Você está na página 1de 10

Curso Básico em Orçamento Público

Módulo
4 Orçamento e Cidadania

Brasília - 2017
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Romero Jucá
Secretário-Executivo
Dyogo Henrique de Oliveira
Secretário de Orçamento Federal
Francisco Franco
Secretários-Adjuntos
Antonio Carlos Paiva Futuro
George Alberto Aguiar Soares
Cilair Rodrigues de Abreu
Diretores
Clayton Luiz Montes
Felipe Dariuch neto
Marcos de Oliveira Ferreira
Zarak de Oliveira Ferreira
Coordenador-Geral de Inovação e Assuntos Orçamentários e Federativos
Girley Vieira Damasceno
Coordenadora de Educação e Difusão Orçamentária
Rosana Lôrdelo de Santana Siqueira
Organização do Conteúdo
Fernando César Rocha Machado
Revisão do Conteúdo
Karina Rocha Martins Volpe
Luiz Aires Maranhão Cerqueira
Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho
Revisão Gramatical e Ortográfica
Renata Carlos da Silva
Projeto Gráfico
Tiago Ianuck Chaves
Colaboração
Bruno Rodolfo Cupertino
Karen Evelyn Scaff
Nayara Gomes Lima

Informações:

www.orcamentofederal.gov.br
Secretaria de Orçamento Federal
SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8,
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
escolavirtualsof@planejamento.gov.br
SUMÁRIO

1. Participação Social....................................................................................... 5

2. Como Participar?........................................................................................ 6

3. Orçamento Participativo.............................................................................. 7

4. Controle Institucional.................................................................................. 8

Revisão do Módulo.......................................................................................... 9

Referências.................................................................................................... 10
Módulo
4 Orçamento e Cidadania

1. Participação Social

Quando você pensa em participação social, quais as palavras, momentos históricos ou imagens
que surgem em sua mente? Segundo o dicionário de direitos humanos, a participação popular
é a soberania do povo em ação, sua expressão concreta; é o efetivo exercício do poder político
pelo seu titular. Como tal, é inerente e indispensável à democracia contemporânea.

Antes de continuarmos aprendendo mais informações sobre esse assunto, que tal descobrir
por meio de uma enquete, se você é um cidadão participativo? Participe desse desafio em
nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Depois de conhecer um pouco mais acerca do seu perfil como cidadão, saiba que a sociedade
pode ajudar a desenvolver algumas dessas ações participando da elaboração e execução dos
orçamentos públicos.

Antes de aprender como participar desse processo, convidamos você a relembrar um


momento histórico ocorrido na década de 80 de efetiva participação social na busca pela
democracia. Para assistir ao vídeo “Diretas Já”, acesse o endereço https://www.youtube.com/
watch?v=3ABH7qkXFys

Em relação ao orçamento público, os cidadãos podem participar exercendo influência na sua


elaboração e discussão. É possível atuar junto ao Poder Executivo, que elabora a proposta
orçamentária; ao legislativo, que discute, modifica e aprova essa proposta; e aos órgãos de
controle e fiscalização, como por exemplo, denunciando irregularidades no uso dos recursos
públicos.

A participação social deve ser contínua, porém, há momentos cruciais no processo orçamentário
que merecem maior atenção:

Primeiro mandato do governante: processo de elaboração, discussão e


votação do PPA, quando serão definidas as estratégias (diretrizes,
objetivos e metas) do governo para os próximos quatro anos, sendo
necessário acompanhar o cronograma de atividades deste processo para
uma efetiva participação.

Primeiro semestre de todos os anos: processo de elaboração, discussão


e votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias- LDO, que contém as metas
e prioridades do governo para cada ano. Assim, as atividades estarão
concentradas no primeiro semestre, sendo que os prazos variam de
acordo com cada Ente (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Segundo semestre de todos os anos: processo de elaboração, discussão


e votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual, no qual constarão as
receitas e despesas previstas para o próximo ano. Cabe ressaltar especial

5
atenção quanto à qualidade e coerência da alocação proposta em relação às políticas públicas
do governo.

Saiba que a participação social é um direito dos brasileiros assegurado pela Constituição
Federal de 1988 e Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Outras leis também contribuem para o
exercício desse direito, como por exemplo, a Lei de Acesso à Informação.

2. Como Participar?

Veja que interessante, a população pode participar de diversas formas no processo


orçamentário! Observe atentamente cada um dos itens negritados a seguir e descubra como
participar efetivamente da fiscalização e controle do dinheiro público!

Os cidadãos podem participar atuando nos Conselhos de Políticas Públicas ou nas organizações
civis. Essas organizações podem proporcionar melhores resultados quanto à participação
social, uma vez que a ação coletiva organizada tem maior impacto do que a individual.

a) Conselhos de políticas públicas: Um conselho de política pública é um espaço público e plural,


no qual representantes da sociedade e do Estado exercem funções de consulta, fiscalização,
normatização e deliberação sobre políticas públicas.

O conselho de política pública não é uma organização governamental e geralmente


tem composição mista: representantes da sociedade civil (sindicatos, organizações não
governamentais, etc) e do governo. O cidadão geralmente não possui direito a voto, mas
poderá, por exemplo, expor suas dúvidas, demandas e sugestões aos conselhos.

b) Organizações Civis: Organizações de Sociedade Civil (OSC) são grupos, redes, fóruns, ONGs e
movimentos sociais que atuam em diversas áreas. Essas organizações representam a sociedade
nos processos de análise e discussão das políticas públicas no país. A participação da sociedade
civil nas políticas públicas contribui para o exercício da cidadania e para o controle social.

Os cidadãos podem participar denunciando as irregularidades identificadas na gestão dos


recursos públicos aos órgãos competentes, no âmbito de cada esfera de governo:

Recursos Federais: Ouvidorias dos Ministérios e órgãos do Governo Federal, Ouvidoria da


Controladoria-Geral da União, Ouvidoria do Tribunal de Contas da União, Ouvidorias da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal e Ministério Público Federal (5ª Câmara de Coordenação
e Revisão do Ministério Público Federal).

Recursos Estaduais e Distritais: Ouvidorias das Secretarias e órgãos de cada estado e do


Distrito Federal, Ouvidorias dos órgãos de controle interno, Ouvidorias dos Tribunais de Contas
Estaduais e Distrital, Assembleias Legislativas e Ministérios Públicos Estaduais.

Recursos Municipais: Ouvidorias das Secretarias e órgãos de cada município, Ouvidorias dos
órgãos municipais de controle interno, Ouvidorias dos Tribunais de Contas, Câmaras Municipais
e Ministério Público.

Os cidadãos poderão participar das etapas de elaboração, discussão e votação das leis
orçamentárias (PPA, LDO e LOA), como, por exemplo, por meio de audiências públicas,
apresentando propostas que julgarem relevantes para a defesa dos interesses da comunidade.

6
Para isso, podem ser indicados alguns canais de acesso no âmbito federal.

O SIGA BRASIL: sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo
e facilitado a bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única
ferramenta de consulta. Conheça mais sobre esse sistema no site: https://www12.senado.gov.
br/orcamento/sigabrasil

SIOP Acesso Público: sistema gerenciado pela SOF/MP que possibilita a consulta de informações
e a geração de relatórios sobre o Orçamento e o Planejamento da União. Para acessar, visite o
endereço https://www.siop.planejamento.gov.br/siop/.

Portal da Transparência do Governo Federal: tem como objetivo aumentar a transparência


da gestão pública, permitindo que o cidadão acompanhe como o dinheiro público está sendo
utilizado e ajude a fiscalizar. http://www.portaltransparencia.gov.br/.

É possível e importante a participação dos cidadãos, sobretudo no âmbito municipal, para


decidir a alocação de recursos públicos em áreas e ações consideradas prioritárias. Tal prática
já é desenvolvida em alguns municípios e é conhecida como Orçamento Participativo, assunto
que veremos na próxima unidade.

Como você viu anteriormente, a Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011, denominada


Lei de Acesso à Informação, dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações, dentre
os quais cabe destacar o art. 9º, o qual estabelece que o acesso a informações públicas será
assegurado mediante a criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades
do poder público, em local com condições apropriadas para:

a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;


b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades;
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações.

A criação do Serviço de Informações ao Cidadão é um mecanismo assegurado por lei para


que os cidadãos possam ter acesso às informações públicas, inclusive as relacionadas com o
orçamento.

3. Orçamento Participativo

O orçamento participativo é uma técnica que possibilita uma participação direta e efetiva da
população na elaboração da proposta orçamentária do governo.

Esse tipo de orçamento é adotado por decisão do governo,


em que a sociedade civil é consultada quando da definição
de metas e programas prioritários. Dessa forma, representa
um progresso na busca da democratização da gestão
pública.

Em outras palavras, podemos afirmar que o Orçamento


Participativo é um instrumento que se caracteriza pela
participação social nas escolhas das prioridades para a utilização dos recursos públicos.

Esse instrumento de participação social vem sendo utilizado com êxito em diversas cidades
do Brasil. Em tais cidades, a população decide as prioridades de investimentos em obras e

7
serviços a serem realizados a cada ano, com os recursos dos orçamentos das prefeituras.
Além disso, o Orçamento Participativo estimula o exercício da cidadania; o compromisso da
população com o bem público; a corresponsabilização entre governo e sociedade sobre a
gestão municipal. Vamos conhecer um exemplo de como funciona o orçamento participativo
no âmbito municipal?

Exemplo:
Em Porto Alegre – RS, o Orçamento Participativo inicia-se com reuniões preparatórias, quando
é feita a prestação de contas do ano anterior e a apresentação do Plano de Investimentos e
Serviços para o ano seguinte.

São realizadas Assembleias Regionais e Temáticas, nas quais a população elege as prioridades
para o município. Esse processo é acompanhado pelas secretarias e autarquias (municipais),
esclarecendo os critérios que orientam e viabilizam as demandas.

Para conhecer um pouco mais sobre Orçamento Participativo, ouça a entrevista disponível,
no Ambiente Virtual de Aprendizagem, com o Analista de Planejamento e Orçamento, José
Ronaldo Montalvão.

Outras cidades brasileiras utilizam o Orçamento Participativo. Dentre elas podemos destacar
Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Brasília/DF.

Por fim, vale ressaltar que a participação social é fundamental para o alcance de uma gestão
cada vez mais eficiente, ou seja, precisamos acompanhar o que fazem os governantes e exigir
que nossos direitos sejam cumpridos!

4. Controle Institucional

De acordo com a Cartilha “Olho vivo no dinheiro público” da Controladoria-Geral da União -


CGU, controlar significa verificar se a realização de uma determinada atividade não se desvia
dos objetivos ou das normas e princípios que a regem.

Na Administração Pública, o ato de controlar possui significado similar.


Na medida em que se propõe examinar se a atividade governamental
atendeu à finalidade pública, à legislação e aos princípios básicos
aplicáveis ao setor público. A forma de controle exercida pela própria
Administração Pública e por organizações privadas é chamada de
Controle Institucional.

No Governo Federal, o Controle Institucional é exercido por órgãos


que têm a competência legal para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Vamos conhecer
quais são esses órgãos? No âmbito federal, os principais órgãos que fiscalizam a aplicação dos
recursos públicos são o Tribunal de Contas da União – TCU e a Controladoria-Geral da União
– CGU.

O Tribunal de Contas da União – TCU é um tribunal administrativo. Julga as contas de


administradores públicos e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
federais, bem como as contas de qualquer pessoa que der causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário.

8
A Controladoria-Geral da União – CGU, cuja missão é defender o patrimônio público e o
combate aos desvios e desperdícios de recursos públicos federais. É um órgão de controle
interno, uma vez que exerce as suas atividades apenas no âmbito do Poder Executivo Federal.
Ressalta-se que na esfera federal os Poderes Legislativo e Judiciário têm os seus respectivos
órgãos de controle interno.

Devido à extensão do Brasil e ao significativo número


de municípios, atualmente por volta de 5.500, só o
Controle Institucional sobre os recursos públicos não é
suficiente!

Desse modo, é fundamental uma atuação conjunta


entre os órgãos de controle e a população para um
eficaz acompanhamento, fiscalização e controle do
dinheiro público. Pense nisso!

Outros órgãos públicos também atuam na prevenção, controle, investigação e


repressão da corrupção no que se refere à gestão dos recursos públicos. O Ministério
Público Federal, os Ministérios Públicos Estaduais, os Tribunais de Contas dos Estados e
dos Municípios, as Controladorias dos Estados, a Polícia Federal, as Polícias Estaduais,
o Poder Legislativo e o Poder Judiciário também exercem esse papel.

Revisão do Módulo

Neste módulo, analisamos a importância do acompanhamento e fiscalização dos recursos


públicos e, principalmente, a importância da participação social!

No tópico aprendemos que a participação social é a soberania do povo em ação, em sua


expressão concreta; é o efetivo exercício do poder político pelo seu titular. Como tal, é inerente
e indispensável à democracia contemporânea.

Quanto ao tópico, vimos que os cidadãos podem participar do processo orçamentário de várias
formas. Dentre elas destacamos: atuando nos Conselhos de Políticas Públicas; denunciando
as irregularidades identificadas na gestão dos recursos públicos aos órgãos competentes e
participando das etapas de elaboração, discussão e votação das leis orçamentárias (PPA, LDO
e LOA), etc.

No tópico, aprendemos que o orçamento participativo é uma técnica que possibilita a


participação direta e efetiva da população na elaboração da proposta orçamentária do
governo e dentre as cidades brasileiras que utilizam o orçamento participativo podemos
destacar Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte. Vimos ainda que a Constituição Federal define
responsabilidades para o controle dos recursos públicos a órgãos específicos.

Por fim, aprendemos que a forma de controle exercida pela própria Administração Pública e
por organizações privadas é chamada de Controle Institucional e que, no Governo Federal,
o Controle Institucional é exercido por órgãos que têm a competência legal para fiscalizar a
aplicação dos recursos públicos, tais como o TCU e CGU.

9
Agora, realize os exercícios de fixação do módulo e, em seguida, a Avaliação final da
Aprendizagem, que comtempla todo o conteúdo abordado no curso. Lembre-se também de
avaliar o trabalho da equipe Escola Virtual SOF, por meio da Pesquisa de Satisfação. Todos
esses instrumentos avaliativos estão disponíveis no AVA. Boa sorte!

Referências

______. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto


no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio
de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.

“Diretas Já”. Matéria especial realizada pelo núcleo de jornalismo da Tv Atalaia - Rede
Record. Reportagem: Eduardo Andrade: https://www.youtube.com/watch?feature=player_
embedded&v=3ABH7qkXFys.
www.conselhos.mg.gov.br/pagina/faq#a2.
www.aids.gov.br/pagina/o-que-sao-organizacoes-da-sociedade-civil.
Senado Federal: www.senado.gov.br.
Porta da Transparência – Governo Federal: http://www.portaltransparencia.gov.br/. Portal da
Transparência – Prefeitura de Porto Alegre: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/op/default.
php?p_secao=18.

Cartilha de Orientações sobre Controle Interno http://www.tce.mg.gov.br/img_site/Cartilha_


Controle%20Interno.pdf

_______. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal.


Manual técnico de orçamento MTO: Versão 2016.
GIACOMONI, J. Orçamento público. 14ª edição. São Paulo: Atlas, 2007. 356 p.
PASCOAL, V. F; Direito financeiro e controle externo: teoria, jurisprudência e 370 questões.
4ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, p. 372.

O orçamento público ao seu alcance. Instituto de Estudos Socioeconômicos – Brasília: INESC,


2006.
BRASIL. Senado Federal. Especial cidadania: para entender o orçamento. Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal.
Orçamento Federal ao Alcance de Todos: Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA. Brasília,
2011.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal.
Sofinha e sua turma apresentam: como o governo deve gastar o dinheiro pago pela sociedade.
2ª edição. Brasília, 2012.

Câmara dos Deputados: http://www2.camara.leg.br/.

Tribunal de Contas da União: http://portal.tcu.gov.br/cidadao/cidadao.htm.

Controladoria-Geral da União: http://www.cgu.gov.br/.

Reforma Gerencial de 1995: http://www.bresserpereira.org.br/RGP.asp.

10

Você também pode gostar