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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO (UEMA)

CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS (CECEN)


DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PROFª.: MS. PRISCILA SOUSA

PROJETO DE INTERVENÇÃO DA PRÁTICA DE ESTÁGIO

SÃO LUIS
2017
TEMA: “O importante é motivar a criança para a leitura, para a aventura de ler”.
(Ziraldo)
Título: Era uma vez... Viajando na literatura infantil.

Problema: Como a literatura infantil interfere no processo de ensino-aprendizagem da


criança, possibilitando uma aprendizagem significativa?

Hipótese: Possibilitar um conhecimento não só literário, mas sim, de mundo às


crianças, através da aproximação do contexto dos livros. Nesse sentido, o projeto
propõe a estimulação da criatividade, imaginação, concentração, linguagem oral,
dentre outros aspectos cognitivos e corporais, auxiliando o desenvolvimento integral
infantil.

Objetivos:
Geral:
Apresentar às crianças diferentes autores da literatura infantil. Assim como trabalhar
em sala campos de experiência e eixos temáticos presentes nos referenciais de
educação.

Específicos:
 Identificar autores da literatura brasileira, a fim de ampliarem o conhecimento
bibliográfico;
 Desenvolver apreço literário através da aproximação com o mundo dos livros;
 Desenvolver aspectos do desenvolvimento cognitivo e corporal, através das
atividades realizadas em sala, atrelados aos “conteúdos” e conhecimentos
adquiridos durante a realização do projeto.
JUSTIFICATIVA

Este projeto surgiu devido a necessidade que se encontra a educação no


contexto da escola pública, principalmente da escola comunitária, que enfrenta em
sua maioria grandes dificuldades econômicas e sociais. Dentre estas, a de garantir
um ensino de qualidade, de um espaço seguro e prazeroso para as crianças. A
educação em sua perspectiva de formação cidadã, ainda enfrenta esses grandes
problemas, que ainda assim são empecilhos na promoção dos direitos iguais, e
principalmente se tratando da educação infantil, onde nem todas as crianças tem a
oportunidade de estudar igualmente.
Ao pensar nessa questão, é possível mencionar ainda quantas crianças não
tem a oportunidade de estar numa escolar, de brincar, de ler, e ouvir historinhas,
enfim, são tantas coisas que ao mesmo tempo, convivemos com a mesma ausência.
E dentre estas ausências, a que chama mais atenção, está envolta das historinhas
infantis, da literatura, dos contos e fábulas que enriquece o imaginário infantil, e
desperta a curiosidade de querer saber ainda mais. Por isso, as histórias infantis,
representam uma das maneiras encontradas pelo grupo de estágio em oferecer um
pouquinho mais de gosto pela leitura, oferecendo as crianças uma interação e
profundidade com a cultura literária infantil.
A literatura infantil nesse projeto pretende construir um público leitor,
contanto com a colaboração de todos, principalmente dos professore que são os
“mestres da literatura infantil”. Contar histórias constitui uma das etapas da
aprendizagem mais significativa das crianças, pois elas absorvem o conhecimento de
maneira que estimula sua curiosidade, sua vontade de ler, de contar para os próprios
amigos o que leu, e assim, sucessivamente. Dessa maneira, o papel do professor
nessa perspectiva é indispensável, pois somente ele pode fazer a criança encontrar
nos livros muito mais além das figuras, como por exemplo, um espaço de formação
simbólica e cognitiva.
Portanto, é por meio da literatura infantil, que a criança descobre outras
concepções de valores, de respeito e afetividade, pois é uma prática social que
corresponde ao processo histórico do ser humano e da sociedade. A criança nesta
questão, constrói um tempo imaginário, a partir da narração e exposição de vidas,
dramas e brincadeiras entorno de uma temática que envolve o real com o ficcional.
Neste sentido, busca-se por meio das histórias enfatizar que estas
representam um ideal recurso de aprendizagem para a criança no seu processo de
formação, contribuindo para enriquecer ainda mais o conhecimento e sua relação com
o mundo. E de fato, a escola, é um dos principais ambientes literários de alfabetização
para esse processo que requer acima de tudo o compromisso com o ato de educar e
fazer desse ato uma arte de ensinar.
Preocupar-se com o desenvolvimento da criança nem sempre foi algo de
interesse para a sociedade. Meados do XVI, as crianças eram vistas com adultos em
miniaturas, isso que dizer que se vestiam como eles, tinham que se comportar como
eles, até as produções literárias eram em comum a todos e pouco se dedicava a elas.
Já por volta dos XVIII, no Período Clássico, com ascensão da burguesia, houve
uma nova valorização da infância. Assim foram publicadas obras dedicadas aos
pequeninos, como afirma Zilberman (2003, p.15) “a nova valorização da infância gerou
maior união familiar, mas igualmente meios de controle do desenvolvimento intelectual
da criança e manipulação de suas emoções”.
Assim, Charles Perrault, com base no fantástico e maravilhoso, destaca-se
como pioneiro da literatura infantil, com publicação de Histórias ou Contos de
Antigamente com Moralidades. Outro grande destaque literário da época foi, Hans
Christian Andersen, com os contos populares e, ainda, os Irmãos Grimm, com as
coletâneas de contos tradicionais.
Com o decorrer do tempo foram surgindo narrativas voltadas para o realismo-
maravilhoso, sobre isso Coelho (1991,p.158) afirma, “ decorrem no mundo real, que
nos é familiar ou bem conhecido, e no qual irrompe, de repente. Algo de mágico ou
de maravilhoso [...] e passam a acontecer coisas que alteram por completo as leis ou
regras vigentes no mundo real”. Onde se destacam Lewis Carroll com Alice no país
das Maravilhas e Alice através só espelho e o que ela encontrou por lá; Carlo Collodi,
com As aventuras de Pinóquio e James Barrie com Peter Pan.
No Brasil, destacam-se as histórias de Monteiro Lobato, em 1920, com a
publicação A menina do Narizinho arrebitado, sendo o pioneiro da literatura infantil
brasileira. O autor, em suas histórias, faz com que as crianças deleitem-se nas
narrativas, fazendo usufruto da imaginação através de personagens como, a boneca
falante Emília e todos do Sitio do Pica-Pau Amarelo.
Nesse sentido, Sandroni (1987, p. 58) afirma que “Monteiro Lobato foi o
primeiro escritor brasileiro a acreditar na inteligência da criança, na sua curiosidade
intelectual e capacidade de compreensão”. Usando-se do lúdico e do imaginário,
instigando assim, a criatividade, a imaginação e cognitivo da criança leitora.
Destarte, percebe-se a importância do uso da literatura infantil no cotidiano
escolar de uma criança. Havendo uma necessidade quanto à intervenção de práticas
educativas que favoreçam o seu pleno desenvolvimento, durante o processo de
aprendizagem, a fim de que o educando possa aflorar a sua linguagem oral e escrita.

Nessa perspectiva, vale destacar a figura do professor, sendo essencial. Pois


o mesmo por meio da interação na sala de aula e através dos livros infantis pode
propiciar questionamentos e reflexões, diante das situações encontradas em
diferentes contextos. Assim, professor ao ler alguma história, em voz alta, permite a
escuta e a atenção da criança, mostrando à ela, a riqueza de detalhes, tanto nas
ilustrações quanto no contexto da história. Fazendo com que o aluno desperte a
curiosidade, participando e interagindo de maneira mais lúdica, desenvolvendo sua
imaginação, expressando sentimentos, e apreço cada vez mais forte, ao mundo dos
livros. Essa prática possibilita uma aprendizagem mais significativa, uma vez que,
através da ludicidade, e valorização dos conhecimentos prévios da criança, haverá o
enriquecimento de seu vocabulário, no que tange a oralidade e a escrita.

Porém para que haja o desenvolvimento do interesse pela leitura, é


necessário um bom ambiente, de acordo com o Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil (RCNEI), onde destaca:

“A importância dos livros e demais portadores de textos é incorporada pelas


crianças, também, quando o professor organiza o ambiente de tal forma que
haja um local especial para livros, gibis, revistas etc. que seja aconchegante e
no qual as crianças possam manipulá-los e “lê-los” seja em momentos
organizados ou espontaneamente.” (1998, p.135)

Fica claro, a ênfase a um ambiente acolhedor e favorável no processo de leitura


em sala de aula. Assim, a roda de conversa também é um momento propício para o
desenvolvimento tanto na oralidade quanto na escrita, pois a criança interagindo com
os colegas, ela tem mais facilidade para expressar-se, expor sua opinião e aprender
o momento de ouvir e de falar. E ao contar historias, além do ouvir ser um ato de
leitura, traz uma aproximação maior entre as crianças, causando uma interação e uma
atenção mais efetiva, onde ela por meio das histórias infantis pode conhecer variadas
formas de viver, agir, pensar, e também através dos valores e comportamentos que
são transmitidos em livros.

Apreciar uma boa leitura faz com que a criança desperte um interesse
maior, podendo ou não fazer com que ela seja lida diversas vezes, por ela ser
prazerosa e instigante para a criança, por ter um enriquecimento cultural em seu
contexto e nas suas ilustrações, como aborda o RNEI, afirmando que:

“Ter acesso à boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta
a imaginação e desperta o prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as
crianças, desde cedo, apreciem o momento de sentar para ouvir histórias exige
que o professor, como leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um
ambiente agradável e convidativo à escuta atenta, mobilizando a expectativa
das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a
história é lida.” ( 1998, p. 143).

Nessa perspectiva, percebe-se que o acesso à leitura é fundamental para a


formação de cidadãos críticos acerca de seu meio. Onde, a preparação a um ambiente
acolhedor a essa prática é de grande valia, nesse processo de aproximação da criança
com o livro. Percebe-se então, as diversas vantagens ao desenvolvimento da criança
no que tange a prática de ler, onde o professor é figura primordial ao despertar a esse
mundo novo, cheio de possibilidades e prazeroso no cenário educativo. É fundamental
que o mesmo, se conscientize do “poder” atrelado sua figura, buscando vastas
maneiras a uma prática de ensino que seja favorável ao estímulo, neste novo
ambiente: o fantástico mundo da literatura.
CRONOGRAMA

17/03 04/04 05/04 06/04 18/04 19/04 20/04 25/04 26/04 27/04 02/05 03/05 04/05 09/05
1ª Visita à Creche X
Paraíso da
Criança

Inicio do Estágio X
1º Dia de
Observação

2º Dia de X
Observação
3º Dia de X
Observação
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Aula prática em X
sala
Culminância do X
Projeto(Exposição
das atividades
realizadas para
toda a
comunidade
escolar).

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