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COMISION DE INTEGRACION ENERGETICA REGIONAL

ÁREA GENERACIÓN & TRANSMISIÓN


“Generación & Transmisión, Operadores y Adm. de Mercados

UM MODELO INTEGRADO DE MANUTENÇÃO - MIM,


SUPORTADO PELO MÉTODO TPM
Recife – Pernambuco – Brasil, Julho de 2005. .
Autor/es: ANTÔNIO DOS SANTOS DALIA, SAELPA – CELB - Engenheiro
CÍCERO MARIANO P. DOS SANTOS*, Dr. – UFPE – Professor/Engenheiro
JOSÉ CARLOS DA SILVA, MsC. - UFPE - Engenheiro
LUIZ DE M. GUERRA FILHO, SAELPA – CELB – Engenheiro - Diretor Técnico
REGINA C. GUEDES ALCOFORADO, MsC - UFPE – Engenheira (mestrado em gestão)
SILVINO A. DE GOUVEIA, SAELPA – CELB - Engenheiro
DATOS DE LA EMPRESA.
PALABRAS-CLAVE: (hasta 7) Confiabilidade, *Dirección: Av. Acadêmico Hélio Ramos, S/N, Recife
Disponibilidade, Gestão, Mantenabilidade, Manu- – PE - Brasil
tenção Produtiva Total - TPM, Programa 8S, Pro- Código Postal: 50730-540
dutividade Total. Teléfono: +55-81-2126-8255
Fax: +55-81-2126-8255
E-Mail: cmar@ufpe.br

RESUMO 700 MVA. A SAELPA, onde se situa a área piloto para


desenvolvimento do projeto, possui cerca de 1500 em-
O artigo trata do desenvolvimento de um projeto de pregados.
Pesquisa e Desenvolvimento – P&D aplicada, envol- As empresas do setor elétrico brasileiro, particu-
vendo pesquisadores da Universidade Federal de Per- larmente as distribuidoras de energia elétrica, estão
nambuco – UFPE e as empresas SAELPA e CELB, de atualmente passando por uma fase caracterizada por
transmissão e distribuição de energia elétrica no estado novas exigências de qualidade e de produtividade, tendo
da Paraíba – Brasil. O projeto consiste em desenvolver de investir em tecnologia no sentido de garantir a pers-
um Modelo Integrado de Manutenção – MIM, com base pectiva de melhoria contínua de seu sistema produtivo,
no método da Manutenção Produtiva Total – TPM. São ao mesmo tempo em que procuram se adaptar a um
apresentados o MIM e a orientação de desenvolvimento cenário de constantes ajustes e de inovações dos instru-
do projeto como base no TPM, bem como, uma matriz mentos de regulamentação. Neste sentido as SAELPA e
para correlacionamento futuro entre o MIM e o TPM. CELB, juntamente com o Grupo de Sistemas de Energia
Apresentam-se, ainda, alguns dos primeiros resultados, Elétrica – GSEE da Universidade Federal de Pernambu-
mais significativos, já obtidos no estágio atual, os quais co – UFPE, desenvolvem trabalhos de P&D aplicada no
reforçam evidências de pesquisas sobre a importância sentido de desenvolver um Modelo Integrado de Manu-
do método adotado. O artigo, também fornece recomen- tenção – MIM, de maneira a propiciar um meio eficaz
dações e sugestões que serão de grande importância na de atender as exigências acima.
condução de outros projetos semelhantes em organiza-
ções que apresentem as mesmas características das aqui 2.0- PROJETO CONCEITUAL DO MIM
citadas.
Os métodos gerenciais têm o objetivo de tentar
1.0- INTRODUÇÃO equilibrar a complexidade das organizações dotadas de
modernas tecnologias com as ações requeridas para
As SAELPA e CELB são empresas privadas, per- administrá-las e com cada vez mais confiabilidade. Isso
tencentes ao Sistema Cataguazes-Leopoldina, e são porque, mesmo com ferramentas de última geração, não
responsáveis pela transmissão e distribuição da energia se tem total garantia da plena eliminação dos problemas.
elétrica no estado da Paraíba, na região Nordeste do Desta forma se caracteriza como de fundamental impor-
Brasil, cobrindo uma área de cerca de 56.000 km2 e tância a pesquisa por modelos fundamentados nas mo-
envolvendo uma população de cerca de 3.450.000 habi- dernas ferramentas de mantenabilidade, confiabilidade,
tantes, possuindo uma capacidade instalada de cerca de sistemas baseados no conhecimento e que considere o
ambiente interno e externo a organização, procurando • Manutenção Planejada – MP;
atender cada vez mais e melhor as atuais e futuras exi- • Melhoria da Qualidade – MQ;
gências sobre o sistema produtivo. • Gestão Antecipada – GA;
O MIM estabelece um sistema de gestão próprio de • Segurança e Saúde – SS.
manutenção, dotado de visão sistêmica e estratégica, e
que deverá envolver em suas bases conceituais elemen- Tabela 1- Correlação conceitual entre o MIM e o TPM
tos da produtividade e qualidade total, provendo um PILARES DO TPM
plano de manutenção que incorpore as ferramentas da
MIM ET-MA-ME-MP-MQ-GA-SS…
mantenabilidade e confiabilidade, e integrando, através Disponibilidade para a
da função manutenção, as diversas disciplinas presentes
Produção
na organização. A Figura 1 apresenta uma visualização
Eficácia da Manuten-
do MIM, através de seus elementos principais, que con-
ção
sideram todos os detalhes do desenvolvimento do proje-
Controle dos Recursos
to.
da Manutenção
Conservação de Ener-
gia
Disponibilidade
Para a Produção
O projeto ainda se encontra em desenvolvimento.
Ao final da fase de estruturação, as correlações devem
ser estabelecidas, conforme concebidas na Tabela 1,
refletindo os desdobramentos que serão vivenciados, e
Conservação de

considerando as especificidades internas da organiza-


Manutenção
Eficácia da
Energia

MODELO INTEGRADO DE ção, bem como o envolvimento com o ambiente exter-


MANUTENÇÃO - MIM no.

3.0- O TPM

As pesquisas evidenciam a existência de pelo me-


Controle dos Recursos nos três razões principais pelas quais o TPM se expan-
da Manutenção diu tão rapidamente na industria japonesa e porque as
empresas fora do Japão estão se tornando interessadas
no mesmo, são elas [2]:
Figura 1- Uma visão objetiva do MIM. • Garante resultados surpreendentes;

O MIM, sobretudo, considera o envolvimento com • Transforma visivelmente o local de trabalho;


os modernos métodos de manutenção tais como RCM e • Eleva o nível de conhecimentos e habilidades dos
TPM. A ênfase no TPM é maior, neste caso, dado ao trabalhadores da produção e da manutenção.
elevado grau de participação do elemento humano [1],
sem o qual o sucesso é impossível. Este envolvimento Neste artigo, quando se reportando à produção se
será devidamente estabelecido correlacionado-se as está tratando da função operação das instalações, con-
segmentações explicitadas na Figura 1 com os diversos forme é a situação que em geral é considerada nas orga-
pilares do TPM. O que ocorrerá ao longo do projeto de nizações que exploram a energia elétrica.
P&D. Desta forma, como elemento de partida, tem-se a O TPM, em suas bases conceituais, estabelece uma
matriz conceitual de correlações entre o MIM e o TPM, estratégia de gerenciamento que enfatiza os cinco se-
conforme explicitado na Tabela 1. guintes pontos principais:

Sabendo-se que: • Maximizar a efetividade dos equipamentos utili-


zando como medida de metrificação a multiplicação
• Educação e Treinamento – ET; da disponibilidade, rendimento e taxa de qualidade
• Manutenção Autônoma – MA; dos mesmos;
• Melhoria Específica – ME;

2
• Estabelecer um sistema de manutenção amplo,
cobrindo todos os tipos de manutenção (rotina, pre- O projeto atualmente encontra-se no nono mês de
venção, predição...); seu segundo ano e, iniciando a Etapa 7.
• Envolver todas as funções, incluindo: projeto, cons- Como um grande aliado para o processo de mu-
trução, operação, suprimento, manutenção, finan- dança cultural, o programa dos 5S apresenta-se como
ças, administração (pessoal); extremamente oportuno [3], entretanto, dentro do con-
• Assegurar o envolvimento de todos os empregados, texto Brasil, este programa acrescido de mais três atri-
desde o maior nível hierárquico até o mais baixo; butos apresenta-se como mais recomendável [4], resul-
• Estabelecer um programa de melhoria continua, tando em 8S.
através de seus grupos de atividades.
3.1.1- Programa 8S
O TPM é na realidade um ajuste organizacional por
meio da incorporação de uma cultura que busca, de O desenvolvimento do MIM contemplou em sua
forma contínua, a melhoria de produtividade total da fase de preparação, e dentro do módulo de educação
organização, tendo como foco central a manutenção. introdutória, a implantação do Programa 8S, na área
piloto determinada pela SAELPA. A estratégia para
3.1- Implementando o MIM aplicação desse programa foi de implantação passo-a-
passo dos sensos, dentro de uma periodicidade que
Para se obter o sucesso desejado é necessário pri- garantisse a consolidação de cada senso trabalhado,
meiramente fazer as coisas certas, e em seguida fazer implantando-se um senso por vez.
cada uma de forma correta. E esta forma correta pressu- O programa desenvolvido foi estratificado em 3
põe o conhecimento da organização, em seus mais ricos partes distintas dentro de uma visão estratégica, obede-
detalhes. Em razão disto a metodologia recomenda que cendo ao seguinte ordenamento:
a evolução se dê na forma do passo-a-passo, procuran-
do-se, sempre, realizar as avaliações ao fim de cada • Sensos Estratégicos:
passo, e em conformidade com o Plano Diretor da Figu- o shikari yaro+ – determinação e união;
ra 2, que apresenta as diversas etapas para desenvolvi- o shido+ – treinamento e qualificação profissio-
mento do MIM nas bases do TPM. O processo de im- nal.
plementação teve início em uma área piloto selecionada • Sensos operacionais:
pela SAELPA, e envolvendo cerca de 300 empregados o seiri – senso de descarte e utilização;
da mesma. o seiton – senso de ordenação;
o seiso – senso de limpeza.
FASES DA IMPLANTAÇÃO DO TPM
• Sensos táticos:
o seiketsu – senso higiene e saúde;
LEVANTAMENTO DE ESTADO E DIAGNÓSTICO
o shitsuke – senso de autodisciplina;
I- PREPARAÇÃO 1 2 3 4 5 o setsuyaku+ – senso de economia e combate aos
Lançamento do
MIM_TPM
desperdícios.
II- INÍCIO 6

III- IMPLANTAÇÃO 7 8 9 10 11 Os sensos com o sinal + foram os acrescidos aos


IV- CONSOLIDAÇÃO 12
5S, conforme [4].
Os sensos, principalmente os operacionais, são
I- Preparação:
1) Etapa 1 - Diagnóstico, Decisão da Diretoria e Lançamento pressupostos importantes na aplicação da metodologia
2) Etapa 2 - Educação Introdutória (treinamento inicial)
3) Etapa 3 - Estruturar Sistema de Promoção (Área piloto) TPM:
4) Etapa 4 - Estabelecer Diretrizes (Visão, Missão, Valores, Metas)
5) Etapa 5 - Preparação de Plano Mestre
II- Início
1) Etapa 6 - Partida do MIM/TPM e do Plano Mestre
III- Implantação
• O Senso de “descarte e utilização”, também conhe-
1) Etapa 7 - Estabelecimento de um sistema para aperfeiçoamento da eficiência produtiva
- Melhoria Específica - ME
cido como senso de organização, se identifica com
- Manutenção Autonôma - MA
- Gestão Antecipada - GA os aspectos do ambiente de trabalho a ser gerencia-
- Educação e Treinamento - ET
2) Etapas: 8, 9, 10 e 11 do e os conjuntos de padrões necessários.
- Manutenção Planejada - MP; Manutenção da Qualidade - MQ;
- TPM nas áreas adminstrativas - TA; Segurança, Saúde e Meio Ambiente. • O Senso de “ordenação” está ligado à obediência
IV - Consolidação
- Aplicação em toda a organização de forma autônoma aos padrões estabelecidos para o desenvolvimento
das atividades de manutenção.
Figura 2- Plano diretor para desenvolvimento do MIM.

3
• O Senso de “limpeza”, também se identifica com o ELPA, fundamentada no módulo de educação introdutó-
ambiente de trabalho e coloca um foco maior nos ria e em suas próprias necessidades, são os seguintes:
equipamentos integrantes desse ambiente.
• Manutenção Autônoma - MA
4.0- RESULTADOS DO MIM • Melhoria Específica - ME
• Gestão Antecipada - GA
Conforme já explicitado acima o projeto ainda se • Educação e treinamento - ET
encontra em fase de desenvolvimento, contudo, os re-
sultados aqui apresentados são de grande valia para Considerando o início das atividades dos grupos
outras empresas similares, que pretendam ingressar em formadores dos pilares acima relacionados, merece
um programa semelhante. destaque apenas os primeiros resultados provenientes
dos pilares MA e ET.
4.1- O Programa 8S
4.2.1- Manutenção Autônoma - MA
Uma avaliação do Programa 8S, realizada junto a
uma parcela da liderança do projeto MIM, revela os O objetivo maior deste pilar é envolver os operado-
seguintes resultados principais, relativos ao sentimento res das instalações com as atividades de manutenção.
dos colaboradores da SAELPA: É interessante registrar que na fase inicial das pri-
meiras etapas do MIM, existia uma apreensão muito
• O programa está sendo muito importante para o forte nos colaboradores da operação, dado que os mes-
desenvolvimento do MIM mos mostravam-se céticos quanto a importância deste
• A contribuição é mais significativa nos seguintes pilar, em razão de um projeto de automação das instala-
itens: ções, ou seja, desassistência das instalações, em anda-
o Limpeza das instalações mento na empresa.
o Melhoria do ambiente de trabalho É, também, oportuno registrar a existência de pro-
o Motivação pessoal jetos paralelos, em geral até importantes para o MIM,
o Economia e combate ao desperdício que têm concorrido com o MIM no tocante ao envolvi-
o Ordenação mento de pessoal, acarretando em um desempenho mui-
• Há a necessidade de ser intensificada as ações com to lento para o desenvolvimento do mesmo. Entretanto,
vistas a avaliação dos resultados o grau de empolgação dos colaboradores, após a primei-
ra fase de treinamento, foi muito boa, pois os mesmos
O Senso de Descarte foi, dentre os 08 Sensos pre- puderam identificar uma série de atividades, que contra-
vistos pelo Programa o que promoveu maior mobiliza- riamente às expectativas iniciais, evidenciaram signifi-
ção da Empresa. Isto se deve à própria natureza da in- cativas oportunidades de trabalhos, com possibilidades
tervenção, de caráter essencialmente prático e participa- de ganhos tangíveis para a organização. Dentre estas
tivo, gerando resposta imediata dos colaboradores. Des- atividades destacam-se:
taca-se, também, todo o planejamento prévio efetuado
com vistas ao engajamento dos gestores e dos colabora- • Limpeza inicial
dores na etapa. • Eliminar as fontes de contaminação e locais inaces-
Durante o processo de auditagem interna do senso síveis
de descarte, todos os Departamentos envolvidos foram • Realizar atividades de limpeza e lubrificação
pontuados, por comissão de gestores designada para • Realizar inspeções gerais
esse fim, obtendo a pontuação quatro, correspondente a • Realizar inspeções termográficas
80% da pontuação global, o que configura um bom • Gerenciar e controlar o local de produção
índice de participação.
• Realizar atividades de algumas manutenções
4.2- Os Pilares do TPM O grupo passou a ser usado como símbolo de em-
polgação para motivar outras participações dentro do
Dentre os pilares relacionados, conforme Tabela 1, MIM.
os que se encontram em fase inicial de desenvolvimen-
Observe que tais oportunidades de trabalho foram
to, em conformidade com decisão da organização SA- resultado de negociação com as equipes de manutenção,
que irão passar a ter mais tempo para se dedicar a cha-

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mada manutenção especializada, conforme Figura 3, e D - disponibilidade;
que deverá ser devidamente considerada quando tratan- η - rendimento;
do do planejamento da manutenção. ν - qualidade.
ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO ESPECIALIZADA
Através do cálculo realizado pelo uso da Equação
1, serão explicitadas todas as oportunidades de ganho,
Melhoria da Tecnologia e das
Melhoria dos Equipamentos
conforme são evidenciadas na Figura 4, e que em con-
Habilidades de Manutenção formidade com o método serão, também, catalogadas
através de uma árvore de perdas.
- Habilidades especializadas de
manutenção
Para o cálculo de D, conforme a teoria da confiabi-
- Habilidades de reparo de lidade, tem-se:
equipamentos - Apoio à manutenção autônoma
- Habilidades de inspeção e - Manutenção planejada
medição - Manutenção corretiva Tempo em operação (T3)
- Técnicas e habilidades de - Prevenção de manutenção D= Eq. 2
diagnóstico de - Manutenção preditiva Tempo calendário (T1)
equipamentos
- Novas tecnologias de T4
manutenção η= Eq. 3
T3
Figura 3- A composição da manutenção especializada
[5]. T5
ν= Eq. 4
4.2.2- Educação e Treinamento – ET T4

De acordo com as equações acima e com o dia-


Atua no sentido de controlar, acompanhar, promo-
grama da Figura 4 sabe-se que no caso das empresas de
ver a melhoria das habilidades dos colaboradores e no
processamento descontínuo a perda de rendimento está
sentido de estabelecer condições para o aumento de
em geral associada a:
produtividade da organização.
Ainda na fase de preparação registrou-se cerca de
210 horas de treinamento, diretamente conduzidas pelos • Perda por velocidade;
consultores e pesquisadores do GSEE. O treinamento • Perdas devido a pequenas paradas.
pode ser dividido nas seguintes segmentações:
ITEM
• Atitudinal
• Programa 8S Tempo Calendário (T1)
• Confiabilidade e Mantenabilidade
Paradas
• O método TPM e ferramentas correlatas. Tempo de Trabalho (T2)
Prog.

O programa de treinamento tem continuidade em Tempo de Operação Paradas


conformidade com as demandas e necessidades resul- (T3) ñ Prog.
tantes do processo de desenvolvimento do MIM. Perdas
Tempo Líquido de
de
Operação (T4) Ren.
5.0- A PRODUTIVIDADE TOTAL
Tempo Efetivo Perdas
de Operação por
O OEE (Overall Equipment Effectiveness) é um (T5) Qual.
indicador de produtividade global, considerando os
aspectos de disponibilidade, rendimento e qualidade do OPORTUNIDADES
produto final, conforme a Equação 1, e que tem origem
no ambiente do TPM [1]. Figura 4- Detalhamentos das perdas, para o cálculo do OEE.

OEE = D η ν Eq. 1 Em casos de processos contínuos, tais perdas po-


dem ser interpretadas como perdas por defeitos, que
Onde: afetam o pleno funcionamento do item. Desta forma, o
cálculo da disponibilidade de potência, conforme é

5
realizado pelo setor elétrico, conforme Equação 5, apre- • Buscar a harmonia entre projetos diversos, garan-
senta um resultado que deve ser igual ao produto “D.η”. tindo a efetividade na aplicação dos recursos de
contra partida;
Pi x T4 • Realizar eventos periódicos de controle e acompa-
Disp = Eq. 5 nhamento do projeto em diferentes níveis.
Pn x T1
Onde:
7.0- CONCLUSÕES
Disp. = Disponibilidade, já considerando as perdas de
rendimento; Uma reflexão com base nos elementos acima apre-
Pi = potência do item durante T4; sentados e considerando o que deixar registrado, no
Pn = potência nominal do item; intuito de auxiliar o processo de decisão pela adoção de
T4 = tempo líquido de operação; projetos semelhantes, as seguintes conclusões devem ser
T1 = tempo calendário ou considerado como disponível. consideradas:

As perdas por qualidade estão associadas àquelas • O desenvolvimento do MIM considera um ajuste
ocorrências que colocam alguns parâmetros, p/ex.: ten- organizacional cujo beneficio evidente para a orga-
são e freqüência, fora da faixa regulamentada. Assim no nização, neste momento, é o de estabelecer uma
caso dos processos contínuos devemos ter: cultura voltada para documentar as ações, objeti-
vando a: sistematização, padronização e avaliação
OEE = Disp ν Eq. 6 de forma quantificável;
• O MIM direciona todos os colaboradores em busca
da melhoria do conhecimento de sua organização e
Em caso do item não preencher os requisitos ne-
do sistema físico associado, ou seja, na busca da
cessários para o uso da Equação 5, deve-se, então, pro-
identificação de oportunidades que promovam ga-
ceder conforme Equações 1, 2, 3 e 4.
nhos para a organização;
É oportuno lembrar, neste momento, que ainda ca-
be uma melhor interpretação, em um outro momento, • Foi quase surpreendente, para os colaboradores da
sobre as diversas expressões para o cálculo da disponi- Manutenção Autônoma, a revelação de suas impor-
bilidade, oferecidas na farta literatura sobre o assunto, e tâncias para a melhoria do negócio da organização,
no que tange às correlações entre as mesmas. apesar de todo um processo de desassistência das
instalações, e mais interessante, ainda, em confor-
6.0- RECOMENDAÇÕES midade com o planejamento estratégico organizaci-
onal.
Em decorrência das experiências que estão sendo
vivenciadas, no projeto ora em desenvolvimento, as 8.0- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
seguintes recomendações devem ser fortemente consi-
deradas em projetos semelhantes: [1]- Santos, Cícero M. P. dos (2003) Reflexões sobre
técnicas de gestão da manutenção, incorporando
métodos do TPM e RCM. Seminario Internacional
• Manter a presença da hierarquia máxima organiza-
de Mantenimiento y Servicios Asociados en Sis-
cional, como patrocinador do projeto, de forma con-
temas Eléctricos SIMSE CIER Cartagena de In-
tínua;
dias, Agosto.
• Manter e controlar uma estrutura permanente na
[2]- Naguib, Hussein (1993) A Roadmap for the im-
condução do projeto, de forma validada pela orga-
plementation of Total Productive Maintenance
nização;
(TPM) in a semiconductor manufacturing opera-
• Manter um sistema de divulgação e disseminação tions. IEEE/SEMI Semiconductor Manufacturing
do conhecimento, de fatos, de ocorrências e tudo Science Symposium.
mais relacionados ao projeto (o endomarketing); [3]- Nakajima, Seiichi (1988) Introduction to TPM.
• Estimular a participação do todos, mediante a exis- Productivity Press.
tência de atrativos que assegurem uma maior dedi- [4]- Abrantes, José (2001) Programa 8S. Editora Inter-
cação aos assuntos da organização, bem como, ao ciência.
crescimento de cada um individualmente; [5]- Suzuki, Tokutaro (1994) TPM in process indus-
tries. Productivity Press.

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