do produto químico;
Sinônimos/Nome comercial; e
Número de identificação ONU;

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Cerca de 411 produtos.
Número CAS.

Conclusão
Nesta aula, você estudou sobre os manuais para atendimento de emergências com produtos
perigosos: ABIQUIM e NIOSH.

O manual da ABIQUIM tem por objetivo orientar a resposta à emergência, servindo como
fonte de consulta prática, objetiva e sistemática que fornece as várias providências a serem
adotadas que facilitam o atendimento pelas equipes de resposta que primeiro chegarem ao
local.

Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxiliar a


compreensão do conteúdo.

O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas


nas páginas anteriores.
1. Qual a guia de emergência que deve ser aplicada, considerando um acidente envolvendo
um caminhão com produto perigoso não identificado?

( ) 121

( ) 111

( ) 123

( ) 128

( ) nda

2. No manual de emergências da ABIQUIM, onde são encontrados os procedimentos a serem


seguidos para os casos de emergência, após a identificação do produto perigoso?

( ) Seção branca

( ) Seção verde

( ) Seção azul

( ) Seção laranja

( ) Seção amarela

3. No manual de emergências da ABIQUIM, onde são encontradas as informações quando o


único meio de identificação é o rótulo de risco?

( ) Seção branca

Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 4


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( ) Seção verde

( ) Seção azul

( ) Seção laranja

( ) Seção amarela

4. No manual de emergências da ABIQUIM, onde são encontradas as informações adicionais


específicas relativas à área de isolamento de determinados produtos destacados nas seções
de identificação?

( ) Seção branca

( ) Seção verde

( ) Seção azul

( ) Seção laranja

( ) Seção amarela

5. Assinale somente a resposta que contém as indicações numerais corretas.

No caso do vazamento de uma substância líquida ou sólida, deve se classificar como


pequenos, os vazamentos de um único recipiente de até ____ litros ou a deposição de até ___
metros de diâmetro.

( ) 200 litros e 15 metros.

( ) 100 litros e 15 metros.

( ) 200 litros e 25 metros.

( ) 150 litros e 20 metros.

( ) 150 litros e 25 metros.

Gabarito:
1. 111
2. Seção laranja
3. Seção branca
4. Seção verde
5. 200 litros e 15 metros.

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Este é o final do módulo 4

Manual para atendimento de emergências com produtos perigosos

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Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 5
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Módulo 5 - O sistema de comando em incidentes, nas
emergências com produtos perigosos
Ao finalizar este módulo você será capaz de:

Citar o conceito de sistema de comando em incidentes;

Citar as principais instalações a serem utilizadas na intervenção com produtos perigosos no


nível operacional; e

Citar os parâmetros a serem observados na passagem de comando do incidente durante o


período operacional inicial.

O conteúdo do módulo está distribuído em uma aula:

Aula 1 - Pontos fundamentais do SCI

Apresentação
Neste módulo você estudará o sistema de comando de incidentes aplicado à emergência de
produtos perigosos.

O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) é a combinação de instalações, equipamentos,


pessoal, procedimentos, protocolos e comunicações, operando em uma estrutura
organizacional comum, com a responsabilidade de administrar os recursos designados para
alcançar o objetivo comum de estabilizar uma situação crítica e proteger vidas, propriedades
e o meio ambiente.

Aula 1 - Pontos fundamentais do SCI

Instalações

São três as instalações comuns que o comandante do incidente (CI) pode estabelecer em um
incidente. São elas:

Área de concentração de vítimas

É o local no cenário do incidente, onde estarão concentradas as vítimas, aguardando o


momento exato para serem transportadas ao hospital de referência.

Área de espera

É um local, delimitado e identificado, para se dirigir os recursos operacionais que se


integrarem ao SCI, onde ocorre a recepção (check in) e cadastramento dos recursos.

Posto de comando

É o lugar a partir do qual se exerce as funções de comando, devendo ser instalado em todas
as operações que utiliza o SCI, independente do tamanho e complexidade da situação, no

Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 5


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entanto, as suas características terão relação direta com o tamanho e complexidade do
evento.

Princípios do SCI

Considerando as particularidades dos órgãos envolvidos em um incidente, o SCI adota nove


princípios que permitem assegurar o despacho rápido, coordenado e efetivo dos recursos,
minimizando a alteração das políticas e dos procedimentos operacionais próprios das
instituições envolvidas.

Terminologia comum

No SCI todas as instituições envolvidas utilizam uma terminologia padronizada e coerente,


visando entendimento das partes envolvidas. São adotados nomes comuns para os recursos e
instalações, funções e níveis do sistema organizacional com denominação única.

Alcance de controle

Para não perder o controle, nas ações operacionais, cada profissional envolvido no incidente
não pode se reportar a um número muito grande de pessoas. O SCI considera que o número
de indivíduos que uma pessoa pode ter sob seu comando com efetividade é de 1 a 7, sendo
que o ideal são cinco. Para que o alcance de controle seja sempre mantido, na medida em
que os recursos forem chegando torna-se necessária a expansão da estrutura do SCI.

Organização modular

A organização modular do SCI está baseada no tipo, magnitude (dimensão) e complexidade


do incidente, sendo que a sua expansão ocorre de baixo para cima, à medida que os recursos
são designados na cena e estabelecidos de cima para baixo de acordo com as necessidades
determinadas pelo comandante do incidente. Esse princípio permite que as posições de
trabalho possam somar-se (expansão) ou serem retiradas (contração) com facilidade.

Comunicações integradas

Na estrutura do SCI, as comunicações são estabelecidas em um único plano, onde é utilizada


a mesma terminologia, os canais e as freqüências são comuns ou interconectados e as redes
de comunicação são estabelecidas dependendo do tamanho e complexidade do incidente.

Planos consolidados em um só: plano de ação do incidente (PAI)

A maioria dos incidentes não necessita de um PAI escrito, mas sim mental, porque para o
período inicial, ou seja, durante as primeiras quatro horas do incidente, esse não se faz
necessário. O PAI deverá ser feito no momento da resposta, na cena e deve corresponder a
cada período operacional.

Normalmente os primeiros períodos operacionais de qualquer incidente não ultrapassam 24


horas e, a partir do momento em que as ações tornam-se rotineiras, os períodos operacionais
podem ser prolongados, podendo durar até uma semana. Para a implementação do PAI é
importante realizar um briefing com a equipe de trabalho e repassar os objetivos, estratégias,
organização e recursos requeridos.

Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 5


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Cadeia de comando

No SCI cada pessoa responde e informa somente a uma pessoa designada, (comandante do
incidente, gerente, chefe, encarregado, coordenador, líder, supervisor), caracterizando assim
a unidade de comando.

Comando unificado

O comando unificado aplica-se quando várias instituições com competência técnica e


jurisdicional promovem acordos conjuntos para manejar um incidente, cada uma conserva
sua autoridade, responsabilidade e obrigação de prestar contas. No comando unificado as
instituições contribuem no processo para:

- Planejar de forma conjunta às atividades;

- Determinar os objetivos para o período operacional;

- Conduzir as operações de forma integrada;

- Otimizar o uso dos recursos; e

- Designar as funções do pessoal sob um só plano de ação do incidente.

Embora as decisões sejam tomadas em conjunto, deve haver UM ÚNICO COMANDANTE. Será
da instituição de maior pertinência ou competência legal no incidente.

Instalações padronizadas

No SCI as instalações devem possuir localização precisa, denominação comum e estarem bem
sinalizadas e em locais seguros. Algumas das instalações estabelecidas em um incidente são:
posto de comando do incidente, base, área de espera, área de concentração de vítimas e
heliponto.

Manejo integral dos recursos

Esse princípio garante a otimização, controle e contabilidade dos recursos, reduz a dispersão
no fluxo das comunicações, diminui as intromissões e garante a segurança do pessoal. É
importante ficar claro que cada recurso utilizado no incidente, independente da instituição a
que pertença, passa a fazer parte do sistema, ficando sob a responsabilidade do comandante
do incidente.

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A estrutura do SCI

Esse organograma representa uma estrutura no período inicial, onde o comandante do


incidente ainda não delegou a maioria das funções do SCI e a quantidade de recursos
existentes ainda é mínima. A primeira pessoa que chega à cena, com capacidade operacional,
deve assumir o comando do incidente e todas as funções até que as delegue.

Comandante do
Incidente

Recurso Único de Equipe de Intervenção Força T arefa de


Policiamento Atendimento Pré-hospitalar Combate a Incêndio

Ambulância - 01 Auto Bomba - 01

Ambulância - 02 Auto Bomba - 02

Ambulância - 03 Auto Plataforma - 01

Passos a seguir, caso você seja o primeiro a chegar à cena com capacidade operacional

1. Informar sua base de sua chegada à zona de impacto;

2. Assumir e estabelecer o posto de comando;

3. Avaliar a situação;

4. Estabelecer o perímetro de segurança;

5. Estabelecer seus objetivos;

6. Determinar as estratégias;

7. Determinar as necessidades de recursos e possíveis instalações; e

8. Preparar a informação para transferir o comando.

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Aspectos a se considerar ao transferir o comando do incidente

Estado do incidente;

Situação atual de segurança;

Objetivos e prioridades;

Organização atual;

Designação de recursos;

Recursos solicitados e a caminho;

Instalações estabelecidas;

Plano de comunicações; e

Provável evolução.

Uma vez feita a transferência, deve ser comunicado à central de comunicações e ao pessoal
em operação para que todos saibam quem é o novo comandante.

Conclusão
Nesta aula, você estudou o Sistema de Comandos de Incidentes aplicados as ocorrências com
produtos perigosos.

É importante lembrar que o sistema de comando de incidentes (SCI) é a combinação de


instalações, equipamentos, pessoal, procedimentos, protocolos e comunicações, operando
em uma estrutura organizacional comum, com a responsabilidade de administrar os recursos
designados para alcançar o objetivo comum de estabilizar uma situação crítica e proteger
vidas, propriedades e o meio ambiente.

Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxiliar a


compreensão do conteúdo.

O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas


nas páginas anteriores.

1. Dentre os aspectos a serem considerados ao se estabelecer um perímetro de segurança,


podem ser consideradas adequadas as seguintes características:

( ) Tipo do incidente, tamanho e topografia da área afetada; localização do incidente em


relação à via de acesso ao local e as áreas disponíveis ao redor; estabelecimento da função de
coordenação do isolamento perimetral e retirada de todas as pessoas que se encontrem na
zona de impacto, exceto pessoal de resposta autorizado.
Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 5
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( ) Tipo do incidente, tamanho e topografia da área afetada; localização do incidente em
relação à via de acesso ao local e as áreas disponíveis ao redor; estabelecimento da função de
coordenação do isolamento perimetral e manutenção de todas as pessoas que se encontrem
na zona de impacto.

( ) Tipo do incidente, tamanho e topografia da área afetada; localização do incidente em


relação à via de acesso ao local e as áreas disponíveis ao redor; simples colocação do
isolamento perimetral físico e manutenção de todas as pessoas que se encontrem na zona de
impacto.

( ) Tipo do incidente, tamanho e topografia da área afetada; localização do incidente sem


considerar as vias de acesso ao local ou mesmo as áreas disponíveis ao redor; simples
colocação do isolamento perimetral físico e manutenção de todas as pessoas que se
encontrem na zona de impacto.

( ) Tipo do incidente, riqueza e paisagismo da área afetada; localização do incidente sem


considerar as vias de acesso ao local ou mesmo as áreas disponíveis ao redor; simples
colocação do isolamento perimetral físico e manutenção de todas as pessoas que se
encontrem na zona de impacto.

2. Dentre os passos para assumir o comando de um incidente, no caso de você ser o primeiro
a chegar à cena com capacidade operacional, podem ser considerados como adequados os
seguintes:

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto, apresentar-se ao posto de chefia,


avaliar a situação, estabelecer um perímetro de segurança e os objetivos para minimizar os
efeitos do incidente. Determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com a sua
capacidade operacional e as necessidades de recursos e possíveis instalações para minimizar
os efeitos do incidente. Preparar a informação para transferir o comando.

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto, assumir e estabelecer o posto de


comando, avaliar a situação, estabelecer um perímetro de segurança e os objetivos para
minimizar os efeitos do incidente. Determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com
a sua capacidade operacional, e determinar as necessidades de recursos e possíveis
instalações para minimizar os efeitos do incidente. Preparar a informação para transferir o
comando.

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto, assumir e estabelecer o posto de


chefia. Estabelecer o perímetro da zona quente e os objetivos para minimizar os efeitos do
incidente, determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com a sua capacidade
operacional, e as necessidades de recursos e possíveis instalações para minimizar os efeitos
do incidente. Preparar a informação para transferir o comando.

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto, assumir e estabelecer o posto de


comando. Estabelecer o perímetro da zona quente e os objetivos para minimizar os efeitos do
incidente. Determinar as estratégias a serem seguidas, para a solução do evento,
independente da sua capacidade operacional. Buscar na base as necessidades de recursos
requeridas para o evento e possíveis instalações para minimizar os efeitos do incidente.
Preparar a informação para transferir o comando.

Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 5


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3. As principais instalações utilizadas pelo sistema de comando de incidentes são
respectivamente:

( ) Posto de chefia, estacionamento e área de chegada das vítimas.

( ) Posto de chefia, área de estacionamento e área de concentração das vítimas.

( ) Posto de comando, área de espera e área de chegada das vítimas.

( ) Posto de comando, estacionamento e área de chegada das vítimas.

( ) Posto de comando, área de espera e área de concentração das vítimas.

Gabarito:
1. Tipo do incidente, tamanho e topografia da área afetada; localização do incidente em
relação à via de acesso ao local e as áreas disponíveis ao redor; estabelecimento da função de
coordenação do isolamento perimetral e retirada de todas as pessoas que se encontrem na
zona de impacto, exceto pessoal de resposta autorizado.
2. Informar a base de sua chegada à zona de impacto, assumir e estabelecer o posto de
comando, avaliar a situação, estabelecer um perímetro de segurança e os objetivos para
minimizar os efeitos do incidente. Determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com
a sua capacidade operacional, e determinar as necessidades de recursos e possíveis
instalações para minimizar os efeitos do incidente. Preparar a informação para transferir o
comando.
3. Posto de comando, área de espera e área de concentração das vítimas.

Este é o final do módulo 5

O sistema de comando de incidentes nas emergência

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Curso Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos – Módulo 6
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Módulo 6 - Procedimentos em caso de emergência com produtos
perigosos
Ao finalizar este módulo você será capaz de:

Citar as três zonas de trabalho para controlar um acidente com produtos perigosos e os
diferentes tipos de EPIs;

Listar os procedimentos para registrar uma chamada com produtos perigosos;

Enumerar os procedimentos a serem tomados no atendimento a uma emergência com


produtos perigosos; e

Listar os principais dados a serem solicitados numa ocorrência com produtos perigosos.

O conteúdo do módulo está dividido em 2 aulas:

Aula 1 - Procedimentos iniciais


Aula 2 - Zonas de trabalho e as funções desenvolvidas

Apresentação
Dentre as competências a serem desenvolvidas pelos profissionais da área de segurança
pública está a capacidade de responder às situações de emergência. E, responder a essas
situações envolve lidar com riscos diversos e com a incerteza.

As situações de emergência que envolvem produtos perigosos, ganham uma dimensão ainda
mais complexa, exigindo que os profissionais da área de segurança pública estejam
preparados para:

Tomar as primeiras providências com o propósito de proteger pessoas próximas, o ambiente


e as propriedades dos efeitos da liberação de produtos perigosos;

Reconhecer os riscos existentes e mobilizar o socorro para intervenção em nível técnico; e

Assegurar o controle da área até a chegada das demais instituições envolvidas no acidente.

Além de regras para orientar a ação faz-se necessário conhecer os procedimentos a serem
utilizados em caso de emergência, e esse é o tema deste módulo.

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Aula 1 - Procedimentos iniciais

Regras chaves

4 Regras

Não se converta em uma vitima

Não se precipite

Não suponha nada

Não Prove, toque, respire nem coma nada

Dados básicos a serem solicitados antes de chegar à cena

Ao registrar uma chamada, é importante anotar dados que ajudarão a equipe a chegar ao
local ou mesmo orientar as pessoas para poderem tomar os primeiros cuidados na cena. Os
parâmetros abaixo servem de referência:

1. Lugar e hora do acidente;


2. Vítimas: número e condições;
3. Fogo e explosão;
4. Liberação de contaminantes visível;
5. Condições meteorológicas e direção do vento;
6. Sinais, marcas ou nomes que permitam reconhecer ou identificar o produto;
7. Odor raro;
8. Pessoas na cena que tenham mais informações ou conhecimento sobre o que está
ocorrendo;
9. Relevo e condições do terreno (se é úmido); e
10. Lugar onde é possível encontrar pessoas com equipes de primeira resposta que podem se
dirigir ao acidente.

Ações ao se chegar à cena

A primeira equipe a chegar ao local deve adotar os seguintes procedimentos:

1. Informar a base de sua chegada à zona de impacto;


2. Assumir e estabelecer o posto de comando;
3. Avaliar a situação;

Aproximar-se e posicionar sua equipe e pessoal na área segura (a favor do vento, em área
mais elevada e com águas abaixo da cena);

Reconhecer ou identificar o produto. Utilize binóculos, procure os painéis e use os


documentos de carga;

Manter uma distância inicial de precaução com o vento pelas costas, não devendo ser menor
que 100 metros para derramamentos ou vazamentos químicos, e de 300 metros para
explosivos; e
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Se for necessário sair imediatamente da área, evitando a entrada nas zonas de trabalho.

4. Estabelecer o perímetro de segurança;

Estacionar as viaturas direcionadas para uma via de escape de emergência; e

Determinar as rotas de saída da área em caso de emergência e comunicar a todas as pessoas


de sua equipe (estabelecer áreas de concentração para equipes de zonas diferentes).

5. Estabelecer seus objetivos, considerando os recursos que estão disponíveis e suas


necessidades que devem ser satisfeitas;
6. Determinar as estratégias;

Continuar avaliando a situação e fazer as mudanças nas ações que seu nível inicial o permita.

7. Determinar a necessidade de recursos e possíveis instalações; e

Solicitar o envio de grupos especializados.

8. Preparar as informações para transferir o comando.

Padrão de dispersão tridimensional dos produtos perigosos

O padrão de dispersão serve para Padrão de dispersão tridimensional


demonstrar ao aluno como se
comportam os produtos perigosos
quando expostos ao ambiente.

Esse padrão poderá lhe ajudar a Padrão


diminuir sua vulnerabilidade Padrão vertical horizontal
Acima do solo Nível do solo
quando estiver atendendo a uma
Nível do solo
ocorrência com produtos
perigosos, uma vez que um Padrão vertical
Abaixo do solo
comportamento adotado para um
determinado produto pode ser
prejudicial para outro. Por
exemplo, se você estiver
atendendo a uma ocorrência de
derramamento de líquido inflamável, saberá que a tendência desse produto é escorrer do
nível mais alto para o mais baixo, buscando infiltrar-se em galerias pluviais. Mas, se você
atender a uma emergência com gases mais leves que o ar, saberá que posicionar-se em um
nível mais elevado que o do acidente o deixará mais vulnerável do que se estivesse em um
nível mais baixo, porque a tendência desses produtos é a expansão para áreas bem altas.

Aula 2 - Zonas de trabalho e as funções desenvolvidas

A organização dos recursos no nível operacional (primeiro respondedor) não se preocupa


com a divisão da zona contaminada em zonas de trabalho. Os níveis de resposta posteriores
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(técnico e especialista) definem essas zonas conforme a presença dos contaminantes.

O primeiro respondedor deve sempre atentar para a direção do vento, locais elevados,
mananciais de água e para a presença de instalações atingidas pelos contaminantes que
podem fragilizar, ainda mais, o cenário ou afetar mais pessoas ou o meio ambiente. A
disposição de recursos na cena poderá absorver instalações do sistema de comando de
incidentes, como a área de espera e a ACV (área de concentração de vítimas).

Zonas de trabalho

As zonas de trabalho são constituídas da seguinte forma:

Zona 1 - Zona de suporte - Zona fria – Localizada na área fora dos locais onde estão as
equipes de intervenção com produtos perigosos, porém com um nível de segurança elevado,
possui isolamento feito pelo pessoal de segurança. O pessoal de primeira intervenção deverá
posicionar-se deste setor para fora.

Zona 2 - Zona de redução de contaminação - Zona morna – Local onde fica o corredor de
redução dos contaminantes (CRC), passagem das equipes de técnicos que entraram ou
saíram com segurança da zona quente. Deve possuir além do CRC uma saída de emergência
para os técnicos.

Zona 3 - Zona de exclusão - Zona quente – Local onde estão presentes os contaminantes. A
equipe de primeiro respondedor não deverá entrar nesse local. Nesse setor só deve circular
pessoal técnico com equipamentos de proteção individual (EPI`s) adequados, seja para
atividade de detecção ou para socorro às vítimas.

A definição das zonas de trabalho será realizada pelo pessoal especializado.

PERÍMETRO EXTERNO
Direção vento
POSTO DE COMANDO Zona de Suporte
Zona de redução
dos Contaminantes

Zona de exclusão

SEGURANÇA
E Corredor
CONTROLE
DE ACESSO para acesso

ÁREA DE SUPORTE
TRANSPORTE DE VÍTIMAS

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Aula 3 - Equipamentos de proteção Pessoal

São os equipamentos destinados a evitar o contato (exposição) das equipes de intervenção


com os contaminantes e podem ser definidos em EPI e EPR.

EPI – Equipamento de proteção individual – Caracterizado pelos equipamentos que serão


utilizados para impedir o contato do ser humano e aparelhos com os contaminantes.
Exemplo: Luvas, roupas de proteção de nível “A”, botas, luvas butílicas e óculos.

EPR – Equipamento de proteção respiratória – Equipamentos que se destinam a proteger as


vias respiratórias de absorver os contaminantes que estão na cena. Podem ser de auto-
sustentação ou de filtragem. Exemplos: Equipamento de respiração autônoma e máscara
facial.

Veja na próxima página os níveis de proteção relacionados aos equipamentos de proteção


individual.

Níveis de proteção

Nível de proteção “B” Nível de proteção “C” Nível de proteção “D”


Nível de proteção “A”
Utilizado quando é Utilizado quando se Utilizado quando não é É o uniforme de trabalho
necessário o maior nível deseja um nível máximo necessário um nível de das equipes de socorro
de proteção ao sistema de proteção respiratória, proteção respiratório maior urbano e de outros
respiratório e à pele. mas um nível menor de nem à pele, porém, os profissionais que trabalham
proteção para a pele. gases existentes podem, próximos de locais que
num grande tempo de possuam produtos
exposição, afetar o perigosos.
organismo.

Conclusão
Nesta aula, você estudou as regras e os procedimentos a serem seguidos nas emergências
que envolvem produtos perigosos.

Diante de qualquer emergência, lembre-se das quatro regras chaves:

Não se converta em uma vítima;

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Não se precipite;

Não prove, toque, respire nem coma nada; e

Não suponha nada.

Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxiliar a


compreensão do conteúdo.

O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas


nas páginas anteriores.

1. Ao receber uma chamada de emergência, solicite que a pessoa mantenha a calma e


pergunte:

( ) O local e hora da ocorrência.

( ) O número de vítimas e condições.

( ) Se há liberação de contaminante visível.

( ) Se há sinais, marcas ou nomes que permitam reconhecer ou identificar o produto.

( ) Todas as respostas anteriores estão corretas.

2. De acordo com a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos, as roupas
para proteger o corpo do contato com produtos perigosos estão divididas em quatro
diferentes níveis. Pergunta-se, qual o nível de proteção que deve ser utilizado quando é
necessária a mais elevada proteção respiratória, da pele, olhos e mucosas?

( ) Nível de proteção “A”.

( ) Nível de proteção “B”.

( ) Nível de proteção “C”.

( ) Nível de proteção “D”.

( ) Nenhuma das respostas anteriores está correta.

3. Qual é o nome da zona de trabalho localizada na parte mais externa da área de risco, onde
normalmente são posicionados o posto de comando da operação e todo o apoio logístico?

( ) Zona quente

( ) Zona fria

( ) Zona morna

( ) Zona segura
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( ) Zona externa
4. Dentre os passos para assumir o comando de um incidente, no caso de você ser o primeiro
a chegar à cena com capacidade operacional, podem ser considerados como adequados os
seguintes:

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto e apresentar-se ao posto de chefia.


Avaliar a situação, estabelecer um perímetro de segurança e os objetivos para minimizar os
efeitos do incidente. Determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com a sua
capacidade operacional, e as necessidades de recursos e possíveis instalações para minimizar
os efeitos do incidente. Preparar a informação para transferir o comando.

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto. Assumir e estabelecer o posto de


comando. Avaliar a situação, estabelecer um perímetro de segurança e os objetivos para
minimizar os efeitos do incidente. Determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com
a sua capacidade operacional, e as necessidades de recursos e possíveis instalações para
minimizar os efeitos do incidente. Preparar a informação para transferir o comando.

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto. Assumir e estabelecer o posto de


chefia, o perímetro da zona quente e os objetivos para minimizar os efeitos do incidente.
Determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com a sua capacidade operacional, e
as necessidades de recursos e possíveis instalações para minimizar os efeitos do incidente.
Preparar a informação para transferir o comando.

( ) Informar a base de sua chegada à zona de impacto. Assumir e estabelecer o posto de


comando, o perímetro da zona quente e os objetivos para minimizar os efeitos do incidente.
Determinar as estratégias a serem seguidas, para a solução do evento, independente da sua
capacidade operacional. Buscar com a base as necessidades de recursos requeridas para o
evento e possíveis instalações para minimizar os efeitos do incidente. Preparar a informação
para transferir o comando.

Gabarito:
1. Todas as respostas anteriores estão corretas.
2. Nível de proteção “A”.
3. Zona fria
4. Informar a base de sua chegada à zona de impacto. Assumir e estabelecer o posto de
comando. Avaliar a situação, estabelecer um perímetro de segurança e os objetivos para
minimizar os efeitos do incidente. Determinar as estratégias a serem seguidas, de acordo com
a sua capacidade operacional, e as necessidades de recursos e possíveis instalações para
minimizar os efeitos do incidente. Preparar a informação para transferir o comando.

Este é o final do módulo 6

Procedimentos em caso de emergência com produtos perigosos

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Referências Bibliográficas do Curso
Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos

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transporte de produtos perigosos: características e dimensões. Publicada em março de 2000.
Válida desde 02 de maio de 2000.

_______. NBR 9735: conjunto para situações de emergência no transporte rodoviário de


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_______. NBR 7500: símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de


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BRASIL. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o regulamento para o transporte


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Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 de maio de 1988, p. 8.737/41.

________, Ministério dos Transportes. Instruções complementares ao regulamento do


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ANTT, 2004, p. 376.

________, Resolução nº 420, de 12 de fevereiro de 2004. Aprova as instruções


complementares ao regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil n. 103, Brasília, DF, 31 de maio de 2004, supl. seção 1.

CASTRO, A. L. C. e outros, Manual de redução dos desastres tecnológicos de natureza


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_______, Manual de planejamento em defesa civil, Vol. II, Imprensa Nacional, Brasília, 1999.

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CONFEDERACIÓN NACIONAL DEL CUERPO DE BOMBEROS VOLUNTÁRIOS DA REPÚBLICA DA
ARGENTINA, Manual do curso de primeiro respondedor a materiais perigosos, Academia
de Capacitação, Buenos Aires, 2004.

DISTRITO FEDERAL. Decreto nº 21.930, de 31 de janeiro de 2001. Dispõe sobre o Programa


de controle da movimentação de produtos perigosos no Distrito Federal e dá outras
providências.

ESTEVES JÚNIOR, H.S. at alli, Manual de sistema de comando em incidentes, Corpo de


Bombeiros Militar do Distrito Federal, 1a ed. Brasília, 2007.

GOBATTO, Tito Alberto. Programa de treinamento para atendimento a acidentes com


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NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION - NFPA 472. Standard for professional


competence of responders to hazardous materials incidents, 1997 Edition.

OFDA/USAID, Manual do participante do curso de resposta a emergências com produtos


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PROGRAMA INTERNACIONAL DE SEGURIDAD SOBRE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS (PISSQ).


Accidentes químicos: aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y
respuesta/OCDE, PNUMA-CAP/IMA, OMS – ECEH - Washington, D.C.: OPS, c1998, p. 140.

PLANO NACIONAL DE PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA RÁPIDA A EMERGÊNCIAS


AMBIENTAIS COM PRODUTOS PERIGOSOS (P2R2), Manual de atendimento às emergências,
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SANTOS, D.R., O perfil do transporte rodoviário de produtos perigosos: uma proposta


metodológica. Dissertação de mestrado – Universidade de Brasilia, p. 146, 297mm, 2006.

SERVICIO CENTRAL DE PUBLICACIONES DEL GOBIERNO VASCO, curso avanzado de


intervención en incidentes con materias peligrosas, 1a ed. Vitoria-Gasteiz, 2000.

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