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1.1 A eugenia, uma constante na história da humanidade. Seus efeitos para o Direito
A influência do evolucionismo de Darwin que não ficou restrito as ciências naturais, impacto
nas ciências sociais, e, por conseguinte, nas ciências jurídicas. Darwinismo social e legal
(p.171). Concretamente, os movimentos eugênicos tiveram intensa influência na produção
legislativa alguns países a exemplo dos Estados Unidos2 e da Alemanha3.
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A República, Platão.
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Nesse país o movimento eugênico viu-se favorecido pela recusa social a setores específicos da
população (em especial, negros, criminosos e deficientes intelectuais) e pela crescente densidade
populacional atribuída a imigração em massa de europeus e asiáticos nas primeiras décadas do século
XX. Foram promulgadas leis de esterilização por trinta estados americanos – a começar pela Virginia em
1907-, além de outras relativas à internação de isolamento, limitações matrimoniais e restrições à
imigração (CASABONA).
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Na Alemanha, a esterilização por motivos eugênicos era lei antes mesmo de Hitler assumir o poder.
Desde 1933, a Lei para prevenção das doenças hereditárias na descendência, determinava a imposição
coercitiva da esterilização àqueles que tivessem alguma deficiência, posteriormente – em 1935- a lei
teve sua abrangência aumentada e passou a incidir sob judeus e seus descendentes, deixando um saldo
de milhares de vítimas.
No contexto atual: por meio da coleta de gametas de pessoas com traços físicos ou intelectuais
considerados “perfeitos”.
Em parte porque se desvelou os horrores e a crueldade das práticas eugênicas adotadas pelo
regime nazista como política de Estado, e em parte devido aos avanços da genética.
“Com efeito, a nova tentação eugênica desta época tem à sua disposição estes poderosos
meios que proporcionam o cada vez mais amplo e preciso conhecimento sobre o genoma
humano da espécie e dos indivíduos, e não somente de suas doenças orgânicas, como
também, segundo se anuncia, de doenças mentais, de comportamentos considerados carentes
de aptidões e habilidades “.
Movimentos de eugenia clássica> propugnavam uma melhoria da raça e a proteção da espécie
contra o mal representado pela degeneração racial. Nesse sentido, o “aprimoramento
hereditário” era tomado como problema social e coletivo cuja solução passava pela ciência e
pela atuação política dos Estados.
A nova eugenia> é formulada como uma questão médica, própria da esfera privada
consubstanciada na relação entre médico-paciente; que envolve a saúde dos próprios
interessados e das gerações futuras, “merecedoras de um direito à saúde frente a seus
progenitores e suas liberdades reprodutivas”