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Hipertermia Maligna
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Projeto Diretrizes
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OBJETIVO:
Reunir subsídios para compreensão da fisiopatologia, orientação do diagnóstico
e tratamento da hipertermia maligna.
CONFLITO DE INTERESSE:
Nenhum conflito de interesse declarado.
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INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO
INCIDÊNCIA
ETIOLOGIA
FISIOPATOLOGIA
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Quadro 1
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Quadro 2
INICIAIS
Clínicas Laboratoriais
Taquicardia Hipercapnia (acidose respiratória)
Elevação progressiva do CO2 exalado Acidose metabólica
Taquipneia Hiperlacticidemia
Rigidez muscular localizada Hiperpotassemia
(incluindo rigidez de masseter) Dessaturação venosa central
Cianose
Arritmias
Hipertermia
Sudorese profusa
TARDIAS
0
Febre acima de 40 C Mioglobinemia
Cianose Elevação da creatino-cinase plasmática
Má perfusão cutânea Elevação da creatininemia
Instabilidade pressórica Coagulação intravascular disseminada
Rigidez muscular generalizada
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Quadro 3
Agentes anestésicos e HM
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Quadro 4
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níveis sanguíneos de CPK, potássio e cálcio, soluções geladas de uso venoso e gelo.
coagulograma, mioglobina sérica e Monitorizar de acordo com a Resolução CFM
urinária26,27(D). 1802/200632(D), dando ênfase à monitorização
do gás carbônico ao final da expiração e da
3. Orientação do paciente e familiares temperatura em suas diversas formas, de acordo
acerca da doença: Informações acerca da com a técnica da anestesia. No pós-anestésico
doença devem ser oferecidas verbalmente e imediato, além da verificação rotineira de sinais
por escrito ao paciente e seus familiares. Não vitais, controlar a temperatura e verificar
fazê-lo, seja a partir de um caso fatal ou de presença ou não de contraturas musculares, no
uma situação clínica controlada, representa mínimo por quatro horas33(A). Havendo suspeita
expor paciente e familiares a uma crise de desencadeamento de crise, tratar como sendo
adicional1(D). uma crise aguda, inclusive com administração
de dantrole, cuidados pós-anestésicos e acesso a
ANESTESIA PARA O PACIENTE SUSPEITO DE exames laboratoriais utilizados em suspeita de
SER PORTADOR OU COM DIAGNÓSTICO crise. As equipes anestésico-cirúrgicas e de
CONFIRMADO DE SUSCETIBILIDADE À HM enfermagem deverão ter treinamento regular
para terem participação efetiva em suspeita de
Vários cuidados são necessários quando um crise de HM34(D).
paciente apresentou crise suspeita de
hipertermia maligna, ou diagnóstico confirmado ANESTESIA AMBULATORIAL E HM
de suscetibilidade após CHCT e necessita ser
submetido a qualquer tipo de cirurgia. Dentre Os pacientes suscetíveis a HM podem ser
eles, o preparo do aparelho de anestesia se faz submetidos a procedimentos ambulatoriais
retirando os vaporizadores; troca da cal sodada utilizando para anestesia os agentes considerados
do canister; passagem de fluxo de oxigênio seguros.
contínuo com dez litros por minuto, durante
dez minutos31(D); instalação de circuito novo Considerando-se a improbabilidade de
e troca da bolsa de ventilação. Administrar episódios graves de HM sem prévia exposição a
anestesia regional nas suas diversas formas desde agentes desencadeantes e não ser o dantrolene
que a cirurgia, ou o paciente, permitam. Se for isento de efeitos colaterais, não há atualmente
indicada, a anestesia geral deverá ser realizada razão para sua administração profilática.
com agentes seguros. Permanentemente, no
ambiente cirúrgico, deverá haver pelo menos Existem relatos de casos de pacientes
trinta e seis frascos de dantrolene sódico sucetíveis que receberam somente anestésicos
necessários para o tratamento agudo de crise de seguros e desenvolveram episódios prováveis de
HM em adulto de 70 kg27(D). Disponibilidade HM no período pós-operatório imediato.
de fármacos para tratamento de Portanto, a recomendação atual é que os
eventuais alterações hemodinâmicas, arrítmicas, pacientes suscetíveis ou com história familiar
do equilíbrio ácido-básico e eletrolítico. de HM sejam monitorizados por pelo menos 4
Dispositivos para controle de temperatura: a 5 horas no pós-operatório imediato33(A). No
colchão e/ou manta térmica, assim como caso de hipertermia isolada no período pós-
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Figura 1
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7. Urwyler A, Deufel T, McCarthy T, West S. 16. Kunst G, Graf BM, Schreiner R, Martin E,
Guidelines for molecular genetic detection Fink RH. Differential effects of sevoflurane,
of susceptibility to malignant hyperthermia. isoflurane, and halothane on Ca2+ release
Br J Anaesth 2001;86:283-7. from the sarcoplasmic reticulum of skeletal
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8. Wappler F. Malignant hyperthermia. Eur J
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9. Ellis FR, Halsall PJ, Christian AS. Clinical malignant hyperthermia in susceptible swine.
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24. Allen GC, Larach MG, Kunselman AR. The 33. Bryson GL, Chuong F, Cox RG, Crowe MJ,
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Hyperthermia Registry of MHAUS.
Anesthesiology 1998;88:579-88. 34. Simões CM, Koishi GN, Rozatti M,
Amaral JL. Estamos preparados para
25. Rosenberg H, Antognini JF, Muldoon S. diagnosticar e conduzir um episódio de
Testing for malignant hyperthermia. hipertermia maligna? Rev Bras Anestesiol
Anesthesiology 2002;96:232-7. 2003;53: 248-57.
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