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5743 Ibge Geogr Ibge Intensivao Completo PDF
5743 Ibge Geogr Ibge Intensivao Completo PDF
Rivaldo Machado
Geografia p/ IBGE
Aulas 1 a 25
Geografia – IBGE
Professor: Rivaldo Machado
Aulas: 25
Apresentação
Amigos(as),
Começamos uma nova jornada de estudos com a missão de atingir novos
objetivos. A partir de agora devemos centrar nossas capacidades nas metas a
serem atingidas em um futuro muito próximo.
Como disse Clarice Lispector: É necessário abrir os olhos e perceber que as
coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos
nem os desejos de razão.
Assim, desejo muita sorte e sucesso nesse novo caminho.
Geografia
A Terra no Espaço
Se compararmos a Terra com as dimensões do Universo a única certeza que teremos é
que nosso planeta é muito pequeno. Por outro lado, não devemos nos esquecer que nosso
planeta apresenta uma peculiaridade: é o único com vida comprovadamente existente.
"A Terra é azul." Esse é o comentário do russo Iuri Gagárin, primeiro homem a avistar o
planeta de uma nave espacial, em 1961. Fotografias tiradas nas últimas décadas
confirmam que a Terra parece mesmo uma brilhante esfera azulada, só que mesclada de
branco. O azul provém do fato de 70% da superfície terrestre ser ocupada por água,
enquanto o branco vem da coloração da camada de nuvens que envolvem o planeta.
Crédito: The Planetary Society - Nasa
CARACTERÍSITCAS DA TERRA
Diâmetro equatorial 12 700 Km
Diâmetro polar 12 713 Km
Achatamento 1/298
Circunferência equatorial 40 110 Km
Circunferência polar 40 009 Km
Superfície 510 000 000 Km2
Volume 1 083 000 000 000 Km3
Massa 6 sextilhões de toneladas
CARACTERÍSTICAS DO SOL
Distância da Terra 150 000 000 Km
Diâmetro 1 390 000 Km
Volume 1 300 000 vezes o da Terra
Densidade Média 1,4
Massa 330 000 vezes a da Terra
Composição 75% de hidrogênio e 25% de hélio
O Movimento de translação
A Terra, bem como os demais planetas do sistema solar, executam esse movimento em
torno do Sol em suas órbitas elípticas. No caso da Terra, devido a forma da órbita, as
vezes estamos mais próximos e as vezes mais distantes do Sol. No início do ano estamos
no periélio (menor distância: 147,1 milhões de quilômetros); e no meio do ano estamos
afélio (maior distância: 152,1 milhões de quilômetros). Veja outras características deste
movimento na tabela abaixo:
Sentido Oeste/Leste
Tempo Aproximadamente 365 dias
Velocidade 29,9 Km/s
Espaço percorrido na órbita 930 milhões de quilômetros
Conseqüências Estações do ano, desigualdade na
distribuição de luz e calor, desigual duração
dos dias e noites e a ocorrência dos
Solstícios e Equinócios.
- Observação
Ano bissexto: Ocorre quando o ano apresenta 366 dias, ou seja, como o movimento de
translação dura 365d 5h 48m 48seg, adota-se como sendo um ano de 365 dias, restando
aproximadamente 6 horas por ano que são acrescidas a cada 4 anos (4 x 6) = 24 horas,
sendo que o mês de fevereiro fica então com 29 dias.
O Movimento de rotação
Consiste no movimento que a Terra executa em torno de seu próprio eixo. Esse eixo é
imaginário passando por seus polos. Devido ao movimento de rotação temos a impressão
de que o Sol nasce a Leste e se põe a Oeste, mas a realidade é diferente. É a Terra que,
executando seu movimento de rotação, gira de Oeste para Leste, dando-nos a falsa
impressão que o Sol gira ao seu redor. O quadro abaixo apresenta as principais
características desse movimento:
Sentido Oeste/Leste
Tempo Aproximadamente 24 horas
Velocidade 1 666 Km/h na altura do equador
Conseqüências Sucessão dos dias e noites, abaulamento
dos pólos e achatamento do equador e a
circulação atmosférica.
Orientação
Baseia-se inicialmente em quatro direções denominadas PONTOS CARDEAIS a saber:
Norte – ou Setentrião ou Boreal (em astronomia)
Sul – ou Meridião ou Austral (em astronomia)
Leste – Oriente, nascente ou levante
Oeste – Ocidente, Poente ou ocaso
Necessariamente deve ser complementada pelos pontos COLATERAIS e
SUBCOLATERAIS na ROSA-DOS-VENTOS:
Verifique que devido no mostrador das BÚSSOLAS, as iniciais podem ser grafadas em
INGLÊS:
Atualmente, está em uso civil e cada vez mais comum o GPS (Global Positioning Sistem),
desenvolvido inicialmente para a área militar mas desde o final dos anos 1990 vem
equipando veículos, telefones celulares entre outros instrumentos.
Baseia-se em 24 satélites que orbitam a Terra e um aparelho receptor que necessita
rastrear de quatro a cinco destes satélites para a demarcação de Latitude, Longitude e
altitude de onde se esteja.
O planeta Terra
Se compararmos a Terra com as dimensões do Universo a única certeza que teremos é
que nosso planeta é muito pequeno. Por outro lado, não devemos nos esquecer que nosso
planeta apresenta uma peculiaridade: é o único com vida comprovadamente existente.
"A Terra é azul." Esse é o comentário do russo Iuri Gagárin, primeiro homem a avistar o
planeta de uma nave espacial, em 1961. Fotografias tiradas nas últimas décadas
confirmam que a Terra parece mesmo uma brilhante esfera azulada, só que mesclada de
branco. O azul provém do fato de 70% da superfície terrestre ser ocupada por água,
enquanto o branco vem da coloração da camada de nuvens que envolvem o planeta.
A existência de vida em nosso planeta só se tornou possível devido à existência de outro
astro: o Sol.
As tabelas abaixo procuram dar uma ideia desses dois astros.
CARACTERÍSITCAS DA TERRA
Diâmetro equatorial 12 700 Km
Diâmetro polar 12 713 Km
Achatamento 1/298
Circunferência equatorial 40 110 Km
Circunferência polar 40 009 Km
Superfície 510 000 000 Km2
Volume 1 083 000 000 000 Km3
Massa 6 sextilhões de toneladas
CARACTERÍSTICAS DO SOL
Distância da Terra 150 000 000 Km
Diâmetro 1 390 000 Km
Volume 1 300 000 vezes o da Terra
Densidade Média 1,4
Massa 330 000 vezes a da Terra
Composição 75% de hidrogênio e 25% de hélio
OS MAPAS E A CARTOGRAFIA
Os mapas constituem um instrumento essencial para os estudos geográficos. São
utilizados para facilitar a visualização e a localização dos acontecimentos na superfície do
planeta. A primeira preocupação da geografia está nessa localização que vai desde um
ponto específico, como uma rua; até um ponto geral, um continente.
A cartografia, por sua vez, consiste na disciplina responsável pela construção dos mapas
ou cartas geográficas. Que são representações gráficas – um desenho – de um local ou da
totalidade do espaço geográfico.
Um mapa possui diversos elementos, destacando-se:
Título: É o nome do mapa e se refere ao que ele retrata. Como por exemplo: Relevo do
Brasil, Aglomerações Urbanas, etc.
Símbolos: Também conhecidos como as convenções cartográficas, são desenhos
especiais (um círculo, um triangulo ou um pequeno avião), que indicam pontos que foram
mapeados como as cidades e os aeroportos. Geralmente seu significado aparece em uma
legenda, na parte lateral ou inferior do mapa.
Escala: A escala é o elemento de relação entre as proporções reais e as que estão
representadas no mapa. Todo mapa é feito de acordo com uma escala, que indica quantas
vezes as medidas reais foram reduzidas.
Tipos de Escalas
Escala numérica
Quando representada sob a forma de uma razão (1:2.000.000) ou de uma fração
(1/200.000). Nesse caso dizemos que a escala é de um por duzentos mil. Sendo que, 1
corresponde ao número de centímetros no mapa e 200.000 corresponde ao número de
centímetros reais (no terreno).
Veja como são feitas as conversões:
1. Qual é a distância real aproximada entre São Paulo e Curitiba? Sabe-se que no mapa
de escala 1:2.000.000, esses cidades distam 20 cm em linha reta.
Cálculo:
Se 1 centímetro no mapa equivale a 2.000.000 centímetros no terreno, então precisamos
transformar a distância do terreno em quilômetros, para isso, precisamos fazer o seguinte:
Utiliza-se a tabela dos múltiplos e submúltiplos do metro:
Km hm Dam M dm cm mm
20 0 0 0 0 0
1 cm _________ 20 km
20 cm _________ X
1x = 20.20
x = 400 Km
Assim, concluímos que a distância aproximada entre as cidades de Curitiba e São Paulo é
de 400 Km.
Escala Gráfica
Quando são representadas sob a forma de uma reta graduada, onde existe uma relação
direta entre a distância representada e real, facilitando a leitura do mapa. Veja o exemplo
abaixo:
Nesse caso cada 1 centímetro no mapa representa 1 Km na realidade, apesar da
graduação ser feita em escala de 2 centímetros.
Indicador de direção: Essencial em um mapa, consiste em uma pequena seta que aponta
para o norte, sendo que a partir dele podemos encontrar os demais pontos cardeais (sul,
oeste e leste). É incorreto imaginar que, necessariamente, o norte de um mapa está em
sua parte superior e o sul na inferior. Devemos imaginar os mapas como uma
representação área, logo não existe uma parte superior e outra inferior. Assim, o indicador
de direção é essencial em qualquer mapa.
Linhas: São os paralelos e os meridianos que existem nos mapas. São linhas imaginárias
que tem como função dar a localização exata de qualquer ponto no globo terrestre, a partir
de sua longitude e latitude. Essa localização é dada através das coordenadas geográficas.
Latitude
É a distância contada em graus, de um ponto qualquer da superfície terrestre até o
Equador.
Pode ser: Norte ou Sul
Varia de 0º a 90º - É medida pelos paralelos.
Longitude
É a distância contada em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre até o Meridiano
de Greenwich.
Pode ser: Leste ou Oeste
Varia de 0º a 180º - É medida pelos meridianos.
Curvas de nível
Numa planta topográfica, uma curva de nível caracteriza-se como uma linha imaginária
que une todos os pontos de igual altitude de uma região representada. É chamada de
"curva" pois normalmente a linha que resulta do estudo das altitudes de um terreno são em
geral manifestadas por curvas.
São associadas a valores de altitude em metros (m)
Portanto, a curva de nível serve para identificar e unir todos os pontos de igual altitude de
um certo lugar.
Esta pode ser interpretada como uma batata, se a cortarmos em camadas, depois
gradualmente desenharmos cada "camada" da batata em uma folha de papel, poderemos
interpretar o desenho como uma planta de altitudes de um lugar. Se repetirmos o ato
varias vezes no mesmo papel poderemos unir os pontos de iguais altitudes formando uma
curva de nível.
As curvas de nível indicam uma distância vertical acima, ou abaixo, de um plano de
referência de nível. Começando no nível médio dos mares, que é a curva de nível zero,
cada curva de nível tem um determinado valor. A distância vertical entre as curvas de nível
é conhecida como equidistância, cujo valor é encontrado nas informações marginais da
carta topográfica.
Fusos horários
Se a Terra estivesse parada diante do Sol, teríamos sempre o mesmo horário em todo o
planeta. Como isto não ocorre, encontramos diferenças de até 24 horas nos mais diversos
locais do planeta. Dessa forma, existe uma convenção criada pelo homem, onde dentro de
cada uma das 24 faixas entre os meridianos, a hora é a mesma. Como nosso planeta
possui 360º e 24 fusos, cada fuso equivale a 15º. Quando se passa de um fuso para o
outro, devemos aumentar (a leste) e diminuir (a oeste) uma hora. Não esquecendo que os
minutos e segundo permanecem os mesmos, com raras exceções.
Adaptado de: Nasa, Science of the Earth Sistem, 2002.Fonte: Geografia – Série Brasil, José William Vesentini, Editora Ática,
São Paulo, 2004.
A Superfície do planeta
O ser humano ocupa uma pequena parcela da superfície do planeta. Essas parcelas
denominaram de espaço geográfico. Nem toda a superfície é ocupada pelo homem, pois
ele não vive no fundo dos oceanos, na atmosfera ou nas camadas mais profundas.
A superfície do planeta é uma camada de aproximadamente 20 000 metros de espessura,
onde ocorre o contato entre as esferas de nosso planeta: a atmosfera, a litosfera, a
hidrosfera e a biosfera.
Através dessa interação poderíamos afirmar que biosfera e espaço geográfico são
conceitos idênticos. Isso não é verdade, pois o espaço geográfico abrange além da vida no
planeta, também os elementos inorgânicos como a tecnologia utilizada e que vão além da
biosfera.
Vamos agora compreender as características e o funcionamento de cada uma dessas
esferas, percebendo que o espaço ocupado passa por profundas mudanças e se
compreendermos essas mudanças podermos entender melhor o papel do homem nesse
planeta.
A LITOSFERA
É a camada externa de nosso planeta, também conhecida como crosta terrestre. Ela é
formada por rochas e minerais. Mais qual a diferença entre esses elementos?
Os Minerais são elementos que possuem uma definição muito clara de sua composição
química. Quanto um ou mais minerais se agregam ocorre à formação de uma rocha.
As Rochas podem ser classificadas de acordo com sua origem, onde temos três conjuntos:
Ígneas ou Magmáticas: são formadas a partir da solidificação do magma, que consiste no
material fundido que se encontra no interior do planeta. A solidificação pode ocorrer nos
continentes ou no fundo dos oceanos. Se ocorre na superfície são classificadas como
extrusivas ou vulcânicas, se ocorre no interior da crosta terrestre são classificadas como
intrusivas ou plutônicas. Ex.: mica, quartzo e basalto.
Sedimentares: Resultam do processo de desgastes de outras rochas. O material erodido
(sedimentos) é transportado pela água da chuva e os ventos, acumulando-se em regiões
que recebem detritos orgânicos. Esse acúmulo, somado a pressão de camadas superiores,
recebe a denominação de sedimentação. Ex.: arenito, calcário e carvão-mineral.
Metamórficas: As rochas sedimentares e magmáticas quando sofrem a ação da pressão e
da temperatura passam por algumas mudanças, dando origem a rochas como o mármore
e o gnaisse.
Formada pelo Sial e Sima. A Crosta Terrestre ou Litosfera (Lithos = Pedra) é a camada
mais externa da Terra e encontra-se consolidada. É na superfície que ocorrem os
fenômenos de erosão e sedimentação e é também nela que vivemos.
A crosta terrestre apresenta espessura bastante variável: 60 km nas montanhas e apenas
5 a 10 km nas bacias oceânicas. Nos continentes, sua espessura média é de 40 km.
De acordo com a sua constituição, podemos subdividi-la em:
Sial: É a porção superficial da crosta, correspondendo ao solo e subsolo, principalmente
constituída de silício e alumínio (SIAL). Predominam as rochas magmáticas e
metamórficas. Sua espessura é de 15 a 25 km, com densidade de 2,7.
Sima: É a porção interna da crosta terrestre, com predomínio de rochas básicas e de
minerais de silício e magnésio, com densidade de 2,95.
Magma Pastoso
O magma pastoso está subdividido em três camadas:
Manto: camada situada logo abaixo do Sima. Espessura de 2 900 km, temperatura em
torno de 3.400ºC e densidade média de 3,3. O material acha-se em estado pastoso. O
material é constituído de silicatos ferromagnesianos. É semelhante à constituição dos
assideritos (meteoritos).
Camada intermediária: também chamada de núcleo externo. Situa-se entre o manto e o
núcleo externo. Sua espessura é de 1 700 km, e a temperatura pode atingir 4.000ºC. Sua
densidade varia em torno de 4,7. O material acha-se em estado líquido.
Núcleo: também chamado de Nife. É a porção central da Terra. É constituído por ferro e
pequena quantidade de níquel (nife). Sua espessura é de 1 700 km, com a densidade de
12,2. Apresenta uma temperatura elevada na ordem de 6.000ºC. Pesquisas recentes
indicam que o núcleo interno é sólido, ao contrário do núcleo externo que é líquido. O
núcleo pode ser chamado também de Barisfera ou Siderosfera.
Continentes Flutuantes
A Crosta Terrestre é formada por enormes placas que se movem lentamente sobre o
magma. Esse movimento, denominado de tectônica de placas, transforma constantemente
a superfície da Terra.
Tectônica de Placas
Teoria exposta pelo geólogo americano Harry Hammond Hess, em 1960, que explicava a
renovação constante dos assoalhos oceânicos, baseada em fundamentos essencialmente
geológicos, que justificaria o afastamento dos continentes.
A superfície do planeta não é uma placa imóvel, como se supunha no passado. Hoje se
acredita que a camada superficial da Terra, a Litosfera, com 50 a 1250 km de espessura,
seja formada por um conjunto de 13 placas. A Litosfera desliza sobre uma camada de
rocha mais plástica, parcialmente derretida, conhecida como astenosfera.
A parte mais interna das placas permanece indeformada, mas suas bordas sofrem vários
dos principais processos que modelam a superfície terrestre, como os abalos sísmicos,
vulcanismo e movimentos orogênicos. De acordo com a teoria da tectônica de placas, as
placas da Litosfera não coincidem normalmente com os limites dos oceanos e continentes.
A maioria das placas é continental, no entanto, a placa do Pacífico é totalmente oceânica.
Permanece mapa com placas pg 25
Deriva Continental
Teoria formulada por Alfred Wegener (1880-1930) meteorologista alemão, imaginou que os
continentes atuais eram unidos em um único supercontinente, ao qual denominou Pangéia.
Mesmo não tendo provas físicas confiáveis para tal teoria, Wegener utilizou a
correspondência entre os contornos do Atlântico, permitindo encaixá-los na área
correspondente à América e à África, como peças de um quebra-cabeça; a significativa
quantidade de fósseis na África e na América do Sul no período anterior ao Terciário;
análise de semelhanças geológicas dos dois continentes e reconstituição de antigos climas
em diversas regiões do globo.
O Relevo Terrestre
O relevo terrestre constitui os diferentes aspectos da camada superficial da Crosta
Terrestre. Nele, encontramos uma grande variedade de formas, onde se destacam as
principais: Montanhas, Planaltos, Planícies e Depressões, que após serem moldadas pela
atuação dos agentes internos e externos sobre a Crosta Terrestre.
Montanha: Grande elevação natural do terreno com altitude superior a 300 metros, e
constituída por um agrupamento de morros.
Planalto: Extensão de terrenos mais elevados que as planícies e depressões, e menos
que as montanhas, com bordas nítidas, situados em altitudes variáveis. Sua origem pode
ser: cristalino (formado a partir de antigos dobramentos ou montanhas), sedimentar
(formado a partir dos sedimentos de outros terrenos) e basálticos (formado a partir do
derramamento de magma)
Planície: Extensão de terrenos baixos que se localizam próximos aos planaltos ou
montanhas, onde predominam os processos de erosão.
Depressão: São áreas mais baixas ou deprimidas que suas vizinhas. Podem ser
classificadas em absoluta (quando fica abaixo do nível do mar) e relativa (acima do nível
do mar e abaixo do nível das áreas circunvizinhas).
Também se deve perceber que duas placas tectônicas quando se aproximam, muitas
vezes temos a formação de uma bacia sedimentar na região mais profunda da união, os
terrenos mais levem se erguem e se dobram. Pelo fato desses terrenos serem mais
maleáveis e se dobram e não se rompem, formando as grandes cadeias de montanhas ou
dobramentos modernos.
Além dos dobramentos, nas regiões de encontros de placas ocorrem os vulcões. O
vulcanismo é a atividade pela qual o material magmático é expulso do interior para a
superfície da Terra. O material expelido pode ser sólido, líquido e gasoso. O material
expelido do interior da Terra é acumulado na superfície, formando o cone vulcânico (relevo
postiço), geralmente em forma de cone.
Além do cone vulcânico, grandes derramamentos de magma pode levar a formação de
outras formas de relevo, como os planaltos.
Agentes Externos
São agentes modeladores do relevo terrestre, entre eles destacam-se
As Águas: As águas das chuvas, como as águas dos rios, dos mares ou das geleiras são
poderosos agentes modeladores do relevo. Na fase inicial, desgastam as rochas das
montanhas, através da erosão continuam e depois depositam os detritos no fundo dos
vales e das planícies.
A água dos mares executa o trabalho de destruição de litorais (Abrasão) como ocorre com
as falésias e também executa o trabalho de construção de praias, e restingas, tômbolos
(sedimentação marinha). Quanto às geleiras, são responsáveis pela erosão glaciária
(fiordes), as bacias circulares, os lagos de acumulação de blocos rochosos intitulados de
morainas.
Os ventos: São responsáveis pela destruição do relevo (erosão eólica), que é executada
em duas etapas; retira os fragmentos das rochas (deflação) e depois os lança com
violência contra outras rochas (deflação).
Seres Vivos: Os animais têm participação bem modesta do relevo, no entanto, o Homem é
um dos maiores responsáveis pela alteração da natureza, construindo, devastando,
destruindo conforme as suas necessidades, e muitas vezes apenas por interesses
econômicos.
A natureza do Brasil
O território brasileiro apresenta extensão continental e, como consequência, uma grande
diversidade de paisagens. Oficialmente a República Federativa do Brasil, é o maior país da
América do Sul, sendo o quinto maior do mundo em área territorial (equivalente a 47% do
território sul-americano) e população (com mais de 202 milhões de habitantes).É o único
país onde se fala majoritariamente a língua portuguesa na América e o maior país lusófono
do planeta, além de ser uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas, em
decorrência da forte imigração oriunda de variados cantos do mundo.
Delimitado pelo oceano Atlântico a leste, o Brasil tem um litoral de 7 491 km. É limitado a
norte pela Venezuela, Guiana, Suriname e pelo departamento ultramarino francês da
Guiana Francesa; a noroeste pela Colômbia; a oeste pela Bolívia e Peru; a sudoeste pela
Argentina e Paraguai e ao sul pelo Uruguai. Vários arquipélagos formam parte do território
brasileiro, como o Atol das Rocas, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Fernando de
Noronha (o único destes habitado) e Trindade e Martim Vaz. O país faz fronteira com todos
os outros países sul-americanos, exceto Chile e Equador. A sua Constituição atual,
formulada em 1988, define o Brasil como uma república federativa presidencialista,
formada pela união do Distrito Federal, dos 26 estados e dos 5 570 municípios.
O território que atualmente forma o Brasil foi encontrado pelos europeus em 1500, durante
uma expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral. A região, que até então era
habitada por indígenas ameríndios divididos entre milhares de grupos étnicos e linguísticos
diferentes, torna-se uma colônia do Império Português. O vínculo colonial foi rompido, de
fato, quando em 1808 a capital do reino foi transferida de Lisboa para a cidade do Rio de
Janeiro, depois de tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte invadirem o
território português. Em 1815, o Brasil se torna parte de um reino unido com Portugal. A
independência política do país, proclamada por Dom Pedro I (o primeiro imperador), se
deu no ano de 1822. Inicialmente independente como um império, período no qual foi uma
monarquia constitucional parlamentarista, o Brasil tornou-se uma república em 1889, em
razão de um golpe militar chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca (o primeiro
presidente), embora uma legislatura bicameral, agora chamada de Congresso Nacional, já
existisse desde a ratificação da primeira Constituição, em 1824. Desde o início do período
republicano, a governança democrática foi interrompida por longos períodos de regimes
autoritários, até um governo civil e eleito democraticamente assumir o poder em 1985, com
o fim do último regime militar.
A economia brasileira é a maior da América Latina e do Hemisfério Sul, a sétima maior do
mundo por PIB nominal e a sétima maior por paridade do poder de compra (PPC).
Reformas econômicas deram ao país novo reconhecimento internacional, seja em âmbito
regional ou global. O país é membro fundador da Organização das Nações Unidas (ONU),
G20, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Latina, Organização
dos Estados Americanos (OEA), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI),
Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), além
de ser um dos países BRIC. O Brasil também é o lar de uma diversidade de animais
selvagens, ecossistemas e de vastos recursos naturais em uma grande variedade de
habitats protegidos.
Relevo brasileiro
Há no Brasil três grandes unidades geomorfológicas: planaltos, planícies e depressões.
Na década de 80, o professor Jurandyr L. S. Ross, por meio de estudos, classificou o
Brasil em onze planaltos, onze depressões e seis planícies.
Solos Brasileiros
O solo pode ser conceituado como sendo a camada superficial da crosta terrestre
resultante do processo de transformação e decomposição das rochas e materiais
orgânicos. É no solo que, normalmente, desenvolve-se a flora e sua espessura varia de 40
cm a dezenas de metros.
Intemperismo é a desagregação das partículas rochosas. É chamado físico, quando o
agente é a variação da temperatura; químico, quando o agente é a água e biológico,
quando o agente são os seres vivos (animais e vegetais).
Em função desses três grupos de fatores, temos diferenças de composição química, de
textura e de cor. Quando efetuamos um corte vertical no solo, partindo da superfície até a
rocha matriz, temos o chamado perfil do solo em que se constatam diferenças entre as
camadas. Essas partes com diferenças de minerais, granulação e cor são denominados de
horizontes.
No Brasil, apesar da ocorrência de lateritos (solos pouco férteis), podemos destacar três
variedades de solos férteis: a terra-roxa, o massapê e os solos aluviais e salmorão. A terra-
roxa é originária da decomposição de uma rocha (basalto) em clima topicalizado quente e
úmido. Portanto, sua ocorrência no Brasil é notada no Planalto Sedimentar da Bacia do
Paraná, em trecho que se estende do norte do Paraná ao sul de Goiás. A melhor
agricultura dos estados de São Paulo, Paraná e Goiás ocorre nessas terras. O basalto é
uma rocha de origem vulcânica, o que comprova que em épocas remotas, houve um
derramamento de lavas nessa área.
O massapê ou massapé, originário da decomposição de rochas como gnaisses escuros,
os calcários e os filitos. Ocorre em topografia aplainada, com a presença de argila, em
áreas de clima topicalizado. Aparece na Zona da Mata Nordestina, principalmente no sul
de Pernambuco. Devido à presença da argila, em épocas de maior umidade, tornam-se
viscosos e de mecanização difícil; em épocas de seca, ficam bastante endurecidos.
Entretanto, constituem-se em espaços agrícolas muito importantes para a cultura
canavieira no Nordeste há centenas de anos.
Os solos aluviais ocorrem ao longo das várzeas formadas com a rica hidrografia brasileira.
Em época de cheias, principalmente, os detritos e a matéria orgânica carreada pelos rios e
depositada em suas margens trazem uma fertilidade natural. Pratica-se, então, a chamada
agricultura de vazante, após a volta da água aos níveis normais. Os solos de várzea ou
aluviais são muito utilizados para a rizicultura e a cultura de melancias.
O salmorão: solo resultante da decomposição de rochas graníticas e gnaisses claros. É
encontrado na área centro-sul do país.
Atmosfera
É a camada de ar que envolve a Terra, sendo composta por vários gases, cujas
proporções variam de acordo com a altitude. Os gases mais pesados concentram-se em
camadas inferiores da atmosfera e os mais leves nas camadas superiores.
A nível do mar, a composição atmosférica é a seguinte:
- 78% - Nitrogênio;
- 21% - Oxigênio;
- 1% - Outros gases (argônio, xenônio, radônio, criptônio, neônio, gás carbônico, etc).
À medida que aumenta a altitude, a atmosfera torna-se rarefeita e sua composição vai se
alterando. Por exemplo: a 80 km de altitude, o oxigênio praticamente desaparece.
Camadas da Atmosfera
A atmosfera compõem-se de várias camadas.
-Troposfera
É a camada que está em contato com a superfície terrestre, tendo como principais
características:
- espessura de 10 a 16 km;
- concentra 75% dos gases da atmosfera;
- ocorrência dos fenômenos meteorológicos;
Estratosfera
Apresenta as seguintes características:
- espessura de 50 km aproximadamente;
- elevação da temperatura até atingir 2ºC em seu limite inferior;
- presença de ozônio, que filtra os raios ultravioleta, nocivos ao Homem;
- atmosfera rarefeita;
A estratosfera está separada da troposfera por uma delgada camada denominada de
tropopausa.
Ionosfera
Apresenta as seguintes características:
- vai dos 80 km de altitude em diante.
- temperaturas bastante baixas (- 40ºC até - 70ºC nas camadas inferiores).
- a atmosfera é extremamente rarefeita.
- devido à ionização, reflete as ondas longas e médias de rádio das transmissões
terrestres:
Entre a estratosfera e a ionosfera, há outra camada denominada de estratopausa.
Fenômenos Atmosféricos
Entende-se por fenômeno atmosférico todos os acontecimentos que ocorrem na
atmosfera, independente da ação humana: Exemplos:
- Temperatura
- Pressão atmosférica
- Repartição de águas e terras
- Vegetação
- Aglomerações urbanas
Temperatura
De modo geral, a atmosfera é bastante transparente à radiação de ondas curtas
provenientes do Sol. A atmosfera é aquecida principalmente pela irradiação terrestre de
ondas longas e, na troposfera, pela transferência direta de calor originado na superfície da
Terra. A atmosfera se aquece pelo calor irradiado pelas águas e pelas terras da superfície.
Fatores que interferem na distribuição de calor pela superfície terrestre:
Latitude: Devido à forma esférica da Terra, os raios solares atingem a superfície do nosso
planeta de forma diferente.O Brasil estende-se desde 5º16 Latitude Norte até 34º45'
Latitude Sul, sendo atravessado ao norte pelo Equador e ao sul pelo Trópico de
Capricórnio.
Altitude: Considerando apenas a altitude, podemos dizer que nas maiores altitudes,
encontramos menores temperaturas e nas áreas mais altas, o ar é mais rarefeito, portanto
retém menor quantidade de calor.
Pressão Atmosférica: É a força que o ar exerce sobre a superfície terrestre. Essa
comprovação se faz com o barômetro de mercúrio.A pressão atmosférica está sujeita à
ação de fatores de variação, como a altitude e a temperatura.
- Variação da Pressão Atmosférica Conforme a Altitude
Quanto mais próximo ao nível do mar, maior será o volume de gases sobre a superfície,
portanto, a pressão atmosférica será maior. Assim, a pressão é mais alta nas regiões
baixas e vai diminuindo nas altitudes maiores.
- Variação da Pressão Atmosférica Conforme a Temperatura
O ar quente se dilata e fica mais leve, logo a pressão é mais baixa. Quando a temperatura
diminui, o ar se comprime e fica mais pesado e mais denso, por conseguinte, a pressão
será maior. Por essa razão, as regiões próximas ao Equador possuem baixas pressões,
enquanto as regiões polares são consideradas de altas pressões.
Aglomerações Urbanas: Concreto, calçamentos, asfaltos, vidros, etc., absorvem mais calor
do Sol que as áreas vegetadas. Tudo isso aliado às atividades urbanas, liberação de gás
carbônico, devido à queima de combustíveis fósseis, tornam grandes cidades, verdadeiras
ilhas de calor, onde a temperatura é superior à da área circunvizinha.
Tipos de Ventos
De acordo com suas características e sua área de atuação, os ventos podem ser
classificados em:
Ventos Locais
São aqueles que sopram em determinada região, interferindo em seu clima.
Exemplos:
- Minuano ou Pampeiro: Sopra dos Pampas Argentinos para o Sul do Brasil.
- Mistral: Vento frio e seco que sopra no sentido Norte-Noroeste, no Sul da França.
- Simum: Vento quente e seco que sopra do Saara, no sentido Sul-Norte.
A Dinâmica Atmosférica
- Umidade Atmosférica
É a presença do vapor d' água na atmosfera.
Os raios solares aquecem tanto a água dos mares, lagos e rios como a água existente no
solo e nos vegetais sob a forma de umidade.
- Ciclo da Água
A água aquecida pelos raios solares evapora-se, transformando-se em gotículas tão
pequenas que se tornam invisíveis e se misturam com o ar da atmosfera. A umidade, não
implica necessariamente a presença de nuvens ou chuvas. Para que isso ocorra, é preciso
que haja a condensação do vapor d'água.
A avaliação da umidade atmosférica, ocorre quando calculamos o peso do valor de água
por metro cúbico de ar, estamos determinando a umidade absoluta que é dada em gramas
por metro cúbico.
- Umidade Absoluta
É a quantidade de vapor de água existente no ar em dado momento.
- Ponto de Saturação
É a capacidade máxima de vapor de água que a atmosfera pode conter em determinado
momento. O ponto de saturação varia de forma diretamente proporcional à temperatura.
- Umidade Relativa
É a relação entre a umidade absoluta do ar e seu ponto de saturação, sendo assim
calculada:
Umidade absoluta: 5g/m3
Ponto de saturação: 20g/m3
Umidade relativa: 25%
Formas de Condensação
Tipos de Chuvas
Orográfica: Típicas de regiões serranas.
Frontais: Ocorre devido ao encontro de duas massas de ar, uma quente e outra fria. Típica
de regiões temperadas.
Convectivas: Ocorre no local onde há forte evaporação, típica de regiões equatoriais.
Granizo: "Chuva de pedra" - Sua formação deve-se às fortes correntes convectivas, que
realizam o transporte das gotas de água condensadas para as camadas mais elevadas e
com temperaturas mais baixas, onde se dá o congelamento.
Tempo e Clima
Em qualquer folheto turístico, deparamos com frases como "local de clima ameno", "o
clima quente e seco do deserto", "a vegetação luxuriante típica das regiões de clima
tropical" etc. Essas frases pretendem descrever, de modo sumário, as principais
características da atmosfera destas localidades, temperatura, umidade relativa do ar,
ventos e pluviosidade. No entanto, não podemos confundir tempo e clima. Vejamos:
Classificações Climáticas
As diversas classificações existentes podem ser enquadradas em dois grupos
fundamentais.
- Classificações Dinâmicas
São aquelas que se baseiam no estudo dos elementos que explicam as causas (a gênese)
do clima e sua dinâmica.
Exemplo:
Classificação de Strahler.
- Classificações Estáticas
Fundamentam-se no comportamento (médio) dos elementos climáticos ou nas suas
características gerais.
Climas brasileiros
É importante saber que há uma distinção entre clima e tempo. O tempo é a observação de
um local em um determinado momento. O clima refere-se à síntese do tempo de certo
lugar durante um período de 30 - 35 anos.
Ele é consequência de um conjunto de fatores como a latitude. As latitudes são as linhas
paralelas ao Equador e marcam a distância entre os polos. Partem do Equador (0º) até 90º
ao norte e ao sul. Por convenção, servem para determinar as zonas quentes, temperadas
e glaciais da superfície do planeta. Quanto mais próximo do Equador, menor será a latitude
e maior será a temperatura; consequentemente, quanto maior a latitude, menores serão
as temperaturas.
Outro importante fator determinante do clima é a altitude. Corresponde à "altura" de uma
determinada região, tendo como base o nível do mar que atua de maneira preponderante
na determinação do clima de algumas regiões brasileiras, visto que, ao nível do mar, em
Santos-SP, a média térmica anual é de 22ºC, por sua vez em Campos do Jordão-SP,
situada a 1.700 m de altitude, a média térmica cai para 15,8ºC. Curitiba, localizada em um
planalto a 900 m de altitude, é considerada a mais fria capital brasileira, com média térmica
anual de 16,8ºC. Paranaguá, situada no litoral a apenas 5 metros de altitude, apresenta
média térmica mais elevada.
A Continentalidade e a maritimidade também são fatores do clima. Correspondendo à
maior proximidade ou afastamento em relação às grandes massas oceânicas, é um dos
mais importantes fatores que influenciam no clima. Vejamos, por exemplo: a cidade do Rio
de Janeiro, situada junto ao mar, apresenta uma amplitude térmica anual de apenas de
2ºC. Por sua vez, a cidade de Maringá, apresenta uma amplitude térmica anual de 8ºC.
Os elementos climáticos também se destacam na configuração de diferentes tipos
climáticos. As massas de ar são importantes nesse aspecto. Devido à sua grande
extensão territorial, o Brasil sofre a influência direta de cinco massas de ar (grandes
bolsões de ar em constante movimentação que carregam características de temperatura e
umidade da sua região de origem): duas equatoriais, duas tropicais e uma polar.
- Massa Equatorial Atlântica (mEa): quente e úmida, tem como origem a região próxima ao
Arquipélago dos Açores, formando os ventos Alísios de nordeste e trazendo estabilidade
ao tempo.
- Massa Equatorial Continental (mEc): origina-se a noroeste da Bacia Amazônica. É uma
massa quente e de elevada umidade, com tendência a trazer instabilidade ao tempo. Uma
das causas da formação da Massa Equatorial Continental está ligada à localização da
região onde surge, ou seja, na chamada Zona de Convergência Intertropical, onde ocorre o
encontro dos ventos alísios do Hemisfério norte com os ventos alísios do Hemisfério sul.
- Massa Tropical Atlântica (mTa): forma-se nas imediações do Trópico de Capricórnio,
sobre o Atlântico Sul. É quente e úmida, formando os ventos alísios de sudeste e influindo
o litoral oriental do país.
- Massa Tropical Continental (mTc): é quente e seca, formando-se sobre a planície do
Chaco, entre a Argentina e o Paraguai, e traz estabilidade para o tempo. Essa massa de ar
pode ampliar seu raio de ação, podendo atingir regiões mais ao sul do Brasil, barrando ou
retardando a entrada de frentes frias ou provocar longas estiagens nos estados do Sul do
Brasil.
- Massa Polar Atlântica (mPa): é fria e úmida, originária da Patagônia, no sul da Argentina.
É responsável pelas chuvas litorâneas no litoral do Brasil, bem como pelas geadas da
Região Sul e pelo fenômeno da friagem na Região Amazônica. O encontro dessa massa
de ar com a massa Tropical Continental dá origem às chamadas frentes frias.
As correntes marítimas também influenciam as características climáticas brasileiras. Elas
são verdadeiros "rios" dentro do mar. Causam grande influência no clima, pois alteram a
Hidrografia
A Hidrosfera é constituída pelos oceanos, mares, rios, lagos e águas subterrâneas.
Águas Oceânicas
A ciência que estuda os oceanos denomina-se Oceanografia, tendo nosso planeta uma
superfície de cerca de 510 milhões de km2. Desse total, 361 milhões (71%) são cobertos
por água. É uma imensa extensão muito irregular, pois as terras emersas a dividem em
uma série de bacias que se comunicam entre si. As cinco bacias maiores, que separam
continentes inteiros, são chamadas de oceanos. São eles:
- Atlântico - O mais navegado;
- Pacífico - O maior;
- Índico - O mais tropical;
- Glacial Ártico;
- Glacial Antártico (ambos gelados).
As bacias menores, bem mais numerosas, denominam-se mares e são circundadas em
boa parte pelos continentes ou por grupos de ilhas, comunicando-se entre si ou com os
oceanos apenas em alguns pontos.
Tipos de Marés
- Marés de águas vivas ou sizígia: ocorrem na Lua Cheia ou Nova; as marés são mais
fortes, devido à conjunção ou oposição dos astros que exercem maior atração sobre a
Terra.
- Marés de águas mortas: ocorrem na Lua Quarto Minguante e Quarto Crescente; nestas
fases da Lua, as marés são mais fracas, devido a Lua estar em Quadratura.
Correntes Marinhas
As correntes marinhas apresentam-se como verdadeiros rios dentro dos oceanos,
seguindo uma determinada direção. Suas origens se prendem à ação dos ventos, ao
movimento de rotação da Terra, à densidade das águas e à conformação das bacias
oceânicas.
- Correntes quentes: Têm sua origem nas áreas equatoriais ou tropicais do planeta, sendo
o principal exemplo a Corrente do Golfo (Gulf Stream), que se origina na Golfo do México.
- Correntes frias: Têm sua origem nas áreas polares do planeta, sendo o principal exemplo
a Corrente de Humboldt (Costa do Peru).
A importância das correntes marinhas são em ggrande diversidade. Algumas dessas se
destacam como a Corrente Oceânica do Golfo (Gulf Stream) (quente), origina-se no Golfo
do México e se dirige para o Nordeste, atingindo as Ilhas Britânicas e o litoral da Noruega,
amenizando os rigores do clima nórdico.
A Corrente Oceânica de Humboldt (fria) origina-se na região da Antártida e leva consigo o
plâncton (algas marinhas) para o litoral peruano, transformando esta área numa das mais
piscosas (ricas em peixes) do planeta.
O Relevo Submarino
Para a moderna oceanografia, os oceanos, ainda hoje são grandes desconhecidos e
podem reservar-nos grandes surpresas. Explorações com sondas e sonares, além de
estudos batimétricos mais apurados permitem distinguir, por ora, três grandes regiões
submarinas: a plataforma continental, a região pelágica e a região abissal.
A plataforma continental apresenta profundidades que vão do nível do mar (0 metros) até
200 metros. Abrange aproximadamente 20% da superfície total dos oceanos.
- Talude continental: Situa-se entre a borda marítima da plataforma continental e as
profundezas oceânicas. Forma um desnível abrupto e violento da ordem de 2000 até mais
de 3000 m, onde se localizam os cannyons submarinos, isto é, vales profundos e de
paredes abruptas. Constitui o verdadeiro limite do continente.
- Região pelágica: Compreende duas porções: as bacias oceânicas e as cristas ou dorsais
oceânicas. Inicia-se no limite inferior do talude continental, indo, portanto, de 3000 a 5000
m ou mais.
As bacias oceânicas são constituídas por extensas planícies, as quais são divididas entre
si por cordilheiras submarinas, as quais formam as cristas ou dorsais oceânicas.
- Região abissal: Corresponde aos abismos submarinos. As fossas submarinas são
depressões longas e estreitas e chegam a alcançar mais de 10 km de profundidade. Não
se localizam no centro dos oceanos e sim perto dos continentes e das ilhas nas
proximidades do talude continental. Essa região abrange cerca de 1% da área dos fundos
dos oceanos.
Mares
Mares são porções de água salgada situadas, nas áreas costeiras ou no interior dos
continentes. Possuem características físico-químicas próprias e são influenciados pelas
condições ecológicas das terras vizinhas.
Os mares são classificados de acordo com o tipo de ligação que possuem com os oceanos
ou outros mares. Podem ser:
- Abertos ou costeiros: Diretamente ligados aos oceanos, como o Mar das Antilhas, do
Norte, do Japão e da China;
- Mediterrâneos ou interiores: Localizados no interior dos continentes, mas ligados aos
oceanos por estreitos ou canais, como o Mar Negro, Vermelho, Mediterrâneo, etc.
- Fechados ou isolados: Não possuem comunicação com os oceanos, como o Mar Morto,
Cáspio, de Aral.
Águas Continentais
São as águas represadas pelos rios, lagos, geleiras e lençóis freáticos.
Os rios são cursos naturais de água de grande importância para o equilíbrio da vida no
planeta. O homem pode utilizá-lo para:
- navegação;
- obtenção de energia elétrica;
- irrigação;
- alimentação;
- abastecimento de água;
- lazer.
Os rios, por sua vez, estão agrupados em Bacias Hidrográficas.
Os lagos são porções líquidas continentais cercadas por terras.Os lagos são alimentados
pelas chuvas, rios ou geleiras e possuem diferentes origens.
Podem ser:
- Tectônicos: São formados por fossas tectônicas (Graben). De modo geral, são os mais
profundos.
Exemplo: Lago Baikal (com 1.700 m de profundidade, é o mais profundo do planeta).
- Vulcânicos: Correspondem ao preenchimento das crateras de vulcões extintos.
Exemplo: Crater Lake (EUA).
- De barragem: São formados pela deposição de materiais provenientes de agentes
externos.
Exemplo: Lagos dos Patos e Mirim, no litoral gaúcho.
- Residuais: São antigos mares que, devido ao movimento da crosta, se desligaram dos
oceanos. Exemplo: Lago "mar" Cáspio, Aral.
A hidrografia brasileira
Como ponto inicial do estudo sobre hidrografia brasileira, vamos apresentar as principais
características dos rios que cortam o nosso território:
- Obedecem a três divisores de águas (Cordilheira dos Andes, Planalto das Guianas e
Planalto Brasileiro);
- São tipicamente de vertente Atlântica;
- Predominam cheias de verão;
- Apresentam grande potencial hidráulico, pois os rios correm sobre planaltos e
depressões;
- Pobre em lagos.
O regime de abastecimento dos rios é tipicamente pluvial, exceção ao rio Amazonas que
recebe, também, águas do degelo dos Andes;
- A foz (onde termina o curso de um rio) da maioria dos rios é do tipo estuário (a foz do rio
dá-se numa única saída), exceção ao Parnaíba que apresenta um delta (tipo de foz com
grande acúmulo de sedimentos, o que possibilita o aparecimento de ilhas ou canais; os
rios adentram os oceanos, mares interiores ou lagos).
Os rios que nunca secam são chamados de perenes, porém, os rios que desaparecem em
épocas de seca são chamados de temporários ou intermitentes.
Os aquíferos são formações porosas de rocha permeável, areia ou cascalho, capaz de
armazenar e fornecer quantidades significativas de água. O Aquífero do Guarani é o maior
manancial de água doce subterrânea transfronteiriços do mundo. Está localizado na região
centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de
longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de km², estendendo-se pelo Brasil
(840.000 km²), Paraguai (58.500 km²), Uruguai (58.500 km²) e Argentina (255.000 km²).
Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os
estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul.
Bacia Amazônica
- Rio principal: Amazonas.
É a maior bacia hidrográfica do planeta e drena além do Brasil, terras das Guianas,
Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. É o rio Amazonas, que nasce nos Andes
Peruanos, recebendo várias denominações, como Vilcanota, Ucaiali, Maranõn no Peru,
Solimões (após sua entrada em território brasileiro, na cidade de Tabatinga-AM) e
Amazonas, a partir da confluência do Solimões com o rio Negro, na cidade de Manaus,
indo desaguar no Oceano Atlântico.
Desde sua nascente no Monte Huagra, ao sul da Cordilheira de Tila, nos Andes Peruanos,
este magnífico rio atravessa regiões de montanhas, corredeiras, penetrando em área de
selva, banhando a maior floresta equatorial do mundo, perfazendo um total de 7.025 km.
Possui milhares de afluentes, sendo os principais:
- Margem esquerda: Iça, Japurá, Negro, Jamundá, Trombetas e Jari;
- Margem direita: Javari, Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu.
O rio Amazonas possui o maior débito, ou seja, é o que descarrega o maior volume de
água em sua foz: em épocas normais, lança ao oceano 80.000 m³/seg, mas durante o
período de cheias, este volume pode ser de até 120.000 m³/seg. Um fenômeno
interessante que se observa na foz do Amazonas é a pororoca, encontro das águas do
grande rio com o oceano em tempo de maré alta.
Nessa bacia, há o maior potencial hidráulico disponível do país e ocorrem importantes
fenômenos. Além da pororoca, o rio Amazonas, devido a sua imponência, apresenta outros
fenômenos interessantes:
Bacia Platina
É formada pelas bacias dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai.
Bacia do Paraná
- Rio principal: Paraná.
É a bacia que apresenta a maior produção de energia elétrica do Brasil. No rio Paraná,
encontra-se importantes hidrelétricas brasileiras, como Jupiá, Ilha Solteira, Porto
Primavera, além de Itaipu, a maior do país.
O rio Paraná forma-se da junção dos rios Paranaíba e Grande, no estado de Minas
Gerais. Por ser um rio de planalto, seus principais afluentes são também grande
produtores de energia, como, por exemplo, o Iguaçu. As usinas hidrelétricas instaladas no
rio Iguaçu são Salto Osório, Salto Santiago, Salto Caxias, Segredo, Foz do Areia e Salto
Caxias.
Bacia do Paraguai
- Rio principal: Paraguai.
Ao contrário da Bacia do Paraná, é uma bacia tipicamente de planície, responsável pelas
inundações do pantanal Matogrossense, nas épocas de cheias. Destaca-se por sua
navegabilidade (Porto de Corumbá).
Seus principais afluentes são:
- Margem esquerda: São Lourenço, Cuiabá, Taquari e Apa.
- Margem direita: Pilcomayo e Bermejo.
Bacia do Uruguai
- Rio principal: Uruguai.
Seu rio principal é o Uruguai, que nasce da junção dos rios Canoas e Pelotas (divisa
RS/SC) e, juntamente com os rios Paraná e Paraguai, formam a bacia Platina.
O rio Uruguai serve de fronteira entre o Rio Grande do Sul e a Argentina, com potencial
hidrelétrico limitado, sendo utilizado para navegação em alguns trechos. Suas principais
hidrelétricas são: Barracão, Machadinho, Pinheiro, Estreito do Sul e Itá.
- Bacia do Leste
Constituída por rios que descem do Planalto Atlântico em direção ao oceano Atlântico,
merecem destaque os rios Pardo, Jequitinhonha e Micuri (em Minas Gerais e Bahia),
Paraíba do Sul (em São Paulo e Rio de Janeiro) e os rios Vaza-Barris, Itapicuru, das
Contas e Paraguaçu (na Bahia).
Paisagens Litorâneas
Sendo banhado pelo Oceano Atlântico, o litoral brasileiro apresenta 7.408 km de extensão,
desde o rio Oiapoque, no Amapá, até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.
Para facilitar o estudo, procuramos dividir o litoral brasileiro em três porções:
Litoral Setentrional: tem início no Cabo Orange, no Amapá, e vai até o cabo de São Roque,
no Rio Grande do Norte.
Litoral Oriental: do cabo de São Roque até o cabo de São Tomé, no estado do Rio de
Janeiro.
Litoral Meridional: do cabo de São Tomé até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.
Litoral Setentrional
- Apresenta a plataforma continental mais larga do litoral brasileiro, a qual chega a atingir
400 km nas proximidades da foz do rio Amazonas, para depois estreitar-se no litoral
oriental.
- Possui inúmeras lagoas costeiras principalmente no litoral do Amapá e do Pará, além de
costas de barreiras;
- Litoral baixo e com muitos manguezais;
- Dunas costeiras principalmente no litoral do Maranhão, denominadas de lençóis
maranhenses;
- Golfão Amazônico, na foz do rio Amazonas. É a maior reentrância do litoral brasileiro,
ocupada por várias ilhas (Marajó, Mexiana, Grande de Gurupá, Maracá e outras);
- Golfão Maranhense, onde desembocam vários rios que drenam as planícies do Meio-
Norte (rio Pindaré, Grajaú, Itapecuru e Mearim) e se aloja a Ilha de São Luís, onde se situa
a cidade do mesmo nome;
- Litoral pouco recortado no trecho compreendido entre os estados do Piauí e Rio Grande
do Norte; neste último, surgem as grandes salinas do país (Macau e Areia Branca).
Litoral Oriental
- Possui uma plataforma continental estreita;
- Barreiras, destacando-se a ponta Seixas, no Cabo Branco, estado da Paraíba;
- Presença de lagoas costeiras no litoral de Alagoas e do Rio de Janeiro;
- Recifes, destacando-se os da Região Nordeste e os dos Abrolhos no litoral sul da Bahia;
- Baías, em que se destaca a baía de Todos os Santos, na Bahia, possuindo cerca de 290
km de circuito e possuindo à sua entrada, a ilha de Itaparica. Além dessa baía, surgem
outras: Canaveiras, Camumu, Ilhéus, Porto Seguro e Caravelas, todas no litoral baiano,
além da baía de Vitória no Espírito Santo;
- Ilhas: Itamaracá (Pernambuco) e a de Vitória, onde se situa a capital do Espírito Santo;
- Foz de rios de grande porte, como é o caso do rio São Francisco (entre os estados de
Alagoas e Sergipe), além do Paraíba do Sul (RJ).
Litoral Meridional
- Possui uma plataforma continental mais larga em relação ao litoral oriental;
- Área da Baixada Fluminense (estado do Rio de Janeiro), com várias lagoas costeiras
(Araruama, Feia) separadas do mar pelas restingas. São restingas deste trecho:
Saquarema, Marambaia e Sepetiba;
- Várias praias: Búzios, Guanabara,Ubatuba, Santos, Caiobá (PR), Balneário Camboriú
(SC) e as do Rio Grande do Sul;
- Dunas: Cabo Frio e Santa Catarina;
- Tômbolo: Ilha Porchat (São Vicente-SP);
- Baías: Guanabara - mais de 130 km de circuito, Angra dos Reis e Parati (no Rio de
Janeiro); Paranaguá e Guaratuba (no Paraná); Imbituba, Laguna e São Francisco (em
Santa Catarina).
- Costões: ao longo de vários trechos;
- Lagoas costeiras: dos Patos, Mangueira e Mirim no Rio Grande do Sul e da Conceição
em Florianópolis (SC);
- Ilhas: Grande (RJ), São Sebastião (Ilhabela), Santo Amaro (Santos), Comprida, no litoral
de São Paulo; de São Francisco e de Santa Catarina, em Santa Catarina, sendo que nesta
última se situa a cidade de Florianópolis.
Ilhas Brasileiras
Em sua grande parte, a maioria das ilhas brasileiras são do tipo continentais, ou costeiras,
isto é, juntas ao litoral, no entanto, temos também as ilhas oceânicas.
As principais ilhas oceânicas são:
- Arquipélago de Fernando de Noronha: Situado a uma distância de 360 km do litoral do
Rio Grande do Norte, mas pertencendo ao estado de Pernambuco, constituído por 19
ilhas, totalizando uma área de 26 km². A Ilha de Fernando de Noronha é a mais extensa e
a única habitada, contando com cerca de 1.500 moradores fixos e uma grande população
flutuante, na maioria turistas e pesquisadores que visitam a região.
- Ilhas Trindade e Martim Vaz: Localizadas a uma distância de 1.100 km da costa do
Espírito Santo, com uma área de 8,2 km², sendo ocupadas por militares da Marinha que
realizam observações meteorológicas e manutenção de faróis.
- Penedos de São Pedro e São Paulo: Localizados a 900 km da costa do Rio Grande do
Norte, sem água potável e desabitados, abrigam aves marinhas que lá procriam e deixam
espessa camada de guano (excrementos).
- Atol da Rocas: É uma pequena ilha circular, situada a cerca de 150 km a oeste de
Fernando de Noronha, com 7,2 km² e altitude de apenas 3 m acima do nível do mar.
Possui um farol automático para orientar a navegação. Em 1979, foi transformada na
primeira reserva marinha brasileira.
- Abrolhos: A cerca de 80 km da Bahia, localiza-se o arquipélago de Abrolhos, formado por
cinco pequenas ilhas, que compõem o primeiro parque nacional marinho do Brasil. Possui
grande variedade de corais e é habitado por cabras selvagens e aves marinhas. Sua
população dedica-se à manutenção do farol que orienta os navegadores que passam pela
região. O nome é devido aos navegadores portugueses, que diziam: "Abra os olhos".
GRANDES PAISAGENS
Vegetação é caracterizada como o conjunto de plantas de uma determinada região. Em
razão da diversidade climática da Terra, com destaque para a variação da temperatura e
umidade, existem coberturas vegetais distintas.
Os principais tipos de vegetação são: deserto, estepe, floresta de coníferas, floresta
temperada, floresta tropical, savana, tundra, vegetação de montanha e vegetação
mediterrânea.
Deserto: é a vegetação típica de regiões semiáridas, áridas e hiperáridas. A quantidade de
chuva é baixíssima, fato que impossibilita o desenvolvimento de vida animal e de
vegetação na maior parte dos desertos.
Vegetação Brasileira
O fator que explica a grande diversidade de formações vegetais espalhadas pelo território
brasileiro é a sua grande extensão territorial, aliada à distribuição geográfica latitudinal
(norte-sul) que o país possui.
O Brasil apresenta apenas 60% da cobertura vegetal original. Sendo que suas princiapis
formações vegetais são:
- Floresta Equatorial - Floresta Amazônica
"Hiléia brasileira", a floresta por excelência. Recobre 3,3 milhões de quilômetros
quadrados, ou seja, quase toda a região amazônica. Pode ser dividida em três porções ou
degraus: 1)Mata de Igapó ou Caaiapó: Constantemente inundada pelos rios, suas
principais espécies são: vitória régia, acapú, samaúna e arapari. 2) Mata de Várzeas:
Sujeita a inundações nas épocas de cheias, composta por árvores de maior porte, como a
seringueira, cacaueiro, açaí maçaranduba e jatobá. 3) Mata de Terra Firme (Caetê): É a
parte mais alta da floresta, estando praticamente livre da influência direta dos regimes dos
rios, portanto, sempre livre das cheias e representada por várias espécies, como:
castanheira, guaraná, pau-rosa, copaíba, pequi, além das madeiras "nobres" como o
mogno e o cedro.
As principais características da Floresta Amazônica são:
- Latifoliada (folhas largas);
- Higrófila (formada por espécies vegetais adaptadas à umidade);
- Perene;
- Densa;
- Heterogênea.
Outra formação vegetal de destaque no Brasil é a Floresta Tropical ou Mata Atlântica
É a floresta tropical de encosta úmida oriental, muito devastada em quase toda a sua
extensão. Suas principais espécies são: jatobá, jacarandá, jequitibá, pau-brasil e cedro.
Estendia-se, no passado, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul.
Atualmente, encontra-se sob proteção poucos trechos, dentre os quais, destacamos: o
Parque Nacional de Superagüi, em Guaraqueçaba-Pr, considerado pela UNESCO, como
sendo uma das Reservas da Biosfera e a Região da Juréia, no litoral sul do estado de São
Paulo.
A Floresta Subtropical ,Mata das Araucárias ou dos Pinhais, recobria grande parte da
região sul do país, tendo na Araucaria angustifolia, da família das coníferas (Pinheiro do
Paraná), sua principal espécie. É de fácil penetração e grande aproveitamento econômico,
fato este que lhe valeu quase que sua extinção. Restam ainda poucas áreas de mata
nativa, principalmente no sul e sudoeste do Paraná e norte de Santa Catarina.
Nas últimas décadas, ocorreram reflorestamentos com a implantação do pínus, visando
atender às necessidades da indústria madeireira. Esses reflorestamentos alteraram as
características naturais do solo, gerando grande impacto ambiental. Porém, estudos
recentes mostraram ser possível reflorestar a Mata de Araucária com a sua principal e
mais famosa espécie.
O Cerrado é depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se
espalhou, recobrindo 20% do território brasileiro, predomina em áreas de clima tropical,
com duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. É a vegetação típica da
região Centro-Oeste do Brasil.
No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de troncos
sinuosos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras;
entre as árvores e os arbustos, espalha-se uma formação contínua de gramíneas altas.
A urbanização
O processo de urbanização iniciou-se a partir da segunda metade do século XVIII com a
Revolução Industrial, quando a maioria da população que morava em áreas rurais passou
a residir em áreas urbanas, tendo em vista a escassez de mão-de-obra nas fábricas
recém-criadas e as dificuldades de permanência do homem no campo.
População
Segundo o dicionário significa: "Número de habitantes de uma região do país que, em
conjunto, constituem o contingente humano nativo e imigrante daquela área."
No entanto, dá-se o nome de população ao conjunto de pessoas que habitam determinado
território, podendo ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta.
Podemos classificá-la segundo a religião, a nacionalidade, o local de moradia(urbana e
rural), a atividade econômica(ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições
de vida retratados através de indicadores sociais, tais como: taxa de natalidade,
mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.
Curiosidade
Pense nisto!!!
A cada cinco minutos, aproximadamente, a população da Terra aumenta em quase duas
mil pessoas. Amanhã, nesta mesma hora, nosso planeta contará com cerca de 250 mil
habitantes a mais que hoje. No que isso implica? A cada ano centenas de milhões de
pessoas necessitam de mais alimento, moradia, trabalho, energia, vestuário, transportes,
tratamento médico...
A Maré Humana
Dos 510 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre, apenas um quarto é
formado por terras emersas, os chamados continentes. Estes possuem regiões habitáveis
(ecúmeno) ou não (anecúmeno).
Curiosidade
Irrigação consumirá mais recurso
Cerca de 85% da água disponível no mundo hoje é utilizada para irrigação. Se o
crescimento populacional continuar no ritmo atual, será preciso aumentar a produção
agrícola e, consequentemente, o gasto de água com irrigação.
Ao contrário do Brasil e dos EUA, que dispõem de amplas faixas de terras cultiváveis sem
necessidade de irrigação, outros países populosos como a China e Índia dependem da
água para alimentar sua população.
Na China, 87% da água disponível é utilizada para irrigação e na Índia essa proporção
chega a 93% da água existente.
Como os dois países estão sempre entre os que mais crescem atualmente, a situação só
tende a piorar.
Em março de 1996 foi realizado um seminário em Pequim (China) apenas para discutir
maneiras de conciliar a necessidade de água para o consumo da população ou para uso
da agricultura.
(Folha de São Paulo)
A população brasileira
Compreendemos o número de habitantes de uma região do país que, em conjunto,
constituem o contingente humano nativo e imigrante daquela área. No entanto, dá-se o
nome de população ao conjunto de pessoas que habitam determinado território, podendo
ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta.
Podemos classificá-la segundo a religião, a nacionalidade, o local de moradia (urbana e
rural), a atividade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições
de vida retratada através de indicadores sociais, tais como: taxa de natalidade,
mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.
Quanto ao crescimento da população mundial, alguns historiadores calculam que no ano 1
da Era Cristã, o número de habitantes de nosso planeta estava na casa dos 250 milhões.
Por volta de 1650, a população mundial alcançou a cifra de 500 milhões de habitantes (não
esqueça que neste intervalo ocorreram inúmeras guerras e a Peste Negra); já em 1850, a
população mundial atingia 1 bilhão de habitantes, passando para 2,5 bilhões em 1950.
Em 1990, a população mundial tinha atingido cerca de 5,2 bilhões de habitantes e, em
2000, já havíamos passado dos 6 bilhões de seres humanos.
Nos países mais desenvolvidos ocorre a chamada transição demográfica, porém, nos
países subdesenvolvidos, o que vemos é uma verdadeira explosão demográfica. O
aumento que a população mundial teve, nos últimos anos, foi superior a 65 milhões de
habitantes ao ano, em termos absolutos. É um dado alarmante, ainda que represente uma
sensível queda de 1,5% ao ano.
Estudando o binômio população e desenvolvimento, a ONU - Organização das Nações
Unidas - apontou fatores que podem contribuir para reduzir as taxas de crescimento da
população mundial. Entre eles, destacam-se:
- a distribuição mais justa da riqueza;
- a emancipação socioeconômica da mulher;
- o planejamento familiar;
- a transferência da tecnologia das nações ricas, principalmente produtoras de alimentos,
para as nações mais pobres;
- condições melhores de saneamento básico, saúde e educação.
Alguns conceitos fundamentais nos auxiliam no estudo da população:
0 a 19 anos - jovens
20 a 59 anos - adultos
60 anos em diante - velhos
Observe que os países com a população considerada velha, ou seja, os países maduros,
geralmente estão situados em áreas mais desenvolvidas do globo, normalmente em áreas
temperadas, tendo em vista uma série de fatores, como por exemplo, a antigüidade da
ocupação, o modo de ocupação, etc; apresentam uma população adulta e idosa muito
numerosa, pois apresentam baixa taxa de natalidade, porém, baixa taxa de mortalidade e
elevada expectativa de vida.
Por sua vez os países considerados em transição demográfica, como é o caso do Brasil, o
número de adultos tende a crescer, pois a natalidade está diminuindo e a expectativa de
vida aumentando, consequentemente aumenta o número de idosos.
Já os países considerados de população jovem, estão em uma primeira fase de
desenvolvimento, são países subdesenvolvidos e não industrializados que apresentam
altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.
Os gráficos de pirâmides etárias nos revelam dados referentes à idade das populações
obtidos em determinada época. Vejamos o exemplo da pirâmide etária brasileira. Até 1970,
a nossa pirâmide etária apresentava-se como sendo típica de um país subdesenvolvido, no
entanto, nas últimas décadas, ocorreu uma substancial mudança no comportamento de
crescimento da família brasileira, que passou a ter menos filhos; a mulher, antes, quase
exclusivamente dona-de-casa, passou a ocupar cargos de liderança, antes só ocupados
por homens, com isso ocorreu uma diminuição acentuada do número de nascimentos no
país, consequentemente diminuindo o número de filhos por mulher, que em 1960, era de
aproximadamente 6 e caindo a partir da década de 1990 para 2,8.
A análise das atividades profissionais da população é de grande importância, pois permite
avaliar o grau de desenvolvimento desses países. A população economicamente ativa
(P.E.A), corresponde ao número de pessoas que trabalham com carteira de trabalho
assinada, inclusive desempregado que esteja temporariamente afastado do trabalho.
A população ativa é aquela que está disponível para o trabalho.
A expressão "população ocupada" diz respeito à parcela da população que está
efetivamente trabalhando, isto é, exercendo atividade remunerada.
Os percentuais de população ativa em relação à população total podem variar de
aproximadamente 20 a 25% nos países de população exageradamente jovem
(subdesenvolvidos) até cerca de 50% nos países desenvolvidos. São considerados
economicamente inativos as crianças, estudantes, idosos e mulheres mesmo que exerçam
atividade sem remuneração em casa.
Os movimentos horizontais da população também chamam a atenção nos estudos
demográficos. Eles são representados pelas migrações, que podem se apresentar em
diferentes modalidades. O nomadismo é um sistema de vida de certos povos,
caracterizado pela inexistência de moradia fixa, moram em tendas, ciosos de sua
liberdade, e prezam seus camelos mais que qualquer outra coisa do mundo; esses
verdadeiros nômades são membros de uma comunidade restrita e estreita; vivem no
coração do deserto, seguidos por uma cáfila. São encontrados na Arábia, no norte do
Iraque, Síria, Jordânia.
O oeste, o sul e o leste do Saara são, também, ocupados por povos que, na verdade,
poderiam se chamar de nômades. Os chaggars, os mais antigos dos grupos tuaregues de
Hoggar, abrangem 125 nobres, um terço de escravos e o restante de arrendatários;
A transumância é o deslocamento cíclico de pessoas entre dois lugares, geralmente por
motivos climáticos. Nas áreas montanhosas da Europa, a subida dos Alpes caracteriza-se
por um grande acontecimento para alguns pecuaristas no fim da primavera. Aldeias
inteiras subiam as montanhas, deixando as planícies do vale do rio Ródano, do Piemonte e
da Lombardia e dos vales interiores da Suíça e da Áustria até as pastagens alpinas das
montanhas vizinhas. Atualmente com o despovoamento das montanhas e o
desenvolvimento da agricultura moderna nas planícies praticamente extinguiu-se este tipo
de deslocamento.
No caso brasileiro, o exemplo típico de transumância ocorre no Nordeste brasileiro, onde
durante o período de estiagem prolongada, ocorre o deslocamento de pessoas do Sertão
para a Zona da Mata. Quando a situação torna-se mais amena no Sertão, ocorre o
deslocamento inverso.
Também é comum a transumância praticada pelos bóia-frias volantes, que não possuem
residência fixa. O trabalho é temporário, só ocorre durante o período do plantio, da
colheita, ou do corte da cana-de-açúcar. Tal situação obriga os trabalhadores a migrar de
cidade em cidade atrás de trabalho.
O êxodo rural: consiste no deslocamento de pessoas das áreas rurais para as áreas
urbanas. No Brasil, ocorreu maior intensificação nesse processo a partir da década de
1950 até o final dos anos de 1970, em consequência, principalmente, da mecanização das
atividades agrícolas, concentração de terras no campo e processo acelerado de
industrialização de algumas cidades, tornando-se polos de atração populacional.
Como as cidades não receberam investimentos suficientes para melhorar a infraestrutura
urbana (habitação, saneamento básico, saúde, educação, transportes coletivos, lazer e
abastecimento) passaram a crescer em direção à periferia, onde são construídas enormes
favelas e loteamentos clandestinos, sobretudo ao longo de áreas de mananciais e de
preservação ambiental, como também das áreas industriais.
A pendular consiste em migrações temporárias típicas de grandes cidades industriais e
metrópoles mundiais e trata-se do deslocamento de milhares de trabalhadores da periferia
e dos subúrbios, pela manhã, em direção ao centro, retornando a seus lares após a
jornada de trabalho.
Uma nova modalidade de migração tem se destacado nos últimos anos no Brasil e
recebeu a denominação de urbana-urbana. Atualmente em alguns estados brasileiros,
como São Paulo e Rio de Janeiro, é cada vez mais frequente o deslocamento de pessoas
das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A principal causa destes
deslocamentos é o fato de que as metrópoles estão completamente inchadas, com
precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos índices de
desemprego e criminalidade acentuada.
A geopolítica foi muito utilizada durante o período da Guerra Fria, sendo uma luta política e
estratégica entre os blocos capitalista (liderado pelos EUA) e socialista (liderado pela
URSS).
Durante a vigência da Guerra Fria (1945 - 1990), criaram-se organizações econômicas e
militares, e houve intervenção das grandes potências em países periféricos, criando
mecanismos supostamente de defesa, mas que se traduziram em instrumentos de
dominação, tanto dos EUA como da URSS.
A nova ordem mundial pode ser definida como as configurações que a geopolítica tomou
com o término da Guerra Fria. Após a implosão da URSS e a consequente desintegração
de seu império, o mundo passou a ser dividido segundo o critério econômico, dando
origem ao mundo multipolar.
Áreas ainda indefinidas:
- CEI - Comunidade de Estados Independentes (Ex-URSS): Por um lado, pode vir a tornar-
se uma periferia da Europa; por outro, pode ocorrer a incorporação das repúblicas
meridionais e islâmicas ao Oriente Médio. Podem, também, vir a ser um mercado comum
efetivo, menos importante que os três principais.
- China: Pode ser periferizada pelo Japão ou tornar-se uma nova potência, embora
secundária.
- Oriente Médio: Área de disputa entre os três polos ou centros importantes, com vantagem
momentânea para os EUA; pode também vir a ser uma região original pela união dos
povos e estados islâmicos, com tendência a não se alinhar harmoniosamente em nenhum
dos três centros.
Dentro dessas mudanças também surgiu uma nova Divisão Internacional do Trabalho. A
partir do século XVI, com as grandes navegações, realizando descobertas pelo mundo,
criou-se um termo chamado de divisão Internacional do Trabalho, que consistia em
fundamentar a relação entre os colonizadores (Metrópoles) e colonizados (Colônias).
Aos colonizados, cabia o fornecimento de matérias-primas para as Metrópoles e estas por
sua vez teriam a incumbência de vender para as colônias produtos manufaturados.
Este pensamento caracterizou as relações entre os principais países durante muito tempo,
até que a partir de 1945, o poder mundial ficou dividido entre duas superpotências, de um
lado EUA (representando o Capitalismo) e de outro a URSS (representando o Socialismo).
A nova ordem mundial já não se caracteriza pela competição ou disputa ideológica entre
estes dois sistemas, mas a principal característica, na atualidade, é a competição
econômica entre países e blocos de países.
A globalização é uma forte marca dessas mudanças. Ela consiste Conjunto de
transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas
décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa "aldeia global",
(minarquia). É nesse segundo sentido que o termo é mais usado atualmente. No entanto,
autores da filosofia econômica e comentaristas de economia que se alinham com as
postulações liberais rejeitam a alcunha "neoliberal", preferindo adotar o termo liberal.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a denominação neoliberalismo é mais uma
denominação elaborada pelos críticos dos pressupostos do liberalismo que uma
reivindicação terminológica por parte dos precursores de sua doutrina.
O Brasil passou por mudanças significativas nesse momento. Até 1950, o Brasil era um
país tipicamente agrário, ou seja, a agricultura era o setor mais importante da economia. A
maior parte da população morava no campo, sendo que a industrialização chegou mesmo
para valer a partir de 1956, com o Plano de Metas do Governo JK, quando ocorreu uma
ruptura com o modelo agroexportador, transformando todas as relações da economia
brasileira com a economia capitalista mundial.
Quanto ao fluxo de capitais, a economia brasileira aumentou seu grau de participação no
mercado mundial, pois mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, os investimentos
estrangeiros estavam resumidos às ferrovias, à eletricidade e ao comércio de importação e
exportação.
Após 1950, os investimentos estrangeiros passaram a dominar os ramos industriais mais
modernos e diversificaram sua atuação nos setores de comércio e serviços urbanos.
A industrialização brasileira foi desenvolvida através da substituição das importações, ou
seja, da produção interna de manufaturados, fato este que durou até os anos de 1970. A
partir de 1975, o comportamento das importações e exportações sofreu súbitas alterações,
provocadas por mudanças internacionais e o país passa a exportar produtos
industrializados, deixando para trás toda aquela ideia de exportação de produtos agrícolas.
O comércio exterior brasileiro conheceu profundas alterações nas últimas décadas, ou
seja, a exportação de produtos primários (agrícolas e minerais) e de semi-industrializados
foram sendo substituídos por exportações de mercadorias industriais. As importações
também sofreram mudanças; os bens de consumo passaram a ser produzidos pela
indústria instalada no Brasil e as compras no exterior começaram a se concentrar nos bens
de produção.
Os principais parceiros comerciais do Brasil são a China, países do MERCOSUL, União
Europeia e os Estados Unidos, tanto em importações como em exportações. Por sua vez o
Japão e a Coréia do Sul também figuram como importantes mercados.
As relações comerciais do país com áreas do mundo subdesenvolvido são muito menos
significativas. As exportações e importações para a Associação Latino-Americana de
Desenvolvimento e Integração (Aladi), que reúne o México e a maioria dos países da
América do Sul, correspondiam, até o início da década de 90, a pouco mais de 10% do
A indústria
Outro ponto de destaque na atualidade é a economia brasileira. Internacionalmente chama
a atenção por fazer parte de um conjunto de países emergentes, que são designados pela
sigla BRICAS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do sul). Nacionalmente seu destaque se
refere a uma década de significativo crescimento e, com perspectivas, de desaceleração.
Assim, para melhor entendermos essas mudanças vamos analisar a história da economia
brasileira através de uma periodização tendo como base a atividade industrial.
Denomina-se indústria o conjunto de atividades produtivas que o homem realiza, de modo
organizado, com a ajuda de máquinas e ferramentas. A atividade industrial no Brasil teve
início no período colonial. Sua história, no entanto, não se caracteriza por uma evolução
sistemática. As atividades agrícolas e o extrativismo absorviam o pouco capital e mão-de-
obra, dando margem apenas às indústrias caseiras, à agroindústria do açúcar, às
pequenas indústrias no litoral e aos estaleiros em que se construíam embarcações de
madeira.
Em 1785, D. Maria I, a louca, rainha de Portugal, decretou que todas as indústrias
manufatureiras ou fabris instaladas no Brasil deveriam ser fechadas, bem como, proibia a
instalação de outras. Para muitos, esse fato é o responsável pelo atual
subdesenvolvimento do nosso país.
A partir de 1808, com a chegada da Família Real, a situação apresentou uma relativa
melhora. No entanto, as leis protecionistas em favor de produtos ingleses desestimulavam
qualquer tentativa de industrialização independente por parte de brasileiros.
Somente a partir de 1844, com a tarifa Alves Branco e a criação de taxas médias de
importação na ordem de 44% foi que ocorreu o primeiro surto industrial no país, com o
aparecimento de empreendedores como o Barão de Mauá, no Rio de Janeiro, o Coronel
Delmiro Gouveia, em Pernambuco.
A partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi que o país teve um processo
significativo de desenvolvimento e maior diversificação industrial, tendo em vista a
impossibilidade de importar determinados produtos das nações envolvidas no confronto,
forçando a fabricação interna.
Foi somente a partir da crise de 1929 (queda da Bolsa de Nova Iorque), que o Brasil
acordou para a industrialização, pois seu principal produto de exportação - o café - estava
desvalorizado no mercado internacional, ainda mais que também combinava com a
Revolução de 1930, que desalojou da política brasileira a oligarquia cafeeira que
emperrava qualquer surto industrial.
O surto industrial foi estimulado pelo capital advindo dos barões-do-café, detentores do
poder até então. As ferrovias, que haviam sido construídas para escoar a produção de
café, entroncavam-se em São Paulo e a mão-de-obra imigrante (já com alguma
experiência industrial de seu país de origem), formou o triângulo perfeito para transformar
a capital paulista no principal centro industrial dos anos 30, bem como desencadear a
Revolução Industrial Brasileira.
Em 1942, com a implantação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta
Redonda, priorizou-se a intervenção estatal nos setores de base da economia -
petroquímica, siderurgia, indústria de cimento, etc.
Com a chegada ao poder de Juscelino Kubitschek (1956-1960) e a implantação de seu
Plano de Metas, ocorreram maciços investimentos estatais em diversos setores da
economia - agricultura, saúde, educação, energia, transportes, mineração e construção
civil -, tornando o Brasil um país atraente para investimentos estrangeiros. Foi a partir
dessa época que se abriu a possibilidade da instalação de indústrias automobilísticas no
Brasil e a região escolhida foi a Sudeste, mais precisamente São Paulo, tendo em vista
que a infraestrutura necessária já estava implantada, ou seja:
- Energia abundante;
- Proximidade relativa do porto de Santos;
- Meios de transporte eficazes;
- Mão-de-obra barata e abundante;
- Mercado consumidor em formação;
- Incentivos fiscais;
- Terrenos baratos.
A agropecuária
A produção agropecuária brasileira emprega cerca de 25% da população economicamente
ativa do país e participa com pouco mais de 10% na formação do PIB (Produto Interno
Bruto). Sua importância na economia brasileira cresce cada vez mais na forma do
agronegócio que é a soma de todos os segmentos econômicos ligados à produção
agrícola e pecuária (insumos, produção, agroindústria e distribuição) e que responde hoje
por quase 35% do PIB nacional, segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (IPEA). Além disso, o setor gera 37% dos empregos do país e representa 42%
das exportações totais do Brasil.
A economia rural transformou-se nos últimos tempos em fornecedora de matérias-primas
para as indústrias. As culturas agrícolas que conheceram um maior desenvolvimento foram
justamente àquelas voltadas para a produção de insumos industriais, enquanto as culturas
tradicionais de alimentos básicos viviam um longo período de estagnação.
A alta lucratividade da produção de insumos industriais atraiu capital e investimentos para
culturas como as da laranja (indústrias de cítricos), soja (indústria de óleos vegetais) e
cana (indústria de açúcar e de álcool combustível).
por meio de incentivos aos pequenos produtores para que possam fornecer seus produtos
em maior escala ao mercado interno.
Dos produtos considerados de primeira necessidade, somente o trigo recebe incentivos
governamentais e subsídios para o cultivo, tendo em vista que a sua importação onera
demais a balança de pagamentos brasileira, ajudando a ocasionar frequentes déficits
comerciais.
Outro problema que afeta o capo brasileiro é sua estrutura fundiária. Assim, um dos
grandes problemas da agricultura brasileira reside na má distribuição de terras entre os
agricultores do país, onde predomina o latifúndio de exportação e de especulação.
Nos tempos do Brasil-Colônia e parte do Brasil-Império, as terras no Brasil eram
distribuídas na forma de Sesmarias (pedaço de terra devoluta - ou cuja cultura foi
abandonada - que é tomada a um presumido proprietário para ser entregue a um agricultor
ou sesmeiro). Os portugueses trouxeram essa tradição para o Brasil, onde, no entanto, a
imensidão do território acabou por estabelecer um sistema de latifúndios improdutivos.
Em 1850, foi criada a Lei das Terras. Com essa lei, todas as terras devolutas tornaram-se
propriedade do Estado, que somente poderia vendê-las por meio de leilões, beneficiando
quem tinha mais dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América, justamente,
por não ter posses em seu país de origem.
Já em 1964, no Governo Militar, foi criado o Estatuto da Terra, que é um conjunto de leis
com o objetivo de possibilitar a realização do censo agropecuário. Procurava-se
estabelecer uma política de reforma agrária na prática; foi implantada com muita timidez
em áreas de conflitos, com o claro objetivo de abafar focos de tensão popular.
Para facilitar a distribuição e consequente catalogação das propriedades, ficou estipulado
as seguintes dimensões de áreas agrícolas:
- Módulo rural: é toda propriedade rural, explorada diretamente pelo proprietário e sua
família, de onde conseguem retirar o seu sustento.
- Minifúndio: é toda propriedade rural menor que um módulo rural da mesma região.
- Latifúndios: são propriedades rurais de no mínimo 600 módulos rurais da região.
Os latifúndios podem ser divididos em dois tipos:
- Latifúndio por dimensão: que são assim denominadas apenas por sua extensão, estas
propriedades normalmente produzem para exportação.
É comum os grandes proprietários, classificados na categoria de latifúndio por dimensão,
parcelarem a propriedade da terra entre seus familiares para serem classificados como
empresários rurais e, assim, pagarem um imposto menor.
Reforma agrária é um termo empregado para designar o conjunto de medidas jurídico-
econômicas que visam a desconcentrar a propriedade das terras cultiváveis a fim de torná-
las produtivas. Sua implantação tem como objetivo o aumento da produção agrícola, a
ampliação do mercado interno de um país e a melhoria do nível de vida das populações
rurais.
Nosso país apresenta uma estrutura agrária ultrapassada, com a existência de extensos
latifúndios improdutivos, grandes monoculturas de exportação e milhões de trabalhadores
rurais sem terra. A área média das pequenas propriedades não chega a vinte hectares e a
imensa população rural vive em péssimas condições, o que resulta em elevados índices de
mortalidade. Há regiões no país nas quais os processos de irrigação, de fertilização e de
recuperação dos solos são totalmente desconhecidos, devido a não aplicação das
políticas agrícolas previstas em nossa Constituição.
Outro ponto que merece destaque são as relações de trabalho na área rural. No Brasil,
existem dois modos fundamentais de exploração agrícola da terra, que são a exploração
direta e a exploração indireta.
A exploração direta é feita pelo proprietário, auxiliado pelos familiares ou mesmo por
capatazes e empregados que não precisam necessariamente morar nas terras. Na
exploração direta, grandes empresas ou fazendeiros predominam na direção das grandes
propriedades, mas há também os pequenos proprietários, que trabalham em base familiar,
produzindo gêneros de subsistência e vendendo parte de sua produção para comprar bens
que não produzem (artigos industrializados). Conseguem pequena renda nessas
transações, pois vendem seus produtos a intermediários por um preço bem abaixo do
praticado no comércio das cidades. Geralmente, os pequenos proprietários são posseiros,
lavradores que ocupam um pedaço de terra sem o título legal da propriedade. Como, na
maior parte das vezes, nesses minifúndios, a produção é insuficiente para o seu sustento,
é comum os pequenos proprietários e posseiros trabalharem nas grandes propriedades
como assalariados temporários.
A maior parte da mão-de-obra contratada para trabalho temporário (plantio e colheita) é
constituída de boias-frias ou volantes, como são conhecidos no Centro-Sul, recebendo
também o nome de trabalhadores de fora, na Zona da Mata nordestina, e de peões, na
Amazônia (recrutados no Nordeste).
O recrutamento dos trabalhadores volantes para as empresas agropecuárias ou para os
grandes proprietários é feito geralmente por intermediários, conhecidos por "gatos" ou
"cabos de turma". Geralmente, o intermediário é o motorista do caminhão, que transporta
os trabalhadores de forma precária e estipula um preço pela tarefa diária de cada um
deles, inferior à quantia que recebe da empresa ou fazendeiro contratante, guardando para
si a diferença.
A exploração indireta acontece quando o proprietário arrenda suas terras a terceiros,
utilizando as seguintes modalidades:
- Parceria: Ocorre quando o proprietário empresta a sua terra a terceiros em troca de parte
da produção agrícola. Conforme o acerto entre as partes, podemos ter a divisão meio-a-
meio (meeiro), terça parte (terceiro) ou quarta parte (quarteiro).
- Arrendamento: Ocorre quando a terra é alugada a terceiros. O pagamento do aluguel
pode ser em dinheiro, em produção e, até mesmo, em prestação de serviços.
- Ocupação: Ocorre quando a terra é ocupada e explorada sem pagamento pelo seu uso,
pois o ocupante não tem o consentimento do proprietário.
Outra figura importante é a do grileiro, jagunço contratado por grandes empresas ou
fazendeiros para invadir terras devolutas (pertencentes ao governo) ou já ocupados por
posseiros, que acabam sendo expulsos brutalmente. São comuns, então, conflitos entre
posseiros e grandes empresas, ou entre fazendeiros e grileiros, pela posse da terra. Os
grileiros conseguem, em geral, títulos de propriedades falsificados, ganhando força para a
expulsão do posseiro, que não dispõe de recursos financeiros para reagir.
Fontes de energia
Entendemos por energia como sendo a capacidade de gerar trabalho, incluindo-se aí,
desde a energia muscular até a atividade nuclear. Dizemos em Física, que um trabalho é
realizado quando uma força age sobre um corpo, fazendo-o se mover.
Assim, os músculos humanos e dos animais, o vento, os combustíveis, a água em
movimento, a luz do Sol e determinados minerais radioativos podem gerar energia.
Segundo a sua natureza, as fontes de energia podem ser classificadas em dois grandes
grupos:
- Fontes de energia renováveis: São aquelas que não se esgotam, como a força das águas
(hidráulica), do vento (eólica), das marés e do Sol.
- Fontes de energia não renováveis: São aquelas que têm duração limitada, não podendo
ser repostas, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio.
Nosso país apresenta uma estrutura energética privilegiada comparada à de outros países.
Com grande potencial hidrelétrico, as possibilidades de obtenção de energia pelo
desenvolvimento de tecnologias que visam à utilização da biomassa são animadoras, uma
vez que as recentes pesquisas revelaram que os depósitos petrolíferos em nossa
plataforma continental são imensos.
O petróleo é um mineral indispensável no mundo moderno, de grande valor estratégico, de
cuja produção o Brasil o transformou em autossuficiência. Além de servir como fonte de
energia, o petróleo é também importante como matéria-prima para vários tipos de
indústrias e indispensável para a obtenção de plásticos, borrachas sintéticas, fertilizantes,
inseticidas, pesticidas e alguns tipos de medicamentos e de produtos químicos.
O Brasil possui grandes jazidas deste minério, sendo que as maiores reservas encontram-
se na Formação Irati, apesar de apresentar um baixo teor calorífico, com elevado teor de
impurezas (cinzas e enxofre), aparecendo em camadas pouco espessas e descontínuas.
O carvão existente em Santa Catarina (carvão metalúrgico) é o único aproveitável como
matéria-prima para as indústrias siderúrgicas. O Rio Grande do Sul detém as maiores
reservas de carvão-vapor, utilizado no aquecimento de caldeiras de alguns setores
industriais e na produção de energia termoelétrica.
A energia elétrica conta com um potencial hidrelétrico na ordem de 260 mil MW e a
produção encontrando-se na casa dos 56.000 MW de energia elétrica, sendo 7.500 MW
em construção, o Brasil conta com aproximadamente 91,5% de energia obtida a partir de
hidrelétricas e 8,5% em termoelétricas. Toda essa energia está sendo gerada, devido à
construção de inúmeras usinas, muitas das quais localizadas num mesmo curso da água,
levando, portanto, ao limite máximo de aproveitamento hidrelétrico. Por outro lado, a
construção de usinas termoelétricas, muitas vezes necessária, devido à grande extensão
de nosso território, acarreta uso em grande quantidade de óleo diesel ou carvão,
aumentando com isso os custos da geração da energia final. Isso sem contar com o
grande volume de materiais pesados que sejam liberados pela queima do diesel ou de
carvão que são altamente nocivos ao homem e ao meio ambiente.
Por sua vez, a construção de uma usina hidrelétrica altera quase todo o ecossistema da
microregião onde está localizada. As barragens, vertedouros, desvios e alterações das
calhas dos rios modificam a paisagem natural, podendo acarretar danos imprevisíveis às
espécies vegetais e animais bem como provocar alterações no microclima na área da
usina.
A hidrelétrica de Itaipu, localizada à 14 Km à jusante da foz do rio Iguaçu, na cidade de Foz
do Iguaçu, Estado do Paraná. Foi construída uma barragem para represar as águas do rio
Paraná, formando um lago de 1.400 Km2 que serve de reservatório à usina.
Construído por meio de um consórcio Brasil-Paraguai, a usina Binacional de Itaipu teve um
custo aproximado de 18,5 bilhões de dólares, sendo responsável pelo abastecimento de
25% do total da demanda energética brasileira.
Mas a construção de usinas hidrelétricas ao longo do território nacional também pode
apresentar problemas, como o que ocorreu com a usina de Balbina, no rio Uatumã, no
Estado do Amazonas.
Balbina custou 750 milhões de dólares, tendo um reservatório ocupando uma área de
2.430Km2, com uma capacidade instalada de apenas 250 MW. O apodrecimento da
vegetação inundada teve como consequência ao aumento da acidez da água e a morte
dos peixes ao longo do trecho à jusante da barragem. Além disso, a represa inundou parte
da reserva indígena dos Waimiri-Atroari, grupo indígena que já estava ameaçado pela
passagem em suas terras da Rodovia Manaus - Boa Vista (BR-174).
Balbina foi o maior desastre na história da produção de eletricidade do país: tecnicamente
incorreta, cara, causadora de inúmeros problemas para as populações que vivem às
margens do rio Uatumã e de verdadeiros desastres ecológicos, não atende sequer a
demanda energética local.
Esses e outros fatores levaram a sociedade brasileira a partir em busca de outras fontes
alternativas que pudessem gerar energia, de preferência com baixo custo e com o mínimo
de danos ao meio ambiente.
O Programa Nuclear Brasileiro surgeno auge do período militar, vivia-se no Brasil o
"Milagre Econômico" e nessa onda de prosperidade, foi adquirido pelo governo, em 1969,
da empresa norte-americana Westinghouse, a primeira usina nuclear brasileira,
denominada de Angra I, com capacidade de 600 MW. A matriz energética dessa usina é o
urânio enriquecido. Como o acordo de venda não previa a transferência de tecnologia de
enriquecimento do urânio, o Brasil já domina a tecnologia de enriquecimento de urânio.
Para executar o Programa Nuclear, foi criado, em 1974, a Nuclebrás (Empresas Nucleares
Brasileiras); com a finalidade de desenvolver e pesquisar a lavra de minérios radiativos e
implantar usinas nucleares para a produção de eletricidade.
A usina de Angra I foi implantada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis, sobre uma falha
geológica, e foi apelidada de "vaga-lume", tal é a incidência de problemas técnicos que
obrigam que ela seja desligada.
Em 1975, o Brasil assinou um acordo nuclear com a Alemanha, através da Siemens.
Previa-se, inicialmente, a construção de oito usinas, com transferência de tecnologia. Após
consumir bilhões de dólares, apenas se iniciaram as obras de Angra II e III. Em 1993, a
participação da Usina de Angra I na produção de energia elétrica foi nula.
O programa nuclear brasileiro tem sido alvo de severas críticas por parte de estudiosos e
pela população em geral, pois a cada dia a situação se agrava em função do não
cumprimento de nenhuma das metas de construção das usinas e dos bilhões de dólares
investidos.
Mas apesar das dificuldades, o programa nuclear brasileiro segue. No município paulista
de Iperó está localizado o centro experimental ARAMAR, pertencente à Marinha do Brasil.
Nesse centro, foram desenvolvidas novas tecnologias para o enriquecimento de urânio
através de supercentrífugas, tecnologia essa apenas dominada pelo nosso país, depois de
um gasto estimado em 300 milhões de dólares. Para se ter ideia da importância desse
projeto basta citar que os norte-americanos já investiram uma quantia dez vezes maior e
ainda não obtiveram sucesso. Esses novos conhecimentos preocupam as grandes
potências mundiais, pois, teoricamente, quem enriquece urânio tem capacidade para
fabricar artefatos nucleares. Vale lembrar que a Marinha do Brasil tem intenção de
construir o seu submarino nuclear.
A crise suscitada pelo aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, iniciada
em 1973, levou o governo brasileiro a buscar soluções para o problema: dentre as
soluções, avultou a substituição da gasolina por outro combustível, de preferência
produzido a partir de uma fonte renovável. A experiência passada e a grande
potencialidade da lavoura brasileira apontaram imediatamente para o álcool. Em novembro
de 1975, foi criado o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), com o objetivo de reduzir as
importações de petróleo. Para incentivar o aumento da produção de álcool, a partir da
cana-de-açúcar, o Proálcool previa uma série de benefícios financeiros aos plantadores de
cana e aos donos de destilarias, principalmente os da Região Sudeste. As indústrias
automobilísticas foram incentivadas a passar a produzir carros movidos a álcool. Aos
usuários desses automóveis foram concedidos benefícios fiscais - tais como a diminuição
do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) - além da garantia de
fornecimento e de preços subsidiados.
O Proálcool aparentemente foi um sucesso. O consumo de álcool cresceu de forma
acelerada durante a década de 80, ultrapassando o consumo da gasolina automotiva em
1986. Os carros a álcool são menos poluentes e a substituição contribui para tornar mais
respirável o ar das grandes cidades. Até aviões a álcool foram projetados e construídos.
No entanto, o programa revelou-se caro demais, o governo pagava aos produtores muito
mais do que cobrava dos consumidores, permanecendo um eterno déficit. Em 1990,
ocorreu uma crise na produção de álcool, o que correspondeu a um racionamento. A partir
deste momento, o Proálcool ficou desacreditado, as indústrias deixaram de fabricar
veículos movidos a álcool e os consumidores passaram a procurar os veículos movidos à
gasolina. Agora, no início do terceiro milênio, verifica-se nova tentativa de ampliação do
uso do álcool como combustível automotivo. Alguns veículos já saem das fábricas com
tecnologia bicombustível, que permite aos motores o uso da gasolina ou do álcool.
O gás natural é uma fonte de energia limpa, encontrada em rochas porosas no subsolo,
podendo estar associado ou não à existência de petróleo. Normalmente apresenta baixos
teores de contaminantes, como nitrogênio, dióxido de carbono e compostos de enxofre.
Mais leve que o ar, o gás natural dissipa-se facilmente na atmosfera em caso de
vazamento. Para que inflame, deve ser submetido a uma temperatura de 620º, sendo que
o álcool se inflama a 200°C e a gasolina a 300°C.
O uso do gás natural em nosso território é recente. Na Região Norte, o gás natural
proveniente da bacia gasífera do Alto Amazonas (URUCU) substituirá o diesel que
alimenta as termoelétricas de algumas das principais cidades da região, como Manaus e
Porto Velho, além de inúmeras cidades do interior da amazônia.
Está prevista a construção de dois gasodutos. Um ligando Coari a Manaus e outro ligando
Urucu (Amazônia) a Porto Velho, totalizando mais de mil quilômetros.
Vários estados brasileiros serão beneficiados pelo uso do gás natural num curto espaço de
tempo, com a importação dessa valiosa fonte de energia através da construção de dois
gasodutos importantes: o gasoduto Bolívia-Brasil e o gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre. O
primeiro, com mais de 3 mil km de extensão têm seu início em território boliviano,
atravessando os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. O segundo, com mais de 600 km de extensão, tem seu início em território
argentino, passando por Uruguaiana, indo em direção ao Polo Petroquímico de Triunfo no
RS.
RECURSOS MINERAIS
Recursos minerais são todos os bens fornecidos pela natureza, tais como o solo, os
minerais, a água, a vegetação, os animais, o Sol (como produtor de luz e calor), etc.
Observando a natureza e conhecendo-a com mais detalhes, podemos distinguir dois tipos
de recursos naturais: Os renováveis e os não renováveis.
Curiosidade:
"Se cada habitante da América Latina, da África e dos países asiáticos subdesenvolvidos,
tivesse um nível de consumo igual ao dos norte-americanos, provavelmente o mundo
entraria em colapso, devido à enorme poluição e à falta de minérios e de outros recursos
naturais".
O Extrativismo
O Extrativismo consiste na atividade humana em que o homem retira da natureza todos os
recursos por ela produzidos, que seja de origem animal, vegetal ou mineral.
Extrativismo Animal
Consiste na caça e captura de alguns animais utilizados pelo homem, como por exemplo o
abate de elefantes e outros grandes animais na savana africana para obtenção de marfim,
peles etc. Captura de peixes, baleias, golfinhos, para alimentação, aproveitamento de
gordura, etc.
Extrativismo Vegetal
Trata-se do corte de árvores para aproveitamento nas indústrias madeireira, de papel,
papelão. É muito raro encontrarmos, hoje, vegetação exclusivamente natural (aquelas que
não sofreram interferência humana) em qualquer parte da superfície terrestre. As maiores
reservas florestais do globo ainda existentes são a Floresta Amazônica (norte da América
do Sul e partes da América Central), a Taiga (parte oriental da Rússia e norte do Canadá)
e a Floresta do Congo (centro da África), além de alguns trechos importantes de matas
tropicais densas em países do Sudeste Asiático (Filipinas e Indonésia).
As florestas naturais que hoje recobrem partes do planetas não chegam a ser 20%
daquelas existentes há 150 anos. E seu processo de destruição continua para obtenção
de madeiras e para o estabelecimento de atividades agropecuárias.
Extrativismo Mineral
O extrativismo mineral concorre com o grande impacto ambiental que causa, uma vez que
é responsável pela sustentação da maior parte do desenvolvimento industrial e pelo
progresso e bem-estar social do mundo atual.
Tendo em vista a importância dos minerais para o processo industrial instalado no mundo
a partir do século XVIII (Revolução Industrial), surgiu, então, uma intensa indústria de
produtos minerais.
Cobre
Presta-se a muitos usos: fios, cabos e aparelhos elétricos, caldeiras, tubulações,
revestimentos. Suas ligas mais utilizadas são o latão e o bronze.
As mais importantes jazidas de minério de cobre estão localizadas nos EUA, Rússia, Chile,
Zâmbia e no Canadá. No Brasil, existem jazidas na Bahia e na Serra dos Carajás, no Pará,
no entanto, o país depende de importação para suprir sua demanda interna.
Chumbo e Zinco
Geralmente os minérios de chumbo e zinco encontram-se associados nas mesmas jazidas.
Freqüentemente o chumbo está associado também à prata. O chumbo é utilizado para
fabricação de tubulações, projéteis e revestimentos.
As principais reservas de chumbo situam-se no Canadá, Rússia, Austrália, Estados Unidos
e Peru.
O zinco forma com o cobre a importante liga metálica conhecida como latão, que tem muita
utilização pelas indústrias, sendo utilizado, ainda, no revestimento de metais para evitar
sua oxidação (ferro zincado).
Níquel
O níquel é particularmente resistente à ação corrosiva do ar, conservando seu aspecto
sempre brilhante. Por isso, é empregado para revestir outros metais que se oxidam