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Fidel admite que governo perseguiu gays em Cuba

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AE-AP, Agência Estado

31 Agosto 2010 | 18h33

Fidel disse ao periódico mexicano La Jornada que seu governo agiu errado. "É verdade que
nós fizemos isso", disse Fidel. "Estou tentando limitar minha responsabilidade por tudo
isso porque, de fato, eu não carrego comigo esse tipo de preconceito", declarou.
Questionado sobre se o Partido Comunista ou alguma entidade específica esteve por trás
da perseguição, Fidel respondeu: "Não. Se alguém deve ser responsabilizado por isto, sou
eu."

O histórico líder cubano - afastado do poder desde 2006, quando foi acometido de uma
grave doença gastrointestinal - disse que estava ocupado demais na época cuidando de
problemas como a Crise dos Mísseis, ocorrida em 1962, que não teve como impedir o que
acontecia. "Tínhamos diante de nós problemas tão terríveis, questões de vida ou morte,
que não prestamos atenção suficiente a isto."

Atualmente, campanhas promovidas pela mídia estatal cubana denunciam o preconceito


contra os homossexuais. Nos últimos anos, o sistema público de saúde cubano realizou
operações de mudança de sexo. Mariela, sobrinha de Fidel e filha do atual presidente de
Cuba, Raúl Castro, é hoje a principal defensora dos direitos dos homossexuais no país.

Livro

Fidel já havia comentado anteriormente a questão em entrevistas concedidas ao jornalista


francês Ignacio Ramonet entre os anos de 2003 e 2005. "Eu gosto de pensar que a
discriminação contra os homossexuais é um problema que está sendo superado", afirmou.
"Velhos preconceitos e visões estreitas serão, cada vez mais, coisas do passado", disse ele
nas entrevistas a Ramonet, que resultaram no livro "Fidel Castro - Biografia a Duas Vozes"
(Boitempo Editorial, 624 páginas).

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