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Vale Do Silício - Esudar e Empreender No Polo Da Inovação
Vale Do Silício - Esudar e Empreender No Polo Da Inovação
INTRODUÇÃO...................................................................1
Por que o Vale do Silício atrai tanta
gente interessada em tecnologia?................................. 2
Quais escolas dominam o Vale do Silício......................4
Como funciona a ligação entre
empresas e universidades no Vale do Silício................ 7
Um MBA no exterior pode ajudar na
minha carreira em tecnologia? .......................................9
Da faculdade para o Vale do Silício:
como é a inserção no mercado de trabalho................. 11
Como conseguir oportunidades no Vale do Silício.... 13
Estudar para empreender: o que é e como se faz....... 15
Outras escolas americanas para
quem deseja empreender.............................................17
Os livros sobre empreendedorismo
lidos no Vale do Silício .................................................20
Como estes dois brasileiros chegaram
com tudo ao Vale do Silício..........................................24
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INTRODUÇÃO
A região do Vale do Silício, localizada na Califórnia (EUA), atrai estudantes e profissionais
fascinados por tecnologia. E não é de hoje: empresas como Hewlett-Packard já se
instalavam na região décadas atrás e começavam a torná-la um polo de inovação.
Nesse e-book, você vai entender o que faz com que o Vale do Silício funcione e
como são as parcerias firmadas entre empresas da região e universidades de renome.
Conheça a trajetória de brasileiros que trabalharam por lá e ainda casos de quem
embarcou para o Vale para aprender sobre empreendedorismo.
Além disso, saiba ainda como ficar de olho em oportunidades na região, como
competições para universitários e investimentos para startups!
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POR QUE O VALE DO Para quem se interessa por ou estuda tecnologia,
o nome é bastante familiar. O Vale do Silício,
GENTE INTERESSADA
instalava na região. Por lá, já na década de 50,
chegavam companhias como a Intel, interessadas
EM TECNOLOGIA?
em usar o silício como matéria-prima para produtos
como os processadores.
2
Voltar para o índice POR QUE O VALE DO SILÍCIO ATRAI TANTA
GENTE INTERESSADA EM TECNOLOGIA?
É possível fazer as malas para estagiar no Google A mais conhecida, que já virou figura carimbada em
e emendar em um verão trabalhando na Apple, em discussões sobre empreendedorismo e tecnologia,
uma só região. é Stanford.
Ainda pensando nas empresas concentradas no A localização geográfica (não é exagero dizer
Vale do Silício, há outro fator determinante: a rede que a instituição de ensino fica “logo ao lado” das
formada por essas empresas. São tantas startups, empresas), por si só, faz com que a escola chame a
tantas empresas dando os primeiros passos, em atenção. Pela cultura de inovação, passada adiante
meio a gigantes tecnológicas, que se forma uma por gerações de alunos, e somada à abordagem
rede difícil de replicar em outro lugar do mundo. multidisciplinar, que formou nomes de sucesso
Para os estudantes e profissionais, é uma chance como Elon Musk e Larry Page. Stanford virou um
de ouro para networking e para conhecer de perto polo para estudantes interessados em temas
pessoas com expertises variadas. ligados à tecnologia e que tivessem vontade de
empreender - mas não foi a única.
Esse é um cenário otimista também para quem
deseja começar uma empresa “do zero”. Afinal, em Isso porque outras universidades, a exemplo de
uma comunidade tão integrada, com tanta gente Stanford, perceberam que deveriam ter conexões
que compartilha interesses, há outro elemento com empresas da região e com as inovações
em jogo: os investidores. Falar de rodadas para tecnológicas que acontecem diariamente por
conseguir capital, ou da busca por viabilizar um ali. Assim, passaram não só a conectar alunos
negócio faz parte de aos postos de trabalho disponíveis no Vale,
“Se você tem estar no Vale do Silício.
Investidores sabem que,
como também a estimular a produção e troca
do conhecimento junto às empresas. É um dos
um negócio em um local do tipo, ingredientes determinantes por trás do sucesso
conseguem encontrar da Baía de São Francisco: as universidades que
bom, vai ideias diferentes - e, formaram as mentes pensantes e executantes do
conseguir claro, lucrativas. “Se Vale do Silício.
você tem um negócio
investimento no bom, vai conseguir
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QUAIS ESCOLAS Quando se fala em Vale do Silício, uma das
imagens que vêm à mente é a dos anúncios
DOMINAM O
de inovações tecnológicas ou notícias sobre
tecnologia. Uma nova versão de um celular da
VALE DO SILÍCIO
Apple, uma novidade no Facebook, um novo
aplicativo da moda. E, por trás da criação de tantas
ferramentas e projetos novos, está o conhecimento
associado a cada invenção.
Entre as 10 universidades que
lideram as contratações de Basta pensar no número de patentes criadas em um
ano nessa região da Califórnia. Em dados de 2015,
ex-alunos, nenhuma faz parte foram mais de 600. Para dar conta do recado, são
da Ivy League. necessários muitos funcionários, empreendedores,
executivos e investidores que pensam e repensam
cada uma dessas novidades. Por trás desses
sujeitos, universidades que os prepararam para
trabalhar com este cenário de rápidas inovações.
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Voltar para o índice QUAIS ESCOLAS DOMINAM
O VALE DO SILÍCIO
Há ainda parcerias firmadas entre instituições de “Stanford faz um esforço incrível para fazer com que
ensino e empresas, financiando estudos e projetos as pessoas ajam fora do consenso”, explica ele.
que se relacionem a tecnologia. Pensar fora da caixa, considerando alternativas para
problemas atuais, exige que os alunos vão além do
Quais universidades “dominam” a região? senso comum - o que implica correr riscos.
Um dado que chama a atenção e que pode
contrariar o senso comum é o de que, entre as
instituições que mais mandam alunos a empresas
“É como se Outro ponto
importante está na
no Vale do Silício, nenhuma faz parte da Ivy League Stanford tivesse rede de contatos
– liga que reúne as instituições de ensino mais possibilitada pela
tradicionais dos Estados Unidos. um selo mágico, universidade, com
ex-alunos alocados
que permite que
Segundo uma pesquisa comandada pela em empresas de
HiringSolved, uma empresa de recrutamento online, a gente fale com tecnologia e inovação.
com cerca de 10 mil profissionais, as instituições “É como se Stanford
que ficam no topo do ranking são nomes menos muita gente no tivesse um selo
conhecidos internacionalmente como Arizona
State e San Jose State. Escolas que têm um número
Vale. ” mágico, que permite
que a gente fale com
maior de alunos formados todos os anos, e que muita gente no Vale”, conta André, que voltou
oferecem muita gente para os processos seletivos. ao Brasil e criou a QuintoAndar, startup focada
em simplificar a locação de imóveis residenciais.
Também entre os 10 primeiros lugares da classificação Tomar um café com um ex-aluno que trabalhe numa
estão outras entidades mais conhecidas: Universidade empresa de interesse, portanto, vira lugar comum
da Califórnia, Berkeley, Stanford e Carnegie Mellon, para quem sai de Stanford.
todas em solo americano.
Carnegie Mellon
Stanford e Vale do Silício: A instituição foi fundada em 1900 e tem, em sua lista
uma relação de longa data de alumni famosos, profissionais de áreas bastante
É difícil falar de um sem falar do outro. O cientista variadas. George Romero, conhecido pelos filmes
da computação John Hennessy, apelidado de de terror, e o artista plástico e cineasta Andy
“Padrinho do Vale do Silício” e que presidiu Warhol passaram pela universidade. Em matéria de
Stanford por 15 anos, já explicou em palestras tecnologia e inovação, não é diferente: Carnegie
uma relação na casa dos trinta anos de duração. Mellon fica em terceiro lugar entre as universidades
Décadas em que o conhecimento produzido em que mais mandam ex-alunos ao Vale do Silício.
Stanford serviu de matéria-prima para inovações
constantes na região californiana. Um dos fatores por trás do sucesso tem a ver com
a ligação entre a instituição de ensino e nomes
O que tornou Stanford tão presente no DNA do como Apple e Amazon. “Eles se orgulham em
Vale do Silício? Em poucas palavras, um ambiente manter essas parcerias, que torna o contato com
multidisciplinar e pautado em inovação. Como as empresas muito mais direto”, explica Gabriel
explica o brasileiro André Penha, que cursou seu Bayomi, mestrando em Ciência da Computação.
MBA na universidade, a instituição ensina os alunos São promovidas palestras, feiras de carreira e aulas
“a ter coragem”. com CEOs e empreendedores.
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Voltar para o índice QUAIS ESCOLAS DOMINAM
O VALE DO SILÍCIO
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COMO FUNCIONA A ligação entre empresas do Vale do Silício e
universidades já é uma relação forte e consolidada.
A LIGAÇÃO ENTRE
Olhando de perto, trata-se de uma equação
simples. Por um lado, as instituições de ensino
conseguem investimento e empregos para os
EMPRESAS E alunos e ex-alunos. Por outro, o conhecimento
produzido dentro dos muros da universidade, bem
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Voltar para o índice COMO FUNCIONA A LIGAÇÃO
ENTRE EMPRESAS E UNIVERSIDADES
NO VALE DO SILÍCIO
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UM MBA NO A combinação entre carreiras em tecnologia e um
MBA no exterior pode soar inusitada, mas funciona
EXTERIOR PODE
muito bem. Ao contrário do senso comum, não
basta manejar bem as longas linhas de código
AJUDAR NA
ou dominar uma linguagem de programação para
se dar bem em ambientes competitivos da área.
MINHA CARREIRA
Para conquistar um nome em regiões como o
Vale do Silício, por exemplo, é necessário somar
conhecimentos técnicos ao know-how de quem
EM TECNOLOGIA? trabalha com negócios.
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Voltar para o índice UM MBA NO EXTERIOR PODE AJUDAR NA
MINHA CARREIRA EM TECNOLOGIA?
Tanto Stanford quanto outras instituições de ensino você ficou em dúvida entre as duas, não fez
geograficamente próximas oferecem a vantagem a lição de casa direito”, ressalta. Isso porque,
de colocar os alunos em contato com experts culturalmente falando, as duas têm abordagens
que trabalhem no Vale. Mais do que a proximidade diferentes e costumam atrair candidatos de uma
física com as empresas, as universidades permitem linha específica.
um “caminho oposto”: atraem os recrutadores Basta espiar o slogan de Stanford para ver um
e profissionais às aulas e à convivência no indicativo da cultura de negócios passada entre
campus. “Se você quiser conhecer alguém de os alunos: “Change lives, change organizations,
alguma empresa, basta um e-mail e um café a 15 change the world”.
minutos da escola”, conta
“A parte Guilherme Bastos, que Como decidir qual a melhor opção de MBA
No fim das contas, não há receita mágica que
técnica do MBA também fez o MBA em estipule a melhor opção, já que isso depende
Stanford.
é pequena em do perfil do candidato. De modo geral, as aulas
terão abordagem mais prática, trarão análises de
relação a tudo Não é à toa que a lista
caso e proporcionarão bom networking. Tendo
das empresas que
que o Vale do contratam mais alunos isso em mente, é preciso se debruçar sobre o que
diferencia as business schools na prática.
Silício das universidades como
Stanford e Berkeley tenha
proporciona” Um passo inicial serve como lição de casa para
tantos representantes de quem deseja fazer a application: pesquisar
setores de tecnologia. O resultado disso é um sobre cada instituição. Vale a pena recorrer
cenário propício àqueles que desejam trabalhar às informações de sites, os dados oficiais da
em empresas como Google e Facebook, e aos universidade e também recorrer a quem já passou
que desejam empreender em áreas correlatas. por lá. “Converse com ex-alunos, que podem
São alunos, professores e setor de admissions falar o que é bom ou ruim”, recomenda Lucas, que
muito bem alinhados. “Existem vários cursos seguiu esse caminho durante a preparação. Ele
ministrados por pessoas que já empreenderam, também decidiu visitar a escola pessoalmente e
focados em startups, em design thinking, e neles assistir a algumas aulas, além de conversar ao vivo
você aprende diretamente com quem já criou”, com os estudantes de Stanford.
explica Lucas Mendes.
A partir daí, é possível também analisar a rede
Mas, para os que desejam apostar no Vale do de alumni e o que fizeram após a graduação.
Silício, universidades localizadas nos arredores Basta pesquisar o destino dos alunos formados
não são a única opção. Nomes como Harvard na instituição e que tipo de posto de trabalho
não deixam de ser boas escolhas por conta da assumiram, entendendo quais cargos costumam
distância geográfica - afinal, e é possível apostar atrair os candidatos da universidade. Outro
em networking também nessas instituições. aspecto essencial, indicado por Lucas, é analisar
o “ecossistema” da região. “Isso representa um
Entretanto, como pontua Lucas, o passo essencial belo pedaço do valor que a universidade entrega”,
é ter noção do perfil da universidade ao qual se sintetiza ele. Para quem deseja uma carreira
em finanças, por exemplo, talvez a Baía de São
candidatar. “Harvard e Stanford são escolas de
Francisco não seja a melhor pedida. Tudo depende
negócios excelentes, um aluno não tem como
da combinação entre perfil de candidato e da
errar escolhendo uma delas”, diz ele. “Mas, se
universidade de destino para o MBA.
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DA FACULDADE Não é novidade a relação entre universidades
americanas e empresas de tecnologia. Essa
PARA O VALE DO
ligação vem permeada de vários elementos: a
presença de profissionais no corpo docente, de
SILÍCIO: COMO É
professores universitários no setor de pesquisa e
desenvolvimento da empresa e, claro, a presença
A INSERÇÃO NO
de recrutadores no campus.
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Voltar para o índice DA FACULDADE PARA O VALE DO
SILÍCIO: COMO É A INSERÇÃO NO
MERCADO DE TRABALHO
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COMO Não é de hoje que o Vale do Silício atrai gente
interessada em tecnologia. Todos os anos, há
CONSEGUIR
quem embarque para a região por conseguir um
estágio, ou mesmo que tenha conseguido uma
OPORTUNIDADES
viagem ao polo de inovação. Outros seguem para
a Baía de São Francisco com um emprego em
NO VALE DO
mente, dispostos a trabalhar em companhias como
Google e Facebook.
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Voltar para o índice COMO CONSEGUIR OPORTUNIDADES
NO VALE DO SILÍCIO
Se você ainda está na faculdade E não é para menos, já que a empresa reúne
Um dos caminhos interessantes para os estudantes profissionais de ponta vindos de todas as partes
- e, em alguns casos, para os recém-formados - do mundo e conta com um campus principal
está nas competições organizadas por empresas extenso, com dezenas de prédios.
do Vale do Silício. E funciona de forma simples.
Às vezes, há um desafio inicial proposto pelas Os impactos positivos dessa experiência
empresas, que queiram solucionar um problema ou profissional são duradouros. Depois de executar
um projeto por três meses, com a supervisão de um
encontrar uma alternativa melhor para um aplicativo.
mentor mais experiente, o estagiário desenvolve
Em outras ocasiões, não há ponto de partida
habilidades mais avançadas. “Como bilhões de
específico, como acontece em competições da
pessoas vão usar a ferramenta, tem que ser algo
Hewlett-Packard para pesquisadores.
rápido e eficiente”, relata Anderson. Com um nível
de exigência alto, o estagiário conclui o período
Com os universitários divididos em times, é a vez
com mais habilidades, que agregam valor na hora
de submeter propostas inovadoras às empresas,
de se candidatar mesmo a outras empresas.
que estabelecem os quesitos para analisar cada
participação. É possível que a competição exija,
Se você já se formou
por exemplo, um protótipo, ou que apenas peça o
Algumas competições organizadas por empresas
planejamento, ou um esboço do projeto. Depois
do Vale do Silício têm abertura para recém-
das fases desse processo seletivo, é a vez de formados. Essas disposições são determinadas por
embarcar para o Vale,
“O estágio no
edital, e podem ser checadas logo no site oficial
seja para uma viagem da empresa que organiza. Se o objetivo é passar
temática, seja para um período trabalhando por lá, e os estágios estão
Google foi o uma oportunidade de fora de cogitação, há ferramentas que elencam
trabalho temporária.
momento de
vagas na região.
perceber que Outra opção para os É possível, por exemplo, recorrer a sites como o
estudantes tem a ver Angel List, que conecta candidatos a vagas em
eu poderia fazer com os estágios na startups. Ou ainda faça o caminho mais direto ao
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ESTUDAR PARA Há quem chegue ao Vale do Silício disposto a
assumir um cargo em uma grande empresa da
EMPREENDER: O
região. Há ainda quem vá para Baía de São Francisco
interessado em um diploma de MBA ou graduação
QUE É E COMO
que impulsione uma carreira na área de tecnologia. E
há ainda quem deseje estudar para empreender, seja
SE FAZ
na região da Califórnia, seja no Brasil.
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Voltar para o índice ESTUDAR PARA EMPREENDER:
O QUE É E COMO SE FAZ
Para fazer isso na área de tecnologia há diversos à nossa volta”, conta André Penha, que cursou
caminhos. Uns sugerem a formação mais técnica, o MBA na universidade e voltou ao Brasil, onde
voltada para a Ciência da Computação, e outros fundou a startup QuintoAndar. Como resultado,
apontam o MBA como uma chance de aprender de tanto alunos como professores trabalham nesse
vez. Uma saída interessante para identificar qual a sentido, e as aulas são pautadas por esse mindset.
melhor formação para cada caso é entender de que Não vale apenas apresentar uma teoria básica de
forma o perfil da universidade e o currículo do curso administração, mas sim aplicá-la a iniciativas que
se adequam ao que “falta” na formação do aluno. Se ninguém fez antes.
o interesse é contabilidade, talvez a decisão penda
para uma escola em particular. Se a vontade é fazer Durante as aulas, os casos analisados servem
networking e ter acesso a outras startups, talvez para ilustrar a ideia, com casos de startups e
O know-how de Stanford
Um dos nomes de maior destaque quando se fala
em empreendedorismo é o de Stanford. A relação
da universidade com o Vale do Silício colabora
para a fama, assim como a lista de alumni famosos.
Mas o know-how oferecido pela instituição vai
muito além disso e costuma atrair alunos que
queiram empreender.
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OUTRAS ESCOLAS Para quem deseja empreender, há destinos que
atraem atenção em especial. Em geral, pelo
AMERICANAS PARA
ecossistema formado, juntando as características
do corpo docente, da rede de alumni e a estrutura
QUEM DESEJA
de cada instituição.
EMPREENDER
Conheça duas universidades que, assim como
Stanford e Berkeley, atraem gente interessada em
colocar a mão na massa e empreender em áreas
por Beatriz Montesanti
como as de tecnologia (mas não apenas!).
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PARA QUEM DESEJA EMPREENDER
Hoje, destaca-se por um curso de graduação que Artes e Humanidades, História e Sociedade,
alia administração e negócios com programas Matemática e Ciência, Economia, Negócios,
típicos dos liberal arts colleges – instituições Empreendedorismo, e Tecnologia.
americanas voltadas para a área de humanas.
Uma particularidade da instituição é uma
Foi essa combinação atípica que chamou a disciplina oferecida durante o primeiro ano, na
atenção de Anderson Ferminiano, bolsista da qual os alunos, divididos em grupos, recebem um
Fundação Estudar, quando decidiu ir para os orçamento para abrir a primeira empresa - no caso
Estados Unidos. Com 17 anos e já duas empresas de Anderson, a terceira.
fundadas no currículo, Anderson tinha Stanford
por dream school. Não aceito pela instituição, “O primeiro semestre é bem teórico, estudamos
descobriu outras boas opções que ofereciam como se cria um produto, e o segundo é mais prático,
aquilo que procurava: campo fértil e incentivo para tocamos a parte operacional”, conta o estudante.
criar e tocar seu próprio negócio. Os grupos organizam, de forma democrática, uma
estrutura hierárquica para tocar a empresa. Para
“Em Babson acreditamos ser CEO, por exemplo, é necessário fazer uma
proposta para a equipe, que decidirá os cargos.
que tecnologia não No final, é realizado um ranking da sala com base
no faturamento obtido; lucros são doados para
faz a empresa sozinha. uma instituição de escolha dos alunos, prejuízos
Pode, sim, ser um são assumidos pela universidade.
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Voltar para o índice OUTRAS ESCOLAS AMERICANAS
PARA QUEM DESEJA EMPREENDER
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OS LIVROS SOBRE Para quem quer ter um gosto do que é
estudar em um dos maiores centros de
EMPREENDEDORISMO
empreendedorismo e inovação do mundo,
selecionamos vinte e duas obras sobre o tema
LIDOS NO VALE
lidas por alunos de Stanford em diversos níveis,
da graduação ao MBA. (A maioria é em inglês,
DO SILÍCIO
mas cinco dos títulos já foram traduzidos.)
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Voltar para o índice OS LIVROS SOBRE
EMPREENDEDORISMO LIDOS NO
VALEDO SILÍCIO
Design thinking e inovação “Ideias malucas que funcionam” por Robert Sutton
Professor de Stanford com vastos conhecimentos
“Insight Out”, por Tina Seelig sobre psicologia comportamental, Robert Sutton
Professora de Stanford e autora de outro bestseller explica por quê uma companhia criativa precisa
sobre o assunto, “InGenium”, Tina Seelig, considerada recrutar pessoas que não cabem nos moldes para que
uma expert em criatividade, ensina como tirar ideias a cultura corporativa se torne mais criativa e inovadora
ousadas, criativas e empreendedoras do papel e – e o que fazer para não perder o controle.
implementá-las de verdade.
“Wired to Care”, por Dev Patnaik
“Design Thinking”, por Nigel Cross Praticar a empatia, a habilidade de conectar-
O termo está sempre flutuando por aí, assim como se com o outro e colocar-se em seu lugar, faz
o livro de Nigel Cross para quem quer entender com que uma empresa prospere, veja novas
mais a fundo sua teoria. São diversos cases de oportunidades e tome riscos. De reuniões na
estudo, análises e entrevistas com designers Intel a feiras de produtos orgânicos, conferências
reconhecidos em diversos campos, de software à religiosas e conversas com políticos, o autor
arquitetura e Fórmula 1. pesquisa de onde vem a empatia e como ela pode
ajudar um negócio a crescer.
“Creative Confidence”, por Tom & David Kelley
Irmãos e colegas de trabalho na IDEO, a premiada “The Achievement Habit”, por Bernard Roth
empresa de design thinking americana, Tom e Cofundador da escola de design thinking de
David Kelley destacam, através de princípios, Stanford, a d.School, o autor escreve que o hábito
estratégias e histórias reais, a importância da da conquista pode ser adquirido e, uma vez
criatividade em todas as facetas da empresa, que treinado, fica muito mais fácil enfrentar os desafios
vai muito além da “equipe criativa” lá da ponta. e atingir seus objetivos pessoais e profissionais.
“Design de negócios”, por Roger Martin “Designing Your Life”, por Bill Burnett &
Roger Martin considera o design thinking como a Dave Evans
próxima grande vantagem competitiva no mundo Todo design começa com um problema – o
dos negócios. Neste livro, que tem exemplos tamanho do seu celular, a cadeira em que você está
de empresas como IBM e Apple, ele apresenta sentando, o comprimento de um botão no teclado
conceitos que agregam valores à empresa e – e designers prontos para resolvê-lo. Os autores
mostra porque o design é tão importante para ter deste livro escrevem que os mesmos princípios
sucesso e inovar. de design thinking utilizados para criar objetos e
serviços pode ser utilizado em sua carreira e em
“Thinking in Systems”, por Donella Meadows sua vida, mantendo-o constantemente criativo,
A ideia da autora é deixar palpável o conceito produtivo e surpreendente.
de sistemas ao ensinar ferramentas e métodos
para pensar de forma sistemática. Aprender esta
habilidade, escreve ela, permite a identificação
e resolução de falhas também sistemáticas, que
podem parecer pequenas de maneira isolada,
mas são potencialmente devastadoras.
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Voltar para o índice OS LIVROS SOBRE
EMPREENDEDORISMO LIDOS NO
VALEDO SILÍCIO
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EMPREENDEDORISMO LIDOS NO
VALEDO SILÍCIO
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COMO Quando o paulista Anderson Silva decidiu prestar
vestibular, não sabia muito sobre as universidades
ESTES DOIS
públicas. Natural de Mairinque, cidade localizada
no interior de São Paulo, ele se matriculou em um
BRASILEIROS
cursinho popular no último ano do Ensino Médio e,
só aí, decidiu prestar a prova da Universidade de São
CHEGARAM
Paulo para Ciência da Computação. “Logo que entrei
na graduação, via as histórias dessas pessoas que
foram estudar fora, assistia a vídeos e me inspirava
COM TUDO AO muito”, conta ele. “Mas eu não sabia nada de inglês”.
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Voltar para o índice COMO ESTES DOIS BRASILEIROS
CHEGARAM COM TUDO
AO VALE DO SILÍCIO
Determinado a estudar fora, ele reuniu os recursos “O pessoal em McGill queria criar produtos,
mais próximos. Candidatou-se ao programa usar tecnologia para resolver problemas reais”,
Ciência Sem Fronteiras, do governo federal detalha Anderson, que passou um ano e meio na
brasileiro, mas não conseguiu encaminhar a Universidade McGill antes de voltar à USP.
documentação a tempo. Já no terceiro ano da Recém-formado e de volta ao Brasil, Anderson
graduação, Anderson decidiu aplicar para um enxerga a ciência da computação como boa
estágio no Google -- e enviou, pelo próprio site ferramenta para garantir escala em projetos de
da empresa, seu currículo. “Fazer uma entrevista mudança social. “Quando você pensa em mudar
técnica com um engenheiro de software e um um país, tem que tocar muita gente, chegar a
recrutador do Google foi a primeira situação em muitos lugares remotos”, conclui ele.
que falei em inglês com alguém”, conta ele, que na
época conseguira também uma bolsa da FAPESP De Harvard para o Vale do Silício
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Já o brasileiro Gabriel Guimarães decidiu estudar
São Paulo) para realizar pesquisa no Brasil. fora logo na graduação. Aos 16 anos, ele conheceu
o CS50, a matéria introdutória de Harvard para
O processo seletivo para conseguir o estágio ciência da computação. Começou a assistir às
na Google demorou meses. Nesse meio tempo, aulas pela internet e, quando terminou o curso,
Anderson já decidira aproveitar a oportunidade pensou em traduzi-lo para o português. Foi
de fazer um intercâmbio enquanto pesquisador na quando contatou o professor responsável e pediu
Austrália. “Eu conversava autorização para ministrá-lo no Brasil e transformá-
“Empreender com meu colega de quarto
diariamente em inglês, o que
lo em MOOC. “Quando fiz isso, defini que eu faria
computação para o resto da vida”, comenta ele.
é trabalhar, me preparou bem para o
estágio nos Estados Unidos”. Quando aplicou para as universidades no exterior,
mesmo que Harvard foi uma das opções do brasileiro,
sozinho, para E como é estagiar em uma também aprovado no Massachussetts Institute of
empresa tão grande como Technology (MIT) e em Yale. Escolheu o que achou
tentar fazer o Google? “Como bilhões que o desafiaria mais: Harvard. “O que seria difícil
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CHEGARAM COM TUDO
AO VALE DO SILÍCIO
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Textos
Priscila Bellini
Edição
Nathalia Bustamante
Design
Aaron Saiki
Danilo de Paulo
Renata Monteiro