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REVISTA EXAME

A hora e vez do governo 4.0 Assine a newsletter


Mundo afora, as tecnologias digitais estão melhorando os serviços públicos e
mudando a forma como o governo interage com os cidadãos
Por Fabiane Stefano, de Talim, André Jankavski, de Copenhague e Ernesto Yoshida
Não perca nenhuma notícia.
 23 maio 2019, 05h49 Inscreva-se em nossa newsletter gratuita.
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Centro de Talim, capital da Estônia: o país deixou a burocracia soviética e se tornou uma sociedade digital | transferência de correntista…
Günter broker/AGB Photo (/)
Pela Web Links patrocinados por taboola

Governos costumam ser detestados no mundo todo. Em 1986, o então Ela esteve ao seu lado antes
dele se tornar famoso
presidente americano, Ronald Reagan, disse num encontro com a imprensa: “As Finance Nancy
palavras mais aterrorizantes da língua inglesa são: ‘Eu sou do governo e estou
aqui para ajudar’”. Era uma referência a uma piada comum nos anos 70,
Conheça Lucas Aka o lho
recontada em diferentes versões, mas que consistia em escolher quais eram as
adorável de Henri Castelli de
três maiores mentiras do mundo. A primeira: “Não se preocupe, o pagamento
apenas 12 um ano de idade
está a caminho”. A segunda, dita por um conquistador a uma nova amante antes Financial Advisor Heroes

da primeira noite de amor: “É claro que vou te respeitar amanhã”. A terceira,


10 comidas que você nuca
invariavelmente, era sobre a improvável disposição do governo de querer resolver
deveria armazenar na
algum problema. geladeira
Daily Catchers
Pois bem, no Brasil de 2019, muitos cidadãos não têm a menor dúvida de que a
missão do governo é atrapalhar a vida deles. Ainda mais com a sucessão de
confusões dos últimos meses, essa impressão está reforçada. A gestão do
presidente Jair Bolsonaro, que começou cercada de grandes expectativas, em
NAS
pouco tempo enveredou por um caminho repleto de crises, de agradas em boa BANCAS
parte pelo próprio governo, e por ora não se mostrou capaz de colocar em prática 1186 29/05/2019
Acesse o índice
uma agenda para tirar o Brasil do atoleiro e recolocá-lo na trilha do
desenvolvimento.
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Globalmente, a democracia representativa se encontra em um período de baixa,
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como evidenciam o governo populista de Donald Trump nos Estados Unidos, o
avanço de políticos de extrema direita na Europa e o encanto gerado pelo modelo
chinês de capitalismo de Estado. Mas há que se diferenciar o que é governo do
Leia também no
que é Estado. Ao mesmo tempo que a política anda turvada em muitos lugares,
 
surgem novas concepções da relação do Estado com o cidadão. A
transformação vem sendo propiciada por novas tecnologias digitais, como big
data, blockchain e inteligência arti cial. A revolução digital começa a dar origem
a um novo tipo de gestão pública — o governo 4.0 —, que promete melhorar a
qualidade do serviço público, reduzir os custos da máquina estatal, ampliar a
transparência e, de quebra, fortalecer a democracia.

O fenômeno que está provocando mudanças profundas em alguns governos


ganhou um nome: digitalização. O termo passou a fazer parte do vocabulário de
gestores públicos em todo o mundo nos últimos anos e virou tábua de salvação
para uma administração inchada, ine ciente e cara. Estimativas da consultoria
McKinsey apontam que a adoção de tecnologias para a digitalização dos
governos representa globalmente uma oportunidade de economia de 1 trilhão de
dólares por ano. Outro estudo, da consultoria Accenture, calcula que 1% de
avanço na digitalização do setor público poderia gerar um acréscimo de 0,5% no
produto interno bruto dos países e de quase 2% na receita de comércio exterior.

Mas, a nal, que fenômeno é esse que promete revolucionar o serviço público?
Antes de tudo, é bom que que claro que não se trata de informatização — este,
sim, um processo iniciado pelo setor público em vários países. O primeiro
computador comercial do mundo foi instalado no escritório de estatísticas do
governo americano em 1951. No Brasil, o estado de São Paulo adquiriu a
primeira máquina desse tipo para calcular o consumo de água na capital paulista
em 1957. Em ambos os casos, eram equipamentos capazes de armazenar dados
e fazer as quatro operações básicas da matemática. Ao longo dos últimos 30
anos, as repartições públicas foram tomadas por computadores cada vez mais
velozes, mas a natureza do trabalho, essencialmente, não mudou.

Foi só nos anos 2000, com a expansão da computação em nuvem, que uma nova
rota tecnológica emergiu para os governos. “A digitalização do setor público
tornou-se viável porque houve uma expansão acentuada da capacidade e uma
redução brutal do custo de tecnologias”, diz Miguel Porrúa, diretor de governo
eletrônico e cibersegurança do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Ann Brix, recepcionista de um hotel em Copenhague: ir pessoalmente a uma repartição pública é raridade
para os dinamarqueses | André Jankavski

A tecnologia é importante aliada da gestão pública para lidar com crescentes


desa os. Os dé cits scais estão aumentando em países ricos e emergentes em
larga medida pela pressão demográ ca, que vai sobrecarregar os serviços dos
governos num futuro que se avizinha. A população com 60 anos de idade ou
mais aumenta hoje em ritmo mais acelerado do que a de jovens. Atualmente, há
quase 1 bilhão de idosos no mundo — número que deverá dobrar até 2050 e mais
do que triplicar até 2100. Esse é o grupo etário que demanda mais serviços de
saúde e de assistência social. Por isso, a digitalização dos governos apresenta-
se como uma enorme oportunidade. “Não há alternativa. Com a competição
entre os países, quem não tiver um governo mais ágil e e ciente cará para trás”,
diz Arnauld Bertrand, líder global de governos da consultoria EY.

A revolução no setor público está apenas no início, mas já há alguns países no


pelotão de frente. Para entender as mudanças, a reportagem de EXAME visitou
dois deles que estão na fronteira da digitalização: a Estônia e a Dinamarca.
Enquanto o primeiro, uma ex-colônia soviética, embarcou na transformação
digital para sair do mais completo atraso, o segundo já era um dos líderes
globais em qualidade de serviços públicos e agora ocupa a primeira posição no
ranking das Nações Unidas que avalia 193 países conforme o estágio de
implantação do governo eletrônico. Ambos os países são procurados por
gestores do mundo inteiro interessados em aprender com suas experiências em
digitalização (só no ano passado 8.000 pessoas visitaram com esse objetivo
Talim, capital da Estônia, uma espécie de show-room dos serviços digitais).

Em comum, funcionários do governo e especialistas dos dois países repetem de


diferentes maneiras a mesma ideia: a tecnologia é apenas uma ferramenta, o que
importa é a experiência do cidadão. Ninguém costuma sentir saudade de pegar
la em repartições públicas, desde que os cliques facilitem a vida do usuário. É o
caso da recepcionista Ann Brix, de 50 anos, que mora em Copenhague, capital da
Dinamarca. Segundo ela, pisar em uma repartição para resolver um problema por
lá é uma raridade. A última vez que Ann teve de fazer isso foi quando precisou
renovar com urgência o passaporte para uma viagem de última hora — o início do
processo, contudo, foi pela internet. Até mesmo sua contratação para o atual
emprego ocorreu a jato. O hotel em que trabalha a chamou para a vaga em uma
sexta-feira à tarde. Na segunda-feira de manhã, seu primeiro dia na função, tudo
estava legalizado no sistema do governo. “Não existe muita burocracia por aqui.
A empresa e eu assinamos um contrato e pronto”, a rma Ann.

Reconhecimento por íris dos olhos: na Índia, 99% da população adulta já conta com uma identidade digital |
Amit Dave/India-Budget/Reuters

Os dinamarqueses iniciaram a digitalização dos serviços públicos em 2001. O


primeiro passo foi a criação do NemID, uma espécie de RG digital para todos os
cidadãos acima de 15 anos. Com um único login e senha, uma pessoa pode
acessar serviços públicos e realizar transações bancárias pela internet. Em
seguida, foi criada uma caixa-postal eletrônica, por meio da qual os governos
nacional, regionais e municipais passaram a enviar suas noti cações aos
cidadãos. Paralelamente, o acesso a um cardápio de 100 serviços públicos mais
utilizados — como matricular o lho numa escola e entrar com o pedido de
aposentadoria — passou a ser feito apenas pela internet. Depois, o governo criou
um portal que hoje oferece 2.000 tipos de serviço público por autoatendimento —
a pessoa preenche o formulário pela internet e resolve tudo sem precisar ir até
uma repartição pública.

“Os dinamarqueses usam bastante a internet e estão acostumados a resolver


rapidamente uma série de assuntos em seu relacionamento com as empresas
por meios digitais”, diz Adam Lebech, vice-diretor da Agência pela Digitalização,
órgão do Ministério das Finanças responsável pela implantação da tecnologia
digital no setor público. “É natural, portanto, que eles esperem dos serviços
públicos o mesmo grau de e ciência que encontram no setor privado.” O uso da
plataforma digital traz uma economia de 1 bilhão de coroas dinamarquesas (580
milhões de reais) por ano em despesas postais, impressão de formulários e
horas de trabalho dos servidores públicos. Parece pouco, mas estamos falando
de um país de 5,7 milhões de habitantes. Seria como se o Brasil — com uma
população 37 vezes maior — obtivesse uma economia anual de mais de 20
bilhões de reais com a digitalização.

É compreensível que a rica Dinamarca, cujo PIB per capita é um dos maiores do
mundo, esteja investindo fortemente no governo eletrônico, ainda mais porque o
envelhecimento da população tem reduzido a oferta de mão de obra. Mas como
explicar que a Estônia, um país que reconquistou a independência em 1991,
quando metade da população nem sequer tinha telefone xo, conseguiu dar um
salto tecnológico mesmo com total falta de recursos?

O pequeno país báltico é uma prova de que a digitalização do governo não


depende do tamanho do orçamento. Depois de 50 anos de anexação à então
União Soviética, a Estônia cortou todos os laços com Moscou e, de um dia para o
outro, cou sem uma estrutura central de governo e de abastecimento — 98% das
relações comerciais eram com os soviéticos. O orçamento público no primeiro
ano após a independência era de 113 milhões de euros —  menos de 100 euros
por cidadão por ano.

A saída para o novo governo estoniano foi iniciar rapidamente uma transição
para uma economia de mercado, com reforma monetária, privatizações, abertura
do comércio e uma lei que proibia dé cits orçamentários. A reboque, passou-se a
discutir a melhor forma de organizar um governo recém-nascido, que deveria ser
o oposto da estrutura burocrática da era soviética. “Lembro que meu pai estava
construindo nossa casa quando eu era criança e ele tinha de arranjar seis
autorizações para comprar uma simples privada”, diz Kaarel Kuddu, hoje com 36
anos e diretor de produto da TransferWise, startup que facilita transações
nanceiras globalmente, criada em 2010 em Londres por dois empreendedores
da Estônia e avaliada em 4 bilhões de dólares. “Hoje, toda a interação de nossa
empresa com o governo estoniano é feita pela internet.”

Na Estônia, 99% dos serviços públicos são oferecidos digitalmente — apenas


casar-se, divorciar-se e registrar um imóvel são feitos pessoalmente, por
enquanto. Além disso, 99% das transações bancárias são realizadas online e
98% dos negócios são abertos pela internet — o processo dura apenas 18
minutos, fazendo com que a Estônia seja classi cada pela OCDE, o clube dos
países ricos, como uma das nações mais avançadas na transformação digital.
Uma das iniciativas fundamentais para alcançar esse estágio foi a criação, em
2001, de uma plataforma digital chamada X-Road, que hoje integra mais de 1.000
instituições públicas e privadas na troca de dados dos cidadãos. Estima-se que a
digitalização no país resulte em uma economia anual de 2% do PIB e já tenha
poupado mais de 840 anos de tempo de trabalho de cidadãos, empresas e
servidores.

A era dos algoritmos

No mundo todo, a agenda da digitalização de governos ganhou impulso nos


últimos anos com o avanço da inteligência arti cial. A tecnologia que tenta imitar
a capacidade humana de resolver problemas complexos é vista como uma
ferramenta para a formulação de políticas públicas. No setor público, algoritmos
podem, por exemplo, identi car, por meio da coleta de dados eletrônicos,
padrões de comportamento dos contribuintes na evasão de impostos, de
pacientes de maior risco que exigem atendimento médico ou desgastes em
obras de infraestrutura, como pontes e viadutos. A análise desses dados
permitirá que os governos se tornem mais preditivos nas demandas da
população e das cidades, em vez de agirem de modo reativo, como acontece
hoje na maioria dos casos.

Boa parte dos governos ainda tenta entender o potencial da tecnologia. Em 2017,
a Arábia Saudita criou o primeiro Ministério da Inteligência Arti cial. O Canadá foi
pioneiro na elaboração de uma estratégia nacional para a aplicação da
tecnologia. E a China, que ambiciona se tornar líder em inteligência arti cial, já
aplica a tecnologia de reconhecimento facial na segurança pública. Em abril,
mais de 500.000 chineses foram escaneados em busca de traços de minorias
islâmicas que vivem na região noroeste do país. Iniciativas como essa são
polêmicas, pois estão na fronteira da invasão de privacidade. “Hoje, a legislação
europeia é bem rigorosa quanto à utilização de dados dos cidadãos, e sempre
vamos respeitá-la”, diz Lebech, da Agência pela Digitalização, da Dinamarca.

Idosos em Sydney, na Austrália: em 2050, o mundo terá mais de 2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos |
Martin R. Berry/AGB Photo

A tecnologia cria também um desconforto sobre até que ponto, a nal de contas,
ela pode substituir o governo de carne e osso. Na Estônia está em teste um
projeto de juiz-robô que julgará pequenas causas, envolvendo disputas de menos
de 7 000 euros. O software do juiz-robô será alimentado com documentos legais
e tomará decisões com base em algoritmos, eliminando assim o acúmulo de
processos e liberando os magistrados para se dedicarem aos casos complexos.
Com uma ressalva: qualquer cidadão que não concordar com a decisão tomada
por um robô poderá recorrer a um juiz humano. “Não me sentiria confortável em
saber que um processo meu foi julgado por um robô”, diz Bertrand, da consultoria
EY. “Mas, na gestão pública, a tecnologia ajuda a tirar servidores de tarefas
repetitivas para que possam prestar um serviço presencial de qualidade ao
cidadão.”

Outra tecnologia que deve ganhar espaço nos governos é o blockchain. Mais
conhecido por fornecer a infraestrutura para a criação de criptomoedas, como o
bitcoin, o blockchain é como um banco de dados permanente de todas as
movimentações dentro do sistema de governo. Seu uso atende à demanda
crescente do setor público de garantir a segurança dos dados das pessoas e das
empresas. Um exemplo: a Dinamarca será o primeiro país do mundo a aplicar
esse tipo de tecnologia para registros de navios que passam por suas águas,
algo ainda feito de maneira arcaica e pouco segura. O governo separou 5 milhões
de euros para a criação desse sistema, que ajudará a melhorar o controle
aduaneiro nos portos dinamarqueses.

Protestos contra o Brexit: o governo do Reino Unido quer criar ferramentas digitais para ajudar o país na
saída da União Europeia | Dinendra Haria/Sopa Images/Getty Images

No Brasil, o tema da digitalização também tem avançado, ainda que mais


lentamente do que o desejável — o país ocupa a 44a posição no ranking da
Organização das Nações Unidas de governo eletrônico, atrás do Uruguai e do
Chile. Desde 2016, um grupo de 200 técnicos da área de tecnologia, hoje
alocados na Secretaria de Governo Digital, vinculada ao Ministério da Economia,
escrutinam órgãos que terão uma redução signi cativa de servidores. Só no
governo federal estima-se que de 40% a 50% dos cerca de 1 milhão de
funcionários deverão se aposentar nos próximos anos. Em tempos de ajuste
scal, a perspectiva de reduzir o inchado Estado brasileiro é uma boa notícia,
mas há o desa o de garantir que a administração pública não paralise, uma vez
que o ministro da Economia, Paulo Guedes, já avisou que não pretende fazer
novos concursos. “No futuro, para cada dez servidores que se aposentarem no
Brasil, precisaremos contratar apenas um”, a rma Paulo Uebel, secretário
especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, ligado à pasta da
Economia. Um dos órgãos mais afetados será o Instituto Nacional de Seguridade
Social, que presta 72 serviços à população, da concessão de aposentadoria ao
auxílio-doença. Dos 20 000 servidores do INSS, 34% já estão em condições de
pedir a aposentadoria em 2019. O temor é que a reforma da Previdência, ao
endurecer as regras para o funcionalismo, acelere esse processo, que já afeta a
qualidade dos serviços. Juliana Souza e Maxsuéli Pontes, ambas de Joinville, em
Santa Catarina, são duas das 276 000 mulheres no Brasil que aguardam a
liberação do auxílio-maternidade a que têm direito. Juliana é mãe de Helena, de 8
meses, e Maxsuéli, de Chloe, de 5 meses. Elas se conheceram num grupo de
Facebook de mulheres da cidade que vivem a mesma situação. Ambas estão
desempregadas e esperavam que o benefício, no valor de um salário mínimo
mensal por quatro meses, ajudasse nas despesas iniciais das crianças. “Entro no
site ou ligo para a ouvidoria do INSS e todo dia é a mesma resposta: em análise”,
diz Maxsuéli. Pela experiência de outras mães, a expectativa é receber o dinheiro
somente depois que sua lha completar 1 ano.

Hoje, a União presta 2 973 serviços ao público, dos quais quase a metade está
digitalizada. O problema é que eles pouco conversam entre si. Para enviar a
declaração de imposto de renda, é preciso baixar um programa da Receita
Federal. Para requerer a aposentadoria ou outro benefício, é necessário se
cadastrar num site do INSS. Para pedir o passaporte, deve-se entrar no site da
Polícia Federal. Para requisitar o seguro-desemprego, o caminho é preencher um
formulário num site do Ministério do Trabalho. Para consultar as multas de
trânsito, é necessário se cadastrar no site do Detran. E assim por diante. E, para
interagir com cada um desses órgãos, o cidadão precisa preencher uma série de
dados e provar que é quem diz ser.

Com as ferramentas tecnológicas disponíveis, dá para melhorar esse panorama.


No ano passado, o Ministério da Defesa passou a oferecer o alistamento militar
pela internet a cerca de 1,7 milhão de jovens de 18 anos — 47% o zeram online.
Antes do processo de digitalização, 2 307 servidores estavam envolvidos no
alistamento. Com a ferramenta online, foi possível cortar o número para 829.
Estima-se que a redução traga uma economia anual de 181 milhões de reais para
a administração. O plano do governo federal é ter outros 1 000 serviços
digitalizados até 2020 — e gerar uma economia estimada em 3 bilhões de reais
aos cofres públicos.

A magnitude dos ganhos econômicos com a digitalização dos serviços públicos


varia conforme o país, mas costuma ser expressiva. Na Austrália, que ocupa a
segunda posição no ranking das Nações Unidas de governo eletrônico, estima-se
que cada transação entre Estado e cidadão que exija atendimento presencial
custe 17 dólares australianos (47 reais). Se realizada online, o custo cairia para
40 centavos (1,30 real). Em 2016, o governo australiano criou a Agência de
Transformação Digital para liderar a digitalização do setor público. A meta é
possibilitar que os cidadãos tenham acesso a todos os serviços do governo
digitalmente até 2025. Projetos de “governo sem papel” também estão no
horizonte de alguns estados brasileiros, como São Paulo. A secretária paulista de
Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen da Silva, ex-sócia da consultoria
McKinsey para a área de setor público, ainda se surpreende com os carrinhos
que passam pelos corredores dos órgãos de governo abarrotados de papel e
processos. “Tudo demora muito. Os trâmites são lentos, pois há uma quantidade
imensa de regras e legislações que o setor público tem de seguir”, diz Patrícia.
Uma das causas de dor de cabeça dos gestores é a necessidade de armazenar
tudo em papel durante cinco, dez ou até 20 anos, dependendo do caso. Só a
Junta Comercial de São Paulo tem 64 000 caixas armazenadas em depósitos e
gasta anualmente 840 000 reais com o contrato de guarda da papelada. Há uma
perspectiva de que isso possa melhorar. Em abril, o governo federal publicou a
Medida Provisória da Liberdade Econômica, que, entre outras coisas, prevê
regras para digitalização e micro lmagem de documentos, eliminando a
exigência de mantê-los em papel. Falta regulamentar a norma.

Engajamento do cidadão

Uma das barreiras para a transformação digital do setor público é que ela é
muito mais lenta do que os próprios governos gostariam que fosse. O Reino
Unido, outro dos países na linha de frente do governo eletrônico no mundo, tem
enfrentado di culdades nessa seara. Enquanto o Serviço Digital do Reino Unido
(GDS, na sigla em inglês) corre contra o tempo com uma força-tarefa de
desenvolvedores empenhados na criação de soluções online para tornar viável o
Brexit — a saída do país da União Europeia —, o programa de identidade digital
britânico não tem conseguido engajar a população em uma série de serviços.

Lançado em 2013, o programa exige que o cidadão se inscreva numa plataforma


de veri cação para poder acessar de forma segura 19 serviços online do
governo, como a restituição do imposto de renda e linhas de crédito estatal. A
meta do GDS é chegar 25 milhões de pessoas inscritas até 2020. Até fevereiro
deste ano, porém, apenas 3,6 milhões de pessoas tinham aderido ao programa.
Os ganhos estimados com o projeto, inicialmente de 1 bilhão de dólares no
período de 2016 a 2020, foram recalculados para 217 milhões de dólares. “O
engajamento do público é proporcional à dependência da população em relação
ao Estado”, diz Sahil Kini, da Aspada Investment, empresa de capital de risco
indiana focada em empreendedores que desenvolvem soluções para o setor
público.

Kini participou como consultor no projeto de identidade digital de seu país,


batizado de Aadhaar (“alicerce”, na tradução da língua hindi). Cerca de 1,2 bilhão
de indianos, ou 99% da população adulta, já foram cadastrados no sistema de
identi cação baseado em informações biométricas, como impressão digital e íris
dos olhos. O programa, lançado em 2009, ganhou impulso nos últimos anos e
tornou-se uma das principais bandeiras do governo do primeiro-ministro
Narendra Modi. As informações biométricas são vinculadas a um número
pessoal de Aadhaar, de 12 dígitos.

O objetivo inicial da criação de uma identidade digital era combater as fraudes


num programa de distribuição subsidiada de alimentos à população de baixa
renda. Era uma forma também de promover a inclusão social, uma vez que
milhões de indianos, especialmente na zona rural, não tinham nem mesmo um
documento de identidade e, assim, estavam excluídos dos programas
assistenciais. Mas logo a identidade digital passou a ser exigida em várias
situações da vida privada dos indianos — tornou-se impossível, por exemplo,
abrir uma conta bancária ou comprar um telefone celular sem apresentar o
número de Aadhaar.

Alguns críticos dizem que isso representa uma ameaça à privacidade. Em tese, o
Estado indiano conseguiria rastrear todas as transações nanceiras e interações
sociais de cada cidadão, numa versão moderna do Big Brother descrito pelo
escritor inglês George Orwell no romance 1984. Em setembro do ano passado,
depois de muito debate, a Suprema Corte indiana decidiu que as empresas
privadas não podem mais exigir que as pessoas forneçam seu número de
Aadhaar para ter acesso a produtos ou serviços. Ao mesmo tempo, o órgão
máximo do Judiciário indiano rati cou a legalidade do Aadhaar como um todo,
ou seja, o sistema de identidade digital pode continuar a operar. “O Aadhaar dá
dignidade às pessoas marginalizadas”, a rmou a Suprema Corte. “E dignidade é
algo que deve prevalecer sobre a privacidade.”

Maxsuéli e Juliana, respectivamente, mães de Chloe e Helena, em Joinville (SC): à espera do auxílio-
maternidade | Raphael Günther

É uma discussão complexa. Por um lado, todos nós temos direito à privacidade,
um conceito no centro do debate desde que a internet entrou em nossa vida. Por
outro, acontece de o discurso da privacidade ser usado como desculpa para
resistências de políticos e servidores públicos em relação ao escrutínio da
administração pública com o avanço da digitalização. Da grande corrupção aos
pequenos delitos do dia a dia, sem o auxílio das ferramentas digitais é quase
impossível pegar quem está burlando a máquina estatal. Em Recife, a
controladoria da prefeitura planejava uma auditoria da folha de pagamentos dos
cerca de 37.000 servidores. A ideia era destacar cinco funcionários para fazer
uma pesquisa por amostragem, trabalho que deveria consumir aproximadamente
seis meses.

Em 2017, foi aberta uma licitação para a prestação do serviço digitalmente. A


empresa escolhida foi a startup pernambucana Fábrica de Negócio. Ela
implantou um software cujo algoritmo cruza as 25 regras da controladoria com
os mais de 9.000 itens que estão na folha de pagamentos da prefeitura de
Recife. A varredura foi feita em todos os holerites — em míseros 45 segundos.
Veri cou-se todo tipo de irregularidade: servidores que recebiam benefícios
indevidos, horas extras para quem estava de licença médica, e por aí vai. Em
menos de um ano, foram economizados 10 milhões de reais. “Agora, todos os
meses, a prefeitura faz esse pente- no antes de mandar os salários ao banco”,
a rma Hamilton Alves Pessoa, fundador da startup.

Se há uma revolução tecnológica em curso, as startups estão dando sua


contribuição. No Brasil, estima-se que haja cerca de 600 startups dedicadas ao
universo de “govtech”, o ecossistema de empreendedores que oferecem
soluções tecnológicas ao setor público. Boa parte mira as oportunidades em
âmbito regional. “Num cenário de estados e prefeituras quebrados, muitos
políticos estão interessados nas startups porque colocam uma camada de
inovação e e ciência na administração e também economizam dinheiro”, diz
Letícia Piccolotto, fundadora do BrazilLAB, programa de aceleração que conecta
empreendedores com o poder público.

Na região metropolitana de São Paulo, a cidade de Santo André acaba de adotar


a plataforma da startup Colab, espécie de rede social de zeladoria urbana para
compartilhar os problemas locais, já adotada em 100 municípios brasileiros. Em
Santo André, além de captar as reclamações dos moradores, a plataforma do
Colab gerencia o uxo interno das demandas na prefeitura. Se foi reportada a
queda de uma árvore, a plataforma identi ca o passo a passo e quem na
prefeitura está envolvido na resolução do problema. “A plataforma ajuda o
exercício da cidadania”, diz Gustavo Maia, fundador do Colab. “Se o cidadão vê
que o município responde rapidamente aos problemas que reporta, ele vai se
sentir cada vez mais motivado a participar do debate público. Isso fortalece a
democracia.”

Desde o começo do ano, foram relatados pela ferramenta em Santo André


10.400 casos de zeladoria urbana. Cerca de 50% foram resolvidos. Antes havia
uma la de 20.000 pedidos sem solução. “Não faltam ferramentas para tornar o
serviço público mais e ciente e mais transparente”, diz Pedro Seno, secretário de
Planejamento de Santo André.

Arquivo da Junta Comercial de São Paulo: 64 000 caixas com papelada que precisa ser guardada por até 20
anos | Germano Lüders

Governos parados no tempo se distanciam dos cidadãos e das empresas, que


vivem a frenética era de inovações disruptivas. “As horas que o setor público
rouba dos empreendedores nunca vão se transformar em riqueza”, diz Linnar
Viik, cientista de tecnologia da informação e diretor da e-Governance Academy,
um instituto sem ns lucrativos da Estônia que estuda os impactos econômicos
da digitalização. A transformação digital é uma oportunidade para governos que
já desperdiçaram muito tempo e dinheiro com a burocracia. No Brasil, não
agarrar essa chance é adiar mais uma vez a possibilidade de melhorar a vida dos
cidadãos. 

UM GOVERNO QUASE INVISÍVEL


A Estônia já tem uma das mais avançadas máquinas públicas do mundo. Mas o
trabalho não acaba nunca | Fabiane Stefano, de Talim

Siim Sikkut, chefe de tecnologia do governo da Estônia: “O objetivo é tirar da burocracia e gastar mais com as
políticas públicas” | Divulgação

Não faz muito tempo, diretores de tecnologia da informação, os chamados CIOs


(chief information o cer, em inglês), eram cargos que existiam quase
exclusivamente na iniciativa privada. A transformação digital dos governos levou
a posição para o setor público. Siim Sikkut, que ocupa atualmente o cargo no
governo da Estônia, diz que, depois de o país avançar nos serviços digitais, o
foco é tornar a máquina estatal quase invisível.

Como um governo digital se torna um governo melhor?

Com e ciência e transparência. A interação com o governo deve ser a mais


simples possível para que o cidadão possa utilizar seu tempo em atividades
reais de qualidade — como car com a família em vez de esperar na la do
departamento de trânsito. Nosso objetivo é ter um governo que seja quase
invisível na vida do cidadão.

Como a Estônia aplica o que economiza com a digitalização?

O governo digital economiza aproximadamente 2% do produto interno bruto.


Essa economia nos permite, por exemplo, conceder licença parental de 18 meses
e oferecer saúde gratuita. É este o objetivo: tirar da burocracia e gastar mais com
as políticas públicas.

Como tecnologias como inteligência arti cial e blockchain estão mudando o


governo de seu país?

Somos um pequeno país, com população envelhecida, e precisamos de toda


otimização possível. A inteligência arti cial pode tornar o setor público ainda
mais e ciente. Já percebemos que o uso da inteligência arti cial no governo, por
exemplo, incentiva a introdução de novas tecnologias no setor privado. Quanto
ao blockchain, é bom lembrar que é uma excelente ferramenta para reforçar a
integridade de dados e sistemas de informação. Mas não é uma panaceia e tem
aplicação bem especí ca.

Em 2007, a Estônia foi alvo de um grande ataque de hackers. Governos digitais


não cam mais vulneráveis?

Ataques cibernéticos a governos eletrônicos são comuns e podem vir de


qualquer lugar. Todos estão, potencialmente, mais vulneráveis quando
conectados à internet. Na Estônia, priorizamos a segurança cibernética tanto
quanto a criação de serviços digitais. Mas a verdade é que a segurança absoluta
é impossível e temos de aprender a ser resilientes.

“ESTAMOS 15 ANOS ATRASADOS”


Responsável por acelerar a transformação digital no governo, Paulo Uebel diz
que no futuro o Estado poderá dar celulares para a população se conectar aos
serviços públicos | Fabiane Stefano

O secretário Paulo Uebel: “Quanto maior o tamanho do Estado, maior é a chance de haver corrupção” | Flavio
Corvello/Futura Press

Antes de assumir o posto de secretário especial de Desburocratização, Gestão e


Governo Digital no Ministério da Economia, Paulo Uebel já tinha sido presidente
de uma multinacional de espaços de coworking no Brasil e de um fundo de
capital de risco — além de ter passado um ano e oito meses na prefeitura de São
Paulo na pasta de Gestão da administração de João Doria. Logo, a intersecção
entre tecnologia e gestão já é tema recorrente para o advogado e administrador
gaúcho. No governo federal, está à frente da agenda de digitalização, cuja meta é
transformar 1 000 serviços públicos analógicos em digitais.

O governo federal tem 1 milhão de funcionários e, ao mesmo tempo, a


percepção da qualidade do serviço público é ruim. Como a digitalização do
governo vai resolver essa discrepância?

A transformação digital é uma solução, pois melhora a qualidade dos serviços


com menos pessoas. Hoje, o Instituto Nacional de Seguridade Social, por
exemplo, faz 200 000 atendimentos em suas agências diariamente. Cada um
deles passa pela análise de, pelo menos, um funcionário. Com as informações
que o próprio INSS já tem, seria possível, por meio de ferramentas analíticas,
conceder benefícios automaticamente, sem a necessidade de as pessoas irem
até lá.

A digitalização vai diminuir o número de pessoas no governo?

Sim, não haverá a necessidade de repor cada servidor que vai se aposentar. No
futuro, talvez seja preciso um novo funcionário para cada dez aposentados. Com
as ferramentas de inteligência arti cial, o computador vai fazer o trabalho de
milhares de servidores. Será melhor para o cidadão e custará menos para a
sociedade.

O Brasil está muito atrasado nesse processo?

A população brasileira é a quarta maior em inclusão na internet, mas o país


aparece na 44a posição do ranking de digitalização de 193 países das Nações
Unidas. O governo só criou uma estratégia de digitalização no nal de 2016. A
Dinamarca fez isso em 2001. Temos um atraso de 15 anos. Por isso, é preciso
acelerar para recuperar o tempo perdido. E a população vai pressionar. Entre os
jovens de 13 a 24 anos, 87% acessam a internet com frequência,
independentemente da região e da classe social. Daqui a três anos, essa turma
estará consumindo mais serviços públicos, sobretudo por causa do mercado de
trabalho. Eles não vão tolerar um governo analógico.

Mas há no país uma quantidade enorme de analfabetos digitais…

No momento em que você tira as pessoas que têm acesso à internet das
repartições públicas, as que não têm vão ter um atendimento mais rápido e de
maior qualidade. Isso aconteceu na rede bancária. Muita gente resolve a vida
pelo celular e demanda menos da agência. Vai ao banco pessoalmente quem de
fato precisa. No futuro, talvez faça mais sentido para o governo dar a cada
pessoa um celular com capacidade para acessar serviços públicos do que abrir
uma repartição pública.

Isso vai acontecer no curto prazo?

Não nos próximos dois anos. Mas é um cenário com o qual a gente trabalha. Se
o cidadão está numa região remota, em vez de abrir uma agência do INSS ou
outra repartição pública, às vezes, sai mais barato dar um celular com acesso à
internet, pago pelo governo, do que investir numa unidade física.

Um governo mais digital combate melhor a corrupção?

Quanto maior o tamanho do Estado, quanto mais áreas sobre as quais exerce
poder, maiores as oportunidades de corrupção. Atacar o tamanho do Estado é
essencial. Além disso, criar mecanismos que deem maior transparência e
rastreabilidade e evitem decisões arbitrárias. Com a Medida Provisória da
Liberdade Econômica, assinada em abril, criamos a isonomia das decisões
administrativas. Dois cidadãos numa situação similar têm de receber o mesmo
tratamento do governo. Não podemos tratar uma pessoa de um jeito e outra de
outro. Isso dá margem a corrupção. O governo tem de ser e ciente e impessoal.

ELAS QUEREM MUDAR O SETOR PÚBLICO


Uma geração de startups que desenvolvem tecnologias para melhorar os
governos está proliferando no Brasil. Conheça algumas

Foto: Leo Caldas

Auditoria em holerites
O pernambucano Hamilton Alves Pessoa trabalhou 12 anos como executivo da
área de governo das empresas de tecnologia IBM e Totvs. Ao perceber que havia
espaço para ser ocupado no setor, decidiu fundar, em 2015, a Fábrica de
Negócio, que faz auditoria na folha de pagamentos de órgãos públicos. O
algoritmo criado pela empresa cruza regras de controladoria do serviço público
com as informações dos holerites dos servidores. Já foi adotado pelo governo
do Amapá e pela prefeitura de Recife, onde a identi cação de irregularidades
gerou uma economia de 10 milhões de reais em um ano. A empresa acabou de
passar por uma temporada na aceleradora de startups BraziLAB, de São Paulo,
que conecta empreendedores com o setor público, e está em negociação com 15
prefeituras país afora.

Foto: Andre Valentim

Pente- no nos gastos


O consultor carioca Alexandre Simões Estrela cava intrigado que as prefeituras
não aprendiam com as boas práticas de outros municípios. Viu aí uma
oportunidade de negócio. Junto com outros três sócios, ele fundou a Mais
Municípios (foto da operação acima), uma plataforma que permite a
identi cação e a comparação das melhores práticas na gestão pública. O
algoritmo confronta as despesas de combustível de diferentes departamentos
ou o consumo de merenda da rede escolar de uma mesma prefeitura. É possível
comparar também o padrão de gastos em cidades de porte semelhante. Com 80
prefeituras utilizando a plataforma, já foi possível acumular uma economia de
500 milhões de reais em dois anos para o setor público.

Foto: Fabiane Stefano

Certi cação digital


O paulista Edilson Osório Júnior transferiu há pouco mais de um ano sua startup,
a OriginalMy, de São Paulo para Talim, na Estônia, a m de abrir mercados para a
empresa. Osório Júnior criou uma certi cação de documentos e validação de
identidade com o uso da tecnologia blockchain, que cria uma espécie de registro
público descentralizado e seguro. Desenvolvido em 2015, o registro da
OriginalMy tem sido alvo da ira dos cartórios brasileiros, que enxergam um
concorrente adentrando seus domínios. Os desenvolvedores da empresa
continuam no Brasil. Enquanto isso, instalado num coworking onde antes havia
uma fábrica de eletrônicos na era soviética, Osório Júnior tenta levantar 1,5
milhão de dólares para investir na expansão do negócio e busca parceiros
europeus para sua tecnologia.

Foto: Germano Lüders

Hora do remédio
A Cuco Health, da catarinense Lívia Cunha, criou um aplicativo que ajuda na
administração de medicamentos. Funciona assim: o paciente baixa o app no
celular, insere a rotina de remédios e é avisado quando tomá-los. Com contratos
com as farmacêuticas Sano , Roche e GSK, o próximo passo é levar o produto
para as prefeituras. Para entender o setor público, a Cuco fez parceria com o
Hospital do Coração, de São Paulo, no tratamento de crianças cardiopatas.
Muitas tomavam os remédios pós-cirurgia de forma incorreta, aumentando os
casos de reinternação. Com o app no telefone dos pais, a adesão ao tratamento
cresceu de 40% para 79%. “Descobrimos que na rede pública o aplicativo não
pode consumir o plano de dados do celular do paciente, senão ele não usa”, diz
Lívia.

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