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RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
Inicialmente, afirma o Reclamante que não tem condições de arcar com eventual ônus processual sem
prejuízo ao seu sustento próprio e de sua família, razão pela qual, não resta outra alternativa, a não ser,
pleitear pela gratuidade da justiça, para isenta-lo das despesas processuais inerente a lide.
2. DOS FATOS
O Reclamante foi contratado verbalmente como empregado pela Reclamada em 10 de outubro de 2016,
para cumprir a função de motorista. A remuneração avençada na época fora de R$ 1.070,00 (um mil e
setenta reais) mensais, que era depositado em conta bancária.
Pelo menos uma vez por semana, maiormente às quartas-feiras, o reclamante realizada entregas para a
reclamada, levando mercadorias à Rua Amoroso Costa, 142, bairro Tijuca, Rio de Janeiro/RJ, onde
funciona o depósito da Um Shop e Loja Show Point, pertencente ao grupo UM.
Para tanto, iniciava sua jornada por volta das 5h da manhã, chegando ao local por volta das 11h.
Descarregava o veículo, almoçava em 1h enquanto a mercadoria era conferida e recarregado o caminhão
para diversas entregas na própria cidade do Rio de Janeiro e adjacências, encerrando a jornada por volta
das 19h, realizando 6h extras, por semana.
Ocorre que em 1º de janeiro de 2018, o Reclamante foi dispensado sem justa causa, não recebendo
nenhum valor da Reclamada, a não ser o pagamento trabalhado no mês de dezembro de 2017 e o 13º
salário.
O reclamante também nunca recebeu férias e 1/3 e, quando da demissão, não lhe pagaram aviso prévio
e muito menos depositaram seu FGTS e não lhe deram as guias do seguro desemprego.
Ressalta-se que durante o período em que laborou para a Reclamada, por diversas vezes procurou o seu
chefe, este proprietário da mesma, para regularizar o contrato de trabalho, como também, para obter a
devida anotação em sua CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), porém sem êxito.
Os fatos expostos e a ausência do registro do contrato de trabalho motivam a busca da tutela jurisdicional
pelo Reclamante com a presente reclamatória trabalhista.
3. DOS FUNDAMENTOS
O reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários
advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios
da justiça gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86
e também a gratuidade da justiça, prevista no art. 790 da CLT, vez que a remuneração que recebia
quando trabalhava era inferior a 40% do teto da previdência social.
Conforme exposto, o Reclamante foi contratado verbalmente para exercer a função de motorista no dia
10 de outubro de 2016 permanecendo até 1º de dezembro de 2017, quando foi dispensado injustamente
pela Reclamada. Durante todo o período de labor mencionado, o Reclamante não teve sua Carteira de
Trabalho Assinada.
Todavia, merece que seja reconhecido o vínculo empregatício, uma vez que o trabalho foi realizado com
a presença de todos os requisitos indispensáveis para a configuração da relação de emprego, sendo eles:
pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação.
Tais requisitos estão previstos nos artigos 2 e 3 da Consolidação das Leis do Trabalho, in verbis:
Art. 3º – Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. (BRASIL,
1943)
O contrato fora avençado que o Reclamante receberia a remuneração mensal supracitada, mediante
depósito bancário, demonstrada então o requisito da onerosidade.
A não eventualidade também estava presente, pois o Reclamante prestava os serviços, de segunda, terça,
quinta e sexta-feira, das 09h00min às 18h00min, aos sábados de 09h00min às 13h00min, de forma
continua, sendo que às quartas-feiras fazia o horário especial da viagem Muqui x Rio de Janeiro,
conforme narrado acima.
Em diversas ocasiões o reclamante procurou regularizar a situação quanto a falta de registro, porém sem
sucesso, havendo violação do reclamado ao que prescreve o art. 29 da Consolidação das Leis
Trabalhistas.
Ante o exposto, requer o reconhecimento do vínculo empregatício e, que, a Reclamada seja compelida
a realizar as devidas anotações na CTPS do Reclamante.
A rescisão contratual do trabalho entre o Reclamante e a Reclamada ocorreu por opção da empresa, e
sem a existência de justa causa.
Diante disso, nasce para o Reclamante o direito ao aviso prévio indenizado, conforme dispõe p parágrafo
1º do art. 487, da Consolidação Trabalhista.
Consequentemente, a não concessão de aviso prévio pela Reclamada confere o direito ao pagamento
dos salários do respectivo período, integrando-se ao tempo de serviço para todos os fins legais.
Estabelece, também, o art. 58 da CLT: "A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer
atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro
limite".
Conforme antes assinalado, pelo menos uma vez por semana, maiormente às quartas-feiras, o reclamante
realizava entregas para a reclamada, levando mercadorias à Rua Amoroso Costa, 142, bairro Tijuca, Rio
de Janeiro/RJ, onde funciona o depósito da Um Shop e Loja Show Point, pertencente ao grupo UM.
Para tanto, iniciava sua jornada por volta das 5h da manhã, chegando ao local por volta das 11h.
Descarregava o veículo, almoçava em 1h enquanto a mercadoria era conferida e recarregado o caminhão
para diversas entregas na própria cidade do Rio de Janeiro e adjacências, encerrando a jornada por volta
das 19h, realizando 6h extras, por semana,
Essas horas extras, e seus reflexos, nunca forma pagas à reclamante, tampouco em sua rescisão
contratual, valores estes que faz jus a Reclamante em receber, acrescidas de 50%, conforme calculado
na liquidação.
Além das indenizações já citadas, o Reclamante tem o direito de receber férias integrais e proporcionais,
conforme prediz o art. 146 e parágrafo único, da CLT:
Nesta linha, o inciso XVII, art. 7 da Constituição Federal, explana que sobre os direitos dos trabalhos e
deixa garantido o “gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal”.
Assim, perfaz o direito as férias, acrescidas do terço constitucional, devendo ser contado para o cálculo
o período do aviso prévio, que mesmo indenizado, reflete nas verbas trabalhistas mencionadas.
Além dos direitos já supracitados, integra este rol a garantia constitucional do trabalhador ao FGTS
(Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) elencado no inciso III, art. 7 da Carta Magna e art. 15 da Lei
8.036/90
Todavia, com a rescisão do contrato de trabalho sem justa causa por parte da Reclamada, esta deverá
pagar a multa de 40% (quarenta por cento) sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, de
acordo com o parágrafo 1º do art. 18 da mencionada lei.
Com o devido respaldo legal, visa-se pleitear a condenação da Reclamada para que efetue os depósitos
correspondentes a todo o período da relação de emprego, com a devida correção monetária, bem como
a multa de 40% (quarenta por cento), tendo em vista a ausência de registro do contrato de trabalho e a
dispensa sem justa causa.
A legislação trabalhista, com alteração pela lei 13.467/2017, estabelece que o prazo legal para o
pagamento das verbas indenizatórias será de 10 (dez) dias contados a partir do término do contato,
aplicados a qualquer tipo de rescisão, conforme preceitua o parágrafo 6º do art. 477 da CLT.
O descumprimento de tal norma gera multa determinada pelo parágrafo 8º do dispositivo supracitado,
explanando que “a inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160
BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente
ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando,
comprovadamente, o trabalhador der causa à mora”.
Diante de todas as infrações cometidas pela Reclamada contra as garantias do trabalhador, fica
incontestável seu direito a perceber a referida multa, uma vez que até o momento não recebeu nenhum
valor da empresa a título de indenização.
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) tem como principal função assegurar os direitos do
trabalhados, como aposentadoria, FGTS, seguro desemprego, etc. E nela deverão ser registrados todos
os dados a respeito do contrato de trabalho.
Diante do exposto, pleiteia-se o reconhecimento da rescisão contratual por justa causa do empregador,
na hipótese de ser negada a despedida sem justa causa.
Nesse sentido, a decisão de primeiro grau deve ser para condenar a Reclamada ao pagamento de aviso-
prévio; férias acrescidas de 1/3 constitucional; horas extras; os depósitos de FGTS relativos ao período
de labor, multa de 40% sobre os depósitos do FGTS; entrega da guia de seguro desemprego ou
indenização substitutiva nos termos da súmula 389, TST e multa do art. 477, da CLT.
Os honorários de sucumbência tem amparo no art. 791-A da CLT, estabelecendo que “Ao advogado,
ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de
5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação
da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado
da causa”.
Desta forma, deve a ação ser julgada procedente, condenando-se a reclamada a pagar honorários de
sucumbência no percentual de 15% sobre o valor total da condenação.
De outra banda, na hipótese de sucumbência parcial e sendo arbitrados honorários recíprocos, requer
desde já seja declarado inconstitucional o § 4º do art. 791-A da CLT, impedindo a possibilidade de
compensação da verba honorária com o crédito do trabalhador beneficiário da Justiça Gratuita, do
mesmo modo como é vedada a compensação entre honorários (parte final do § 3º do art. 791-A da CLT),
devendo ser aplicado, para tanto, o disposto no § 3º, art. 98 do CPC, porquanto mais benéfico ao
trabalhador.
4. PEDIDOS
Dá-se à causa o valor de R$ 15.861,92 (quinze mil, oitocentos e sessenta e um reais e noventa e dois
centavos).
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
LIQUIDAÇÃO