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PODER EXECUTIVO

Chefiado pelo presidente e vice-presidente como auxilio dos Ministros de Estado. O


mandato do Presidente da República é de 4 (quatro anos) e terá início
em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição, podendo ser
reeleito por um único período subsequente.
O cargo de Presidente e Vice Presidente da República é privativo aos
brasileiros natos, maiores de 35 anos, em pleno exercício dos direitos
políticos, além de terem domicilio eleitoral na circunscrição, serem
filiados partidários, e alistados eleitoralmente, não podendo ser
inalistáveis, nem analfabetos e inelegíveis, nos termos do art. 14, do
§7º, da CF/88.

As eleições para o chefe de executivo Federal se darão nos moldes


do art. 77, da CF/88. Sendo realizada no primeiro domingo de
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato presidencial, considerado eleito Presidente o candidato
que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta
de votos, não computados os em branco e os nulos. Se
nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira
votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a
proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos
mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a
maioria dos votos válidos. Se, antes de realizado o segundo
turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior
votação. Remanescente, em segundo lugar, mais de um candidato
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. As mesmas
regras eleitorais se aplicam ao pleito eleitoral dos Governadores
dos Estados-membros e Distrito Federal e aos Prefeitos dos
Municípios.
O Presidente da República eleito, juntamente com o Vice
Presidente, serão eleitos para cumprimento de mandato de 4
(quatro)anos, que se iniciará em 1 de janeiro do ano subseqüente
as eleições.
A investidura do cargo será em sessão do Congresso Nacional,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a
união, a integridade e a independência do Brasil. Se, decorridos dez
dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o
cargo, este será declarado vago.

O impedimento consiste na impossibilidade do Chefe do Poder


Executivo de exercer suas funções de modo temporariamente, por
exemplo, em caso de viagem, doença ou férias.
A vacância representa uma impossibilidade de caráter definitivo a
assunção do cargo, como cassação, renúncia ou morte.
A linha sucessória do cargo do Presidente da República, esta
prevista no art, 79, caput, c.c. art 80, sendo o substituto natural
pelo Vice-Presidente, e os substitutivos eventuais ou legais, na
respectiva ordem, são: o Presidente da Câmara dos
Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Presidente
do Supremo Tribunal Federal.
Já quando vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente, será
feita escolha de novos membros para o termino do mandato. Se a
vacância for nos 2 primeiros anos de governo, há eleição
direta 90 dias após vago o último cargo. Se a vacância for
nos 2 últimos anos de governo, a eleição será indireta,
cabendo a escolha ao Congresso Nacional, no prazo de 30
dias após vago o último cargo. Os eleitos para o cargos
presidenciais deverão apenas complementar o período de seus
sucessores, exercendo o denominado mandato- tampão.
Vagando o cargo de vice-presidente não será feita nova eleição
O chefe do Poder Executivo perderá o cargo, involuntariamente,
se não tomar posse em até 10 dias da data fixada (salvo motivo
de força maior). Também perderá o cargo se ausentar-se do
Brasil por mais de 15 dias sem autorização do Poder Legislativo.
Também perderá o cargo no caso de condenação por crime de
responsabilidade. As mesmas regras se aplicam por simetria a todos
os chefes do Poder Executivo ( Presidente, Governador e Prefeito), trata-
se de norma de reprodução obrigatória aos Entes-federativos.

Crimes cometidos pelo Presidente da República

O Presidente não poderá ser responsabilizado na vigência


de seu mandato por atos estranhos ao exercício de suas
funçoes (art. 86, § 4º). Isso significa
eventuais crimes praticados por motivos pessoais devem ser
verificados após o fim do mandato (não impede responsabilização
civil por atos pessoais).
Já os crimes praticados em relação ao mandato e suas
funções, para serem processados, seja crime comum (inclui
o eleitoral) ou de responsabilidade (infrações de natureza
político-administrativa, previstas no art. 85 da CF/88), é
necessária autorização de 2/3 dos membros da Câmara dos
Deputados. A mesma regra se aplica por simentria aos
Governadores e Prefeitos.
Admitido o processo, o Presidente ficará suspenso de suas
funções desde o recebimento da denúncia ou queixa pelo
STF ( crimes comuns), e após a instauração do processo
pelo Senado (crime de responsabilidade – impeachment).
Essa suspensão tem prazo máximo de 180 dias, que, se
decorridos, permite que o Presidente retorne ao cargo,
embora os processos continuem.
No caso de crime comum, a competência é do STF e a ação penal
tramita nos moldes do Código de Processo Penal. Não há prisão
cautelar, pois o Presidente só estará sujeito a prisão com sentença
condenatória (art. 86, § 3º, CF).
Havendo condenação transitada em julgado, o Presidente
terá suspensos seus direitos políticos, de modo que
perderá o cargo (os direitos políticos são requisitos para o
cargo).
No caso de crime de responsabilidade, autorizado por 2/3
da Câmara dos Deputados (Tribunal de Pronúncia), é de
competência é do Senado Federal (Tribunal de Julgamento)
julgar, sob a presidência do Presidente do STF. Associações
de organizações (tais como a OAB) são partes legítimas para
iniciar o processo. O processo tramitará em conformidade com
a Lei n. 1.079/50 , recepcionada quase na totalidade pela ordem
constitucional de 1988, com as alterações da Lei n. 10.028/00 ,
que amplia o rol das infrações político-administrativas.
Qualquer cidadão em pleno gozo dos direitos políticos poderá
apresentar acusação contra o Presidente da República por crimes
de responsabilidade. Desde então, deve se assegurar ao chefe do
Executivo, que figurará como acusado, as prerrogativas
processuais do art. 5º, LV, da CF/88.
O julgamento será realizado pelo Senado Federal que materializará
a sentença condenatória, julgada procedente por 2/3 dos votos
dos Senadores, em voto aberto, por meio de Resolução do Senado
Federal, que importará a pena de perda do cargo e na inabilitação
para o exercício de função pública pelo prazo de 8 anos.
Ressalva-se que a decisão do Senado não poderá ser alterada
pelo Poder Judiciário, já que essa é de natureza política e
não jurídica, além da não violação do princípio da
separação de poderes.
Importante destacar que a renúncia presidencial ao cargo não
extingue o processo quando já deflagrado, podendo ser aplicado
ao término, se julgado procedente, a pena principal de inabilitação
política por 8 anos.
O crime de responsabilidade não é como os crimes do Código
Penal. Predomina o entendimento de que tem natureza mista de
infração político-administrativa e de crime propriamente dito. Os
tipos deste crime estão previstos no art. 85 da CF e na Lei n.
1.079/50, que também define o processamento, com as alterações
da Lei n. 10.028/00, com a introdução dos crimes contra a lei
orçamentária.
As infrações civis cometidas pelo Presidente da República não têm
foro por prerrogativa de função (salvo, MS, MI e HC – processo
perante o STF). Por isso, Ação Popular e Ação Civil Pública, e até
mesmo ações de improbidade administrativa (cuja pena pode ser a
perda do cargo) são processadas em 1º grau.
COMPETÊNCIA PARA PARA JULGAR OS
CRIMES PRATICADOS PELO CHEFE DO
PODER EXECUTIVO
Crimes Presidente da República

Crime de Resposabilidade ( Impeachment) Senado Federal


Crimes Presidente da República

Crime Comum Supremo Tribunal Federal

Crime Eleitoral Supremo Tribunal Federal

Crime Federal Supremo Tribunal Federal

Do Procedimento do processo de Impeachment do Chefe do


Poder Executivo

Vice-presidente

Os requisitos para o Vice-presidente da República, assim como


prerrogativas e sujeições a crimes são iguais aos do Presidente da
República.
A eleição é feita em chapa única. Na CF/46 votava-se
separadamente para Presidente e Vice-Presidente da República.
A CF/88 prevê atribuições para o vice-presidente no art. 79,
indicando que ele substitui em caso de impedimento e sucede em
caso de vaga, além de outras atribuições conferidas pelas Leis
Complementares ou missões especiais convocadas pelo Presidente
da República.
O Vice também poderá assumir Ministérios do próprio Poder
Executivo.

Ministros de Estado

Os Ministros são assessores diretos do Presidente da República.


Não precisam ter conhecimento específico sobre a área na qual
atuam, embora seja o mínimo recomendável (Tem-se como
exemplo o caso de José Serra não era médico, embora tenha sido
Ministro da Saúde durante o governo do Fernando Henrique
Cardoso- PSDB).
Os requisitos para ser Ministro são:
1 - brasileiro (nato ou naturalizado),
2 - idade mínima de 21 anos e
3 - pleno exercício dos direitos políticos.
São cargos de confiança do Presidente da República, por isso
podem ser indicados sem a aprovação do Legislativo ao mesmo
tempo em que podem ser demitidos ad nutum (às ordem - a
qualquer momento)
Na prática política contemporânea, os cargos de Ministros são
destinados à formação da base aliada do Poder Executivo visando
apoio no Poder Legislativo.
A criação dos Ministérios, bem como sua extinção, e dos órgãos da
Administração são matérias de Lei Ordinária .
Os assessores diretos dos Ministros são denominados Secretários
(Por exemplo: Secretário da Receita Federal). Excepcionalmente,
há Secretarias com status de Ministérios.
Dentre as competências dos Ministros (fixadas na CF, art. 87, §
único, e nas leis) estão a orientação e a coordenação do seu
Ministério e das entidades a ele vinculadas, referendar decretos e
atos do Presidente da República e expedir Portarias e demais atos
normativos para a execução de decretos e regulamentos
presidenciais.
Ressalva-se que algumas das competências privativas do
Presidente da República poderão ser delegadas aos Ministros de
Estados, como prevê o dispositivo do parágrafo único do art. 84,
no tocante aos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, do referido
artigo, por meio de ato administrativo presidencial.
Os Ministros de Estado podem cometer crimes comuns ou de
responsabilidade. Em ambos os casos, serão julgados pelo
STF com a autorização por 2/3 dos membros da Câmara dos
Deputados (Art.51, I, da CF/88). Entretanto, o STF no julgamento
da Pet. 1954 compreendeu que apenas nos casos crimes conexos
com o Presidente da República ou o Vice-Presidente da República
insere a regra do art. 51, I da CF/88. No caso do crime de
responsabilidade conexo serão julgados pelo Senado Federal (art.
52, I, da CF/88).
Os Ministros de estado podem cometer crimes de responsabilidade
nas seguintes situações:
a. Quando convocados, previamente, pelo Poder
Legislativo para prestar informações
pessoalmente relativas às suas atribuições e
deixarem de comparecer, salvo justificativa
adequada (arts. 50 , caput, e 58 III, da CF/88)

b. Quando recusarem a prestar informações


solicitadas, por escrito, pelas Mesas da CD ou
do SF ou não atender ao pedido no prazo de
30 dias, contado data do recebimento (art. 50,
§2º, da CF/88)

c. Quando praticarem crimes de


responsabilidade conexos e da mesma
natureza que os presidenciais (art. 52, I, c.c.
art. 85, da CF/88)
Dos órgãos consultivos da Presidência da República

O Presidente da República possui além do auxilio do Vice


Presidente e dos Ministros de Estados, a apresentação institucional
de dois órgãos consultivos, cujas manifestações não possuem
efeito vinculante aos atos a serem adotados pelo Presidente da
República, são eles: o Conselho da República (art. 89, caput , da
CF) e o Conselho de Defesa Nacional.
Do Conselho da República
Nos casos de intervenção federal, o estado de defesa e o estado
de sítio, bem como questões relevantes para a estabilidade das
instituições democráticas, convocará o Presidente da República o
Conselho da República, sendo presidido por ele. Sua composição é:

a. o Vice-Presidente da República;

b. o Presidente da Câmara dos Deputados;

c. o Presidente do Senado Federal;

d. os líderes da maioria e da minoria na Câmara


dos Deputados;

e. os líderes da maioria e da minoria no Senado


Federal;

f. o Ministro da Justiça;

g. seis cidadãos brasileiros natos, com mais de


35 anos de idade, sendo dois nomeados pelo
Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara
dos Deputados, todos com mandato de três
anos, vedada a recondução.
Sua organização e funcionamento são regulamentados pela Lei n.
8.041/90.

Do Conselho de Defesa Nacional


Em assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do
Estado democrático, será o Presidente auxiliado pelo Conselho de
Defesa Nacional. Em sua composição existe a previsão membros
natos e membros convocados por situações excepcionais, são
membros natos:

a. o Vice-Presidente da República;

b. o Presidente da Câmara dos Deputados;

c. o Presidente do Senado Federal;

d. o Ministro da Justiça;

e. o Ministro de Estado da Defesa;

f. o Ministro das Relações Exteriores;

g. o Ministro do Planejamento;

h. os Comandantes da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica.

Sua organização e o funcionamento são estabelecidos pela Lei nº


8.183/91, e competindo-lhe, nos termos da Constituição Federal:

a. opinar nas hipóteses de declaração de guerra


e de celebração da paz, decretação do estado
de defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal;

b. propor os critérios e as condições de


utilização de áreas indispensáveis à
segurança do território nacional e;

c. opinar sobre seu efetivo uso, especialmente,


na faixa de fronteira e nas relacionadas com a
preservação e a exploração dos recursos
naturais de qualquer tipo;

d. estudar, propor e acompanhar o


desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa
do Estado democrático.

PODER LEGISLATIVO
A investidura dos magistrados, no Brasil, normalmente é feita por
concurso público de provas e títulos (art. 93, I, da CF/88), salvo os
casos:
 Dos Ministros dos Tribunais Superiores,
que em parte são indicados pelo
Presidente com aprovação do Senado
Federal (todos os Ministros do STF –
art. 101, parágrafo único, da CF/88) e
também em parte correspondem a
porcentuais assegurados a algumas
carreiras (por exemplo, os Ministros do
Superior Tribunal de Justiça que
integrado por membros da Justiça
Federal, Justiça Estadual, MP, OAB,
todos nomeados pelo Presidente da
República, art.104, parágrafo único, I e
II, da CF/88; semelhante regra se
encontra na composição dos Tribunais
Regionais Federais – art.107, I e II, da
CF/88; do Superior Tribunal Superior
do Trabalho – art.111-A, da CF/88; do
Tribunal Superior Eleitoral – art. 119, II,
da CF/88; Superior Tribunal Militar –
art. 123 caput e parágrafo único, da
CF/88).
 Do Quinto constitucional aplicável à
composição dos Tribunais de Justiça
Estaduais e Distrital, e os Tribunais
Regionais (por exemplo: Federais e do
Trabalho), cujo 1/5 das vagas são
atribuídas aos membros do Ministério
Púbico (10%) e da Advocacia (10%).
Os nomes serão indicados pelos
órgãos de representação das
respectivas classes, entre os
profissionais com mais de 10 anos de
carreira e aos advogados exigidos
notórios saber jurídico e reputação
ilibada, em lista sêxtupla que recebida
pelo Tribunal formará uma lista
tríplice, remetendo-a ao chefe do
Poder Executivo, que em 20 dias
deverá escolher um dos nomes
indicados para composição do
Tribunal. (art. 94, da CF/88).
Destaca-se que em caso não houver membros do Ministério
Público suficiente, com mais de 10 nos de carreira, para
composição da lista sêxtupla pelo o órgão, poderá compô-la
membros com tempo inferior ao estabelecido pela Constituição, foi
o entendimento do STF no julgamento da ADI 1.289-EI – teoria do
“pensamento jurídico possível”. Já em se tratando da indicação de
advogados deverão todos os membros da lista preencher os
requisitos constitucionais, caso contrário poderá o chefe do Poder
Executivo recusar a lista por estar incompleta, neste sentido
manifestou a Corte no MS 25.624 e na Rcl 5.413.
O único juiz eleito é o Juiz de Paz que, todavia, não exerce função
jurisdicional. A eleição popular prevista no art. 98, II, da CF/88,
não se realizou ainda de forma uniforme em todo país até, em
razão de se tratar de norma de eficácia limitada, tendo em vista a
exigência de lei no art. 30 da ADCT. A idade mínima para Juiz de
Paz é de 21 anos (art. 14,§3º, VI, "c", da CF/88). Ressalva-se que
alguns Estados-membros buscaram normatizar o processo eleitoral
através de leis estaduais e instruções normativas dos respectivos
Tribunais Regionais Eleitorais, como por exemplo, o Estado do
Amapá e Minas Gerais.
Garantias do Poder Judiciário
Com o intuito de assegurar a independência do Poder Judiciário em
relação aos demais Poderes, o constituinte lhe atribuiu certas
autonomias, através das garantias institucionais, são elas:
 orgânico-administrativa: ao
estabelecer no art. 96,I, da CF/88, a
prerrogativa dos Tribunais para se
organizar, elaborando seus
regimentos internos, elegendo seus
órgãos diretivos, criando sessões,
turmas, varas etc. Bem como no art.
99 que prevê ao próprio Judiciário
cuidar dos seus bens e serviços (por
exemplo: licitações para compra de
equipamentos, contratação de
serviços, etc.).
 financeira ou orçamentária: os
Tribunais elaboram o seu próprio
projeto de lei orçamentária, que será
integrado ao orçamento geral da
unidade federativa a ele
correspondente, sujeito a aprovação
pelo Poder Legislativo ( art. 99, da
CF/88). Uma vez aprovado o projeto
pelo Legislativo, é o Judiciário que faz
a gestão das verbas. Ressalva-se a
proposição do §3º, do art.99, que em
caso do não encaminhamento da
proposta orçamentaria pelo Poder
Judiciário, deverá o Poder Executivo
considerar a proposta orçamentaria
vigente com os devidos ajustes
necessários, para fins de consolidar a
lei orçamentaria enviada ao Poder
Legislativo. É responsável pelo
encaminhamento da proposta
orçamentaria, no âmbito Estadual e
Distrital o presidente do Tribunal de
Justiça, e no âmbito Federal o
Presidente do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, em
ambos os casos com aprovação dos
respectivos tribunais.
Essas autonomias visam assegurar a independência funcional do
Poder Judiciário como integrante dos Poderes governamentais
(separação de poderes) e, por consequência, como garantia
fundamental aos direitos essenciais ao ser humano e à vida em
sociedade (art. 5º, XXXV).
O constituinte também assegurou garantias para a independência
e a imparcialidade do exercício jurisdicional (destinada aos juízes),
as denominadas garantias funcionais, prevista no art. 95 da
CF/88, são elas.
 vitaliciedade (art.95, I, da CF/88) -
após 2 anos do exercício do cargo
(estágio probatório), o magistrado
somente perderá o cargo por sentença
judicial transitado em julgado. Durante
o período probatório a perda do cargo
dependerá de decisão administrativa-
funcional do Tribunal competente.
Todos os membros dos Tribunais tem a
garantia da vitaliciedade desde o
momento da posse, mesmo os que
não ingressaram por concurso publico,
por exemplo, os que ingressaram pelo
quinto constitucional. Nota-se o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não
tem competência para quebrar a
vitaliciedade, uma vez que seus atos
possuem natureza administrativa,
não jurídica.
 inamovibilidade (art. 95, II, da CF/88) –
consiste na estabilidade do
magistrado em relação a remoção
sem seu consentimento, entretanto,
não se trata de uma regra absoluta,
poderá, por exemplo, no caso de juiz
titular o Tribunal decidir pela remoção
compulsória por motivo de interesse
público pela decisão da maioria
absoluta de seus colegiado, a mesma
competência também é conferida
ao CNJ (art. 93, VIII). Ressalva-se que
aos juízes substitutos se aplica igual
regra

 irredutibilidade de subsídios (art.95, III, da CF/88): consiste em


uma garantia de caráter nominal cuja finalidade é assegurar a
não redução dos subsídios dos magistrados. O âmbito federal,
teto máximo consiste do subsídio mensal, em
espécie, atribuído aos Ministros do STF; já n âmbito estadual, o
subsídio máximo dos magistrados deve corresponder a 90,25 %
do subsídio dos Ministros do STF.

 Os magistrados no exercício da função possuem prerrogativa


de foro privilegiado na prática de crimes comum e
de responsabilidade

Das Vedações
Os magistrados são vedados, segundo o rol taxativo do art. 95, da
CF/88:

 exercer, ainda que em disponibilidade, outro


cargo ou função, salvo uma de magistério. O
STF entendeu que a expressão “uma” permite
mais de um vínculo, desde que não interfira
no exercício jurisdicional. O CNJ vedou toda e
qualquer função administrativa (diretor de
faculdade, inclusive Rotary), neste sentido ver
as Resoluções n. 10/2005 e 34/2007 do CNJ.

 receber custas ou participação em processo a


qualquer título ou pretexto.

 dedicar-se a atividade político-partidária. Há


divergências se a mera filiação (sem atividade
efetiva) está vedada.
 receber auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, a
qualquer título ou pretexto, ressalvadas
exceções previstas em lei

 “quarentena de saída” – exercer advocacia no


juízo ou tribunal do qual se afastou antes de
decorridos 3 anos do afastamento ou da
exoneração.
Da estrutura do Poder Judiciário
O poder judiciário brasileiro está dividido conforme a Constituição
em Justiça comum e justiça especial, da seguinte forma:
Justiça Comum :
 Federal: a Justiça Federal é composta
formada pelo juízo de primeiro e segundo
grau de jurisdição (art.106, da CF/99), com
atribuição para todas as matérias (criminal,
previdenciária, administrativa, etc.), bastando
à existência de interesse do ente público
federal no polo ativo ou passivo. Como a
União representa a República Federativa do
Brasil, temas internacionais são da
competência da Justiça Federal, tais como
tráfico internacional, contrabando e
descaminho (envolvem problemas
aduaneiros), matérias relacionadas a
estrangeiros (opção de nacionalidade,
naturalização), crime a bordo de aeronave,
embarcação, etc. Havendo interesse de ente
público federal e estadual ou municipal no
mesmo feito, a competência será da Justiça
Federal, que tem juízo atrativo (normalmente
não importa a gravidade do crime federal ou
estadual), conforme as disposições dos art.
108 e 109, da CF/88. Também, com advento
da Lei n. 10.259/2001 e previsão do art.,
98, §1º, da CF/88, os Juizados Especiais
Federais.
 Estadual: Justiça Estadual comum ( ordinária
dos Estados-membros) formada pelo juízo de
primeiro e segundo grau de jurisdição (art.
125, da CF/88)) , bem como os Juizados
Especiais Cíveis e Criminais ( art. 98, I, da
CF/88) criados com a Lei n. 9.099/95 e a
Justiça de Paz (art.98, II, da CF/88).
 Distrital e Territorial: a Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios. Lembrar que os
Territórios com mais de 100 mil habitantes
poderem ter órgão judiciário de primeira e
segunda Instância (art. 33,§3º, da CF/88), que
serão criados pela União - arts. 21, XIII e 22,
XVII da CF/88.
Justiça Especial : As Justiças Especializadas (todas federais) são
integradas por:
 Justiça do Trabalho, com competência para
todas as matérias trabalhistas, composta pelo
juízes do Trabalho (arts. 111, 112 e 116, da
CF/88); Tribunais Regionais do
Trabalho(art.115, da CF/88) e o Tribunal
Superior do Trabalho ( art. 111-A, da CF/88)
 Justiça Militar Federal (para crimes militares e
infrações administrativas militares – matéria
de servidor militar é da Justiça Federal); as
Constituições Estaduais podem criar Justiça
Militar Estadual e, se o efetivo militar for
superior a 20.000 (vinte mil) integrantes,
sendo constituída em primeiro grau pelos
juízes de direitos e pelos Conselhos de Justiça
militar e, em segundo grau, podendo criar
inclusive Tribunal de Justiça Militar (art.
125,§3º, da CF/88) . Composta pelo Superior
Tribunal Militar (arts. 122 e 123, da CF/88)
pelo os Tribunais e juízes militares (art. 122,
da CF/88) .
 Justiça Eleitoral: com competência para
matéria eleitoral, inclusive crimes. Embora
integre a Justiça Federal, em primeira
instância é exercida pelo Juiz Estadual, mas o
Tribunal Regional Eleitoral é integrado por
membros do Judiciário Federal e Estadual
(arts. 118 a 121, da CF/88).
 DO ESTATUTO DA MAGISTRATURA
 O art. 93 da Constituição Federal estabelece que Lei
Complementar , de iniciativa privativa do STF, disporá sobre
o estatuto da magistratura. Atualmente, a LC n. 35/79 (Lei
Orgânica da Magistratura LOMAN) que regulamenta a
matéria, apesar de em descompasso com a realidade
judiciária brasileira, observando, dentre outros aspectos:

 1 – a LOMAN (LC 35/79) não dispunha sobre o sentido de


atividade jurídica. A discriminação do sentido da expressão
“atividade jurídica” introduzida pela EC 45/04 foi feita por
Resolução do CNJ (até então cada Tribunal entendia de sua
própria maneira).

 2 – a promoção de entrância para entrância é feita


alternadamente por antiguidade e por merecimento (na
prática muitos Tribunais usam apenas a antiguidade nas
entrâncias ainda que empreguem a expressão merecimento).
A promoção por merecimento exige ao menos 2 anos na
respectiva entrância e, cumulativamente, que o juiz integre o
quinto (20%) mais antigo na carreira para promoção
imediata, salvo se ninguém aceitar o lugar.

 A EC 45/04 introduziu critérios objetivos de promoção do


merecimento, tais como: produtividade, agilidade na
prestação jurisdicional e aproveitamento em curso de
aperfeiçoamento.

 A promoção por antiguidade pode ser recusada pelo voto de


2/3 do Tribunal, assegurada a ampla defesa.

 Não será promovido o juiz que retiver, injustificadamente,


autos em seu poder além do prazo legal.

 3 – o acesso ao 2º grau de jurisdição também se faz por


antiguidade e por merecimento (também sendo obrigatória a
promoção no caso de indicação por 3 vezes seguidas ou 5
alternadas na lista de merecimento).

 4 – a frequência a cursos de preparação, aperfeiçoamento e


promoção é obrigatória para o vitaliciamente (são cursos
promovidos pelas escolas das magistraturas);

 5 – o juiz titular deve residir na Comarca, salvo autorização


do Tribunal (normalmente para as regiões limítrofes).
 6 – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria
compulsória (ou seja, sem o magistrado ter requerido), deve
ser fundamentado no interesse público, reconhecido pela
maioria absoluta do Tribunal competente ou do CNJ.
 7 – admite-se a remoção ou a permuta entre magistrados de
igual entrância.

 8 – todos os julgamentos devem ser públicos e


fundamentados (a fundamentação permite tanto o controle
do ato jurisdicional quanto o contraditório e a ampla defesa),
excepcionalmente em casos de direito à intimidade e de
sigilo em favor do interesse público, é possível limitar a
presença às próprias partes e seus advogados ou apenas aos
advogados. Tratando-se de inquérito policial, também é
possível decretar o sigilo sendo discutível a possibilidade de
o sigilo alcançar os investigados e seus advogados (há
precedentes admitindo a proibição de acesso às partes e aos
advogados em casos excepcionais).

 9 – as decisões administrativas também devem ser


motivadas e proferidas em sessões públicas. As sanções
disciplinares devem ser aplicadas pela maioria absoluta dos
membros do Tribunal.

 Caso o Tribunal tenha mais de 25 membros, é possível criar


órgão especial composto com, no mínimo 11 e, no máximo
25 membros, integrado metade por antiguidade e outra
metade por eleição do Tribunal Pleno. O órgão especial tem
atribuições administrativas e jurisdicionais (por exemplo:
declarar a inconstitucionalidade de ato normativo).
 10 – além das férias individuais (os juízes têm 2 meses, além
de licença-prêmio reconhecida por alguns Tribunais), há o
recesso de final de ano. A EC 45/04 vedou férias coletivas,
mas não o recesso. A atividade jurisdicional é ininterrupta,
pois nos finais de semana, feriados e no próprio recesso há
plantão de juízes.

 11 – o número de juízes deve ser proporcional à efetiva


demanda judicial e à respectiva população. Alguns Tribunais
estabelecem critérios objetivos para a instalação de novas
Varas em face do crescimento da demanda e da população,
mas tais medidas têm vários obstáculos (por exemplo: a
criação de varas e de cargos de juízes e de servidores deve
ser prevista em lei).

 12 – servidores podem receber delegação para a prática de


atos administrativos e até mesmo processuais (despachos
ordinatórios de mero expediente, sem conteúdo decisório).
Normalmente os juízes estabelecem portarias discriminando
tais delegações.

 A distribuição dos processos será imediata em todos os


graus de jurisdição. Veda a distribuição represada.

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