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1. Desenvolvimento
a- amostragem
b- reserva e teor
c- avaliação do depósito
tomada de decisão
ou 25 cent. - $5/t
Entende-se por lavra ao conjunto de trabalhos objetivando a retirada mais completa, mais econômica, mais segura
e mais rápida do minério ou massa mineral. A sistematização coordenação desses trabalhos é denominada método
de lavra. Também é a segunda fase legal da mineração e que, do ponto de vista de execução, se divide em duas
fases, que são: desenvolvimento e lavra ou explotação.
1 – Desenvolvimento
A extração das substancias úteis de uma jazida não pode ser iniciada e nem sempre nos locais onde se cortou a
mesma ou a colocou a descoberto. Se a extração se inicia imediatamente, o acesso às partes mais afastadas do
local de extração resultaria extraordinariamente difícil ou quase impossível, o que exige uma prévia preparação
dentro de um determinado planejamento, preparação esta que se denomina desenvolvimento.
Define-se o desenvolvimento como o trabalho de abertura de uma jazida, para as atividades de lavra. Desta forma
o acesso à jazida precisa ser obtido pelo descapeamento, ou seja, retirada o solo ou rocha de cobertura, para expor
o minério próximo da superfície para a lavra a céu aberto, ou pela escavação de aberturas da superfície para a
profundidade em depósitos profundos para serem lavrados por métodos subterrâneos.
Pela definição, a etapa de desenvolvimento antecede à explotação, entretanto, esta divisão não é
cronologicamente definida, sendo o desenvolvimento realmente concluído somente quando a jazida é exaurida ou
fechada. As razões pelas quais desenvolvimentos e lavras caminham em sequência, mas sobrepondo-se, são de
natureza administrativa e tecnológica. (1) O investimento para desenvolvimento é muito grande para ser realizado
por inteiro, de uma só vez, sem retorno financeiro e (2) é impossível desenvolver completamente uma mina, sem
executar a lavra em determinados pontos. Da mesma forma como a pesquisa continua durante a lavra, o
desenvolvimento ocorre concomitantemente com esta. Antes do início da fase de explotação, o desenvolvimento
é limitado, tanto quanto possível, à construção de aberturas primárias ou principais. Na lavra a céu aberto, o acesso
ao minério coberto pelo estéril ou solo de superfície, é obtido pelo decapeamento. Em minas subterrâneas,
aberturas de pequeno tamanho são feitas a partir da superfície para interceptar o corpo de minério e
eventualmente conectá-los com grandes aberturas de explotação. Outras atividades relacionadas ao
desenvolvimento são trabalhos preparatórios, estruturas, pessoal e serviços que suportam a lavra e, usualmente,
as funções de processamento. Como é uma fase que envolve grandes despesas, por segurança, ela só deve ser
iniciada após a certeza da posse da jazida. Seu planejamento, preparação deve ser condicionada ao tipo de lavra
que se irá executar.
1.1.1 Localização
Minerações são abertas onde existe uma jazida, e nem sempre isso é um item vantajoso. Poucos, por exemplo,
estão idealmente localizados do ponto de vista econômico, outros com relação a fontes de insumos ou mercado.
Desta forma, a geografia exerce uma forte influência na abertura de uma mina. Entre os efeitos da localização
temos:
A natureza e os processos geológicos combinam para governar o aspecto chave de um desenvolvimento mineiro,
especialmente com relação a abertura de acessos e locação de instalações de superfície. Vários fatores são
apresentados aqui, entre eles:
- Segurança
Aplica-se mais aos acessos principais, em que há uma requisição de “saída de emergências”, este
fator adquire vital importância quando a mina é de grande porte e profunda.
- Ventilação
De soma importância nas áreas onde não tem circulação de ar (oxigênio); a temperatura é elevada,
exigindo resfriamento; chegando a ser necessária também para dissipar ou extrair as partículas em
suspenção.
- Drenagem
Importante se a mina apresenta grande quantidade de infiltrações por água. Elevadas quantidades de água
representa um sério problema para o desenvolvimento da mina, tendo que programar um eficiente sistema
de drenagem, com captadores, reservatórios, bombas, etc.
- Extração diária
É estabelecida de acordo com um planejamento pré-estabelecido, até que a produção unitária (por
máquina, homem, hora, etc.) de um poço ou túnel torna-se insuficiente para abastecer outros acessos de
maior porte ou desenvolvimento, requerendo-se a execução de outros poços mais amplos ou com maiores
dimensões.
O acesso principal de uma mina subterrânea deve ser devidamente protegido contra qualquer sinistro
natural ou outras casualidades. As entradas principais devem ser adequadas para alocar diversas
instalações de serviços e maquinarias.
- Método de lavra
Podem assumir relevantes influencia econômica ante os serviços, despesas de desapropriações, concessões
mineiras confinantes, processos judiciais, etc.
A- A céu aberto ou subterrâneo: conforme sejam executados na superfície ou no interior dos terrenos (crosta
terrestre). Em geral, está intimamente ligado como tipo de lavra, se a céu aberto ou subterrâneo.
B- Prévios ou simultâneos com a lavra: se executados antes que se inicie a lavra, como condição para esta, ou
se efetuados à medida que a lavra prossegue, mantendo uma adequada quantidade da jazida desenvolvida
para permitir a lavra regular, sem interferência dos serviços, porém sem exageros de desenvolvimentos,
resultando em grandes investimentos prematuros, sem nenhum reembolso imediato. Em alguns casos,
esta simultaneidade pode ser forçosa, por exemplo, em serviços de lavra a céu aberto nos quais o estéril
deva ser lançado nos trechos já lavrados, evitando-se longos transportes para os bota-foras.
C- Sistemáticos ou supletivos: se são empreendidos segundo um plano geral, em coordenação com o método
de lavra, ou feitos ocasionalmente, para atender a conveniências ou imposições locais, tais como o
provimento de vias de ventilação ou esgotamento, saídas de emergência, etc. Mais frequentemente
decorrera de conveniência econômica.
D- Produtivos ou obras mortas: conforme forneçam substancias úteis ou estéril, segundo sua localização na
jazida, nas encaixantes ou em terrenos vizinhos. O fornecimento de material útil seria desejável, por
compensar, parcial ou totalmente, as despesas da execução; mas, excluídos os trabalhos de
estabelecimento de unidades de desmonte ou frentes de lavra, as finalidades principais dos
desenvolvimentos (transporte rápidos e eficientes, ventilação, drenagem, etc.) impõem regularidade de
traçados e distanciamento dos locais de desmonte, conduzindo comumente à localização no estéril, isto é,
a obras mortas. Estas, pela maior regularidade, menor custo de manutenção, não imobilização de minério
como piso ou pilares de proteção, etc, são comumente mais econômicas, embora não forneçam
recuperações imediatas, por fornecimento de minério.
E- Puros ou exploratórios: segundo tenham ou não finalidade subordinada de completar a exploração da
jazida, para fornecimento de maiores detalhes do corpo; não devem ser confundidos com os de exploração
pura, que podem ocorrer simultaneamente com os de desenvolvimento ou com os de lavra, mas cuja
finalidade é o conhecimento da jazida.
A- Acessos em serviços superficiais: Em lavra a céu aberto, as vias de acesso são, comumente, simples
estradas principais, convenientemente construídas para possibilitar a lavra dos diversos bancos, que
verticalmente dividem a jazida. Em certos casos especiais outros acessos, que não são as estradas, podem
ser utilizados, como túneis, planos inclinados, poços verticais e, até mesmo, simples furos de sonda (lavra
por perfuração).
O traçado desses acessos requer conhecimento bem detalhado da jazida, dependendo fundamentalmente
da topografia, como já foi dito das produções visadas, dos equipamentos utilizados no transporte, etc, que
serão condicionadores das larguras, greides, raios de curvatura, etc.
Os diferentes tipos de acesso, em lavra a céu aberto, podem ser agrupados em:
- Sistema de zig-zag, avance-recuo ou serpentina (Rampas): a estrada de acesso se desenvolve por vários
lances, com declividade compatível com o tipo de transporte. Os diversos lances são concordados por
curvas de grande ou pequeno raio, plataformas horizontais ou plataforma de reversão de marcha (Figura 1
e Figura 2). Apresentam a vantagem de imobilizarem pequena área horizontal, com a desvantagem de uma
baixa velocidade de transporte.
- Sistema de via helicoidal contínua: Usado para jazida de grande área horizontal, em cavas profundas,
este sistema se constitui numa via contínua, em hélice, apresentando lances planos e outros em
declividade. O acesso é executado à medida que vão sendo extraídas as fatias horizontais, compreendidas
no núcleo da hélice (Figura 3).
- Sistema de suspensão por cabos aéreos: Aplicável a cavas profundas e de pequena área horizontal, tal
sistema, hoje em desuso, foi muito utilizado nas minas de diamantes de Kimberley. O minério é carregado
em caçambas içáveis e despejado em chutes superficiais, para posterior transporte. Os cabos de suspensão
se estendem sobre a cava, suspensos por uma ou várias torres especiais (Figura 5).
- Sistema de poço vertical: Um o mais poços verticais, próximos da cava, são ligados aos bancos por
travessas dotadas de chutes, para carregamento de equipes que farão o transporte vertical, descarregando
em silos na superfície. O sistema tem produção diária limitada, mesmo que o transporte horizontal, até aos
chutes do poço, se faça por pás carregadoras (Figura 6).
- Sistema de adito inferior: Utilizável para minas lavradas em flanco ou, em casos que a topografia permite
para lavra em cava. Consiste de um adito sob o minério, associado e uma caixa de minério que se liga aos
vários bancos por travessas. Do adito minério é transportado para chutes externos, por veículos
compatíveis com as dimensões de sua seção (Figura 7).
- Sistema de funil: Consta de um poço inclinado ou vertical, na encaixante, conectado ao corpo de minério
por uma travessa da qual partem subidas até varar na superfície. O minério é desmontado no fundo da
cava em cones concêntricos com as subidas, comumente verticais, sendo dispensado o uso de bancos. Por
estas subidas o minério atinge a travessa, indo ter ao poço, donde é içado para a superfície. Existem outros
sistemas iguais, que abrangem toda a área da cava. Tal sistema foi parcialmente usado pela Meridional de
Lafaiete, na lavra de manganês (Figura 8).
Figura 5. Sistema de suspensão por cabos aéreos.
São os mesmos vistos na exploração subterrânea (poços verticais ou inclinados e túneis), distinguindo-se
daqueles mais pela finalidade que pela natureza, embora sejam, normalmente, de maiores seções, maior
regularidade de tração e locação diversa dos de pesquisa (Figura 9). A opção por este ou por aquele tipo de
acesso, de um modo geral, pode ser assim resolvida:
- Em terrenos acidentados
A tendência, mais recente, de descer o minério para um nível inferior, através de caídas de minério, onde é britado,
leva a sua extração por correias transportadoras, em planos inclinados, mesmo no caso de terrenos planos e corpos
horizontais (desde que não muito profundo o que aumentaria muito sua extensão, em relação a poços verticais)
Figura 9. Elementos de desenvolvimento mineiro subterrâneo.
As operações básicas de uma mineração são constituídas por um desmonte, carga, transporte e descarga de
materiais úteis e estéreis, executados por equipamentos adequados, cuja especificação e dimensionamento levam
em consideração determinadas características físicas dos materiais manuseados; deste modo, é necessário o
conhecimento destas características para o atendimento da compatibilização requerida entre equipamento e
material. Este conhecimento é, ainda, objeto dos estudos geotécnicos e é obtido através de testes específicos de
cada característica que se deseja determinar. As principais características a serem usadas no dimensionamento de
equipamentos são a seguir listadas:
A – resistência à compressão: expressa o limite de resistência de um material à ação de compressão de um agente
externo; quando este limite é atingido o material se rompe. A determinação desta característica é particularmente
útil no dimensionamento de perfuratrizes e na verificação das condições de suporte do solo aos equipamentos que
nele trafegam.
B – densidade “in situ” (no corte ou natural): é expressa pelo peso em toneladas de um metro cubico do material
em seu estado natural, ou seja, na face onde se processará a operação de desmonte. Por razões físicas a densidade
equivale ao peso específico.
ú
C – Densidade empolada: é expressa pelo peso em toneladas de um metro cúbico do material quando removido de
seu estado natural, ou seja, depois de efetuada a operação de desmonte. Define-se empolamento de um material
como o aumento de volume verificado quando removido de seu estado natural e é expresso como uma
percentagem deste volume.
É justamente este material empolado que será manuseado pelos equipamentos de lavra e, assim a determinação
da densidade empolada é básica para o dimensionamento dos mesmos e da disponibilidade dos materiais.
Vc < Vs ; Dc > Ds ; Wc = Ws
Volume no corte: Ф
Exercício 1 em aula : Forem entregues na usina 8.800,0 Jd3 de minério (solto) provenientes de um banco de
explotação (em lavra). Assumindo-se que o banco (no corte) fosse um paralelepípedo retângulo (Figura), e que,
desse banco somente se conhece duas dimensões: altura (H) de 10,0 metros e seu comprimento (C) de 22 metros.
O minério é um itabirito com densidade (no corte) Dc = 3,2 ton./m3 e que desmontado sua porcentagem de
empolamento foi de 40%. Calcule a largura do banco (L), o volume no corte (Vc), e a densidade do material solto
(Ds). Considere-se que o empolamento na usina, transporte e do material solto não tem mudanças.
Exercício 3 Resolva:
Em uma mina subterrânea se planeja preencher de estéril uma galeria de travessa em desuso. A galeria
tem em média uma área (secção) de 25 m2 e uma longitude (ou comprimento) de 2.500,0 m. No
desenvolvimento dessa mina o desmonte de estéril sofre um empolamento de 60%.
a) Determine quantas toneladas de estéril (no corte) tem que ser desmontado e transportado para
preencher essa galeria, sabendo que o estéril tem uma densidade no corte de 3,6 m3 / t.
b) Resolva o problema anterior, supondo-se que, se durante o processo de transporte até a galeria, se
é perdido 5% do material.
D – Compatibilidade: exprime a redução de volume que um material sofre sob a ação de um agente externo
qualquer. Esta compactação pode ser obtida por médio de rolos, compactadores, vibradores, socadores, irrigação e
objetiva , em última análise prover condições de estabilidade ao material compactado, como é no caso das pilhas
de estéreis e bota foras.
E – Umidade: exprime a quantidade de água existente no material em seu estado natural, e é representada, em
termos porcentuais, como resultado da divisão de massa de água pela massa totla de sólidos mais água.O
conhecimento da umidade se reveste de grande importância uma vez que é uma característica inerente ao material
a ser lavrado e a sua maior ou menor presença naquele irá condicionar o tipo e o porte do equipamento
responsável pela lavra. Além disso, a umidade é um condicionante do tipo de explosivo para o desmonte e do tipo
de equipamento.
F – Coesão: refere-se à força que une as partículas das rochas. Sob o ponto de vista da coesão, as rrochas podem
ser coerentes, como os gnaisses, granitos, e basaltos desde que não estejam decompostos. Incoerentes, como a
terra e a areia. A força coesiva está relacionada com o atrito interno das partículas.
H – Elasticidade: é a mudança de forma ou volume de uma rocha, quando submetida a forças externas, retornando,
em seguida, ás condições iniciais, quando retiradas as forças que causaram a deformação.
I - Plasticidade: É a propriedade que tem a rocha de tomar qualquer forma, quando submetida a forças externas, e
conservar esta forma.
J- Porosidade: É a relação entre volume de poros e fissuras para o volume de rocha que os contêm influi na
resistência e na absorção de água.
2.1. Classificação de solos/rochas
Para efeito de pagamento dos serviços de escavação em cortes, se segue a seguinte classificação:
- Primeira categoria: materiais que são escavados facilmente pelas laminas das maquinas (areia, argila
hidratada ou solta, cascalho, etc.)
- Segunda categoria: materiais que para serem escavados precisam ser previamente escarificados (argilitos,
rochas fragmentadas, massapê, etc.)
- Terceira Categoria: materiais que para serem escavados tornam necessário o uso de explosivos (calcários
itabiritos compactos, gnaisse, xistos, granitos, etc.).
Referencia Bibliográfica
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