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Rivaldo Machado
Geografia p/ IBGE
Aulas 1 a 25

Geografia – IBGE
Professor: Rivaldo Machado
Aulas: 25

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Apresentação

Rivaldo Lins Machado


Graduado em Ciências Sociais
Pós-graduado em Sociologia
Experiência de 9 anos em curso preparatório para concursos públicos nas
disciplinas de conhecimentos gerais, atualidades e geografia.

Amigos(as),
Começamos uma nova jornada de estudos com a missão de atingir novos
objetivos. A partir de agora devemos centrar nossas capacidades nas metas a
serem atingidas em um futuro muito próximo.
Como disse Clarice Lispector: É necessário abrir os olhos e perceber que as
coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos
nem os desejos de razão.
Assim, desejo muita sorte e sucesso nesse novo caminho.

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Geografia

A Terra no Espaço
Se compararmos a Terra com as dimensões do Universo a única certeza que teremos é
que nosso planeta é muito pequeno. Por outro lado, não devemos nos esquecer que nosso
planeta apresenta uma peculiaridade: é o único com vida comprovadamente existente.

"A Terra é azul." Esse é o comentário do russo Iuri Gagárin, primeiro homem a avistar o
planeta de uma nave espacial, em 1961. Fotografias tiradas nas últimas décadas
confirmam que a Terra parece mesmo uma brilhante esfera azulada, só que mesclada de
branco. O azul provém do fato de 70% da superfície terrestre ser ocupada por água,
enquanto o branco vem da coloração da camada de nuvens que envolvem o planeta.
Crédito: The Planetary Society - Nasa

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A existência de vida em nosso planeta só se tornou possível devido a existência de outro


astro: o Sol. As tabelas abaixo procuram dar uma idéia desses dois astros.

CARACTERÍSITCAS DA TERRA
Diâmetro equatorial 12 700 Km
Diâmetro polar 12 713 Km
Achatamento 1/298
Circunferência equatorial 40 110 Km
Circunferência polar 40 009 Km
Superfície 510 000 000 Km2
Volume 1 083 000 000 000 Km3
Massa 6 sextilhões de toneladas

CARACTERÍSTICAS DO SOL
Distância da Terra 150 000 000 Km
Diâmetro 1 390 000 Km
Volume 1 300 000 vezes o da Terra
Densidade Média 1,4
Massa 330 000 vezes a da Terra
Composição 75% de hidrogênio e 25% de hélio

A Terra e seus Movimentos


Temos uma falsa impressão de que a Terra esta estática, parada e os demais astros que
nos circulam em movimento. Porém, a realidade é muito diferente daquela apanhada pelos
nossos sentidos. A Terra é um planeta que apresenta aproximadamente 14 movimentos
Entre os principais movimentos executados pela Terra, nos deteremos em dois: o de
rotação e o de translação. Esses dois movimentos são os mais importantes. Eles, além de
auxiliarem na medida do tempo terrestre, também influenciam no mecanismo das estações
do ano. Assim, estes movimentos regem o cotidiano humano e natural em nosso planeta.

O Movimento de translação
A Terra, bem como os demais planetas do sistema solar, executam esse movimento em
torno do Sol em suas órbitas elípticas. No caso da Terra, devido a forma da órbita, as
vezes estamos mais próximos e as vezes mais distantes do Sol. No início do ano estamos
no periélio (menor distância: 147,1 milhões de quilômetros); e no meio do ano estamos

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afélio (maior distância: 152,1 milhões de quilômetros). Veja outras características deste
movimento na tabela abaixo:
Sentido Oeste/Leste
Tempo Aproximadamente 365 dias
Velocidade 29,9 Km/s
Espaço percorrido na órbita 930 milhões de quilômetros
Conseqüências Estações do ano, desigualdade na
distribuição de luz e calor, desigual duração
dos dias e noites e a ocorrência dos
Solstícios e Equinócios.

Outro ponto que merece destaque é o posicionamento do eixo terrestre em relação ao


solar. Entre eles existe uma inclinação de 230 27’ conhecida com obliquidade da eclíptica.
Essa diferença faz com que se originem as diferentes estações do ano. Dependendo da
posição que a Terra se encontra em sua órbita, teremos os Solstícios e os Equinócios.
Os Solstícios representam as épocas do ano em que os Polos da Terra se encontram mais
próximos ou mais distantes do Sol. Daí a desigualdade nas temperaturas e na duração dos
dias e das noites.
Os Equinócios são as épocas do ano em que os Polos são igualmente iluminados pelo Sol.
Como consequência, existe um maior equilíbrio nas temperaturas e na duração dos dias e
das noites.

- Observação
Ano bissexto: Ocorre quando o ano apresenta 366 dias, ou seja, como o movimento de
translação dura 365d 5h 48m 48seg, adota-se como sendo um ano de 365 dias, restando
aproximadamente 6 horas por ano que são acrescidas a cada 4 anos (4 x 6) = 24 horas,
sendo que o mês de fevereiro fica então com 29 dias.

O Movimento de rotação

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Consiste no movimento que a Terra executa em torno de seu próprio eixo. Esse eixo é
imaginário passando por seus polos. Devido ao movimento de rotação temos a impressão
de que o Sol nasce a Leste e se põe a Oeste, mas a realidade é diferente. É a Terra que,
executando seu movimento de rotação, gira de Oeste para Leste, dando-nos a falsa
impressão que o Sol gira ao seu redor. O quadro abaixo apresenta as principais
características desse movimento:

Sentido Oeste/Leste
Tempo Aproximadamente 24 horas
Velocidade 1 666 Km/h na altura do equador
Conseqüências Sucessão dos dias e noites, abaulamento
dos pólos e achatamento do equador e a
circulação atmosférica.

Entre as diferentes consequências do movimento rotação destacam-se os diferentes fusos


horários. Esses surgiram como consequência da maior integração das diferentes e
distantes regiões de nosso planeta, surgindo a necessidade de padronização das
diferentes formas de medir o tempo. Assim, se compararmos a localização de dois pontos
em nosso planeta é possível saber que diferenças, em horas, os separam.
Porém, antes de vermos como ocorrem essas diferenças devemos compreender as
diferentes maneiras de nos localizarmos. Mais adiante voltaremos aos fusos horários.

Orientação
Baseia-se inicialmente em quatro direções denominadas PONTOS CARDEAIS a saber:
Norte – ou Setentrião ou Boreal (em astronomia)
Sul – ou Meridião ou Austral (em astronomia)
Leste – Oriente, nascente ou levante
Oeste – Ocidente, Poente ou ocaso
Necessariamente deve ser complementada pelos pontos COLATERAIS e
SUBCOLATERAIS na ROSA-DOS-VENTOS:
Verifique que devido no mostrador das BÚSSOLAS, as iniciais podem ser grafadas em
INGLÊS:

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Atualmente, está em uso civil e cada vez mais comum o GPS (Global Positioning Sistem),
desenvolvido inicialmente para a área militar mas desde o final dos anos 1990 vem
equipando veículos, telefones celulares entre outros instrumentos.
Baseia-se em 24 satélites que orbitam a Terra e um aparelho receptor que necessita
rastrear de quatro a cinco destes satélites para a demarcação de Latitude, Longitude e
altitude de onde se esteja.

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O planeta Terra
Se compararmos a Terra com as dimensões do Universo a única certeza que teremos é
que nosso planeta é muito pequeno. Por outro lado, não devemos nos esquecer que nosso
planeta apresenta uma peculiaridade: é o único com vida comprovadamente existente.
"A Terra é azul." Esse é o comentário do russo Iuri Gagárin, primeiro homem a avistar o
planeta de uma nave espacial, em 1961. Fotografias tiradas nas últimas décadas
confirmam que a Terra parece mesmo uma brilhante esfera azulada, só que mesclada de
branco. O azul provém do fato de 70% da superfície terrestre ser ocupada por água,
enquanto o branco vem da coloração da camada de nuvens que envolvem o planeta.
A existência de vida em nosso planeta só se tornou possível devido à existência de outro
astro: o Sol.
As tabelas abaixo procuram dar uma ideia desses dois astros.

CARACTERÍSITCAS DA TERRA
Diâmetro equatorial 12 700 Km
Diâmetro polar 12 713 Km
Achatamento 1/298
Circunferência equatorial 40 110 Km
Circunferência polar 40 009 Km
Superfície 510 000 000 Km2
Volume 1 083 000 000 000 Km3
Massa 6 sextilhões de toneladas

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CARACTERÍSTICAS DO SOL
Distância da Terra 150 000 000 Km
Diâmetro 1 390 000 Km
Volume 1 300 000 vezes o da Terra
Densidade Média 1,4
Massa 330 000 vezes a da Terra
Composição 75% de hidrogênio e 25% de hélio

OS MAPAS E A CARTOGRAFIA
Os mapas constituem um instrumento essencial para os estudos geográficos. São
utilizados para facilitar a visualização e a localização dos acontecimentos na superfície do
planeta. A primeira preocupação da geografia está nessa localização que vai desde um
ponto específico, como uma rua; até um ponto geral, um continente.
A cartografia, por sua vez, consiste na disciplina responsável pela construção dos mapas
ou cartas geográficas. Que são representações gráficas – um desenho – de um local ou da
totalidade do espaço geográfico.
Um mapa possui diversos elementos, destacando-se:
Título: É o nome do mapa e se refere ao que ele retrata. Como por exemplo: Relevo do
Brasil, Aglomerações Urbanas, etc.
Símbolos: Também conhecidos como as convenções cartográficas, são desenhos
especiais (um círculo, um triangulo ou um pequeno avião), que indicam pontos que foram
mapeados como as cidades e os aeroportos. Geralmente seu significado aparece em uma
legenda, na parte lateral ou inferior do mapa.
Escala: A escala é o elemento de relação entre as proporções reais e as que estão
representadas no mapa. Todo mapa é feito de acordo com uma escala, que indica quantas
vezes as medidas reais foram reduzidas.

Tipos de Escalas
Escala numérica
Quando representada sob a forma de uma razão (1:2.000.000) ou de uma fração
(1/200.000). Nesse caso dizemos que a escala é de um por duzentos mil. Sendo que, 1
corresponde ao número de centímetros no mapa e 200.000 corresponde ao número de
centímetros reais (no terreno).
Veja como são feitas as conversões:
1. Qual é a distância real aproximada entre São Paulo e Curitiba? Sabe-se que no mapa
de escala 1:2.000.000, esses cidades distam 20 cm em linha reta.

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Cálculo:
Se 1 centímetro no mapa equivale a 2.000.000 centímetros no terreno, então precisamos
transformar a distância do terreno em quilômetros, para isso, precisamos fazer o seguinte:
Utiliza-se a tabela dos múltiplos e submúltiplos do metro:

Km hm Dam M dm cm mm
20 0 0 0 0 0

Então cada 1cm no mapa corresponde a 20 km no terreno.


Desta forma, se a distancia aproximada entre São Paulo e Curitiba no mapa e representa
do por 20 cm, deveremos descobrir qual à distância na realidade. Esse número
conseguimos através da aplicação da regra de três:

1 cm _________ 20 km
20 cm _________ X

1x = 20.20
x = 400 Km

Assim, concluímos que a distância aproximada entre as cidades de Curitiba e São Paulo é
de 400 Km.

Escala Gráfica
Quando são representadas sob a forma de uma reta graduada, onde existe uma relação
direta entre a distância representada e real, facilitando a leitura do mapa. Veja o exemplo
abaixo:
Nesse caso cada 1 centímetro no mapa representa 1 Km na realidade, apesar da
graduação ser feita em escala de 2 centímetros.
Indicador de direção: Essencial em um mapa, consiste em uma pequena seta que aponta
para o norte, sendo que a partir dele podemos encontrar os demais pontos cardeais (sul,
oeste e leste). É incorreto imaginar que, necessariamente, o norte de um mapa está em
sua parte superior e o sul na inferior. Devemos imaginar os mapas como uma
representação área, logo não existe uma parte superior e outra inferior. Assim, o indicador
de direção é essencial em qualquer mapa.

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Linhas: São os paralelos e os meridianos que existem nos mapas. São linhas imaginárias
que tem como função dar a localização exata de qualquer ponto no globo terrestre, a partir
de sua longitude e latitude. Essa localização é dada através das coordenadas geográficas.

Latitude
É a distância contada em graus, de um ponto qualquer da superfície terrestre até o
Equador.
Pode ser: Norte ou Sul
Varia de 0º a 90º - É medida pelos paralelos.

Longitude
É a distância contada em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre até o Meridiano
de Greenwich.
Pode ser: Leste ou Oeste
Varia de 0º a 180º - É medida pelos meridianos.

Curvas de nível
Numa planta topográfica, uma curva de nível caracteriza-se como uma linha imaginária
que une todos os pontos de igual altitude de uma região representada. É chamada de
"curva" pois normalmente a linha que resulta do estudo das altitudes de um terreno são em
geral manifestadas por curvas.
São associadas a valores de altitude em metros (m)
Portanto, a curva de nível serve para identificar e unir todos os pontos de igual altitude de
um certo lugar.
Esta pode ser interpretada como uma batata, se a cortarmos em camadas, depois
gradualmente desenharmos cada "camada" da batata em uma folha de papel, poderemos
interpretar o desenho como uma planta de altitudes de um lugar. Se repetirmos o ato
varias vezes no mesmo papel poderemos unir os pontos de iguais altitudes formando uma
curva de nível.
As curvas de nível indicam uma distância vertical acima, ou abaixo, de um plano de
referência de nível. Começando no nível médio dos mares, que é a curva de nível zero,
cada curva de nível tem um determinado valor. A distância vertical entre as curvas de nível
é conhecida como equidistância, cujo valor é encontrado nas informações marginais da
carta topográfica.

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Fusos horários
Se a Terra estivesse parada diante do Sol, teríamos sempre o mesmo horário em todo o
planeta. Como isto não ocorre, encontramos diferenças de até 24 horas nos mais diversos
locais do planeta. Dessa forma, existe uma convenção criada pelo homem, onde dentro de
cada uma das 24 faixas entre os meridianos, a hora é a mesma. Como nosso planeta
possui 360º e 24 fusos, cada fuso equivale a 15º. Quando se passa de um fuso para o
outro, devemos aumentar (a leste) e diminuir (a oeste) uma hora. Não esquecendo que os
minutos e segundo permanecem os mesmos, com raras exceções.

Sistema físico da Terra


O Planeta Terra, principalmente sua camada superficial onde vivemos, não é um sistema
estático. Pelo contrário, nosso planeta apresenta grande dinâmica. Os elementos com os
quais convivemos passam por alterações, algumas facilmente perceptíveis outros com
maior dificuldade de percepção devido à velocidade dos acontecimentos.
Nesse sistema físico o fator que gera essa dinâmica é a energia, que tem duas origens: a
irradiação solar e a energia do interior da Terra.
A energia solar é a mais importante, pois sem ela não existiria a água em estado líquido, a
mudanças na temperatura e atmosfera e todas as formas de vida. Por sua vez, a energia
do interior da Terra é responsável pelas formações de diferentes formas de relevo, através
do vulcanismo, do tectonismo, dos dobramentos, etc. Observe na figura abaixo, como
esses elementos agem sobre o sistema físico da Terra.

Adaptado de: Nasa, Science of the Earth Sistem, 2002.Fonte: Geografia – Série Brasil, José William Vesentini, Editora Ática,
São Paulo, 2004.

A Superfície do planeta

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O ser humano ocupa uma pequena parcela da superfície do planeta. Essas parcelas
denominaram de espaço geográfico. Nem toda a superfície é ocupada pelo homem, pois
ele não vive no fundo dos oceanos, na atmosfera ou nas camadas mais profundas.
A superfície do planeta é uma camada de aproximadamente 20 000 metros de espessura,
onde ocorre o contato entre as esferas de nosso planeta: a atmosfera, a litosfera, a
hidrosfera e a biosfera.
Através dessa interação poderíamos afirmar que biosfera e espaço geográfico são
conceitos idênticos. Isso não é verdade, pois o espaço geográfico abrange além da vida no
planeta, também os elementos inorgânicos como a tecnologia utilizada e que vão além da
biosfera.
Vamos agora compreender as características e o funcionamento de cada uma dessas
esferas, percebendo que o espaço ocupado passa por profundas mudanças e se
compreendermos essas mudanças podermos entender melhor o papel do homem nesse
planeta.

A LITOSFERA
É a camada externa de nosso planeta, também conhecida como crosta terrestre. Ela é
formada por rochas e minerais. Mais qual a diferença entre esses elementos?
Os Minerais são elementos que possuem uma definição muito clara de sua composição
química. Quanto um ou mais minerais se agregam ocorre à formação de uma rocha.
As Rochas podem ser classificadas de acordo com sua origem, onde temos três conjuntos:
Ígneas ou Magmáticas: são formadas a partir da solidificação do magma, que consiste no
material fundido que se encontra no interior do planeta. A solidificação pode ocorrer nos
continentes ou no fundo dos oceanos. Se ocorre na superfície são classificadas como
extrusivas ou vulcânicas, se ocorre no interior da crosta terrestre são classificadas como
intrusivas ou plutônicas. Ex.: mica, quartzo e basalto.
Sedimentares: Resultam do processo de desgastes de outras rochas. O material erodido
(sedimentos) é transportado pela água da chuva e os ventos, acumulando-se em regiões
que recebem detritos orgânicos. Esse acúmulo, somado a pressão de camadas superiores,
recebe a denominação de sedimentação. Ex.: arenito, calcário e carvão-mineral.
Metamórficas: As rochas sedimentares e magmáticas quando sofrem a ação da pressão e
da temperatura passam por algumas mudanças, dando origem a rochas como o mármore
e o gnaisse.

Camadas Internas da Terra


A Terra é composta das seguintes camadas:
Crosta Terrestre

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Formada pelo Sial e Sima. A Crosta Terrestre ou Litosfera (Lithos = Pedra) é a camada
mais externa da Terra e encontra-se consolidada. É na superfície que ocorrem os
fenômenos de erosão e sedimentação e é também nela que vivemos.
A crosta terrestre apresenta espessura bastante variável: 60 km nas montanhas e apenas
5 a 10 km nas bacias oceânicas. Nos continentes, sua espessura média é de 40 km.
De acordo com a sua constituição, podemos subdividi-la em:
Sial: É a porção superficial da crosta, correspondendo ao solo e subsolo, principalmente
constituída de silício e alumínio (SIAL). Predominam as rochas magmáticas e
metamórficas. Sua espessura é de 15 a 25 km, com densidade de 2,7.
Sima: É a porção interna da crosta terrestre, com predomínio de rochas básicas e de
minerais de silício e magnésio, com densidade de 2,95.
Magma Pastoso
O magma pastoso está subdividido em três camadas:
Manto: camada situada logo abaixo do Sima. Espessura de 2 900 km, temperatura em
torno de 3.400ºC e densidade média de 3,3. O material acha-se em estado pastoso. O
material é constituído de silicatos ferromagnesianos. É semelhante à constituição dos
assideritos (meteoritos).
Camada intermediária: também chamada de núcleo externo. Situa-se entre o manto e o
núcleo externo. Sua espessura é de 1 700 km, e a temperatura pode atingir 4.000ºC. Sua
densidade varia em torno de 4,7. O material acha-se em estado líquido.
Núcleo: também chamado de Nife. É a porção central da Terra. É constituído por ferro e
pequena quantidade de níquel (nife). Sua espessura é de 1 700 km, com a densidade de
12,2. Apresenta uma temperatura elevada na ordem de 6.000ºC. Pesquisas recentes
indicam que o núcleo interno é sólido, ao contrário do núcleo externo que é líquido. O
núcleo pode ser chamado também de Barisfera ou Siderosfera.

Continentes Flutuantes
A Crosta Terrestre é formada por enormes placas que se movem lentamente sobre o
magma. Esse movimento, denominado de tectônica de placas, transforma constantemente
a superfície da Terra.

A Deriva Continental e a Tectônica de Placas


A teoria da tectônica de placas, para explicar a dinâmica de transformação da Crosta
Terrestre, representou uma revolução científica análoga, em suas consequências, aos
modelos atômicos de Rutherford e Bohr, para a Física, ou à descoberta do código
genético, para a Biologia.

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Tectônica é o ramo da geologia que estuda os processos mecânicos responsáveis pelas


deformações da Litosfera, bem como as estruturas desses movimentos. A crosta como
parte superior do manto, sujeito às perturbações tectônicas, formam a Tectonosfera. Os
movimentos que resultam da deformação denominam-se de movimentos tectônicos.
Os movimentos tectônicos alteram a distribuição das terras, mares, montanhas e vales.
Por serem de longa duração, embora em geral muito lentos, esses movimentos podem
formar grandes bacias sedimentares ou elevadas cadeias de montanhas. São classificadas
em verticais ou epirogenéticos e tangenciais ou orogenéticos, os quais originam
respectivamente, falhamentos e dobramentos.

Tectônica de Placas
Teoria exposta pelo geólogo americano Harry Hammond Hess, em 1960, que explicava a
renovação constante dos assoalhos oceânicos, baseada em fundamentos essencialmente
geológicos, que justificaria o afastamento dos continentes.
A superfície do planeta não é uma placa imóvel, como se supunha no passado. Hoje se
acredita que a camada superficial da Terra, a Litosfera, com 50 a 1250 km de espessura,
seja formada por um conjunto de 13 placas. A Litosfera desliza sobre uma camada de
rocha mais plástica, parcialmente derretida, conhecida como astenosfera.
A parte mais interna das placas permanece indeformada, mas suas bordas sofrem vários
dos principais processos que modelam a superfície terrestre, como os abalos sísmicos,
vulcanismo e movimentos orogênicos. De acordo com a teoria da tectônica de placas, as
placas da Litosfera não coincidem normalmente com os limites dos oceanos e continentes.
A maioria das placas é continental, no entanto, a placa do Pacífico é totalmente oceânica.
Permanece mapa com placas pg 25

Deriva Continental
Teoria formulada por Alfred Wegener (1880-1930) meteorologista alemão, imaginou que os
continentes atuais eram unidos em um único supercontinente, ao qual denominou Pangéia.
Mesmo não tendo provas físicas confiáveis para tal teoria, Wegener utilizou a
correspondência entre os contornos do Atlântico, permitindo encaixá-los na área
correspondente à América e à África, como peças de um quebra-cabeça; a significativa
quantidade de fósseis na África e na América do Sul no período anterior ao Terciário;
análise de semelhanças geológicas dos dois continentes e reconstituição de antigos climas
em diversas regiões do globo.

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O Relevo Terrestre
O relevo terrestre constitui os diferentes aspectos da camada superficial da Crosta
Terrestre. Nele, encontramos uma grande variedade de formas, onde se destacam as
principais: Montanhas, Planaltos, Planícies e Depressões, que após serem moldadas pela
atuação dos agentes internos e externos sobre a Crosta Terrestre.
Montanha: Grande elevação natural do terreno com altitude superior a 300 metros, e
constituída por um agrupamento de morros.
Planalto: Extensão de terrenos mais elevados que as planícies e depressões, e menos
que as montanhas, com bordas nítidas, situados em altitudes variáveis. Sua origem pode
ser: cristalino (formado a partir de antigos dobramentos ou montanhas), sedimentar
(formado a partir dos sedimentos de outros terrenos) e basálticos (formado a partir do
derramamento de magma)
Planície: Extensão de terrenos baixos que se localizam próximos aos planaltos ou
montanhas, onde predominam os processos de erosão.
Depressão: São áreas mais baixas ou deprimidas que suas vizinhas. Podem ser
classificadas em absoluta (quando fica abaixo do nível do mar) e relativa (acima do nível
do mar e abaixo do nível das áreas circunvizinhas).

Agentes modificadores do Relevo


Agentes Internos
Os terremotos, o vulcanismo e os desmoronamentos internos são responsáveis pela
formação de diferentes formas de relevo de nosso planeta. Esses fenômenos não estão
bem distribuídos na superfície do planeta, pois existem algumas regiões que apresentam
maior incidência. Essas regiões sísmicas estão concentradas nas divisas ou encontro de
placas. Assim, a tectônica de placas é a grande responsável pelo surgimento de diferentes
formas de relevo. Observe o mapa abaixo e perceba a incidência dos vulcões:

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Fonte: Almanaque Abril

Também se deve perceber que duas placas tectônicas quando se aproximam, muitas
vezes temos a formação de uma bacia sedimentar na região mais profunda da união, os
terrenos mais levem se erguem e se dobram. Pelo fato desses terrenos serem mais
maleáveis e se dobram e não se rompem, formando as grandes cadeias de montanhas ou
dobramentos modernos.
Além dos dobramentos, nas regiões de encontros de placas ocorrem os vulcões. O
vulcanismo é a atividade pela qual o material magmático é expulso do interior para a
superfície da Terra. O material expelido pode ser sólido, líquido e gasoso. O material
expelido do interior da Terra é acumulado na superfície, formando o cone vulcânico (relevo
postiço), geralmente em forma de cone.
Além do cone vulcânico, grandes derramamentos de magma pode levar a formação de
outras formas de relevo, como os planaltos.

Agentes Externos
São agentes modeladores do relevo terrestre, entre eles destacam-se
As Águas: As águas das chuvas, como as águas dos rios, dos mares ou das geleiras são
poderosos agentes modeladores do relevo. Na fase inicial, desgastam as rochas das
montanhas, através da erosão continuam e depois depositam os detritos no fundo dos
vales e das planícies.

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A água dos mares executa o trabalho de destruição de litorais (Abrasão) como ocorre com
as falésias e também executa o trabalho de construção de praias, e restingas, tômbolos
(sedimentação marinha). Quanto às geleiras, são responsáveis pela erosão glaciária
(fiordes), as bacias circulares, os lagos de acumulação de blocos rochosos intitulados de
morainas.
Os ventos: São responsáveis pela destruição do relevo (erosão eólica), que é executada
em duas etapas; retira os fragmentos das rochas (deflação) e depois os lança com
violência contra outras rochas (deflação).
Seres Vivos: Os animais têm participação bem modesta do relevo, no entanto, o Homem é
um dos maiores responsáveis pela alteração da natureza, construindo, devastando,
destruindo conforme as suas necessidades, e muitas vezes apenas por interesses
econômicos.

A natureza do Brasil
O território brasileiro apresenta extensão continental e, como consequência, uma grande
diversidade de paisagens. Oficialmente a República Federativa do Brasil, é o maior país da
América do Sul, sendo o quinto maior do mundo em área territorial (equivalente a 47% do
território sul-americano) e população (com mais de 202 milhões de habitantes).É o único
país onde se fala majoritariamente a língua portuguesa na América e o maior país lusófono
do planeta, além de ser uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas, em
decorrência da forte imigração oriunda de variados cantos do mundo.
Delimitado pelo oceano Atlântico a leste, o Brasil tem um litoral de 7 491 km. É limitado a
norte pela Venezuela, Guiana, Suriname e pelo departamento ultramarino francês da
Guiana Francesa; a noroeste pela Colômbia; a oeste pela Bolívia e Peru; a sudoeste pela
Argentina e Paraguai e ao sul pelo Uruguai. Vários arquipélagos formam parte do território
brasileiro, como o Atol das Rocas, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Fernando de
Noronha (o único destes habitado) e Trindade e Martim Vaz. O país faz fronteira com todos
os outros países sul-americanos, exceto Chile e Equador. A sua Constituição atual,
formulada em 1988, define o Brasil como uma república federativa presidencialista,
formada pela união do Distrito Federal, dos 26 estados e dos 5 570 municípios.
O território que atualmente forma o Brasil foi encontrado pelos europeus em 1500, durante
uma expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral. A região, que até então era
habitada por indígenas ameríndios divididos entre milhares de grupos étnicos e linguísticos
diferentes, torna-se uma colônia do Império Português. O vínculo colonial foi rompido, de
fato, quando em 1808 a capital do reino foi transferida de Lisboa para a cidade do Rio de
Janeiro, depois de tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte invadirem o

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território português. Em 1815, o Brasil se torna parte de um reino unido com Portugal. A
independência política do país, proclamada por Dom Pedro I (o primeiro imperador), se
deu no ano de 1822. Inicialmente independente como um império, período no qual foi uma
monarquia constitucional parlamentarista, o Brasil tornou-se uma república em 1889, em
razão de um golpe militar chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca (o primeiro
presidente), embora uma legislatura bicameral, agora chamada de Congresso Nacional, já
existisse desde a ratificação da primeira Constituição, em 1824. Desde o início do período
republicano, a governança democrática foi interrompida por longos períodos de regimes
autoritários, até um governo civil e eleito democraticamente assumir o poder em 1985, com
o fim do último regime militar.
A economia brasileira é a maior da América Latina e do Hemisfério Sul, a sétima maior do
mundo por PIB nominal e a sétima maior por paridade do poder de compra (PPC).
Reformas econômicas deram ao país novo reconhecimento internacional, seja em âmbito
regional ou global. O país é membro fundador da Organização das Nações Unidas (ONU),
G20, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Latina, Organização
dos Estados Americanos (OEA), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI),
Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), além
de ser um dos países BRIC. O Brasil também é o lar de uma diversidade de animais
selvagens, ecossistemas e de vastos recursos naturais em uma grande variedade de
habitats protegidos.

Relevo brasileiro
Há no Brasil três grandes unidades geomorfológicas: planaltos, planícies e depressões.
Na década de 80, o professor Jurandyr L. S. Ross, por meio de estudos, classificou o
Brasil em onze planaltos, onze depressões e seis planícies.

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Solos Brasileiros
O solo pode ser conceituado como sendo a camada superficial da crosta terrestre
resultante do processo de transformação e decomposição das rochas e materiais
orgânicos. É no solo que, normalmente, desenvolve-se a flora e sua espessura varia de 40
cm a dezenas de metros.
Intemperismo é a desagregação das partículas rochosas. É chamado físico, quando o
agente é a variação da temperatura; químico, quando o agente é a água e biológico,
quando o agente são os seres vivos (animais e vegetais).
Em função desses três grupos de fatores, temos diferenças de composição química, de
textura e de cor. Quando efetuamos um corte vertical no solo, partindo da superfície até a
rocha matriz, temos o chamado perfil do solo em que se constatam diferenças entre as
camadas. Essas partes com diferenças de minerais, granulação e cor são denominados de
horizontes.
No Brasil, apesar da ocorrência de lateritos (solos pouco férteis), podemos destacar três
variedades de solos férteis: a terra-roxa, o massapê e os solos aluviais e salmorão. A terra-
roxa é originária da decomposição de uma rocha (basalto) em clima topicalizado quente e
úmido. Portanto, sua ocorrência no Brasil é notada no Planalto Sedimentar da Bacia do
Paraná, em trecho que se estende do norte do Paraná ao sul de Goiás. A melhor
agricultura dos estados de São Paulo, Paraná e Goiás ocorre nessas terras. O basalto é

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uma rocha de origem vulcânica, o que comprova que em épocas remotas, houve um
derramamento de lavas nessa área.
O massapê ou massapé, originário da decomposição de rochas como gnaisses escuros,
os calcários e os filitos. Ocorre em topografia aplainada, com a presença de argila, em
áreas de clima topicalizado. Aparece na Zona da Mata Nordestina, principalmente no sul
de Pernambuco. Devido à presença da argila, em épocas de maior umidade, tornam-se
viscosos e de mecanização difícil; em épocas de seca, ficam bastante endurecidos.
Entretanto, constituem-se em espaços agrícolas muito importantes para a cultura
canavieira no Nordeste há centenas de anos.
Os solos aluviais ocorrem ao longo das várzeas formadas com a rica hidrografia brasileira.
Em época de cheias, principalmente, os detritos e a matéria orgânica carreada pelos rios e
depositada em suas margens trazem uma fertilidade natural. Pratica-se, então, a chamada
agricultura de vazante, após a volta da água aos níveis normais. Os solos de várzea ou
aluviais são muito utilizados para a rizicultura e a cultura de melancias.
O salmorão: solo resultante da decomposição de rochas graníticas e gnaisses claros. É
encontrado na área centro-sul do país.

Atmosfera
É a camada de ar que envolve a Terra, sendo composta por vários gases, cujas
proporções variam de acordo com a altitude. Os gases mais pesados concentram-se em
camadas inferiores da atmosfera e os mais leves nas camadas superiores.
A nível do mar, a composição atmosférica é a seguinte:
- 78% - Nitrogênio;
- 21% - Oxigênio;
- 1% - Outros gases (argônio, xenônio, radônio, criptônio, neônio, gás carbônico, etc).
À medida que aumenta a altitude, a atmosfera torna-se rarefeita e sua composição vai se
alterando. Por exemplo: a 80 km de altitude, o oxigênio praticamente desaparece.

Camadas da Atmosfera
A atmosfera compõem-se de várias camadas.
-Troposfera
É a camada que está em contato com a superfície terrestre, tendo como principais
características:
- espessura de 10 a 16 km;
- concentra 75% dos gases da atmosfera;
- ocorrência dos fenômenos meteorológicos;

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- temperatura de - 60ºC na parte superior.

Estratosfera
Apresenta as seguintes características:
- espessura de 50 km aproximadamente;
- elevação da temperatura até atingir 2ºC em seu limite inferior;
- presença de ozônio, que filtra os raios ultravioleta, nocivos ao Homem;
- atmosfera rarefeita;
A estratosfera está separada da troposfera por uma delgada camada denominada de
tropopausa.

Ionosfera
Apresenta as seguintes características:
- vai dos 80 km de altitude em diante.
- temperaturas bastante baixas (- 40ºC até - 70ºC nas camadas inferiores).
- a atmosfera é extremamente rarefeita.
- devido à ionização, reflete as ondas longas e médias de rádio das transmissões
terrestres:
Entre a estratosfera e a ionosfera, há outra camada denominada de estratopausa.

Fenômenos Atmosféricos
Entende-se por fenômeno atmosférico todos os acontecimentos que ocorrem na
atmosfera, independente da ação humana: Exemplos:
- Temperatura
- Pressão atmosférica
- Repartição de águas e terras
- Vegetação
- Aglomerações urbanas

Iniciaremos nosso estudo com noções básicas de:

Temperatura
De modo geral, a atmosfera é bastante transparente à radiação de ondas curtas
provenientes do Sol. A atmosfera é aquecida principalmente pela irradiação terrestre de
ondas longas e, na troposfera, pela transferência direta de calor originado na superfície da
Terra. A atmosfera se aquece pelo calor irradiado pelas águas e pelas terras da superfície.
Fatores que interferem na distribuição de calor pela superfície terrestre:

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Latitude: Devido à forma esférica da Terra, os raios solares atingem a superfície do nosso
planeta de forma diferente.O Brasil estende-se desde 5º16 Latitude Norte até 34º45'
Latitude Sul, sendo atravessado ao norte pelo Equador e ao sul pelo Trópico de
Capricórnio.
Altitude: Considerando apenas a altitude, podemos dizer que nas maiores altitudes,
encontramos menores temperaturas e nas áreas mais altas, o ar é mais rarefeito, portanto
retém menor quantidade de calor.
Pressão Atmosférica: É a força que o ar exerce sobre a superfície terrestre. Essa
comprovação se faz com o barômetro de mercúrio.A pressão atmosférica está sujeita à
ação de fatores de variação, como a altitude e a temperatura.
- Variação da Pressão Atmosférica Conforme a Altitude
Quanto mais próximo ao nível do mar, maior será o volume de gases sobre a superfície,
portanto, a pressão atmosférica será maior. Assim, a pressão é mais alta nas regiões
baixas e vai diminuindo nas altitudes maiores.
- Variação da Pressão Atmosférica Conforme a Temperatura
O ar quente se dilata e fica mais leve, logo a pressão é mais baixa. Quando a temperatura
diminui, o ar se comprime e fica mais pesado e mais denso, por conseguinte, a pressão
será maior. Por essa razão, as regiões próximas ao Equador possuem baixas pressões,
enquanto as regiões polares são consideradas de altas pressões.

Repartição de Águas e Terras: As águas conservam maior calor e demoram a se aquecer,


por isso o Hemisfério Sul (Hemisfério das Águas) possui menor variação térmica que o
Hemisfério Norte (Hemisfério das terras).

Vegetação: É um agente termostático. Durante o dia, impede a incidência de raios solares


diretamente no solo, filtrando-os; à noite, funciona como uma estufa. Embora o grande
regulador de temperatura seja a água oceânica, a Floresta Amazônica é conhecida como o
"termômetro do mundo", devido a sua grande influência reguladora nas temperaturas do
planeta.

Aglomerações Urbanas: Concreto, calçamentos, asfaltos, vidros, etc., absorvem mais calor
do Sol que as áreas vegetadas. Tudo isso aliado às atividades urbanas, liberação de gás
carbônico, devido à queima de combustíveis fósseis, tornam grandes cidades, verdadeiras
ilhas de calor, onde a temperatura é superior à da área circunvizinha.

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Os Ventos: Os ventos consistem no deslocamento em sentido horizontal de grandes


massas de ar, que se movem em torno da superfície terrestre a velocidades muito
variáveis, abrangendo áreas cujas amplitudes são igualmente diversas.
As diferenças de temperatura e de pressão de ar atmosférico ocasionam a movimentação
atmosférica. Daí a definição de vento como sendo o ar em movimento que se desloca de
uma área de alta pressão (Pólos) para áreas de baixa pressão (Equador).

Mecanismo dos Ventos


Os ventos sempre se deslocam de áreas de alta pressão (anticiclonais) para áreas de
baixas pressões (ciclonais), conforme determina a primeira lei dos Ventos de Buys Ballot
(cientista holandês). Os ventos se formam porque o ar se desloca das áreas frias para as
áreas quentes.

Tipos de Ventos
De acordo com suas características e sua área de atuação, os ventos podem ser
classificados em:

- Ventos Planetários (Regulares ou Etésios)


São aqueles que sopram sempre na mesma direção.
Exemplos:
- Alísios: Sopram dos Trópicos para o Equador, com um desvio para oeste, devido à
Rotação da Terra. No Hemisfério Norte, são denominados de Alísios de Nordeste e no
Hemisfério Sul, Alísios de Sudeste.
- Contra-Alísios: São aqueles que sopram do Equador para os Trópicos.
- Polares: São ventos que sopram dos pólos para as latitudes médias.

Ventos Continentais ou Periódicos


São aqueles que sopram durante um período em determinada direção, mudando o sentido
em outro período.
Exemplos:
- Monções: São ventos que sopram no Sudeste Asiático (Índia, China...). Durante o verão,
o vento sopra do Oceano para o Continente. Durante o inverno, o vento sopra do
Continente para o Oceano.
- Brisas: São ventos que sopram nas áreas litorâneas.
- Brisa marítima: Vento que sopra durante o dia, do oceano para o continente;
- Brisa continental: Vento que sopra durante a noite, do continente para o oceano.

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Ventos Locais
São aqueles que sopram em determinada região, interferindo em seu clima.
Exemplos:
- Minuano ou Pampeiro: Sopra dos Pampas Argentinos para o Sul do Brasil.
- Mistral: Vento frio e seco que sopra no sentido Norte-Noroeste, no Sul da França.
- Simum: Vento quente e seco que sopra do Saara, no sentido Sul-Norte.

A Dinâmica Atmosférica
- Umidade Atmosférica
É a presença do vapor d' água na atmosfera.
Os raios solares aquecem tanto a água dos mares, lagos e rios como a água existente no
solo e nos vegetais sob a forma de umidade.
- Ciclo da Água
A água aquecida pelos raios solares evapora-se, transformando-se em gotículas tão
pequenas que se tornam invisíveis e se misturam com o ar da atmosfera. A umidade, não
implica necessariamente a presença de nuvens ou chuvas. Para que isso ocorra, é preciso
que haja a condensação do vapor d'água.
A avaliação da umidade atmosférica, ocorre quando calculamos o peso do valor de água
por metro cúbico de ar, estamos determinando a umidade absoluta que é dada em gramas
por metro cúbico.

- Umidade Absoluta
É a quantidade de vapor de água existente no ar em dado momento.

- Ponto de Saturação
É a capacidade máxima de vapor de água que a atmosfera pode conter em determinado
momento. O ponto de saturação varia de forma diretamente proporcional à temperatura.

- Umidade Relativa
É a relação entre a umidade absoluta do ar e seu ponto de saturação, sendo assim
calculada:
Umidade absoluta: 5g/m3
Ponto de saturação: 20g/m3
Umidade relativa: 25%

Formas de Condensação

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Quando a condensação ocorre junto à superfície terrestre, forma-se o nevoeiro ou neblina


e o orvalho. O orvalho forma-se durante a noite, devido ao resfria-mento do ar junto à
superfície. O resfriamento do ar faz com que o vapor de água da Terra condense próximo
à superfície, originando gotas de água sobre as plantas.
Geada: Ocorre quando a temperatura atinge o ponto de congelamento antes de ocorrer a
saturação, então o vapor d'água se transforma em gelo. A geada, é portanto, um processo
de sublimação e depende da temperatura da superfície.
Nuvens: Quando a condensação ocorre em camadas mais elevadas, formam-se as
nuvens.
Há quatro tipos básicos de nuvens:
- Cirros: são minúsculos cristais de gelo, encontrados em grandes altitudes;
- Estratos: têm a forma de camadas horizontais;
- Cúmulos: lembram flocos de algodão;
- Nimbos: nuvens baixas, escuras.

Tipos de Umidade Atmosférica:


Chuva: É a forma de precipitação mais comum e benéfica.

Tipos de Chuvas
Orográfica: Típicas de regiões serranas.
Frontais: Ocorre devido ao encontro de duas massas de ar, uma quente e outra fria. Típica
de regiões temperadas.
Convectivas: Ocorre no local onde há forte evaporação, típica de regiões equatoriais.

Granizo: "Chuva de pedra" - Sua formação deve-se às fortes correntes convectivas, que
realizam o transporte das gotas de água condensadas para as camadas mais elevadas e
com temperaturas mais baixas, onde se dá o congelamento.

Neve: É o resultado da cristalização do vapor de água no interior ou pouco abaixo das


nuvens.

Tempo e Clima
Em qualquer folheto turístico, deparamos com frases como "local de clima ameno", "o
clima quente e seco do deserto", "a vegetação luxuriante típica das regiões de clima
tropical" etc. Essas frases pretendem descrever, de modo sumário, as principais
características da atmosfera destas localidades, temperatura, umidade relativa do ar,
ventos e pluviosidade. No entanto, não podemos confundir tempo e clima. Vejamos:

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- Clima: Estado médio das condições atmosféricas.


- Tempo: Estado momentâneo das condições atmosféricas.
A ciência que estuda o clima é a Climatologia e a que estuda o tempo é a Meteorologia.
Este estudo apoia-se fundamentalmente na observação, durante longos anos dos tipos de
tempo.
O estudo do tempo e do clima implica não só na observação, durante muitos anos, dos
elementos climáticos e dos fatores do clima, como também na observação da circulação
geral da atmosfera, levando-se em conta as posições características das frentes e das
massas de ar.

Classificações Climáticas
As diversas classificações existentes podem ser enquadradas em dois grupos
fundamentais.
- Classificações Dinâmicas
São aquelas que se baseiam no estudo dos elementos que explicam as causas (a gênese)
do clima e sua dinâmica.
Exemplo:
Classificação de Strahler.

- Classificações Estáticas
Fundamentam-se no comportamento (médio) dos elementos climáticos ou nas suas
características gerais.

Climas brasileiros
É importante saber que há uma distinção entre clima e tempo. O tempo é a observação de
um local em um determinado momento. O clima refere-se à síntese do tempo de certo
lugar durante um período de 30 - 35 anos.
Ele é consequência de um conjunto de fatores como a latitude. As latitudes são as linhas
paralelas ao Equador e marcam a distância entre os polos. Partem do Equador (0º) até 90º
ao norte e ao sul. Por convenção, servem para determinar as zonas quentes, temperadas
e glaciais da superfície do planeta. Quanto mais próximo do Equador, menor será a latitude
e maior será a temperatura; consequentemente, quanto maior a latitude, menores serão
as temperaturas.
Outro importante fator determinante do clima é a altitude. Corresponde à "altura" de uma
determinada região, tendo como base o nível do mar que atua de maneira preponderante
na determinação do clima de algumas regiões brasileiras, visto que, ao nível do mar, em

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Santos-SP, a média térmica anual é de 22ºC, por sua vez em Campos do Jordão-SP,
situada a 1.700 m de altitude, a média térmica cai para 15,8ºC. Curitiba, localizada em um
planalto a 900 m de altitude, é considerada a mais fria capital brasileira, com média térmica
anual de 16,8ºC. Paranaguá, situada no litoral a apenas 5 metros de altitude, apresenta
média térmica mais elevada.
A Continentalidade e a maritimidade também são fatores do clima. Correspondendo à
maior proximidade ou afastamento em relação às grandes massas oceânicas, é um dos
mais importantes fatores que influenciam no clima. Vejamos, por exemplo: a cidade do Rio
de Janeiro, situada junto ao mar, apresenta uma amplitude térmica anual de apenas de
2ºC. Por sua vez, a cidade de Maringá, apresenta uma amplitude térmica anual de 8ºC.
Os elementos climáticos também se destacam na configuração de diferentes tipos
climáticos. As massas de ar são importantes nesse aspecto. Devido à sua grande
extensão territorial, o Brasil sofre a influência direta de cinco massas de ar (grandes
bolsões de ar em constante movimentação que carregam características de temperatura e
umidade da sua região de origem): duas equatoriais, duas tropicais e uma polar.
- Massa Equatorial Atlântica (mEa): quente e úmida, tem como origem a região próxima ao
Arquipélago dos Açores, formando os ventos Alísios de nordeste e trazendo estabilidade
ao tempo.
- Massa Equatorial Continental (mEc): origina-se a noroeste da Bacia Amazônica. É uma
massa quente e de elevada umidade, com tendência a trazer instabilidade ao tempo. Uma
das causas da formação da Massa Equatorial Continental está ligada à localização da
região onde surge, ou seja, na chamada Zona de Convergência Intertropical, onde ocorre o
encontro dos ventos alísios do Hemisfério norte com os ventos alísios do Hemisfério sul.
- Massa Tropical Atlântica (mTa): forma-se nas imediações do Trópico de Capricórnio,
sobre o Atlântico Sul. É quente e úmida, formando os ventos alísios de sudeste e influindo
o litoral oriental do país.
- Massa Tropical Continental (mTc): é quente e seca, formando-se sobre a planície do
Chaco, entre a Argentina e o Paraguai, e traz estabilidade para o tempo. Essa massa de ar
pode ampliar seu raio de ação, podendo atingir regiões mais ao sul do Brasil, barrando ou
retardando a entrada de frentes frias ou provocar longas estiagens nos estados do Sul do
Brasil.
- Massa Polar Atlântica (mPa): é fria e úmida, originária da Patagônia, no sul da Argentina.
É responsável pelas chuvas litorâneas no litoral do Brasil, bem como pelas geadas da
Região Sul e pelo fenômeno da friagem na Região Amazônica. O encontro dessa massa
de ar com a massa Tropical Continental dá origem às chamadas frentes frias.
As correntes marítimas também influenciam as características climáticas brasileiras. Elas
são verdadeiros "rios" dentro do mar. Causam grande influência no clima, pois alteram a

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temperatura atmosférica. No Brasil, as correntes quentes (leste da América do Sul) estão


associadas às massas de ar quente e úmido, provocando fortes chuvas no litoral.
No Brasil, devido à sua localização geográfica, predominam os climas tropicais, pois 92%
do nosso país estão situados entre a área equatorial e o Trópico de Capricórnio.
Entre os principais tipos climáticos brasileiros destacam-se:
- Clima Equatorial (úmido e semi-úmido)
Abrange a porção norte do país, englobando terras do Maranhão, Mato Grosso e
Tocantins, além de todos os estados da Região Norte.
Suas principais características são:- apresenta elevados índices pluviométricos e de
umidade relativa do ar; - possui temperaturas elevadas praticamente o ano todo.
- Clima Tropical
Abrange a maior parte do território brasileiro, apresenta duas estações bem definidas:
verão úmido e inverno seco.
- Clima Tropical Semiárido
Aparece no Sertão Nordestino, sendo caracterizado pela escassez de chuvas, vegetação
xerófita e solo pedregoso.
- Clima Tropical Úmido
Quente e úmido. As chuvas concentram-se durante o outono - inverno no litoral nordestino
e na primavera - verão no litoral do sudeste.
-Tropical de Altitude
Caracteriza-se pela temperatura amena. Predomina nas regiões mais altas do Sudeste.
- Clima Subtropical
Domina os estados sulinos, além de parte de São Paulo, sendo atingido mais
intensamente pela massa de ar Polar Atlântica, particularmente no inverno. Suas principais
caraterísticas são:
- apresenta a maior amplitude térmica do país;
- invernos frios e verões quentes;
- sujeito ao aparecimento de geada e neve no inverno, nas regiões serranas.

Hidrografia
A Hidrosfera é constituída pelos oceanos, mares, rios, lagos e águas subterrâneas.

Águas Oceânicas
A ciência que estuda os oceanos denomina-se Oceanografia, tendo nosso planeta uma
superfície de cerca de 510 milhões de km2. Desse total, 361 milhões (71%) são cobertos
por água. É uma imensa extensão muito irregular, pois as terras emersas a dividem em

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uma série de bacias que se comunicam entre si. As cinco bacias maiores, que separam
continentes inteiros, são chamadas de oceanos. São eles:
- Atlântico - O mais navegado;
- Pacífico - O maior;
- Índico - O mais tropical;
- Glacial Ártico;
- Glacial Antártico (ambos gelados).
As bacias menores, bem mais numerosas, denominam-se mares e são circundadas em
boa parte pelos continentes ou por grupos de ilhas, comunicando-se entre si ou com os
oceanos apenas em alguns pontos.

Por que o mar é salgado?


Na área do mar estão dissolvidas substâncias minerais, com predomínio de 80% de cloreto
de sódio (sal de cozinha), que lhe confere o típico gosto salgado. Há também o cloreto de
magnésio, que lhe dá um sabor amargo: e o bicarbonato de cálcio, usado pelos moluscos
e corais para constituírem seus esqueletos. Existem ainda na água do mar, sulfato de
potássio, além de traços de muitos metais (ouro, prata, urânio, chumbo, ferro, zinco). Nela,
estão dissolvidos também alguns gases, como o oxigênio e o gás carbônico,
indispensáveis à fauna e à flora marinhas.

Importância dos Oceanos


A própria história da Terra está intimamente ligada aos oceanos. Os oceanos são os
grandes reservatórios de água da Terra e, por isso, eles regulam grande parte dos
processos que nela ocorrem.
Alguns fatores importantes sobre os oceanos que devemos lembrar:
- A vida nos oceanos é abundante e constitui importante fonte de alimentos para o Homem;
- Os oceanos são grandes fornecedores de produtos químicos e minerais, tais como sais,
petróleo, areia, etc.;
- Cerca de 50% das reservas mundiais de petróleo estão nos oceanos;
- A dessalinização da água dos oceanos e mares já é uma realidade em muitos países,
principalmente aqueles situados em áreas áridas (Oriente Médio);
- Os oceanos exercem grande influência no clima;
- Os oceanos desempenham importante papel nos setores de transporte e comunicações
em todo o mundo;
- Como a água possui grande capacidade de armazenar calor, os oceanos desempenham
importante papel como regulador térmico e climático.

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Propriedades das Águas Oceânicas


- Salinidade
É o teor de sais existentes nas águas oceânicas. A média é de 32 a 37 g/litro;
No Mar Báltico, a salinidade é de apenas 0,8 g/litro;
No Mar Morto, a salinidade é de aproximadamente 250 g/litro, devido à elevada
evaporação.
- Temperatura
A temperatura das águas oceânicas varia de acordo com a latitude, a profundidade e as
estações do ano. A média é de 16ºC e, quando atingem - 2ºC, as águas congelam-se,
formando banquisas.

Movimentos das Águas Oceânicas


As águas dos oceanos acham-se em constante movimento. Destacamos três movimentos:
as ondas (ou vagas), as marés e as correntes marinhas.
- Ondas: As ondas resultam do choque das moléculas de água pela ação do vento.
Tipos de Ondas:
Oscilatórias: Apresentam movimento oscilatório (local) e não se deslocam;
Transladativas: Quando se expandem em direção aos litorais (arrebentação).
- Marés:São movimentos de subida e descida das águas oceânicas, ocasionadas pela
força de atração do Sol e da Lua, a cada período de 12 horas (seis para subir e seis para
descer, com 12 minutos de repouso).

Tipos de Marés
- Marés de águas vivas ou sizígia: ocorrem na Lua Cheia ou Nova; as marés são mais
fortes, devido à conjunção ou oposição dos astros que exercem maior atração sobre a
Terra.
- Marés de águas mortas: ocorrem na Lua Quarto Minguante e Quarto Crescente; nestas
fases da Lua, as marés são mais fracas, devido a Lua estar em Quadratura.

Correntes Marinhas
As correntes marinhas apresentam-se como verdadeiros rios dentro dos oceanos,
seguindo uma determinada direção. Suas origens se prendem à ação dos ventos, ao
movimento de rotação da Terra, à densidade das águas e à conformação das bacias
oceânicas.

Tipos de Correntes Marinhas

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- Correntes quentes: Têm sua origem nas áreas equatoriais ou tropicais do planeta, sendo
o principal exemplo a Corrente do Golfo (Gulf Stream), que se origina na Golfo do México.
- Correntes frias: Têm sua origem nas áreas polares do planeta, sendo o principal exemplo
a Corrente de Humboldt (Costa do Peru).
A importância das correntes marinhas são em ggrande diversidade. Algumas dessas se
destacam como a Corrente Oceânica do Golfo (Gulf Stream) (quente), origina-se no Golfo
do México e se dirige para o Nordeste, atingindo as Ilhas Britânicas e o litoral da Noruega,
amenizando os rigores do clima nórdico.
A Corrente Oceânica de Humboldt (fria) origina-se na região da Antártida e leva consigo o
plâncton (algas marinhas) para o litoral peruano, transformando esta área numa das mais
piscosas (ricas em peixes) do planeta.

O Relevo Submarino
Para a moderna oceanografia, os oceanos, ainda hoje são grandes desconhecidos e
podem reservar-nos grandes surpresas. Explorações com sondas e sonares, além de
estudos batimétricos mais apurados permitem distinguir, por ora, três grandes regiões
submarinas: a plataforma continental, a região pelágica e a região abissal.
A plataforma continental apresenta profundidades que vão do nível do mar (0 metros) até
200 metros. Abrange aproximadamente 20% da superfície total dos oceanos.
- Talude continental: Situa-se entre a borda marítima da plataforma continental e as
profundezas oceânicas. Forma um desnível abrupto e violento da ordem de 2000 até mais
de 3000 m, onde se localizam os cannyons submarinos, isto é, vales profundos e de
paredes abruptas. Constitui o verdadeiro limite do continente.
- Região pelágica: Compreende duas porções: as bacias oceânicas e as cristas ou dorsais
oceânicas. Inicia-se no limite inferior do talude continental, indo, portanto, de 3000 a 5000
m ou mais.
As bacias oceânicas são constituídas por extensas planícies, as quais são divididas entre
si por cordilheiras submarinas, as quais formam as cristas ou dorsais oceânicas.
- Região abissal: Corresponde aos abismos submarinos. As fossas submarinas são
depressões longas e estreitas e chegam a alcançar mais de 10 km de profundidade. Não
se localizam no centro dos oceanos e sim perto dos continentes e das ilhas nas
proximidades do talude continental. Essa região abrange cerca de 1% da área dos fundos
dos oceanos.

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Mares
Mares são porções de água salgada situadas, nas áreas costeiras ou no interior dos
continentes. Possuem características físico-químicas próprias e são influenciados pelas
condições ecológicas das terras vizinhas.
Os mares são classificados de acordo com o tipo de ligação que possuem com os oceanos
ou outros mares. Podem ser:
- Abertos ou costeiros: Diretamente ligados aos oceanos, como o Mar das Antilhas, do
Norte, do Japão e da China;
- Mediterrâneos ou interiores: Localizados no interior dos continentes, mas ligados aos
oceanos por estreitos ou canais, como o Mar Negro, Vermelho, Mediterrâneo, etc.
- Fechados ou isolados: Não possuem comunicação com os oceanos, como o Mar Morto,
Cáspio, de Aral.

Águas Continentais
São as águas represadas pelos rios, lagos, geleiras e lençóis freáticos.
Os rios são cursos naturais de água de grande importância para o equilíbrio da vida no
planeta. O homem pode utilizá-lo para:
- navegação;
- obtenção de energia elétrica;
- irrigação;
- alimentação;
- abastecimento de água;
- lazer.
Os rios, por sua vez, estão agrupados em Bacias Hidrográficas.
Os lagos são porções líquidas continentais cercadas por terras.Os lagos são alimentados
pelas chuvas, rios ou geleiras e possuem diferentes origens.
Podem ser:
- Tectônicos: São formados por fossas tectônicas (Graben). De modo geral, são os mais
profundos.
Exemplo: Lago Baikal (com 1.700 m de profundidade, é o mais profundo do planeta).
- Vulcânicos: Correspondem ao preenchimento das crateras de vulcões extintos.
Exemplo: Crater Lake (EUA).
- De barragem: São formados pela deposição de materiais provenientes de agentes
externos.
Exemplo: Lagos dos Patos e Mirim, no litoral gaúcho.
- Residuais: São antigos mares que, devido ao movimento da crosta, se desligaram dos
oceanos. Exemplo: Lago "mar" Cáspio, Aral.

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- Depressão: Resultam da acumulação de água numa depressão fechada.


Exemplo: Lago Tchad (África).
- Mistos: São lagos que apresentam mais de uma origem, como por exemplo, os Grandes
Lagos dos EUA (Superior - maior da América do Norte -, Michigan, Huron, Ontário e Eire),
que são formados ao mesmo tempo pela ação glacial e pela barragem de detritos.

A hidrografia brasileira
Como ponto inicial do estudo sobre hidrografia brasileira, vamos apresentar as principais
características dos rios que cortam o nosso território:
- Obedecem a três divisores de águas (Cordilheira dos Andes, Planalto das Guianas e
Planalto Brasileiro);
- São tipicamente de vertente Atlântica;
- Predominam cheias de verão;
- Apresentam grande potencial hidráulico, pois os rios correm sobre planaltos e
depressões;
- Pobre em lagos.
O regime de abastecimento dos rios é tipicamente pluvial, exceção ao rio Amazonas que
recebe, também, águas do degelo dos Andes;
- A foz (onde termina o curso de um rio) da maioria dos rios é do tipo estuário (a foz do rio
dá-se numa única saída), exceção ao Parnaíba que apresenta um delta (tipo de foz com
grande acúmulo de sedimentos, o que possibilita o aparecimento de ilhas ou canais; os
rios adentram os oceanos, mares interiores ou lagos).
Os rios que nunca secam são chamados de perenes, porém, os rios que desaparecem em
épocas de seca são chamados de temporários ou intermitentes.
Os aquíferos são formações porosas de rocha permeável, areia ou cascalho, capaz de
armazenar e fornecer quantidades significativas de água. O Aquífero do Guarani é o maior
manancial de água doce subterrânea transfronteiriços do mundo. Está localizado na região
centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de
longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de km², estendendo-se pelo Brasil
(840.000 km²), Paraguai (58.500 km²), Uruguai (58.500 km²) e Argentina (255.000 km²).
Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os
estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul.

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Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é formado por derrames


de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior (entre 200 e 132
milhões de anos). É constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Piramboia na
Base (Formação Buena Vista na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo
(Missiones no Paraguai, Tacuarembó no Uruguai e na Argentina).
O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estratégica para o
abastecimento da população, para o desenvolvimento das atividades econômicas e do
lazer.
Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 km³/ano, sendo que
desta, 40 km³/ano constitui o potencial explorável sem riscos para o sistema aquífero. As
águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo
que em sua porção confinada, os poços têm cerca de 1.500 m de profundidade e podem
produzir vazões superiores a 700 m³/h.

Bacias Hidrográficas Brasileiras


As bacias hidrográficas brasileiras são distribuídas conforme podemos observar no mapa
que segue:

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Bacia Amazônica
- Rio principal: Amazonas.
É a maior bacia hidrográfica do planeta e drena além do Brasil, terras das Guianas,
Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. É o rio Amazonas, que nasce nos Andes
Peruanos, recebendo várias denominações, como Vilcanota, Ucaiali, Maranõn no Peru,
Solimões (após sua entrada em território brasileiro, na cidade de Tabatinga-AM) e
Amazonas, a partir da confluência do Solimões com o rio Negro, na cidade de Manaus,
indo desaguar no Oceano Atlântico.
Desde sua nascente no Monte Huagra, ao sul da Cordilheira de Tila, nos Andes Peruanos,
este magnífico rio atravessa regiões de montanhas, corredeiras, penetrando em área de
selva, banhando a maior floresta equatorial do mundo, perfazendo um total de 7.025 km.
Possui milhares de afluentes, sendo os principais:
- Margem esquerda: Iça, Japurá, Negro, Jamundá, Trombetas e Jari;
- Margem direita: Javari, Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu.
O rio Amazonas possui o maior débito, ou seja, é o que descarrega o maior volume de
água em sua foz: em épocas normais, lança ao oceano 80.000 m³/seg, mas durante o
período de cheias, este volume pode ser de até 120.000 m³/seg. Um fenômeno
interessante que se observa na foz do Amazonas é a pororoca, encontro das águas do
grande rio com o oceano em tempo de maré alta.
Nessa bacia, há o maior potencial hidráulico disponível do país e ocorrem importantes
fenômenos. Além da pororoca, o rio Amazonas, devido a sua imponência, apresenta outros
fenômenos interessantes:

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- Igarapés: São denominados de "caminhos da canoa", pois durante o período de


cheias, o rio sai de sua calha, inundando áreas de florestas, formando verdadeiros
labirintos;
- Furos: São córregos menores que unem pequenos rios entre si, ou ao próprio Amazonas;
- Paranás: São canais que circundam uma ilha fluvial, quando pequenos são chamados de
paraná-mirim.

Bacia do Tocantins - Araguaia


- Rios principais: Tocantins e Araguaia.
Banha os estados de Goiás, Tocantins e Pará.
Com grande potencial hidráulico, o rio Tocantins nasce em Goiás, correndo em sentido
norte e apresenta bom potencial hidráulico, pois em seu curso foi construída a usina
hidrelétrica de Tucuruí (a segunda maior do país), sendo totalmente brasileira.
O rio Araguaia, caracteriza-se pela elevada piscosidade (quantidade de peixes) e por
apresentar ao longo de seu curso a maior ilha fluvial interior do planeta, a Ilha do Bananal.

Bacia do São Francisco


- Rio principal: São Francisco.
Pela sua posição geográfica, passa a ser de fundamental importância ao País.
O rio principal é o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais,
correndo para o norte, corta a Bahia, fazendo divisa entre Bahia e Pernambuco (Petrolina-
PE e Juazeiro-BA), indo desaguar a 3.161 km no Oceano Atlântico, entre os estados de
Alagoas e Sergipe.
O rio São Francisco é navegável por mais de 2.000 km - quase dois terços de sua
extensão total - possui também grande potencial hidrelétrico, merecendo destaque as
usinas de Três Marias, Paulo Afonso, Sobradinho (maior lago artificial do mundo), Moxotó
e Xingó. Ao longo de seu curso, este importante rio recebe outras denominações, como
"Velho Chico, Nilo Brasileiro, Rio dos Currais ou da Integração Nacional".
Por atravessar uma das regiões mais secas do Brasil, o São Francisco cumpre além de
todas as tarefas, uma função social, pois se presta a:
- Navegação: entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), além de seu curso inferior, próximo à
foz;
- Irrigação: nas áreas mais secas do Sertão Nordestino;
- Produção de energia;
- Abastecimento de água aos municípios por onde passa, além de fornecer alimentos para
as populações ribeirinhas.

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Bacia Platina
É formada pelas bacias dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai.

Bacia do Paraná
- Rio principal: Paraná.
É a bacia que apresenta a maior produção de energia elétrica do Brasil. No rio Paraná,
encontra-se importantes hidrelétricas brasileiras, como Jupiá, Ilha Solteira, Porto
Primavera, além de Itaipu, a maior do país.
O rio Paraná forma-se da junção dos rios Paranaíba e Grande, no estado de Minas
Gerais. Por ser um rio de planalto, seus principais afluentes são também grande
produtores de energia, como, por exemplo, o Iguaçu. As usinas hidrelétricas instaladas no
rio Iguaçu são Salto Osório, Salto Santiago, Salto Caxias, Segredo, Foz do Areia e Salto
Caxias.

Bacia do Paraguai
- Rio principal: Paraguai.
Ao contrário da Bacia do Paraná, é uma bacia tipicamente de planície, responsável pelas
inundações do pantanal Matogrossense, nas épocas de cheias. Destaca-se por sua
navegabilidade (Porto de Corumbá).
Seus principais afluentes são:
- Margem esquerda: São Lourenço, Cuiabá, Taquari e Apa.
- Margem direita: Pilcomayo e Bermejo.

Bacia do Uruguai
- Rio principal: Uruguai.
Seu rio principal é o Uruguai, que nasce da junção dos rios Canoas e Pelotas (divisa
RS/SC) e, juntamente com os rios Paraná e Paraguai, formam a bacia Platina.
O rio Uruguai serve de fronteira entre o Rio Grande do Sul e a Argentina, com potencial
hidrelétrico limitado, sendo utilizado para navegação em alguns trechos. Suas principais
hidrelétricas são: Barracão, Machadinho, Pinheiro, Estreito do Sul e Itá.

Bacias Secundárias ou Agrupadas


- Bacia do Nordeste
Seu principal rio é o Parnaíba, entre o Maranhão e Piauí. Trata-se de um rio perene (isto é,
não seca durante a estiagem), onde se encontra a usina hidrelétrica de Boa Esperança.
Outros rios importantes são: Acaraú, Apodi, Piranhas, Capiberibe e o Jaguaribe (onde foi
construído o Açude de Orós).

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- Bacia do Leste
Constituída por rios que descem do Planalto Atlântico em direção ao oceano Atlântico,
merecem destaque os rios Pardo, Jequitinhonha e Micuri (em Minas Gerais e Bahia),
Paraíba do Sul (em São Paulo e Rio de Janeiro) e os rios Vaza-Barris, Itapicuru, das
Contas e Paraguaçu (na Bahia).

- Bacia do Sudeste Sul


Constituída também por rios que correm na direção oeste-leste, ou seja, que vão das
serras e planaltos em direção ao oceano. Destacam-se os rios Ribeira do Iguape, em São
Paulo, Itajaí, em Santa Catarina, Jacuí e Camaquã, no Rio Grande do Sul.

Paisagens Litorâneas
Sendo banhado pelo Oceano Atlântico, o litoral brasileiro apresenta 7.408 km de extensão,
desde o rio Oiapoque, no Amapá, até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.
Para facilitar o estudo, procuramos dividir o litoral brasileiro em três porções:
Litoral Setentrional: tem início no Cabo Orange, no Amapá, e vai até o cabo de São Roque,
no Rio Grande do Norte.
Litoral Oriental: do cabo de São Roque até o cabo de São Tomé, no estado do Rio de
Janeiro.
Litoral Meridional: do cabo de São Tomé até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.

Litoral Setentrional
- Apresenta a plataforma continental mais larga do litoral brasileiro, a qual chega a atingir
400 km nas proximidades da foz do rio Amazonas, para depois estreitar-se no litoral
oriental.
- Possui inúmeras lagoas costeiras principalmente no litoral do Amapá e do Pará, além de
costas de barreiras;
- Litoral baixo e com muitos manguezais;
- Dunas costeiras principalmente no litoral do Maranhão, denominadas de lençóis
maranhenses;
- Golfão Amazônico, na foz do rio Amazonas. É a maior reentrância do litoral brasileiro,
ocupada por várias ilhas (Marajó, Mexiana, Grande de Gurupá, Maracá e outras);
- Golfão Maranhense, onde desembocam vários rios que drenam as planícies do Meio-
Norte (rio Pindaré, Grajaú, Itapecuru e Mearim) e se aloja a Ilha de São Luís, onde se situa
a cidade do mesmo nome;

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- Litoral pouco recortado no trecho compreendido entre os estados do Piauí e Rio Grande
do Norte; neste último, surgem as grandes salinas do país (Macau e Areia Branca).

Litoral Oriental
- Possui uma plataforma continental estreita;
- Barreiras, destacando-se a ponta Seixas, no Cabo Branco, estado da Paraíba;
- Presença de lagoas costeiras no litoral de Alagoas e do Rio de Janeiro;
- Recifes, destacando-se os da Região Nordeste e os dos Abrolhos no litoral sul da Bahia;
- Baías, em que se destaca a baía de Todos os Santos, na Bahia, possuindo cerca de 290
km de circuito e possuindo à sua entrada, a ilha de Itaparica. Além dessa baía, surgem
outras: Canaveiras, Camumu, Ilhéus, Porto Seguro e Caravelas, todas no litoral baiano,
além da baía de Vitória no Espírito Santo;
- Ilhas: Itamaracá (Pernambuco) e a de Vitória, onde se situa a capital do Espírito Santo;
- Foz de rios de grande porte, como é o caso do rio São Francisco (entre os estados de
Alagoas e Sergipe), além do Paraíba do Sul (RJ).

Litoral Meridional
- Possui uma plataforma continental mais larga em relação ao litoral oriental;
- Área da Baixada Fluminense (estado do Rio de Janeiro), com várias lagoas costeiras
(Araruama, Feia) separadas do mar pelas restingas. São restingas deste trecho:
Saquarema, Marambaia e Sepetiba;
- Várias praias: Búzios, Guanabara,Ubatuba, Santos, Caiobá (PR), Balneário Camboriú
(SC) e as do Rio Grande do Sul;
- Dunas: Cabo Frio e Santa Catarina;
- Tômbolo: Ilha Porchat (São Vicente-SP);
- Baías: Guanabara - mais de 130 km de circuito, Angra dos Reis e Parati (no Rio de
Janeiro); Paranaguá e Guaratuba (no Paraná); Imbituba, Laguna e São Francisco (em
Santa Catarina).
- Costões: ao longo de vários trechos;
- Lagoas costeiras: dos Patos, Mangueira e Mirim no Rio Grande do Sul e da Conceição
em Florianópolis (SC);
- Ilhas: Grande (RJ), São Sebastião (Ilhabela), Santo Amaro (Santos), Comprida, no litoral
de São Paulo; de São Francisco e de Santa Catarina, em Santa Catarina, sendo que nesta
última se situa a cidade de Florianópolis.

Ilhas Brasileiras

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Em sua grande parte, a maioria das ilhas brasileiras são do tipo continentais, ou costeiras,
isto é, juntas ao litoral, no entanto, temos também as ilhas oceânicas.
As principais ilhas oceânicas são:
- Arquipélago de Fernando de Noronha: Situado a uma distância de 360 km do litoral do
Rio Grande do Norte, mas pertencendo ao estado de Pernambuco, constituído por 19
ilhas, totalizando uma área de 26 km². A Ilha de Fernando de Noronha é a mais extensa e
a única habitada, contando com cerca de 1.500 moradores fixos e uma grande população
flutuante, na maioria turistas e pesquisadores que visitam a região.
- Ilhas Trindade e Martim Vaz: Localizadas a uma distância de 1.100 km da costa do
Espírito Santo, com uma área de 8,2 km², sendo ocupadas por militares da Marinha que
realizam observações meteorológicas e manutenção de faróis.
- Penedos de São Pedro e São Paulo: Localizados a 900 km da costa do Rio Grande do
Norte, sem água potável e desabitados, abrigam aves marinhas que lá procriam e deixam
espessa camada de guano (excrementos).
- Atol da Rocas: É uma pequena ilha circular, situada a cerca de 150 km a oeste de
Fernando de Noronha, com 7,2 km² e altitude de apenas 3 m acima do nível do mar.
Possui um farol automático para orientar a navegação. Em 1979, foi transformada na
primeira reserva marinha brasileira.
- Abrolhos: A cerca de 80 km da Bahia, localiza-se o arquipélago de Abrolhos, formado por
cinco pequenas ilhas, que compõem o primeiro parque nacional marinho do Brasil. Possui
grande variedade de corais e é habitado por cabras selvagens e aves marinhas. Sua
população dedica-se à manutenção do farol que orienta os navegadores que passam pela
região. O nome é devido aos navegadores portugueses, que diziam: "Abra os olhos".

GRANDES PAISAGENS
Vegetação é caracterizada como o conjunto de plantas de uma determinada região. Em
razão da diversidade climática da Terra, com destaque para a variação da temperatura e
umidade, existem coberturas vegetais distintas.
Os principais tipos de vegetação são: deserto, estepe, floresta de coníferas, floresta
temperada, floresta tropical, savana, tundra, vegetação de montanha e vegetação
mediterrânea.
Deserto: é a vegetação típica de regiões semiáridas, áridas e hiperáridas. A quantidade de
chuva é baixíssima, fato que impossibilita o desenvolvimento de vida animal e de
vegetação na maior parte dos desertos.

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Estepe: o clima predominante é o temperado continental, comum na região central da


América do Norte, centro-sul da América do Sul, Ásia Central, leste da Austrália e sul da
África. A cobertura vegetal é composta por gramíneas e arbustos de pequeno porte.
Tundra: é a vegetação predominante no extremo norte do Hemisfério Setentrional. A
vegetação é composta basicamente por capim e junco. Apresenta baixas temperaturas.
Floresta coníferas: comum das regiões de temperaturas baixas, cujo clima é continental
frio ou polar. A maioria das árvores tem folhas em forma de agulha, sendo uma forma de
não acumular neve, como, por exemplo, o pinheiro.
Floresta temperada: vegetação típica de regiões de clima temperado, apresentando as
quatro estações do ano bem definidas: primavera, verão, outono e inverno. As principais
espécies vegetais são carvalhos, faias e bordos.
Floresta tropical: compreende as regiões próximas à linha do Equador. A temperatura
média, a umidade e a quantidade de chuvas são bastante elevadas. A fauna e a flora são
diversificadas, como o que ocorre na floresta Amazônica, que é a maior floresta tropical do
mundo.
Savana: também conhecida como cerrado, esse tipo de vegetação é comum na porção
central da América do Sul, norte da América Central, além de áreas da Austrália e do
continente africano. As árvores são de pequeno porte e têm o caule torto.
Vegetação de montanha: como o próprio nome diz, essa vegetação é comum em pontos
elevados, tais como os Andes, Himalaia, entre outras regiões montanhosas. A vegetação é
pouco diversificada, visto que o clima não é propício para o seu desenvolvimento.
Vegetação mediterrânea: a vegetação é composta por árvores de pequeno porte, como,
por exemplo, oliveiras e sobreiros.

Vegetação Brasileira
O fator que explica a grande diversidade de formações vegetais espalhadas pelo território
brasileiro é a sua grande extensão territorial, aliada à distribuição geográfica latitudinal
(norte-sul) que o país possui.
O Brasil apresenta apenas 60% da cobertura vegetal original. Sendo que suas princiapis
formações vegetais são:
- Floresta Equatorial - Floresta Amazônica
"Hiléia brasileira", a floresta por excelência. Recobre 3,3 milhões de quilômetros
quadrados, ou seja, quase toda a região amazônica. Pode ser dividida em três porções ou
degraus: 1)Mata de Igapó ou Caaiapó: Constantemente inundada pelos rios, suas
principais espécies são: vitória régia, acapú, samaúna e arapari. 2) Mata de Várzeas:
Sujeita a inundações nas épocas de cheias, composta por árvores de maior porte, como a
seringueira, cacaueiro, açaí maçaranduba e jatobá. 3) Mata de Terra Firme (Caetê): É a

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parte mais alta da floresta, estando praticamente livre da influência direta dos regimes dos
rios, portanto, sempre livre das cheias e representada por várias espécies, como:
castanheira, guaraná, pau-rosa, copaíba, pequi, além das madeiras "nobres" como o
mogno e o cedro.
As principais características da Floresta Amazônica são:
- Latifoliada (folhas largas);
- Higrófila (formada por espécies vegetais adaptadas à umidade);
- Perene;
- Densa;
- Heterogênea.
Outra formação vegetal de destaque no Brasil é a Floresta Tropical ou Mata Atlântica
É a floresta tropical de encosta úmida oriental, muito devastada em quase toda a sua
extensão. Suas principais espécies são: jatobá, jacarandá, jequitibá, pau-brasil e cedro.
Estendia-se, no passado, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul.
Atualmente, encontra-se sob proteção poucos trechos, dentre os quais, destacamos: o
Parque Nacional de Superagüi, em Guaraqueçaba-Pr, considerado pela UNESCO, como
sendo uma das Reservas da Biosfera e a Região da Juréia, no litoral sul do estado de São
Paulo.
A Floresta Subtropical ,Mata das Araucárias ou dos Pinhais, recobria grande parte da
região sul do país, tendo na Araucaria angustifolia, da família das coníferas (Pinheiro do
Paraná), sua principal espécie. É de fácil penetração e grande aproveitamento econômico,
fato este que lhe valeu quase que sua extinção. Restam ainda poucas áreas de mata
nativa, principalmente no sul e sudoeste do Paraná e norte de Santa Catarina.
Nas últimas décadas, ocorreram reflorestamentos com a implantação do pínus, visando
atender às necessidades da indústria madeireira. Esses reflorestamentos alteraram as
características naturais do solo, gerando grande impacto ambiental. Porém, estudos
recentes mostraram ser possível reflorestar a Mata de Araucária com a sua principal e
mais famosa espécie.
O Cerrado é depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se
espalhou, recobrindo 20% do território brasileiro, predomina em áreas de clima tropical,
com duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. É a vegetação típica da
região Centro-Oeste do Brasil.
No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de troncos
sinuosos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras;
entre as árvores e os arbustos, espalha-se uma formação contínua de gramíneas altas.

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Atualmente, grandes áreas de cerrado estão sendo transformadas em campos de cultivo


ou pasto, contribuindo desta forma para a alteração do equilíbrio ecológico de vastas áreas
do Brasil Central.
A Mata dos Cocais é uma floresta de transição. Encontra-se numa região de transição,
entre a floresta equatorial (úmida), a caatinga do Sertão nordestino (seco) e o Cerrado do
Brasil Central. Abrange a região conhecida como Meio-Norte (Maranhão e Piauí).
É representada pelas palmáceas como babaçu e carnaúba, esta última sendo conhecida
como árvore da vida, pois dela tudo se aproveita.
O Pantanal é uma formação mista que apresenta uma associação de vegetais, tais como
florestas, campos, cerrados e até caatinga, podendo ser identificadas três áreas distintas:
as áreas sempre alagadas em que predominam as gramíneas; as periodicamente
alagadas, em que predominam as palmeiras (como o buriti, carandá e paratudo) e aquelas
que nunca sofrem inundação, em que encontramos o angico e o quebracho. O Pantanal é
banhado pelo rio Paraguai que contribui com suas cheias para manter o equilíbrio
ecológico deste santuário.
A Caatinga é a formação típica do Sertão Nordestino, constituída por plantas xerófitas, com
raízes bastante profundas, associadas às cactáceas e brometáceas. As espécies mais
comuns são: juazeiro, mandacaru, xique-xique. Caatinga é uma designação indígena e
significa "mata branca".
As Matas Ciliares ou de Galerias crescem junto às margens dos rios, cuja umidade as
mantém de grande valor no equilíbrio ecológico, pois sua destruição poderá ser
acompanhada pela morte dos rios por assoreamento.
Os Campos são as estepes brasileiras, com predominância de gramíneas. São os pampas
do Rio Grande do Sul. Também conhecidos como campanha gaúcha.
Os Mangues ocorrem nas áreas litorâneas sujeitas a inundações periódicas pelas marés,
formada por vegetais de alagadiços, com raízes aéreas e halófitas (adaptadas ao ambiente
salino). Conforme a topografia e a umidade do solo são possíveis distinguir o mangue-
vermelho, nas partes mais baixas; o mangue-siriúba, onde as inundações são menos
frequentes; e o mangue-branco, em solos firmes.

A urbanização
O processo de urbanização iniciou-se a partir da segunda metade do século XVIII com a
Revolução Industrial, quando a maioria da população que morava em áreas rurais passou
a residir em áreas urbanas, tendo em vista a escassez de mão-de-obra nas fábricas
recém-criadas e as dificuldades de permanência do homem no campo.

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No entanto, foi a partir da segunda metade do século XX que a urbanização realmente


acelerou-se, principalmente a partir da II Guerra Mundial, sendo que esse fenômeno
estava sendo concluído em países desenvolvidos e iniciado de maneira avassaladora em
muitos países subdesenvolvidos, notadamente na maioria dos países latinos americanos e
em países asiáticos. O continente africano é até hoje pouco urbanizado, exceto alguns
países onde o processo já foi iniciado.
No período da Revolução Industrial (séc. XVIII), as taxas de urbanização não passavam de
2%. Segundo dados do Relatório do Desenvolvimento Humano, publicado pela ONU, em
1995, a população que vive nas cidades atingiu 34% do total em 1960, 44% em1992 e a
previsão para o início do século XXI era de aproximadamente 50%.
Alguns países, sobretudo os industrializados, a taxa de urbanização já ultrapassa os 90% e
outros menos industrializados atingem em torno de 25%, como é o caso da Índia e China.
Neste último, é um caso à parte, pois se considerarmos uma população de 1,3 bilhão de
habitantes no país como um todo, verifica-se que há uma enorme tendência do governo
central (PCU - Partido Comunista) em limitar o deslocamento de pessoas das áreas rurais
em direção às cidades, a fim de evitar o caos urbano.
Em 1900, existiam no mundo dezesseis cidades com população superior a 1 milhão de
habitantes. Dessas, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao Terceiro Mundo.
Em 1950, havia vinte cidades no mundo com população superior a 2,5 milhões de
habitantes. Dessas, apenas Xangai, Buenos Aires, Calcutá, Bombaim, Cidade do México e
Rio de Janeiro estavam situadas no Terceiro Mundo.
Para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações urbanas com mais de
10 milhões de habitantes, nada menos que vinte delas estarão no Terceiro Mundo. São
Paulo aparece com a segunda aglomeração urbana mais populosa do mundo.
Para 2025, as cidades que mais aumentarão seus contingentes serão aquelas situadas em
países pobres.
A urbanização nos países desenvolvidos teve mais incentivo a partir da Revolução
Industrial e mais notadamente no século XIX, sendo que neste período os países da
Europa Ocidental sofreram intenso processo de urbanização. As cidades de Londres, Paris
e Berlim, no século passado, já possuíam cerca de 1 milhão de habitantes. No entanto,
nestes países, a urbanização ocorreu de maneira mais ou menos normal, sem grandes
problemas para as populações, pois, como o caso da Inglaterra, as cidades precisavam de
mão-de-obra para a indústria e as pessoas que moravam nas áreas agrícolas
imediatamente migraram para os centros urbanos nascentes. Como a lavoura foi logo
mecanizada, esta mudança foi mais bem absorvida pela população. Atualmente países
como Inglaterra, Alemanha, Suécia, Bélgica, apresentam população urbana superior a
90%.

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A urbanização nos países subdesenvolvidos é bem mais recente, tendo ocorrido


principalmente há partir da Segunda Guerra Mundial. O desenvolvimento industrial nos
países subdesenvolvidos ocorre de forma mais desordenada, uma vez que as condições
de vida da população do campo se deterioram, as pessoas, por falta de opção, acabam
migrando para as cidades. Procurando habitar as áreas de periferia, quase sempre sem
infraestrutura, provocando o "inchaço das cidades", onde a marginalização, a fome, as
doenças e a miséria moral e material, a criminalidade e a perversão tornam a vida nas
metrópoles um verdadeiro desafio.
No "habitat" urbano, ao contrário do rural, não existe a separação entre a atividade
humana e seu respectivo habitat. Assim é que o conceito de cidade é: "Forma de
aglomeração humana em que a maioria de seus habitantes vive dentro de seus limites e
emprega suas atividades nesse mesmo local". Enquanto a vila "habitat" rural mantém
contato com a terra, a cidade "habitat" urbano perdeu esse contato.
Para que o aglomerado urbano possa ser considerado uma cidade, são indispensáveis
algumas condições:
- Atividades econômicas e culturais bem definidas;
- Ativa função comercial e financeira (bancos e casas comerciais);
- Indústrias que abasteçam as regiões vizinhas (produtos simples);
- Conforto material razoável;
- População de alguns milhares de habitantes.
O crescimento das cidades dos países do Terceiro Mundo é muito mais uma consequência
do êxodo rural do que um aumento vegetativo mais elevado. O urbanismo pode ser
definido como: "O estudo geral das contradições de desenvolvimento das cidades".
Uma das preocupações dos urbanistas de nossa época é quanto às condições que a
cidade deve oferecer aos que nela habitam. As cidades devem crescer, sem "inchar".
As cidades podem ter sua origem de várias maneiras, no entanto, duas são as que mais
nos interessam:
- Cidades de origem natural ou espontânea: São aquelas que se originaram sem nenhum
planejamento prévio. Surgiram como povoados, transformando-se em vilas, evoluindo
depois para cidades. Geralmente essas cidades enfrentam sérios problemas de circulação,
habitação e tantos outros. Vejamos alguns exemplos:
- Curitiba: se originou de um arraial de mineração;
- Rio de Janeiro: se originou de uma fortificação militar;
- São Paulo: se originou a partir de um colégio de jesuítas;
- Recife - como um porto de pescadores.
- Cidades artificiais, criadas ou planejadas: Engenheiros, sociólogos, psicólogos,
higienistas e urbanistas são os responsáveis pelo planejamento e construção de novas

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cidades, que, antes de possuírem prédios comerciais ou residências, possuem avenidas,


ruas pavimentadas, redes de iluminação, telefone, água, esgotos, áreas seletivas para
vários tipos de atividades, hotelaria, comercial, bancária, residencial, poderes públicos etc..
São exemplos de cidades planejadas:
Goiânia, Belo Horizonte (muito embora esta já esteja bem descaracterizada pelo
crescimento desordenado que sofreu nos últimos anos, principalmente sua periferia).
Porém o melhor exemplo de cidade criada artificialmente é Brasília que foi construída no
governo Juscelino Kubitschek e inaugurada em 21 de abril de 1960 como capital do
Brasil.
Outro exemplo recente é o caso do Estado de Tocantins, que após seu desmembramento
do Goiás, em 1988, deu início à construção de sua nova capital, a cidade de Palmas.
Conurbação, metrópole, região metropolitana e megalópole são expressões que a cada dia
tornam-se mais familiares a milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de
aglomerações urbanas, às vezes gigantescas, encontradas principalmente nos países
desenvolvidos e decorrentes de uma expansão urbana sem precedentes, provocada sobre
tudo pelo desenvolvimento industrial e pelo avanço tecnológico dos meios de transportes e
comunicações.
Vejamos alguns conceitos fundamentais:
- Conurbação: É a superposição ou encontro de duas cidades próximas em razão de seu
crescimento. Pode ocorrer entre cidades do mesmo tamanho ou de tamanhos diferentes.
Exemplos: Juazeiro e Petrolina, às margens do rio São Francisco entre Bahia e
Pernambuco; Região do ABCD em São Paulo: regiões como as de Nova Iorque, da
Grande Curitiba, do Grande Rio, entre outras.
- Metrópole: Corresponde à cidade principal ou à "cidade-mãe", quer dizer, é a cidade que
possui melhores equipamentos urbanos do país (metrópole nacional) ou de uma grande
região do país (metrópole regional).
Exemplos:
Relações entre as cidades em uma rede urbana
Esquema clássico:
Metrópole nacional - São Paulo
Metrópole regional - Curitiba
Centro regional - Joinville
Cidade Local - São José dos Pinhais
Vila - Vila Lindóia

A partir da década de 50, o crescimento e a multiplicação das metrópoles foi espetacular.


Em 1950, por exemplo, só existiam sete cidades com mais de 5 milhões de habitantes no

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mundo, ao passo que na década de 90 já existiam dezenas de cidades com mais de 5


milhões de habitantes. Muitas delas se expandiram tanto que seus limites acabaram se
encontrando com limites dos municípios vizinhos, formando enormes aglomerados urbanos
chamados regiões metropolitanas.

- Região Metropolitana: "É o conjunto de municípios contíguos e integrados


socioeconomicamente a uma cidade principal (metrópole) com serviços públicos e
infraestruturas comuns".
As cinco maiores aglomerações ou regiões metropolitanas do mundo na década de 1990 e
suas respectivas populações eram:

- Tóquio: 23,4 milhões de habitantes;


- Cidade do México: 22,9 milhões de habitantes;
- Nova Iorque: 21,8 milhões de habitantes:
- Xangai: 17,7 milhões de habitantes.

Na primeira década do século XXI, a maior aglomeração metropolitana do mundo será a


Cidade do México, com mais de 32 milhões de habitantes.
A Constituição do Brasil faculta aos Estados a instituição de regiões metropolitanas,
"constituídas por agrupamentos de municípios-limítrofes, com o objetivo de integrar a
organização, o planejamento e a execução públicas de interesse comum" (Artigo 25
Parágrafo 3.°). Assim, a partir de 1998, as Unidades da Federação, buscando solucionar
problemas de gestão do território estadual, definiram novas regiões metropolitanas,
estabelecidas por legislação estadual.

População
Segundo o dicionário significa: "Número de habitantes de uma região do país que, em
conjunto, constituem o contingente humano nativo e imigrante daquela área."
No entanto, dá-se o nome de população ao conjunto de pessoas que habitam determinado
território, podendo ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta.
Podemos classificá-la segundo a religião, a nacionalidade, o local de moradia(urbana e
rural), a atividade econômica(ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições
de vida retratados através de indicadores sociais, tais como: taxa de natalidade,
mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.

O Crescimento da População Mundial

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Alguns historiadores calculam que no ano 1 da Era Cristã, o número de habitantes de


nosso planeta estava na casa dos 250 milhões.
Por volta de 1650, a população mundial alcançou a cifra de 500 milhões de habitantes (não
esqueça que neste intervalo ocorreram inúmeras guerras e a Peste Negra); já em 1850, a
população mundial atingia 1 bilhão de habitantes, passando para 2,5 bilhões em 1950.
Em 1990, a população mundial tinha atingido cerca de 5,2 bilhões de habitantes e, em
2000, já havíamos passado dos 6 bilhões de seres humanos. Atualmente, existem
perspectivas de que a população humana já ultrapassou a casa de 7,5 bilhões.
Nos países mais desenvolvidos ocorre a chamada transição demográfica, porém, nos
países subdesenvolvidos, o que vemos é uma verdadeira explosão demográfica.
O aumento que a população mundial teve, nos últimos anos, foi superior a 65 milhões de
habitantes ao ano, em termos absolutos. É um dado alarmante, ainda que represente uma
sensível queda de 1,5% ao ano.
Estudando o binômio população e desenvolvimento, a ONU - Organização das Nações
Unidas - apontou fatores que podem contribuir para reduzir as taxas de crescimento da
população mundial. Entre eles, destacam-se:
- a distribuição mais justa da riqueza;
- a emancipação sócio-econômico da mulher;
- o planejamento familiar;
- a transferência da tecnologia das nações ricas, principalmente produtoras de alimentos,
para as nações mais pobres;
- condições melhores de saneamento básico, saúde e educação.

Curiosidade
Pense nisto!!!
A cada cinco minutos, aproximadamente, a população da Terra aumenta em quase duas
mil pessoas. Amanhã, nesta mesma hora, nosso planeta contará com cerca de 250 mil
habitantes a mais que hoje. No que isso implica? A cada ano centenas de milhões de
pessoas necessitam de mais alimento, moradia, trabalho, energia, vestuário, transportes,
tratamento médico...

A Maré Humana
Dos 510 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre, apenas um quarto é
formado por terras emersas, os chamados continentes. Estes possuem regiões habitáveis
(ecúmeno) ou não (anecúmeno).

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Diferentemente do espaço continental, que se mantém relativamente estável, as condições


naturais favoráveis à vida humana vêm-se reduzindo devido ao crescimento natural da
população mundial e à ação antrópica (do homem sobre o meio).
Somente tornando-nos conscientes das condições que afetam o espaço natural,
poderemos idealizar alguma forma de desenvolvimento que seja ecologicamente
sustentável.

Alguns Conceitos Fundamentais


- Demografia: Estudo sistemático das populações humanas, consideradas basicamente
quanto ao seu crescimento, tamanho e estrutura.
- População Absoluta: É o número total de habitantes de um determinado lugar (país,
região, estado, província).
Quando esta região determinada apresenta um grande número de habitantes, dizemos que
o lugar é populoso ou de grande população total (absoluta) e se o número de habitantes for
pequeno, dizemos que é um lugar pouco populoso.
Em termos mundiais, temos, como por exemplo, alguns países populosos: China, Índia,
Brasil, Japão, Estados Unidos; e países não populosos: Canadá, Portugal, Austrália e
Mongólia.
As cidades mais populosas do mundo podem ser assim enumeradas: Cidade do México,
Nova Iorque, São Paulo, Tóquio e Xangai.
Como áreas pouco populosas, citamos: Amazônia, Sibéria e Saara.
- População Relativa: Corresponde ao número de habitantes que ocupam determinada
área (por km²). Pode-se também encontrar a densidade demográfica, dividindo-se o total
de habitantes pela área.
Exemplos:

- Países Densamente Povoados


Principado de Mônaco 16.410 hab/km²
Cingapura 6.396 hab/km²
Holanda 382 hab/km²

- Áreas Densamente Povoadas


Noroeste da Europa
Sudeste Asiático
Delta do Ganges (Índia)
Leste da China
Noroeste dos EUA

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- Países Fracamente Povoados


Mongólia 1.6 hab/km²
Canadá 3. hab/km²
Austrália 2.51 hab/km²

- Áreas Fracamente Povoadas


Patagônia
Amazônia
Sibéria

- Países mais Povoados do Mundo


(em habitantes por km² - dados de 2002)
Bangladesh 915,01
Formosa 610,00
Coréia do Sul 474,60
Holanda 382,89
Japão 341,95
Bélgica 337,51
Líbano 346,15
Índia 311,79
Grã-Bretanha 243,75
Alemanha 229,86

Distribuição Geográfica da População


- Fatores Determinantes da Distribuição Populacional.
- Fatores Físicos ou Naturais
Dentre os fatores determinantes e mais favoráveis à ocupação humana de determinada
região, podemos relacionar os aspectos físicos de grande importância, pois desde os
tempos mais remotos, o ser humano vem procurando os melhores locais para realizar seus
assentamentos (povoados).
As áreas de clima temperado, planícies, vales e deltas fluviais e as de solos férteis são as
áreas inicialmente procuradas para ocupação.
Fatores Históricos: As maiores concentrações populacionais do mundo, via de regra, estão
situadas em áreas ocupadas desde os tempos mais remotos e que mantiveram o seu
motivo principal de ocupação, quer seja a fertilidade do solo, a existência de riquezas
minerais, etc.. Dentre as áreas de povoamento antigo e que ainda mantêm grandes

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aglomerados populacionais, citamos o Extremo Oriente (Leste da China, Coréias e Japão),


Ásia das Monções (sul e sudeste asiáticos) e Europa Centro-Ocidental.
Fatores Econômicos: Sem dúvida, atualmente, o fator que mais instiga à mobilidade
populacional é o econômico, pois as atividades econômicas são bastante diversificadas
quanto à forma de produção, à natureza, à finalidade dos produtos. Em função destes
aspectos, as atividades econômicas acarretam maior ou menor concentração populacional.
As áreas de agricultura extensiva mecanizada e de pecuária intensiva apresentam
pequena concentração de mão-de-obra, pois requerem pequena quantidade de trabalho
por área, como podemos citar as pradarias canadenses, o pampa gaúcho ou o pampa
argentino. No entanto, as áreas industriais e de prestação de serviço, pela sua própria
natureza e dinâmica, costumam apresentar elevados índices de densidade demográfica,
como o Nordeste dos Estados Unidos, a Europa Ocidental e o vale do Paraíba (eixo Rio-
São Paulo), no Brasil.
Superpovoamento: Uma área é considerada superpovoada quando ocorre um
descompasso nas condições socioeconômicas da população em relação à área ocupada.
Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que a população mundial
continua crescendo, embora num ritmo menor que nas décadas anteriores. Sabe-se que a
população mundial dobra o seu contingente a cada 25 anos e que se alguma coisa não for
feita para abaixar esses índices, logo teremos maior escassez de alimentos e de água.
Sabemos que o que realmente ameaça o futuro da humanidade e que poderá produzir
danos maiores que a maioria das guerras juntas é a escassez de água. Hoje, 10 milhões
de pessoas morrem a cada ano por causa de doenças que poderiam ser evitadas se
houvesse saneamento básico. Desse total, metade tem menos de 18 anos.

Curiosidade
Irrigação consumirá mais recurso
Cerca de 85% da água disponível no mundo hoje é utilizada para irrigação. Se o
crescimento populacional continuar no ritmo atual, será preciso aumentar a produção
agrícola e, consequentemente, o gasto de água com irrigação.
Ao contrário do Brasil e dos EUA, que dispõem de amplas faixas de terras cultiváveis sem
necessidade de irrigação, outros países populosos como a China e Índia dependem da
água para alimentar sua população.
Na China, 87% da água disponível é utilizada para irrigação e na Índia essa proporção
chega a 93% da água existente.
Como os dois países estão sempre entre os que mais crescem atualmente, a situação só
tende a piorar.

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Em março de 1996 foi realizado um seminário em Pequim (China) apenas para discutir
maneiras de conciliar a necessidade de água para o consumo da população ou para uso
da agricultura.
(Folha de São Paulo)

A população brasileira
Compreendemos o número de habitantes de uma região do país que, em conjunto,
constituem o contingente humano nativo e imigrante daquela área. No entanto, dá-se o
nome de população ao conjunto de pessoas que habitam determinado território, podendo
ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta.
Podemos classificá-la segundo a religião, a nacionalidade, o local de moradia (urbana e
rural), a atividade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições
de vida retratada através de indicadores sociais, tais como: taxa de natalidade,
mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.
Quanto ao crescimento da população mundial, alguns historiadores calculam que no ano 1
da Era Cristã, o número de habitantes de nosso planeta estava na casa dos 250 milhões.
Por volta de 1650, a população mundial alcançou a cifra de 500 milhões de habitantes (não
esqueça que neste intervalo ocorreram inúmeras guerras e a Peste Negra); já em 1850, a
população mundial atingia 1 bilhão de habitantes, passando para 2,5 bilhões em 1950.
Em 1990, a população mundial tinha atingido cerca de 5,2 bilhões de habitantes e, em
2000, já havíamos passado dos 6 bilhões de seres humanos.
Nos países mais desenvolvidos ocorre a chamada transição demográfica, porém, nos
países subdesenvolvidos, o que vemos é uma verdadeira explosão demográfica. O
aumento que a população mundial teve, nos últimos anos, foi superior a 65 milhões de
habitantes ao ano, em termos absolutos. É um dado alarmante, ainda que represente uma
sensível queda de 1,5% ao ano.
Estudando o binômio população e desenvolvimento, a ONU - Organização das Nações
Unidas - apontou fatores que podem contribuir para reduzir as taxas de crescimento da
população mundial. Entre eles, destacam-se:
- a distribuição mais justa da riqueza;
- a emancipação socioeconômica da mulher;
- o planejamento familiar;
- a transferência da tecnologia das nações ricas, principalmente produtoras de alimentos,
para as nações mais pobres;
- condições melhores de saneamento básico, saúde e educação.
Alguns conceitos fundamentais nos auxiliam no estudo da população:

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- Demografia: Estudo sistemático das populações humanas, consideradas basicamente


quanto ao seu crescimento, tamanho e estrutura.
- População Absoluta: É o número total de habitantes de um determinado lugar (país,
região, estado, província).
Quando esta região determinada apresenta um grande número de habitantes, dizemos que
o lugar é populoso ou de grande população total (absoluta) e se o número de habitantes for
pequeno, dizemos que é um lugar pouco populoso.
Em termos mundiais, temos, como por exemplo, alguns países populosos: China, Índia,
Brasil, Japão, Estados Unidos; e países não populosos: Canadá, Portugal, Austrália e
Mongólia.
As cidades mais populosas do mundo podem ser assim enumeradas: Cidade do México,
Nova Iorque, São Paulo, Tóquio e Xangai.
Como áreas pouco populosas, citamos: Amazônia, Sibéria e Saara.
- População Relativa: Corresponde ao número de habitantes que ocupam determinada
área (por km²). Pode-se também encontrar a densidade demográfica, dividindo-se o total
de habitantes pela área.
A estrutura da população é outro importante aspecto da demografia. Entre os elementos
dessa estrutura destacam-se as estruturas etárias, ocupacional e educacional. Para indicar
o número de habitantes de determinada região, utiliza-se as Pirâmides Etárias ou
Pirâmides de Idades, as quais nos oferecem uma ideia precisa de determinado grupo de
população de um país subdesenvolvido, como por exemplo, se comparado com um grupo
de habitantes de um país desenvolvido.
As pirâmides etárias são classificadas em faixas de idades distribuídas da seguinte
maneira:

0 a 19 anos - jovens
20 a 59 anos - adultos
60 anos em diante - velhos

As pirâmides etárias dos países subdesenvolvidos apresentam normalmente uma base


larga e um topo bem estreito, que indicam o predomínio de jovens e o reduzido número de
idosos. Já nos países desenvolvidos, observa-se geralmente uma base mais estreita, sinal
de menor proporção de jovens, e um cume mais largo, devido ao grande número de
idosos.

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Observe que os países com a população considerada velha, ou seja, os países maduros,
geralmente estão situados em áreas mais desenvolvidas do globo, normalmente em áreas
temperadas, tendo em vista uma série de fatores, como por exemplo, a antigüidade da
ocupação, o modo de ocupação, etc; apresentam uma população adulta e idosa muito
numerosa, pois apresentam baixa taxa de natalidade, porém, baixa taxa de mortalidade e
elevada expectativa de vida.
Por sua vez os países considerados em transição demográfica, como é o caso do Brasil, o
número de adultos tende a crescer, pois a natalidade está diminuindo e a expectativa de
vida aumentando, consequentemente aumenta o número de idosos.
Já os países considerados de população jovem, estão em uma primeira fase de
desenvolvimento, são países subdesenvolvidos e não industrializados que apresentam
altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.
Os gráficos de pirâmides etárias nos revelam dados referentes à idade das populações
obtidos em determinada época. Vejamos o exemplo da pirâmide etária brasileira. Até 1970,
a nossa pirâmide etária apresentava-se como sendo típica de um país subdesenvolvido, no
entanto, nas últimas décadas, ocorreu uma substancial mudança no comportamento de
crescimento da família brasileira, que passou a ter menos filhos; a mulher, antes, quase
exclusivamente dona-de-casa, passou a ocupar cargos de liderança, antes só ocupados
por homens, com isso ocorreu uma diminuição acentuada do número de nascimentos no

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país, consequentemente diminuindo o número de filhos por mulher, que em 1960, era de
aproximadamente 6 e caindo a partir da década de 1990 para 2,8.
A análise das atividades profissionais da população é de grande importância, pois permite
avaliar o grau de desenvolvimento desses países. A população economicamente ativa
(P.E.A), corresponde ao número de pessoas que trabalham com carteira de trabalho
assinada, inclusive desempregado que esteja temporariamente afastado do trabalho.
A população ativa é aquela que está disponível para o trabalho.
A expressão "população ocupada" diz respeito à parcela da população que está
efetivamente trabalhando, isto é, exercendo atividade remunerada.
Os percentuais de população ativa em relação à população total podem variar de
aproximadamente 20 a 25% nos países de população exageradamente jovem
(subdesenvolvidos) até cerca de 50% nos países desenvolvidos. São considerados
economicamente inativos as crianças, estudantes, idosos e mulheres mesmo que exerçam
atividade sem remuneração em casa.
Os movimentos horizontais da população também chamam a atenção nos estudos
demográficos. Eles são representados pelas migrações, que podem se apresentar em
diferentes modalidades. O nomadismo é um sistema de vida de certos povos,
caracterizado pela inexistência de moradia fixa, moram em tendas, ciosos de sua
liberdade, e prezam seus camelos mais que qualquer outra coisa do mundo; esses
verdadeiros nômades são membros de uma comunidade restrita e estreita; vivem no
coração do deserto, seguidos por uma cáfila. São encontrados na Arábia, no norte do
Iraque, Síria, Jordânia.
O oeste, o sul e o leste do Saara são, também, ocupados por povos que, na verdade,
poderiam se chamar de nômades. Os chaggars, os mais antigos dos grupos tuaregues de
Hoggar, abrangem 125 nobres, um terço de escravos e o restante de arrendatários;
A transumância é o deslocamento cíclico de pessoas entre dois lugares, geralmente por
motivos climáticos. Nas áreas montanhosas da Europa, a subida dos Alpes caracteriza-se
por um grande acontecimento para alguns pecuaristas no fim da primavera. Aldeias
inteiras subiam as montanhas, deixando as planícies do vale do rio Ródano, do Piemonte e
da Lombardia e dos vales interiores da Suíça e da Áustria até as pastagens alpinas das
montanhas vizinhas. Atualmente com o despovoamento das montanhas e o
desenvolvimento da agricultura moderna nas planícies praticamente extinguiu-se este tipo
de deslocamento.
No caso brasileiro, o exemplo típico de transumância ocorre no Nordeste brasileiro, onde
durante o período de estiagem prolongada, ocorre o deslocamento de pessoas do Sertão
para a Zona da Mata. Quando a situação torna-se mais amena no Sertão, ocorre o
deslocamento inverso.

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Também é comum a transumância praticada pelos bóia-frias volantes, que não possuem
residência fixa. O trabalho é temporário, só ocorre durante o período do plantio, da
colheita, ou do corte da cana-de-açúcar. Tal situação obriga os trabalhadores a migrar de
cidade em cidade atrás de trabalho.
O êxodo rural: consiste no deslocamento de pessoas das áreas rurais para as áreas
urbanas. No Brasil, ocorreu maior intensificação nesse processo a partir da década de
1950 até o final dos anos de 1970, em consequência, principalmente, da mecanização das
atividades agrícolas, concentração de terras no campo e processo acelerado de
industrialização de algumas cidades, tornando-se polos de atração populacional.
Como as cidades não receberam investimentos suficientes para melhorar a infraestrutura
urbana (habitação, saneamento básico, saúde, educação, transportes coletivos, lazer e
abastecimento) passaram a crescer em direção à periferia, onde são construídas enormes
favelas e loteamentos clandestinos, sobretudo ao longo de áreas de mananciais e de
preservação ambiental, como também das áreas industriais.
A pendular consiste em migrações temporárias típicas de grandes cidades industriais e
metrópoles mundiais e trata-se do deslocamento de milhares de trabalhadores da periferia
e dos subúrbios, pela manhã, em direção ao centro, retornando a seus lares após a
jornada de trabalho.
Uma nova modalidade de migração tem se destacado nos últimos anos no Brasil e
recebeu a denominação de urbana-urbana. Atualmente em alguns estados brasileiros,
como São Paulo e Rio de Janeiro, é cada vez mais frequente o deslocamento de pessoas
das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A principal causa destes
deslocamentos é o fato de que as metrópoles estão completamente inchadas, com
precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos índices de
desemprego e criminalidade acentuada.

A nova ordem mundial


A nova ordem mundial compreende um conjunto de mudanças ocorridas a partir da década
de 1970 na geopolítica mundial. O termo geopolítica teve sua origem na Alemanha, no
início do século XX, tentando explicar o fundamento geopolítico às pretensões
expansionistas alemãs, mais tarde adotado pelos nazistas para justificar seus objetivos
imperialistas.
Portanto, podemos definir geopolítica como sendo: "Ramo da ciência política que estuda
as influências geográficas dos domínios do Estado, dando-lhe suporte estratégico e
ideológico".

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A geopolítica foi muito utilizada durante o período da Guerra Fria, sendo uma luta política e
estratégica entre os blocos capitalista (liderado pelos EUA) e socialista (liderado pela
URSS).
Durante a vigência da Guerra Fria (1945 - 1990), criaram-se organizações econômicas e
militares, e houve intervenção das grandes potências em países periféricos, criando
mecanismos supostamente de defesa, mas que se traduziram em instrumentos de
dominação, tanto dos EUA como da URSS.
A nova ordem mundial pode ser definida como as configurações que a geopolítica tomou
com o término da Guerra Fria. Após a implosão da URSS e a consequente desintegração
de seu império, o mundo passou a ser dividido segundo o critério econômico, dando
origem ao mundo multipolar.
Áreas ainda indefinidas:
- CEI - Comunidade de Estados Independentes (Ex-URSS): Por um lado, pode vir a tornar-
se uma periferia da Europa; por outro, pode ocorrer a incorporação das repúblicas
meridionais e islâmicas ao Oriente Médio. Podem, também, vir a ser um mercado comum
efetivo, menos importante que os três principais.
- China: Pode ser periferizada pelo Japão ou tornar-se uma nova potência, embora
secundária.
- Oriente Médio: Área de disputa entre os três polos ou centros importantes, com vantagem
momentânea para os EUA; pode também vir a ser uma região original pela união dos
povos e estados islâmicos, com tendência a não se alinhar harmoniosamente em nenhum
dos três centros.
Dentro dessas mudanças também surgiu uma nova Divisão Internacional do Trabalho. A
partir do século XVI, com as grandes navegações, realizando descobertas pelo mundo,
criou-se um termo chamado de divisão Internacional do Trabalho, que consistia em
fundamentar a relação entre os colonizadores (Metrópoles) e colonizados (Colônias).
Aos colonizados, cabia o fornecimento de matérias-primas para as Metrópoles e estas por
sua vez teriam a incumbência de vender para as colônias produtos manufaturados.
Este pensamento caracterizou as relações entre os principais países durante muito tempo,
até que a partir de 1945, o poder mundial ficou dividido entre duas superpotências, de um
lado EUA (representando o Capitalismo) e de outro a URSS (representando o Socialismo).
A nova ordem mundial já não se caracteriza pela competição ou disputa ideológica entre
estes dois sistemas, mas a principal característica, na atualidade, é a competição
econômica entre países e blocos de países.
A globalização é uma forte marca dessas mudanças. Ela consiste Conjunto de
transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas
décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa "aldeia global",

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explorada pelas grandes corporações transnacionais. Os Estados abandonam


gradativamente as barreiras tarifárias que existiam para proteger sua produção da
concorrência dos produtos estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional.
Este processo tem sido acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de
informação: telefones, computadores, televisão, etc.
As fontes de informação também se uniformizam, devido ao alcance mundial e à crescente
popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso faz com que os
desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a
provocar certa homogeneização cultural entre os países.
A tendência do mercado já no início do século XXI é tornar-se cada vez mais globalizado,
pois não existe mais condições para que uma determinada empresa venha a fixar-se em
apenas uma determinada região do globo a fim de dominar um determinado setor do
mercado.
A acirrada competição entre os grandes conglomerados fez com que ocorresse uma
descentralização acentuada na atividade industrial de vários países. Várias regiões do
mundo subdesenvolvido foram modernizadas, graças à transferência de grandes grupos
industriais provenientes de países do Primeiro Mundo.
Como a competição é acirrada, muitas das empresas transnacionais viram como única
solução para garantir sua lucratividade a transferência de filiais para países
subdesenvolvidos, onde encontram uma série de fatores que certamente irão favorecer e
garantir um bom retorno de investimento em um curto espaço de tempo e por alguns anos.
O neoliberalismo surge nesse contexto com forte influência política e econômica.
Neoliberalismo, como entendido, é um produto do liberalismo econômico neoclássico
capitalista. O termo foi cunhado em 1938 em uma conferência denominada Colóquio
Walter Lippman pelo sociólogo alemão e economista Alexander Rüstow. Ao ser criado,
termo se referia a uma tentativa de redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas
teorias econômicas neoclássicas. Em 1938 o termo se referia a uma corrente econômica
que pregava a adaptação dos princípios do liberalismo clássico às exigências de um
Estado regulador e assistencialista. A partir dos anos 1980 entretanto, o significado mudou
totalmente de sentido, quando a implementação das políticas neoliberais da forma que são
descritas atualmente costumam ser identificadas como uma volta ao liberalismo clássico .O
neoliberalismo caracteriza-se por apoio à uma maior liberalização econômica, privatização,
livre-comércio, mercados abertos, a desregulamentação, e reduções nos gastos do
governo a fim de reforçar o papel do setor privado na economia.
A partir da década de 1960, passou a significar a doutrina econômica que defende a
absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só
devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo

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(minarquia). É nesse segundo sentido que o termo é mais usado atualmente. No entanto,
autores da filosofia econômica e comentaristas de economia que se alinham com as
postulações liberais rejeitam a alcunha "neoliberal", preferindo adotar o termo liberal.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a denominação neoliberalismo é mais uma
denominação elaborada pelos críticos dos pressupostos do liberalismo que uma
reivindicação terminológica por parte dos precursores de sua doutrina.
O Brasil passou por mudanças significativas nesse momento. Até 1950, o Brasil era um
país tipicamente agrário, ou seja, a agricultura era o setor mais importante da economia. A
maior parte da população morava no campo, sendo que a industrialização chegou mesmo
para valer a partir de 1956, com o Plano de Metas do Governo JK, quando ocorreu uma
ruptura com o modelo agroexportador, transformando todas as relações da economia
brasileira com a economia capitalista mundial.
Quanto ao fluxo de capitais, a economia brasileira aumentou seu grau de participação no
mercado mundial, pois mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, os investimentos
estrangeiros estavam resumidos às ferrovias, à eletricidade e ao comércio de importação e
exportação.
Após 1950, os investimentos estrangeiros passaram a dominar os ramos industriais mais
modernos e diversificaram sua atuação nos setores de comércio e serviços urbanos.
A industrialização brasileira foi desenvolvida através da substituição das importações, ou
seja, da produção interna de manufaturados, fato este que durou até os anos de 1970. A
partir de 1975, o comportamento das importações e exportações sofreu súbitas alterações,
provocadas por mudanças internacionais e o país passa a exportar produtos
industrializados, deixando para trás toda aquela ideia de exportação de produtos agrícolas.
O comércio exterior brasileiro conheceu profundas alterações nas últimas décadas, ou
seja, a exportação de produtos primários (agrícolas e minerais) e de semi-industrializados
foram sendo substituídos por exportações de mercadorias industriais. As importações
também sofreram mudanças; os bens de consumo passaram a ser produzidos pela
indústria instalada no Brasil e as compras no exterior começaram a se concentrar nos bens
de produção.
Os principais parceiros comerciais do Brasil são a China, países do MERCOSUL, União
Europeia e os Estados Unidos, tanto em importações como em exportações. Por sua vez o
Japão e a Coréia do Sul também figuram como importantes mercados.
As relações comerciais do país com áreas do mundo subdesenvolvido são muito menos
significativas. As exportações e importações para a Associação Latino-Americana de
Desenvolvimento e Integração (Aladi), que reúne o México e a maioria dos países da
América do Sul, correspondiam, até o início da década de 90, a pouco mais de 10% do

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comércio brasileiro. O Oriente Médio constitui um importante fornecedor, devido às


vultosas importações de petróleo.
Com todas as modificações ocorridas em termos de inserção do Brasil no comércio
internacional não diminuiu a dependência em relação ao fluxo de capitais e ao
desenvolvimento de tecnologia, portanto, continuamos a ser país de periferia.
Essa dependência é uma característica de países periféricos em tempos de globalização.

A indústria
Outro ponto de destaque na atualidade é a economia brasileira. Internacionalmente chama
a atenção por fazer parte de um conjunto de países emergentes, que são designados pela
sigla BRICAS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do sul). Nacionalmente seu destaque se
refere a uma década de significativo crescimento e, com perspectivas, de desaceleração.
Assim, para melhor entendermos essas mudanças vamos analisar a história da economia
brasileira através de uma periodização tendo como base a atividade industrial.
Denomina-se indústria o conjunto de atividades produtivas que o homem realiza, de modo
organizado, com a ajuda de máquinas e ferramentas. A atividade industrial no Brasil teve
início no período colonial. Sua história, no entanto, não se caracteriza por uma evolução
sistemática. As atividades agrícolas e o extrativismo absorviam o pouco capital e mão-de-
obra, dando margem apenas às indústrias caseiras, à agroindústria do açúcar, às
pequenas indústrias no litoral e aos estaleiros em que se construíam embarcações de
madeira.
Em 1785, D. Maria I, a louca, rainha de Portugal, decretou que todas as indústrias
manufatureiras ou fabris instaladas no Brasil deveriam ser fechadas, bem como, proibia a
instalação de outras. Para muitos, esse fato é o responsável pelo atual
subdesenvolvimento do nosso país.
A partir de 1808, com a chegada da Família Real, a situação apresentou uma relativa
melhora. No entanto, as leis protecionistas em favor de produtos ingleses desestimulavam
qualquer tentativa de industrialização independente por parte de brasileiros.
Somente a partir de 1844, com a tarifa Alves Branco e a criação de taxas médias de
importação na ordem de 44% foi que ocorreu o primeiro surto industrial no país, com o
aparecimento de empreendedores como o Barão de Mauá, no Rio de Janeiro, o Coronel
Delmiro Gouveia, em Pernambuco.
A partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi que o país teve um processo
significativo de desenvolvimento e maior diversificação industrial, tendo em vista a
impossibilidade de importar determinados produtos das nações envolvidas no confronto,
forçando a fabricação interna.

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Foi somente a partir da crise de 1929 (queda da Bolsa de Nova Iorque), que o Brasil
acordou para a industrialização, pois seu principal produto de exportação - o café - estava
desvalorizado no mercado internacional, ainda mais que também combinava com a
Revolução de 1930, que desalojou da política brasileira a oligarquia cafeeira que
emperrava qualquer surto industrial.
O surto industrial foi estimulado pelo capital advindo dos barões-do-café, detentores do
poder até então. As ferrovias, que haviam sido construídas para escoar a produção de
café, entroncavam-se em São Paulo e a mão-de-obra imigrante (já com alguma
experiência industrial de seu país de origem), formou o triângulo perfeito para transformar
a capital paulista no principal centro industrial dos anos 30, bem como desencadear a
Revolução Industrial Brasileira.
Em 1942, com a implantação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta
Redonda, priorizou-se a intervenção estatal nos setores de base da economia -
petroquímica, siderurgia, indústria de cimento, etc.
Com a chegada ao poder de Juscelino Kubitschek (1956-1960) e a implantação de seu
Plano de Metas, ocorreram maciços investimentos estatais em diversos setores da
economia - agricultura, saúde, educação, energia, transportes, mineração e construção
civil -, tornando o Brasil um país atraente para investimentos estrangeiros. Foi a partir
dessa época que se abriu a possibilidade da instalação de indústrias automobilísticas no
Brasil e a região escolhida foi a Sudeste, mais precisamente São Paulo, tendo em vista
que a infraestrutura necessária já estava implantada, ou seja:

- Energia abundante;
- Proximidade relativa do porto de Santos;
- Meios de transporte eficazes;
- Mão-de-obra barata e abundante;
- Mercado consumidor em formação;
- Incentivos fiscais;
- Terrenos baratos.

As primeiras indústrias automobilísticas que se instalaram na região foram a FORD, GM e


VW.
Durante os anos seguintes (Período Militar), ocorreu um forte incremento estatal em
indústrias de base, procurou-se modernizar os setores de infraestrutura, como energia,
transportes e comunicações. No entanto, em 1964, a dívida externa brasileira era de 3,7
bilhões de dólares e o Brasil possuía o 43º PIB do mundo, sendo que em 1985, ao término
da ditadura militar, o Brasil apresentava o 8º PIB do mundo capitalista e sua dívida externa

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era de aproximadamente 95 bilhões de dólares. Apesar de os indicadores de


desenvolvimento terem evoluído de forma significativa, a qualidade de vida da maioria da
população piorou bastante; enquanto a economia crescia, a população empobrecia.
A partir de 1985, teve início o processo de democratização do país, com alterações
profundas na política econômica estabelecida pelo governo que passou a priorizar as
privatizações de empresas estatais, combate aos monopólios da União, busca da
diminuição de impostos de importação de bens de consumo e de produção, com
estabelecimento de cotas de importação e tarifas diferenciadas pelos diversos setores.
Com a abertura do mercado brasileiro, a partir da década de 1990, muitos produtos que
antes era supertarifados puderam entrar no país sem maiores restrições, fazendo surgir
uma nova modalidade de comércio, o das lojas de R$1,99, que se espalharam
rapidamente pelo país. Muito embora a qualidade deixe muito a desejar, a maioria da
população de baixa renda procura tais estabelecimentos para resolver momentaneamente
seu desejo de compras. Com a invasão de produtos de todas as partes do mundo, a
indústria nacional viu-se obrigada a rever sua política de investimentos para não perder
mercado; o certo é que muitas empresas tiveram que encerrar suas atividades. No entanto,
no tocante à indústria automobilística, que já atuava em um mercado restrito, foi obrigada a
modernizar-se, pois é cada vez maior o número de fábricas estrangeiras instalando-se no
Brasil e provocando uma significativa redução no preço dos automóveis.

A agropecuária
A produção agropecuária brasileira emprega cerca de 25% da população economicamente
ativa do país e participa com pouco mais de 10% na formação do PIB (Produto Interno
Bruto). Sua importância na economia brasileira cresce cada vez mais na forma do
agronegócio que é a soma de todos os segmentos econômicos ligados à produção
agrícola e pecuária (insumos, produção, agroindústria e distribuição) e que responde hoje
por quase 35% do PIB nacional, segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (IPEA). Além disso, o setor gera 37% dos empregos do país e representa 42%
das exportações totais do Brasil.
A economia rural transformou-se nos últimos tempos em fornecedora de matérias-primas
para as indústrias. As culturas agrícolas que conheceram um maior desenvolvimento foram
justamente àquelas voltadas para a produção de insumos industriais, enquanto as culturas
tradicionais de alimentos básicos viviam um longo período de estagnação.
A alta lucratividade da produção de insumos industriais atraiu capital e investimentos para
culturas como as da laranja (indústrias de cítricos), soja (indústria de óleos vegetais) e
cana (indústria de açúcar e de álcool combustível).

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A economia rural tornou-se, além de fornecedora de insumos industriais, consumidora de


mercadorias do setor industrial. À medida que se voltava para as necessidades da
economia urbana, a agricultura modernizava sua base técnica, incorporando tratores,
arados mecânicos, colheitadeiras e semeadeiras, adubos, fertilizantes e pesticidas. Com
isso alargou o mercado de consumo dos produtos fabricados pelas indústrias químicas.
Nas duas pontas - na saída e na entrada de mercadorias - a economia agrícola integrou-se
à economia industrial.
A modernização da base técnica indica um processo de capitalização da agricultura que
diferencia cada vez mais os produtores rurais empresariais (que têm capital necessário
para consumir tecnologia) dos produtores rurais familiares (que continuam a empregar
técnicas rudimentares).
Esse mesmo processo de modernização implicou na crescente mecanização das
atividades agrícolas, especialmente no Centro-Oeste do país. Em consequência, ocorreu
intensa liberação de trabalhadores, expelidos da agropecuária e forçados a procurar
ocupação na indústria e nos serviços. Desse modo, a economia rural comportou-se como
fonte de força de trabalho para a economia urbana.
Nas últimas décadas, o Brasil empreendeu um esforço exportador, direcionando-se para a
conquista de saldos comerciais positivos e crescentes. A economia rural participou desse
esforço, ampliando e diversificando as exportações de produtos agrícolas e agroindustriais.
A riqueza oriunda das exportações agrícolas acaba revertendo em favor do setor urbano,
tanto na importação de maquinaria para as fábricas quanto no pagamento de juros e
serviços da dívida externa contraída precisamente para o desenvolvimento industrial.
Há três décadas, as exportações agrícolas concentravam-se no café. Muito atrás, vinham
produtos como o açúcar, o algodão, o cacau. Atualmente as exportações cresceram
vertiginosamente e se diversificaram. Produtos como a soja, a laranja (vendida na forma de
suco), o fumo e as carnes de aves juntamente com o café constituem itens exportados de
grande peso na economia brasileira.
O sentido da modernização da agricultura brasileira fica claro quando se analisa a
produção de alimentos para o mercado interno. Nas últimas décadas, a produção per
capita de alimentos básicos como o arroz, o feijão e a mandioca retrocedeu
consideravelmente. O baixo poder aquisitivo da população torna pouco lucrativa a
produção de alimentos para o mercado interno, levando os agricultores empresariais a
dedicarem-se à produção de matérias-primas industriais e produtos de exportação. Cada
vez mais, as culturas alimentares (de primeira necessidade) tornaram-se um péssimo
negócio dos camponeses familiares, tendo em vista o baixo preço conseguido no mercado
e a falta de incentivos por parte do governo. Atualmente procura-se reverter esse quadro

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por meio de incentivos aos pequenos produtores para que possam fornecer seus produtos
em maior escala ao mercado interno.
Dos produtos considerados de primeira necessidade, somente o trigo recebe incentivos
governamentais e subsídios para o cultivo, tendo em vista que a sua importação onera
demais a balança de pagamentos brasileira, ajudando a ocasionar frequentes déficits
comerciais.

Outro problema que afeta o capo brasileiro é sua estrutura fundiária. Assim, um dos
grandes problemas da agricultura brasileira reside na má distribuição de terras entre os
agricultores do país, onde predomina o latifúndio de exportação e de especulação.
Nos tempos do Brasil-Colônia e parte do Brasil-Império, as terras no Brasil eram
distribuídas na forma de Sesmarias (pedaço de terra devoluta - ou cuja cultura foi
abandonada - que é tomada a um presumido proprietário para ser entregue a um agricultor
ou sesmeiro). Os portugueses trouxeram essa tradição para o Brasil, onde, no entanto, a
imensidão do território acabou por estabelecer um sistema de latifúndios improdutivos.
Em 1850, foi criada a Lei das Terras. Com essa lei, todas as terras devolutas tornaram-se
propriedade do Estado, que somente poderia vendê-las por meio de leilões, beneficiando
quem tinha mais dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América, justamente,
por não ter posses em seu país de origem.
Já em 1964, no Governo Militar, foi criado o Estatuto da Terra, que é um conjunto de leis
com o objetivo de possibilitar a realização do censo agropecuário. Procurava-se
estabelecer uma política de reforma agrária na prática; foi implantada com muita timidez
em áreas de conflitos, com o claro objetivo de abafar focos de tensão popular.
Para facilitar a distribuição e consequente catalogação das propriedades, ficou estipulado
as seguintes dimensões de áreas agrícolas:
- Módulo rural: é toda propriedade rural, explorada diretamente pelo proprietário e sua
família, de onde conseguem retirar o seu sustento.
- Minifúndio: é toda propriedade rural menor que um módulo rural da mesma região.
- Latifúndios: são propriedades rurais de no mínimo 600 módulos rurais da região.
Os latifúndios podem ser divididos em dois tipos:
- Latifúndio por dimensão: que são assim denominadas apenas por sua extensão, estas
propriedades normalmente produzem para exportação.
É comum os grandes proprietários, classificados na categoria de latifúndio por dimensão,
parcelarem a propriedade da terra entre seus familiares para serem classificados como
empresários rurais e, assim, pagarem um imposto menor.
Reforma agrária é um termo empregado para designar o conjunto de medidas jurídico-
econômicas que visam a desconcentrar a propriedade das terras cultiváveis a fim de torná-

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las produtivas. Sua implantação tem como objetivo o aumento da produção agrícola, a
ampliação do mercado interno de um país e a melhoria do nível de vida das populações
rurais.
Nosso país apresenta uma estrutura agrária ultrapassada, com a existência de extensos
latifúndios improdutivos, grandes monoculturas de exportação e milhões de trabalhadores
rurais sem terra. A área média das pequenas propriedades não chega a vinte hectares e a
imensa população rural vive em péssimas condições, o que resulta em elevados índices de
mortalidade. Há regiões no país nas quais os processos de irrigação, de fertilização e de
recuperação dos solos são totalmente desconhecidos, devido a não aplicação das
políticas agrícolas previstas em nossa Constituição.
Outro ponto que merece destaque são as relações de trabalho na área rural. No Brasil,
existem dois modos fundamentais de exploração agrícola da terra, que são a exploração
direta e a exploração indireta.
A exploração direta é feita pelo proprietário, auxiliado pelos familiares ou mesmo por
capatazes e empregados que não precisam necessariamente morar nas terras. Na
exploração direta, grandes empresas ou fazendeiros predominam na direção das grandes
propriedades, mas há também os pequenos proprietários, que trabalham em base familiar,
produzindo gêneros de subsistência e vendendo parte de sua produção para comprar bens
que não produzem (artigos industrializados). Conseguem pequena renda nessas
transações, pois vendem seus produtos a intermediários por um preço bem abaixo do
praticado no comércio das cidades. Geralmente, os pequenos proprietários são posseiros,
lavradores que ocupam um pedaço de terra sem o título legal da propriedade. Como, na
maior parte das vezes, nesses minifúndios, a produção é insuficiente para o seu sustento,
é comum os pequenos proprietários e posseiros trabalharem nas grandes propriedades
como assalariados temporários.
A maior parte da mão-de-obra contratada para trabalho temporário (plantio e colheita) é
constituída de boias-frias ou volantes, como são conhecidos no Centro-Sul, recebendo
também o nome de trabalhadores de fora, na Zona da Mata nordestina, e de peões, na
Amazônia (recrutados no Nordeste).
O recrutamento dos trabalhadores volantes para as empresas agropecuárias ou para os
grandes proprietários é feito geralmente por intermediários, conhecidos por "gatos" ou
"cabos de turma". Geralmente, o intermediário é o motorista do caminhão, que transporta
os trabalhadores de forma precária e estipula um preço pela tarefa diária de cada um
deles, inferior à quantia que recebe da empresa ou fazendeiro contratante, guardando para
si a diferença.
A exploração indireta acontece quando o proprietário arrenda suas terras a terceiros,
utilizando as seguintes modalidades:

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- Parceria: Ocorre quando o proprietário empresta a sua terra a terceiros em troca de parte
da produção agrícola. Conforme o acerto entre as partes, podemos ter a divisão meio-a-
meio (meeiro), terça parte (terceiro) ou quarta parte (quarteiro).
- Arrendamento: Ocorre quando a terra é alugada a terceiros. O pagamento do aluguel
pode ser em dinheiro, em produção e, até mesmo, em prestação de serviços.
- Ocupação: Ocorre quando a terra é ocupada e explorada sem pagamento pelo seu uso,
pois o ocupante não tem o consentimento do proprietário.
Outra figura importante é a do grileiro, jagunço contratado por grandes empresas ou
fazendeiros para invadir terras devolutas (pertencentes ao governo) ou já ocupados por
posseiros, que acabam sendo expulsos brutalmente. São comuns, então, conflitos entre
posseiros e grandes empresas, ou entre fazendeiros e grileiros, pela posse da terra. Os
grileiros conseguem, em geral, títulos de propriedades falsificados, ganhando força para a
expulsão do posseiro, que não dispõe de recursos financeiros para reagir.

Fontes de energia
Entendemos por energia como sendo a capacidade de gerar trabalho, incluindo-se aí,
desde a energia muscular até a atividade nuclear. Dizemos em Física, que um trabalho é
realizado quando uma força age sobre um corpo, fazendo-o se mover.
Assim, os músculos humanos e dos animais, o vento, os combustíveis, a água em
movimento, a luz do Sol e determinados minerais radioativos podem gerar energia.
Segundo a sua natureza, as fontes de energia podem ser classificadas em dois grandes
grupos:
- Fontes de energia renováveis: São aquelas que não se esgotam, como a força das águas
(hidráulica), do vento (eólica), das marés e do Sol.
- Fontes de energia não renováveis: São aquelas que têm duração limitada, não podendo
ser repostas, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio.
Nosso país apresenta uma estrutura energética privilegiada comparada à de outros países.
Com grande potencial hidrelétrico, as possibilidades de obtenção de energia pelo
desenvolvimento de tecnologias que visam à utilização da biomassa são animadoras, uma
vez que as recentes pesquisas revelaram que os depósitos petrolíferos em nossa
plataforma continental são imensos.
O petróleo é um mineral indispensável no mundo moderno, de grande valor estratégico, de
cuja produção o Brasil o transformou em autossuficiência. Além de servir como fonte de
energia, o petróleo é também importante como matéria-prima para vários tipos de
indústrias e indispensável para a obtenção de plásticos, borrachas sintéticas, fertilizantes,
inseticidas, pesticidas e alguns tipos de medicamentos e de produtos químicos.

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As principais áreas de ocorrência de petróleo no Brasil são:


- Recôncavo Baiano.
- Plataforma Continental do Rio de Janeiro (Bacia de Campos), maior área em exploração.
- Bacia sedimentar de Santos (Poços Tubarão I, Tubarão II, estrela do Mar e Coral).
- Bacia do rio Urucu - Amazônia.
- Plataforma Continental do Nordeste - SE, PB, RN.
Atualmente, 75% do petróleo extraído no Brasil provêm da plataforma continental. O
Estado do Rio de Janeiro, onde se localizam as 24 plataformas da Bacia de Campos,
responde por quase 85% do total nacional.
No litoral do Espírito Santo, existem grandes reservas de óleo, já prontas a serem
exploradas, nos poços de Jubarte, Cachalote e Baleia Branca.
A Petrobras foi criada em 1953 no Governo Getúlio Vargas, instituindo, desta forma, o
monopólio estatal na extração, transporte e refino do petróleo no Brasil. Com a revisão da
Constituição ocorrida em 1995, foi quebrado o monopólio da Petrobras na extração,
transporte, refino e importação de petróleo e seus derivados. Assim o Estado pode
contratar empresas privadas ou mesmo estatais nacionais ou estrangeiras, que queiram
atuar no setor.
Cabe à Petrobras, o refino de todo o petróleo, nacional e importado. A refinaria de maior
capacidade é a Replan, em Paulínia. Por incrível que pareça, o Brasil exporta petróleo. O
petróleo exportado é do tipo mais pesado, ou seja, não pode ser processado em nossas
refinarias, que foram projetadas e construídas para o processamento do petróleo
importado do Oriente Médio, que é mais leve.
A Petrobras tem projetos de construção de novas refinarias que possam processar o
petróleo nacional adequadamente, pois as atuais foram adaptadas às pressas, quando a
produção interna de petróleo aumentou.
O carvão mineral consiste em um rocha sedimentar, de origem orgânica, resultante do
soterramento, em regiões pantanosas, de florestas primitivas, cobertas por sedimentos. As
maiores jazidas deste minério formaram-se durante o Período Carbonífero, penúltimo da
era Paleozóica. A partir da vegetação soterrada, ao longo de milhões de anos, a formação
do carvão passa por diversas fases: turfa - linhito - hulha e antracito. Durante essas
etapas, por transformações químicas, aumenta gradativamente a quantidade de carbono e,
quanto, maior esta for mais poder calorífico terá a substância.
Assim, o antracito, mais antigo e mais compactado, é o que apresenta o maior valor
calorífico, embora a hulha, a partir da qual se produz o coque ou carvão siderúrgico, seja
mais comum e mais utilizado, inclusive no Brasil.

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O Brasil possui grandes jazidas deste minério, sendo que as maiores reservas encontram-
se na Formação Irati, apesar de apresentar um baixo teor calorífico, com elevado teor de
impurezas (cinzas e enxofre), aparecendo em camadas pouco espessas e descontínuas.
O carvão existente em Santa Catarina (carvão metalúrgico) é o único aproveitável como
matéria-prima para as indústrias siderúrgicas. O Rio Grande do Sul detém as maiores
reservas de carvão-vapor, utilizado no aquecimento de caldeiras de alguns setores
industriais e na produção de energia termoelétrica.
A energia elétrica conta com um potencial hidrelétrico na ordem de 260 mil MW e a
produção encontrando-se na casa dos 56.000 MW de energia elétrica, sendo 7.500 MW
em construção, o Brasil conta com aproximadamente 91,5% de energia obtida a partir de
hidrelétricas e 8,5% em termoelétricas. Toda essa energia está sendo gerada, devido à
construção de inúmeras usinas, muitas das quais localizadas num mesmo curso da água,
levando, portanto, ao limite máximo de aproveitamento hidrelétrico. Por outro lado, a
construção de usinas termoelétricas, muitas vezes necessária, devido à grande extensão
de nosso território, acarreta uso em grande quantidade de óleo diesel ou carvão,
aumentando com isso os custos da geração da energia final. Isso sem contar com o
grande volume de materiais pesados que sejam liberados pela queima do diesel ou de
carvão que são altamente nocivos ao homem e ao meio ambiente.
Por sua vez, a construção de uma usina hidrelétrica altera quase todo o ecossistema da
microregião onde está localizada. As barragens, vertedouros, desvios e alterações das
calhas dos rios modificam a paisagem natural, podendo acarretar danos imprevisíveis às
espécies vegetais e animais bem como provocar alterações no microclima na área da
usina.
A hidrelétrica de Itaipu, localizada à 14 Km à jusante da foz do rio Iguaçu, na cidade de Foz
do Iguaçu, Estado do Paraná. Foi construída uma barragem para represar as águas do rio
Paraná, formando um lago de 1.400 Km2 que serve de reservatório à usina.
Construído por meio de um consórcio Brasil-Paraguai, a usina Binacional de Itaipu teve um
custo aproximado de 18,5 bilhões de dólares, sendo responsável pelo abastecimento de
25% do total da demanda energética brasileira.
Mas a construção de usinas hidrelétricas ao longo do território nacional também pode
apresentar problemas, como o que ocorreu com a usina de Balbina, no rio Uatumã, no
Estado do Amazonas.
Balbina custou 750 milhões de dólares, tendo um reservatório ocupando uma área de
2.430Km2, com uma capacidade instalada de apenas 250 MW. O apodrecimento da
vegetação inundada teve como consequência ao aumento da acidez da água e a morte
dos peixes ao longo do trecho à jusante da barragem. Além disso, a represa inundou parte

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da reserva indígena dos Waimiri-Atroari, grupo indígena que já estava ameaçado pela
passagem em suas terras da Rodovia Manaus - Boa Vista (BR-174).
Balbina foi o maior desastre na história da produção de eletricidade do país: tecnicamente
incorreta, cara, causadora de inúmeros problemas para as populações que vivem às
margens do rio Uatumã e de verdadeiros desastres ecológicos, não atende sequer a
demanda energética local.
Esses e outros fatores levaram a sociedade brasileira a partir em busca de outras fontes
alternativas que pudessem gerar energia, de preferência com baixo custo e com o mínimo
de danos ao meio ambiente.
O Programa Nuclear Brasileiro surgeno auge do período militar, vivia-se no Brasil o
"Milagre Econômico" e nessa onda de prosperidade, foi adquirido pelo governo, em 1969,
da empresa norte-americana Westinghouse, a primeira usina nuclear brasileira,
denominada de Angra I, com capacidade de 600 MW. A matriz energética dessa usina é o
urânio enriquecido. Como o acordo de venda não previa a transferência de tecnologia de
enriquecimento do urânio, o Brasil já domina a tecnologia de enriquecimento de urânio.
Para executar o Programa Nuclear, foi criado, em 1974, a Nuclebrás (Empresas Nucleares
Brasileiras); com a finalidade de desenvolver e pesquisar a lavra de minérios radiativos e
implantar usinas nucleares para a produção de eletricidade.
A usina de Angra I foi implantada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis, sobre uma falha
geológica, e foi apelidada de "vaga-lume", tal é a incidência de problemas técnicos que
obrigam que ela seja desligada.
Em 1975, o Brasil assinou um acordo nuclear com a Alemanha, através da Siemens.
Previa-se, inicialmente, a construção de oito usinas, com transferência de tecnologia. Após
consumir bilhões de dólares, apenas se iniciaram as obras de Angra II e III. Em 1993, a
participação da Usina de Angra I na produção de energia elétrica foi nula.
O programa nuclear brasileiro tem sido alvo de severas críticas por parte de estudiosos e
pela população em geral, pois a cada dia a situação se agrava em função do não
cumprimento de nenhuma das metas de construção das usinas e dos bilhões de dólares
investidos.
Mas apesar das dificuldades, o programa nuclear brasileiro segue. No município paulista
de Iperó está localizado o centro experimental ARAMAR, pertencente à Marinha do Brasil.
Nesse centro, foram desenvolvidas novas tecnologias para o enriquecimento de urânio
através de supercentrífugas, tecnologia essa apenas dominada pelo nosso país, depois de
um gasto estimado em 300 milhões de dólares. Para se ter ideia da importância desse
projeto basta citar que os norte-americanos já investiram uma quantia dez vezes maior e
ainda não obtiveram sucesso. Esses novos conhecimentos preocupam as grandes
potências mundiais, pois, teoricamente, quem enriquece urânio tem capacidade para

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fabricar artefatos nucleares. Vale lembrar que a Marinha do Brasil tem intenção de
construir o seu submarino nuclear.
A crise suscitada pelo aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, iniciada
em 1973, levou o governo brasileiro a buscar soluções para o problema: dentre as
soluções, avultou a substituição da gasolina por outro combustível, de preferência
produzido a partir de uma fonte renovável. A experiência passada e a grande
potencialidade da lavoura brasileira apontaram imediatamente para o álcool. Em novembro
de 1975, foi criado o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), com o objetivo de reduzir as
importações de petróleo. Para incentivar o aumento da produção de álcool, a partir da
cana-de-açúcar, o Proálcool previa uma série de benefícios financeiros aos plantadores de
cana e aos donos de destilarias, principalmente os da Região Sudeste. As indústrias
automobilísticas foram incentivadas a passar a produzir carros movidos a álcool. Aos
usuários desses automóveis foram concedidos benefícios fiscais - tais como a diminuição
do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) - além da garantia de
fornecimento e de preços subsidiados.
O Proálcool aparentemente foi um sucesso. O consumo de álcool cresceu de forma
acelerada durante a década de 80, ultrapassando o consumo da gasolina automotiva em
1986. Os carros a álcool são menos poluentes e a substituição contribui para tornar mais
respirável o ar das grandes cidades. Até aviões a álcool foram projetados e construídos.
No entanto, o programa revelou-se caro demais, o governo pagava aos produtores muito
mais do que cobrava dos consumidores, permanecendo um eterno déficit. Em 1990,
ocorreu uma crise na produção de álcool, o que correspondeu a um racionamento. A partir
deste momento, o Proálcool ficou desacreditado, as indústrias deixaram de fabricar
veículos movidos a álcool e os consumidores passaram a procurar os veículos movidos à
gasolina. Agora, no início do terceiro milênio, verifica-se nova tentativa de ampliação do
uso do álcool como combustível automotivo. Alguns veículos já saem das fábricas com
tecnologia bicombustível, que permite aos motores o uso da gasolina ou do álcool.
O gás natural é uma fonte de energia limpa, encontrada em rochas porosas no subsolo,
podendo estar associado ou não à existência de petróleo. Normalmente apresenta baixos
teores de contaminantes, como nitrogênio, dióxido de carbono e compostos de enxofre.
Mais leve que o ar, o gás natural dissipa-se facilmente na atmosfera em caso de
vazamento. Para que inflame, deve ser submetido a uma temperatura de 620º, sendo que
o álcool se inflama a 200°C e a gasolina a 300°C.
O uso do gás natural em nosso território é recente. Na Região Norte, o gás natural
proveniente da bacia gasífera do Alto Amazonas (URUCU) substituirá o diesel que
alimenta as termoelétricas de algumas das principais cidades da região, como Manaus e
Porto Velho, além de inúmeras cidades do interior da amazônia.

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Está prevista a construção de dois gasodutos. Um ligando Coari a Manaus e outro ligando
Urucu (Amazônia) a Porto Velho, totalizando mais de mil quilômetros.
Vários estados brasileiros serão beneficiados pelo uso do gás natural num curto espaço de
tempo, com a importação dessa valiosa fonte de energia através da construção de dois
gasodutos importantes: o gasoduto Bolívia-Brasil e o gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre. O
primeiro, com mais de 3 mil km de extensão têm seu início em território boliviano,
atravessando os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. O segundo, com mais de 600 km de extensão, tem seu início em território
argentino, passando por Uruguaiana, indo em direção ao Polo Petroquímico de Triunfo no
RS.

RECURSOS MINERAIS
Recursos minerais são todos os bens fornecidos pela natureza, tais como o solo, os
minerais, a água, a vegetação, os animais, o Sol (como produtor de luz e calor), etc.
Observando a natureza e conhecendo-a com mais detalhes, podemos distinguir dois tipos
de recursos naturais: Os renováveis e os não renováveis.

Recursos Naturais Renováveis


Como o próprio nome diz, são aqueles que após serem utilizados, podem ser
reaproveitados, pois se renovam, isto pode acontecer devido à utilização de certas
técnicas e práticas utilizadas pelo homem. Vejamos o exemplo do solo:
"Podemos utilizar o solo para a agricultura durante muito tempo até desgastá-lo, isto é,
empobrecê-lo pela perda de elementos minerais, nutritivos para as plantas. Entretanto, há
possibilidades de recuperá-lo por meio de adubação e outras técnicas. Com isso, o solo
volta a ser fértil, permitindo que a agricultura nele se desenvolva sem obstáculos, por isso
dizemos que o solo é um recurso natural renovável".

Recursos Naturais Não Renováveis


São aqueles que não têm possibilidades de renovação. Este é o caso, por exemplo, dos
minerais, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral, o urânio (que são
combustíveis fósseis) e, uma vez utilizados, não podem mais ser reaproveitados.

Relação Entre o Homem e a Natureza


Atuando como fator imprescindível para a existência humana na Terra, a natureza, sendo
formada por recursos naturais, constitui a base natural para a sobrevivência de todas as

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espécies de seres vivos. No entanto, o homem, como principal modificador da natureza,


pode utilizar estes recursos naturais de acordo com vários fatores, tais como:
- Modo de produção;
- Estágio socioeconômico e tecnológico;
- Finalidade da produção.

Na Antiguidade, as civilizações que habitavam os mais distantes pontos da Terra obtinham


sua sobrevivência, explorando, diretamente, a natureza, onde a relação do homem com o
meio ambiente era praticamente total; o homem retirava da natureza apenas o necessário
para sua sobrevivência.
A partir do século XVIII, com o início da Revolução Industrial, na Inglaterra, a exploração
dos recursos naturais sofreu profundas alterações em relação a seus objetivos, volume e
variedade. A necessidade de matéria-prima estabeleceu uma relação homem-natureza do
tipo predatória, isso porque, sendo uma sociedade de consumo e fundamentada no lucro,
na concorrência e na produção em larga escala, havia necessidade de maior exploração
dos recursos naturais, pois o homem de então imaginava que a natureza poderia fornecer
matéria-prima sempre.
A ganância pelo lucro, que sempre foi uma das características do sistema Capitalista, fez
surgir algumas estratégias para que os recursos naturais fossem cada vez mais utilizados.
Vejamos alguns exemplos:
- Criação de falsas necessidades através dos meios de publicidade e propaganda;
- Produtos cada vez mais sofisticados, exigindo a substituição do antigo pelo novo para se
manter o status social;
- O desperdício provocado pela sociedade de consumo.

Curiosidade:
"Se cada habitante da América Latina, da África e dos países asiáticos subdesenvolvidos,
tivesse um nível de consumo igual ao dos norte-americanos, provavelmente o mundo
entraria em colapso, devido à enorme poluição e à falta de minérios e de outros recursos
naturais".

O Extrativismo
O Extrativismo consiste na atividade humana em que o homem retira da natureza todos os
recursos por ela produzidos, que seja de origem animal, vegetal ou mineral.

Extrativismo Animal

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Consiste na caça e captura de alguns animais utilizados pelo homem, como por exemplo o
abate de elefantes e outros grandes animais na savana africana para obtenção de marfim,
peles etc. Captura de peixes, baleias, golfinhos, para alimentação, aproveitamento de
gordura, etc.

Extrativismo Vegetal
Trata-se do corte de árvores para aproveitamento nas indústrias madeireira, de papel,
papelão. É muito raro encontrarmos, hoje, vegetação exclusivamente natural (aquelas que
não sofreram interferência humana) em qualquer parte da superfície terrestre. As maiores
reservas florestais do globo ainda existentes são a Floresta Amazônica (norte da América
do Sul e partes da América Central), a Taiga (parte oriental da Rússia e norte do Canadá)
e a Floresta do Congo (centro da África), além de alguns trechos importantes de matas
tropicais densas em países do Sudeste Asiático (Filipinas e Indonésia).
As florestas naturais que hoje recobrem partes do planetas não chegam a ser 20%
daquelas existentes há 150 anos. E seu processo de destruição continua para obtenção
de madeiras e para o estabelecimento de atividades agropecuárias.

Extrativismo Mineral
O extrativismo mineral concorre com o grande impacto ambiental que causa, uma vez que
é responsável pela sustentação da maior parte do desenvolvimento industrial e pelo
progresso e bem-estar social do mundo atual.
Tendo em vista a importância dos minerais para o processo industrial instalado no mundo
a partir do século XVIII (Revolução Industrial), surgiu, então, uma intensa indústria de
produtos minerais.

Distribuição Geográfica de Alguns Minerais sobre a Superfície Terrestre:


Os minerais encontram-se desigualmente distribuídos sobre a superfície terrestre. Não
existe nenhum país no mundo que possua, em seu espaço físico e em quantidade
suficiente, todos os minerais de que a sociedade industrial necessita. Há, portanto, uma
interdependência entre os países no que diz respeito à produção mineral. Uns possuem
certos minerais, outros não, estabelecendo-se então um ativo comércio mundial neste
setor.
Os países desenvolvidos dominam a extração e a comercialização de muitos minerais.
Possuem desenvolvimento tecnológico e capital necessário para explorar e industrializar
minerais em todas as partes do planeta. Tais países formaram grandes empresas de
mineração e indústrias de produtos minerais e químicos: são as empresas transnacionais,

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que fazem a extração, a industrialização e a comercialização de minerais disponíveis no


mundo.
Se compararmos a evolução do preço dos minérios com a evolução do preço dos produtos
industrializados importados pelos países subdesenvolvidos e também com as taxas de
juros internacionais, concluiremos que, apesar de todos os preços de produtos acabados
subirem, o das matérias-primas minerais cresce muito menos. Isso significa que quem
depender da exportação de matérias-primas de origem mineral e necessitar da importação
de produtos industrializados, como é o caso de praticamente todos os países
subdesenvolvidos, que estarão em desvantagens, pois estarão relativamente recebendo
menos pelo minério exportado e pagando mais pelo produto industrializado.

Estudo de Alguns Minerais


Minério-de-ferro
Pela abundância com que ocorre na natureza e pelas vantagens que apresenta, é um dos
minerais mais utilizados em todo o mundo, desde aproximadamente 2.000 a.C., porém,
tornou-se indispensável para a civilização moderna a partir do século XVIII, com a
Revolução Industrial. Seu processo de fundição é extremamente simples, requerendo
poucas condições para tal:
- Existência de minério-de-ferro;
- Carvão-mineral (coque);
- Lenha;
- Calcário;
- Calor;

Os principais tipos de minério-de-ferro são:


- Magnetita, com teor de 72,45% de ferro;
- Hematita, com 70% de ferro;
- Limonita e Siderita, com menor teor de ferro.
Com o ferro e os metais de liga, são fabricados diferentes tipos de aço.
No Brasil, as principais jazidas de minério de ferro estão localizadas no Quadrilátero
Ferrífero, em Minas Gerais e na Serra dos Carajás, no Pará.

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Cobre
Presta-se a muitos usos: fios, cabos e aparelhos elétricos, caldeiras, tubulações,
revestimentos. Suas ligas mais utilizadas são o latão e o bronze.
As mais importantes jazidas de minério de cobre estão localizadas nos EUA, Rússia, Chile,
Zâmbia e no Canadá. No Brasil, existem jazidas na Bahia e na Serra dos Carajás, no Pará,
no entanto, o país depende de importação para suprir sua demanda interna.

Chumbo e Zinco
Geralmente os minérios de chumbo e zinco encontram-se associados nas mesmas jazidas.
Freqüentemente o chumbo está associado também à prata. O chumbo é utilizado para
fabricação de tubulações, projéteis e revestimentos.
As principais reservas de chumbo situam-se no Canadá, Rússia, Austrália, Estados Unidos
e Peru.
O zinco forma com o cobre a importante liga metálica conhecida como latão, que tem muita
utilização pelas indústrias, sendo utilizado, ainda, no revestimento de metais para evitar
sua oxidação (ferro zincado).

Níquel
O níquel é particularmente resistente à ação corrosiva do ar, conservando seu aspecto
sempre brilhante. Por isso, é empregado para revestir outros metais que se oxidam

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facilmente (niquelação). As principais jazidas de minério de níquel estão no Canadá,


Rússia, Nova Caledônia, Austrália e Cuba.

Minerais Raros e Preciosos


Ouro, Prata e Platina são nomes que trazem à mente jóias, riquezas, tesouros. No entanto,
esses metais não são preciosos apenas por sua raridade e beleza. São insubstituíveis
também em diversas aplicações industriais.
A prata, por exemplo, está presente em todos os filmes fotográficos e cinematográficos.
Os maiores produtores de prata são México, Rússia, Canadá, Estados Unidos e Peru.
O ouro é encontrado, sobretudo na África do Sul, Rússia e Canadá. No Brasil, além da
mina de Morro Velho, em Minas Gerais, encontramos jazidas nas regiões Centro-Oeste e
Norte do país.
A platina é produzida basicamente pela Rússia, África do Sul e pelo Canadá.

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