Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pensamento – atividade mental associada à ação integrada dos diversos processos mentais, é
entendido como uma operação mental baseada na utilização de símbolos. É a própria atividade
psíquica, processando todas as nossas experiencias, vivências, sentimentos, intenções, juízos e
conhecimentos. É definido como sequencia de atos mentais que visam a resolução de problemas.
Problema – situação nova que exige uma solução e a procura da solução a esta.
Fases da resolução:
1. Definição do problema
2. Definição da estratégia a aplicar
3. Aplicação da estratégia
4. Verificação da estratégia
Ao pensar não se lida diretamente com as coisas, mas com as suas representações: conceitos.
Conceito – tradução mental das coisas concretas em conceções ou ideias abstratas gerais/universais.
Representação intelectual das características essenciais e comuns a toda uma classe de objetos ou
seres. É através dos conceitos que podemos pensar simbolicamente uma dada realidade.
Tradicionalmente, a identidade era entendida como sendo uma estrutura fixa e inalterável do
humano. Uma vez formada, a identidade seria pouco sujeita a modificações substanciais, conferindo
estabilidade à maneira de ser e de se comportar de cada um.
Contudo, ultimamente, os psicólogos admitem que, através da influencia dos contextos e papéis
sociais que cada um desempenha, a sua identidade está suscetível a modificações ao longo de toda a
nossa vida. A identidade é construída de modo contínuo, desde a infância até à morte – é uma
estrutura alterável.
Mas, ainda que a identidade esteja suscetível a modificações, há algo que não muda e que nos
permite afirmar que, apesar de todas as mudanças pelas quais passamos, continuamos a ser nós
próprios. Isto significa que a identidade pessoal se refere a características que nos definem,
individualizam, e que nos retratam como seres únicos, com personalidades irrepetíveis. A identidade
vai apenas atualizando-se consoante alterações significativas que possam decorrer ao longo do
tempo.
Identidade - processo em curso, construção que se vai efetuando ao longo da vida, não um
resultado concluído; tradicionalmente definida como essência do Eu; conjunto de capacidades
multidimensionais que englobam a representação do corpo, a vida mental do cérebro, todas as
experiências de vida e os nossos papéis e estatutos sociais.
NOTA: estar incluído em vários grupos sociais não implica que estejamos perdidos.
Assim, a identidade pessoal constitui-se como uma globalidade da qual fazem parte outras
identidades, como a política, profissional, etc. no entanto, cada pessoa continua a ser uma estrutura
singular e uma pessoa única.
A respeito disto, podemos falar também de unidade do ser humano: cada individuo assume os
diferentes papeis que representa e integra-os de modo coerente no uno constitutivo do Eu.
A identidade de cada indivíduo é uma construção dinâmica e aberta que se vai construindo ao
longo da vida. É um modo singular e único, coerente, que reúne todo um conjunto de característica
físicas, anatómicas, psicológicas (emocionais, afetivas, cognitivas), sociais e morais que definem e
individualizam o sujeito. Tem uma dimensão publica e uma dimensão pessoal. Esta construção
dinâmica tem várias características:
Aquilo que de mais significativo sobressai numa análise pessoal não retrata fidedignamente a
nossa personalidade, revela apenas o nosso autoconceito, a maneira como nós a vemos. Então, o
autoconceito relaciona-se diretamente com a identidade – tem a identidade e a personalidade por
base (não quer dizer que coincida), mas distingue-se dela, já que o autoconceto se baseia na
autoperceção (operação mental subjetiva derivada de interpretações pessoais), enquanto a
identidade corresponde ao que a pessoa é efetivamente. O autoconceito, por sua vez, influencia a
avaliação boa ou má que fazemos de nós mesmos:
Autoestima – sentimento positivo ou negativo que temos acerca de nós mesmos e daquilo que
somos, resultante da apreciação subjetiva/valorativa da nossa identidade ou autoavaliação com base
na influencia dos outros sobre nós (juízos sociais que interiorizou a seu respeito). A autoestima surge
como resultado da avaliação das nossas múltiplas facetas (podemos achar que somos muito
inteligentes e maus jogadores de futebol, etc). Então, a autoestima é produto de uma média em que
os aspetos bons podem suprir os maus e vice-versa. No entanto, não é uma média aritmética, pois a
natureza dos valores avaliados é diferente: podemos dar mais peso a uns aspetos do que a outros.
Tanto o autoconceito como a autoestima são influenciados pelo que os outros acham de nós, ou
seja, pelo modo como nos veem e pelas características que mais nos atribuem. Contudo, é
fundamental que façamos uma avaliação favorável das nossas atitudes e comportamentos: saber
quem somos e sentirmo-nos satisfeitos com isso é crucial para o nosso equilíbrio psicológico.
Relação de vinculação – vínculo ou forte ligação emocional e afetiva que se desenvolve entre
uma criança e um adulto cuidador em particular, do qual está inteiramente dependente. Forma
primária de laço social na espécie humana, expressando-se como a necessidade inata de
proximidade, conforto e afeto com a figura maternal e relativamente independente da satisfação
das necessidades alimentares.
Devido à imaturidade característica dos seres humanos nos primeiros tempos de vida, as
crianças necessitam de alguém (um adulto) que lhes preste os cuidados indispensáveis à sua
sobrevivência e estabeleçam as bases do seu processo de socialização. Esta imaturidade predispõe-
nos para o desenvolver de competências relacionais que se iniciam com quem de nós cuida.
Ao falar de “mãe” referimo-nos muitas vezes à mãe biológica da criança, mas o “agente
maternante” acaba por não ser necessariamente a mãe biológica, mas um adulto cuidador
significativo que disponha do seu tempo para cuidar da criança, capaz de lhe proporcionar
experiencias positivas e estimulantes e de lhe dar a atenção e o afeto de que necessita para crescer
e se desenvolver.
Assim, pode dizer-se que mulheres que nunca tiveram filhos podem exercer este papel de mãe
(Ex: mães adotivas), ou até que a prestação dos cuidados maternos pode ser partilhado ou assumido
na íntegra pelo pai, porque os cuidados e o amor dado aos filhos não se baseia nos laços biológicos,
mas nos laços psicológicos construídos na relação precoce.
Segundo Bowlby, somos seres naturalmente sociáveis devido à predisposição inata para a
sociabilidade que vem com o nosso equipamento. Contudo somos também imaturos, mas isto
permite não só a satisfação das necessidades fisicobiológicas mas sobretudo as de cariz socioafetivo.
Esta imaturidade é colmatada pelo relacionamento vinculativo que se estabelece com o agente
maternante, reduzindo a partir do momento em que contactamos com ele.
Logo à nascença, os bebés já têm um conjunto de capacidades sensoriais e motoras. Ainda antes
de nascer, os bebés são expostos a vários estímulos, pelo que após o nascimento os seus órgãos
sensoriais bombardeados por uma enorme quantidade de estímulos aos quais criança já foi
preparada para receber (já é capaz de ouvir, cheirar, sentir dor e prazer, fome e sede, conforto etc.
Qualquer criança nasce provida de esquemas de reação a este tipo de estímulos: atos reflexos.
Apesar de simples, os atos reflexos constituem um conjunto inato de respostas defensivas que
contribuem para a sobrevivência e adaptação à vida da criança. Estes reflexos constituem uma
bagagem comportamental inata, imprescindível à criança para os primeiros impactos defensivos em
relação ao mundo.
primeiros 2/3 meses é involuntário, mas depois o bebé aprende a usá-lo como forma
intencional de comunicação para manifestar sobretudo satisfação e agrado.
Outra habilidade, que se crê resultar de fatores genéticos, é a de imitar expressões
faciais para manifestar as suas emoções: estas suscitam nos adultos reações que os
levam a satisfazerem as necessidades da criança.
Vocalizações (repetir sílabas ou sons), a partir das quais se vão desenvolvendo as
competências e capacidades linguísticas da criança e reforçando as suas interações com
os outros
**As necessidades do bebé não se restringem às de cariz fisiológico, a essas podemos juntar as
de natureza psicológica e social. Do seu equipamento natural faz parte a predisposição para
competências relacionais.**
Após o nascimento, os cuidadores da crianças vão sentir-se mais aptos a interpretar as formas
de comunicação da mesma, a detetar as suas necessidades e a reagir adequadamente perante estas.
O modelo de Bion surgiu para caracterizar esta interação mãe-bebé. Segundo o modelo, quando
nasce, o bebé não é capaz de descodificar por si mesmo o conteúdo das suas experiências, o que gera
desconforto e ansiedade. Compete à mãe funcionar como um “continente”, onde a criança despeja
esse conteúdo caótico e desorganizado, que não foi capaz de interpretar, para que ela possa
reinterpretá-lo e, devidamente organizado, devolvê-lo ao bebé: através da postura, gestos e tom de
voz, transmitindo conforto e segurança.
Este processo funciona através dos afetos: as mensagens circulam entre a mãe e o bebé, e cada
uma das partes é responsável por interpretar os sinais afetivos e emocionais que a outra emite.
Apesar da base fisiológica que nos predispõe a reagir de certas maneiras perante os sinais
emitidos pela criança, é na interação com o bebé e outros cuidadores que vamos constituindo a
nossa capacidade de os interpretar (e como proceder). Com isto chegamos à conclusão que o
instinto maternal é insuficiente para garantir a satisfação da maioria das necessidades do bebé.
9. John Bowlby
Antes dos estudos de Bowlby, pensava-se que a relação de vinculação dependia da necessidade
de alimento e conforto físico, mas os estudos de Bowlby levaram a outras conclusões.
Para assegurar a satisfação das suas necessidades, as crianças nascem com um repertório
biológico de padrões fixos de ação que lhes permitem ligar-se afetivamente a (pelo menos) 1 adulto
significativo – relação de vinculação.
Bowlby acabou por concluir que, de facto, a vinculação precoce responde às nossas
necessidades primárias de proteção e socialização e que qualquer perturbação a nível deste
relacionamento pode ter várias consequências a nível do desenvolvimento, comportamento e
relações futuras da criança.
Cerca de 70% das crianças estabelecem uma vinculação segura. Neste tipo de vinculação, a
presença da mãe fornece à criança uma base de segurança que lhe permite ter confiança suficiente
para explorar o meio envolvente de modo livre. A criança confia na capacidade da figura de
vinculação para regular as suas emoções, procurando a proximidade e o contato com ela quando se
sente ameaçada ou angustiada. Além disto, não tem qualquer problema em expressar diretamente
o seu desconforto ou tristeza no momento de separação, e sente-se reconfortada no regresso da
mãe, voltando a explorar o ambiente e partilhar emoções positivas com ela.
Este é o modelo que se revela mais favorável ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da
criança, bem como o desenvolvimento motor e intelectual através da exploração ativa do meio físico
pela criança, devido à confiança que deposita na figura de vinculação.
Ainda se pode dizer que este tipo de vinculação se reflete no autoconceito tal como na
autoestima, com um efeito positivo. Neste tipo de vinculação, as crianças tendem a ter mas
confiança nas suas capacidades e a sentir-se capazes de ser amadas, o que tem consequências a
nível social, sobretudo acerca da capacidade de estabelecer boas relações com os outros. Quanto
maior é a relação de vinculação entre a mãe e o bebé, maior a confiança da criança em si mesma e
na mãe.
Paralelamente aos trabalhos de Ainsworth e Bowlby sobre a relação de vinculação, Harlow fez
experiencias com macacos Rhesus. Estas experiencias salientaram a importância da ligação afetiva
à mãe/agente maternante no desenvolvimento dos bebés.
a) 1ª experiência:
Harlow colocou macaquinhos recém nascidos num cenário de isolamento total, apenas com a
presença física de 2 mães artificiais: uma macaca de arame, com um biberão de onde os bebés
obtinham o seu alimento; e uma macaca de pano felpudo, que proporcionava contacto macio e
agradável.
Harlow verificou que os macacos estabeleciam com facilidade um vinculo afetivo com a
macaca de pano, permanecendo a maior parte do tempo abraçados a ela e procurando o conforto
que a macaca de arame não lhe podia fornecer. Mesmo quando sentiam fome ou queriam explorar
objetos das imediações, tentavam uma posição que lhes permitisse manter o contacto com a mãe
de pano.
Harlow concluiu que, após estabelecer um vínculo com a mãe, esta funcionava com simbolo
de proteção, capaz de evitar o medo perante situações estranhas. A mãe de pano proporcionava
sentimentos de segurança, um valioso contributo para a exploração e conquista da autonomia. “É
na medida em que um macaquinho se liga a uma mãe e se sente em segurança junto dela que dela
se pode libertar para explorar o ambiente que o cerca” -> há uma relação entre a vinculação e a
autonomia: só na presença de um vínculo com a mãe se pode alcançar a autonomia.
-> Os macaquinhos preferiam a mãe felpuda o que demonstra que a vinculação não decorre
da satisfação de necessidades fisicobiológicas, mas sim da satisfação das necessidades
socioafetivas.
b) 2ª experiência:
Harlow foi mais longe nas suas experiencias, o que permitiu chegar a conclusões mais
vastas. O isolamento de 3 meses não se demonstrou muito significativo no que diz respeito a
consequências nefastas. Contudo, ao aumentar o tempo de isolamento social, os animais
tornaram-se socialmente inadaptados, com problemas emocionais acentuados. Encostados a um
cantos, estes macaquinhos mordiam-se a si mesmos como que se fosse “castigo”, abraçavam-se,
ou baloiçavam-se para a frente e para trás à semelhança de algumas crianças com perturbações
como o autismo ou como se estivessem num baloiço.
Quando estes macaquinhos eram, depois, postos em contato com outros macacos criados
normalmente, não brincavam com eles, não os perseguiam e se fossem atacados, não respondiam
à sua agressividade.
Esta inadaptação social dos animais em isolamento social (Cativeiro) persistiu na idade
adulta, mostrando-se animais inábeis em relações sexuais e parentais. Os machos permaneciam
sexualmente indiferentes e os que tentavam, eventualmente, acasalar, agarravam-se
indiscriminadamente a macacos e qualquer sexo e sem qualquer jeito, não conseguindo qualquer
tipo de relação. As fêmeas resistiam às solicitações sexuais dos machos e quando fecundadas
artificialmente, não mostravam amor pelos filhos, maltratavam-nos, mordiam-nos e comprimiam
as suas cabeças contra o chão.
15. Atitudes
À medida que vamos contactando com diferentes pessoas, objectos, instituições e ideias,
vamos desenvolvendo sentimentos de carga positiva ou negativa que se traduzem numa tendência
para nos comportarmos desta ou daquela maneira perante o mundo que nos rodeia. Dá-se, então, o
nome de atitudes a este tipo de esquemas mentais adquiridos e relativamente estáveis que nos
levam a reagir de forma positiva ou negativa relativamente a objectos de natureza social.
Estas não são directamente observáveis, podendo ser inferidas a partir dos comportamentos. Os
comportamentos são o aspeto visível das atitudes que lhes estão na base, sendo possível distinguir
três tipo diferentes de elementos.
Componente cognitiva: elemento ligado às crenças – àquilo que pensamos, que sabemos ou
julgamos saber. Quando afirmamos que “a leitura desenvolve o espírito” estamos a emitir
juízos que pensamos corresponderem à realidade, uma vez que sabemos que obtêm
confirmação na experiência e nas investigações cientificas.
Componente emocional: elemento de carácter afectivo ou valorativo – sentimentos que
nutrimos relativamente aos objectos, às pessoas, às situações e às ideias que estão em jogo.
Movemo-nos em função de preferências, em que a tónica já não é tanto “eu penso, eu sei,
eu julgo” mas “eu gosto, eu prefiro”.
Componente comportamental: resultado das interacções estabelecidas entre os elementos
cognitivos e afectivos – predisposição ou intenção relativamente ao que pretendemos fazer
ou dizer, ou seja, da tendência para reagir e atua de dada forma.
O ser humano não age apenas com base naquilo que sabe ou conhece. O que sabe tem que
interagir com elementos relativos ao que aprecia, valoriza, gosta ou não gosta, prefere ou rejeita,
antes de agir de forma positiva ou negativa.
Para aliviar a tensão psicológica, é provável que a pessoa procure diminuir a importância
dos elementos dissonantes, reforçando a sua crença em ideias como: “há fumadores de idade
avançada que vendem saúde”.
Segundo a teoria da dissonância cognitiva, para reduzir a tensão psicológica, as pessoas tendem
racionalizar e a distorcer a realidade, adotando atitudes que se ajustam melhor ao seu
comportamento, recorrente a uma, ou várias, das seguintes estratégias:
Todos estamos inseridos num sistema social, tendo em comum um alargado conjunto de
ideias acerca das mais variadas coisas. Temos noções mais ou menos partilhadas de beleza, família,
infância, bem estar, de justiça, etc. Estas noções comuns, úteis para darmos sentido aos
acontecimento e para organizarmos a comunicação e os comportamentos no interior dos grupos
designam-se representações sociais.
Algumas representações apresentam um vincado grau de estabilidade, pelo que se mantêm mais
ou menos inalteráveis e se transmitem de geração em geração. O seu conjunto constitui aquilo que
um grupo designa por tradição. Outras, pouco duráveis, embora se espalhem rapidamente como as
modas, são, como elas, igualmente passageiras.
De acordo com Serge Moscovici, as representações sociais são o senso comum das sociedades
contemporâneas, pois desempenham o papel que nas sociedades arcaicas era atribuído aos mitos e
às crenças: por em comum um conjunto de noções e de práticas que contribuam para facilitar a vida
do grupo e para dar sentido às coisas. Nesse sentido, as representações sociais são estruturas
cognitivas partilhadas numa cultura, que facilitam o conhecimento das coisas e que permitem
orientar a acção.
19. Conformismo
Esta adaptação aos outros leva-nos a aceitar as normas sociais vigentes, sem o que não
seria possível integrar-nos de modo estável e duradouro nos diferentes contextos sociais em que nos
movemos.