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BLAIRO: ÁREA PRESERVADA


POR PRODUTORES VALE R$ 3
TRILHÕES
Ministro anuncia novos números sobre a preservação ambiental e um selo para
valorizar os produtos

Edição 10 - 23.07.18

Por Luiz Fernando Sá

Atenção para esse número: R$ 3,1 trilhões. Isso mesmo, trilhões. Uma cifra equivalente a
quase metade do PIB brasileiro em 2017, calculado pelo IBGE em R$ 6,6 trilhões. Esse dado
astronômico é a conta mais precisa do empenho feito por produtores rurais brasileiros na

preservação ambiental. Anunciado pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante a


mais recente edição do Global Agribusiness Forum (GAF-18), ele representa o valor

patrimonial dos 218 milhões de hectares (o equivalente a 25% de todo o território nacional)

reservados à manutenção da vegetação nativa, em suas propriedades, por agricultores e


pecuaristas. Está bem longe de ser uma mera estimativa. Maggi tornou público um

detalhado estudo feito pela Embrapa Territorial, com base em dados do Cadastro Ambiental
Rural (CAR), confirmados com o uso de imagens de satélites, que apontam que o mundo

rural brasileiro utiliza em média 50% da superfície de seus imóveis para a produção. A
outra metade é destinada à proteção ambiental.

“Ninguém no Brasil preserva mais o meio ambiente e dedica mais tempo e recursos a isso

do que os produtores rurais brasileiros”, afirmou Maggi para a PLANT, que obteve o estudo
em primeira mão. De fato, a conta feita pela Embrapa Territorial, que não inclui os gastos

com vigilância e manutenção dessas áreas (instalação de cercas, aceiros etc.), permite

escrever uma nova narrativa ao papel do agronegócio brasileiro nos debates ambientais.
Frequentemente acusados, dentro e fora do Brasil, de serem vilões nesse terreno,

agricultores e pecuaristas têm agora mais do que palavras para contra-argumentar.

Leia também: A Agricultura lidera a Preservação Ambiental

A metodologia da Embrapa Territorial é incontestável (confira no artigo da página xx,

outros dados levantados pela instituição) e já foi referendada inclusive por estudos feitos
pela Nasa para a Organização das Nações Unidas (ONU). Além de demonstrar quanto é

preservado dentro das propriedades rurais, ela aponta que o Brasil possui hoje mais de 66%
de seu território ocupado por vegetação nativa, um percentual muito acima do de qualquer

outra nação com tamanha atividade agropecuária.

BOA PARA A NATUREZA

Contar isso ao mundo, assim como apresentar o uso de boas práticas pelo agronegócio

brasileiro, entrou na ordem do dia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


(Mapa). Maggi também usou o palco do GAF-18 para anunciar a criação de uma marca

específica para ser estampada em produtos agroindustriais brasileiros para exportação.

Batizado de Agro Brazil – Good For Nature, o selo tem como objetivo ressaltar as qualidades

positivas do setor, sobretudo no que se refere a questões ambientais, junto ao mercado

internacional. A proposta é que a marca seja a porteira de entrada para um território de


conteúdos mostrando histórias reais da produção no País associadas aos produtos em que

ela aparece.

O trabalho de desenvolvimento da marca foi comandado por Odilson Ribeiro e Silva,

secretário de Relações Internacionais do Mapa. Ele partiu de uma constatação simples: a de

que o agro brasileiro tem muitos cases positivos para relatar ao mundo, mas esse conteúdo

está disperso e não segue um discurso harmônico. “Precisamos contar a todos como temos

sido bem-sucedidos na utilização de modelos como a Integração Lavoura Pecuária Floresta


(ILPF), a Pecuária Carbono Zero, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), entre outros exemplos de

produção sustentável”, afirma o secretário. O projeto propõe reunir e dar uma unidade a

esse conteúdo, que seria reunido em um único local e, a partir daí, distribuído em várias

frentes. Cada produto brasileiro que traga a marca será um veículo nesse sentido. Junto com
o logotipo será sempre apresentado um QR Code, que encaminhará o consumidor a esse

portal de conteúdo.

“A marca será uma ferramenta de competitividade muito importante e vem ao encontro da


necessidade do agronegócio brasileiro. Esperamos que os setores da agroindústria abracem

a ideia e que, juntos, consigamos promover de forma ainda mais eficiente mais produtos

brasileiros em mais mercados estratégicos”, afirma Ribeiro. O Mapa, de fato, depende das

principais entidades representativas dos setores exportadores para dar visibilidade e

credibilidade à marca Agro Brazil. O projeto foi construído para funcionar como uma
parceria público-privada, em que cada parte tem seu papel. Proprietário da marca, o

ministério, por exemplo, está encarregado de determinar os critérios mínimos, baseados em

padrões internacionais, que produtores e indústrias devem seguir para obter o direito de

exibi-la.

POLIGLOTA

A marca Agro Brazil será de uso opcional das empresas exportadoras. Tê-la em seus rótulos
e embalagens, porém, requer cumprimento de uma série de exigências. “Hoje o Mapa já

certifica produtores e indústrias conforme as boas práticas de produção”, explica. Nessa

certificação estão incluídas práticas em diferentes áreas, como o uso de insumos,

obediência às legislações ambiental e trabalhista, bem-estar animal, entre outras. “Para ter

um produto agrícola sadio, tem de ter um ambiente sadio”, resume o secretário.

As entidades que aderirem ao projeto têm sob sua responsabilidade a indicação dos

produtos que poderão usar a marca e, uma vez que eles sejam aprovados pelo Mapa, a

produção dos conteúdos, seguindo os formatos estabelecidos pelo ministério. Os vídeos que

serão acessados pelos consumidores que utilizarem o QR Code, por exemplo, devem ter

linguagem simples e versões em quatro idiomas (Português, Inglês, Espanhol e Mandarim) e

não podem trazer indicações de produtos, empresa ou produtor. O objetivo é que eles

mostrem com clareza os sistemas de produção de uma determinada cadeia, ressaltando


seus atributos positivos de qualidade, sustentabilidade, cumprimento da legislação e

adequação aos requisitos para exportação.

Fiscalizar a utilização da marca também é atribuição das entidades. Segundo Ribeiro,

instituições como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação

Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira da

Indústria de Café Solúvel (Abics) estão entre as primeiras a adotarem a marca.

AMIGOS DO BRASIL

A marca Brazil Agro será um dos trunfos do governo brasileiro para atingir a meta

estabelecida pelo ministério de elevar para 10% a participação dos produtos nacionais no

mercado global do agronegócio até 2022. Em 2017, quando o setor agrícola foi responsável

por 44,1% das exportações brasileiras, esse índice estava em 7%. Segundo Odilson Ribeiro e

Silva, uma parte desse incremento deve se dar com a diversificação de mercados e a Odilson Ribeiro e Silva, do Mapa: estratégia para
aumentar fatia do Brasil nos mercados globais do
agronegócio
inclusão de mais empresas exportadoras, até mesmo pequenas e médias companhias.

“Estamos trabalhando a partir de um plano continuado de negociações internacionais para


consolidar a imagem do País como produtor e exportador de produtos seguros, sustentáveis

e de alto padrão de qualidade”, diz. Um dos esforços nesse sentido é feito junto aos países de

blocos como o Bric e o Mercosul, por exemplo, para que deem preferência ao produto

brasileiro certificado.

Nas missões internacionais de Blairo Maggi e das equipes do Mapa os principais parceiros

do agro brasileiro serão reconhecidos. O projeto Brazil Agro prevê a condecoração desses

“amigos do Brasil” com uma medalha comemorativa, cunhada em ouro, prata com banho

dourado ou bronze, com a efígie de Anna Pimentel, um nome pouco conhecido, mas
fundamental para o desenvolvimento do agronegócio no País. Mulher de Martim Afonso de

Souza, mandatário da capitania de São Vicente – que ela governou quando ele foi

transferido para a Índia, entre 1534 e 1544 –, Anna foi responsável pela introdução, em 1534,

de uma série de culturas agrícolas no Brasil. Trouxe os primeiros bovinos, plantou as

primeiras laranjeiras, arroz e trigo, além de promover a introdução do consumo de carne

nas refeições das crianças. Uma história que precisa ser contada, assim como a do Brasil

Agro.
Anna Pimentel: primeira mulher do agro no País vai virar
imagem de medalha para os amigos dos produtos
nacionais no exterior
TAGS: Blairo Maggi, Brazil Agro, MAPA

M A I S E M A G R I B U S I N E S S

O QUE NOS DIZ O CENSO COLHEITA NO DESPERDÍCIO PLANT + TOKIO MARINE:


AGROPECUÁRIO DE 2017? Como enfrentar um problema que gera TRANQUILIDADE NO CAMPO
Primeiros resultados do estudo mostram perdas trilionárias e que tem potencial Fácil de contratar e com taxas baixas,
que Brasil mantém estável sua base para destruir o planeta seguro de máquinas agrícolas é essencial
produtiva no campo aos produtores

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