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Ataque a militares é
“idêntico” ao que aconteceu
comigo, diz BebiannoAtaque
a militares é “idêntico” ao…
Governos costumam ser detestados no mundo todo. Em 1986, o então Ela esteve ao seu lado antes
dele se tornar famoso
presidente americano, Ronald Reagan, disse num encontro com a imprensa: “As Finance Nancy
palavras mais aterrorizantes da língua inglesa são: ‘Eu sou do governo e estou
aqui para ajudar’”. Era uma referência a uma piada comum nos anos 70,
Conheça Lucas Aka o lho
recontada em diferentes versões, mas que consistia em escolher quais eram as
adorável de Henri Castelli de
três maiores mentiras do mundo. A primeira: “Não se preocupe, o pagamento
apenas 12 um ano de idade
está a caminho”. A segunda, dita por um conquistador a uma nova amante antes Financial Advisor Heroes
Mas, a nal, que fenômeno é esse que promete revolucionar o serviço público?
Antes de tudo, é bom que que claro que não se trata de informatização — este,
sim, um processo iniciado pelo setor público em vários países. O primeiro
computador comercial do mundo foi instalado no escritório de estatísticas do
governo americano em 1951. No Brasil, o estado de São Paulo adquiriu a
primeira máquina desse tipo para calcular o consumo de água na capital paulista
em 1957. Em ambos os casos, eram equipamentos capazes de armazenar dados
e fazer as quatro operações básicas da matemática. Ao longo dos últimos 30
anos, as repartições públicas foram tomadas por computadores cada vez mais
velozes, mas a natureza do trabalho, essencialmente, não mudou.
Foi só nos anos 2000, com a expansão da computação em nuvem, que uma nova
rota tecnológica emergiu para os governos. “A digitalização do setor público
tornou-se viável porque houve uma expansão acentuada da capacidade e uma
redução brutal do custo de tecnologias”, diz Miguel Porrúa, diretor de governo
eletrônico e cibersegurança do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Ann Brix, recepcionista de um hotel em Copenhague: ir pessoalmente a uma repartição pública é raridade
para os dinamarqueses | André Jankavski
Reconhecimento por íris dos olhos: na Índia, 99% da população adulta já conta com uma identidade digital |
Amit Dave/India-Budget/Reuters
É compreensível que a rica Dinamarca, cujo PIB per capita é um dos maiores do
mundo, esteja investindo fortemente no governo eletrônico, ainda mais porque o
envelhecimento da população tem reduzido a oferta de mão de obra. Mas como
explicar que a Estônia, um país que reconquistou a independência em 1991,
quando metade da população nem sequer tinha telefone xo, conseguiu dar um
salto tecnológico mesmo com total falta de recursos?
A saída para o novo governo estoniano foi iniciar rapidamente uma transição
para uma economia de mercado, com reforma monetária, privatizações, abertura
do comércio e uma lei que proibia dé cits orçamentários. A reboque, passou-se a
discutir a melhor forma de organizar um governo recém-nascido, que deveria ser
o oposto da estrutura burocrática da era soviética. “Lembro que meu pai estava
construindo nossa casa quando eu era criança e ele tinha de arranjar seis
autorizações para comprar uma simples privada”, diz Kaarel Kuddu, hoje com 36
anos e diretor de produto da TransferWise, startup que facilita transações
nanceiras globalmente, criada em 2010 em Londres por dois empreendedores
da Estônia e avaliada em 4 bilhões de dólares. “Hoje, toda a interação de nossa
empresa com o governo estoniano é feita pela internet.”
Boa parte dos governos ainda tenta entender o potencial da tecnologia. Em 2017,
a Arábia Saudita criou o primeiro Ministério da Inteligência Arti cial. O Canadá foi
pioneiro na elaboração de uma estratégia nacional para a aplicação da
tecnologia. E a China, que ambiciona se tornar líder em inteligência arti cial, já
aplica a tecnologia de reconhecimento facial na segurança pública. Em abril,
mais de 500.000 chineses foram escaneados em busca de traços de minorias
islâmicas que vivem na região noroeste do país. Iniciativas como essa são
polêmicas, pois estão na fronteira da invasão de privacidade. “Hoje, a legislação
europeia é bem rigorosa quanto à utilização de dados dos cidadãos, e sempre
vamos respeitá-la”, diz Lebech, da Agência pela Digitalização, da Dinamarca.
Idosos em Sydney, na Austrália: em 2050, o mundo terá mais de 2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos |
Martin R. Berry/AGB Photo
A tecnologia cria também um desconforto sobre até que ponto, a nal de contas,
ela pode substituir o governo de carne e osso. Na Estônia está em teste um
projeto de juiz-robô que julgará pequenas causas, envolvendo disputas de menos
de 7 000 euros. O software do juiz-robô será alimentado com documentos legais
e tomará decisões com base em algoritmos, eliminando assim o acúmulo de
processos e liberando os magistrados para se dedicarem aos casos complexos.
Com uma ressalva: qualquer cidadão que não concordar com a decisão tomada
por um robô poderá recorrer a um juiz humano. “Não me sentiria confortável em
saber que um processo meu foi julgado por um robô”, diz Bertrand, da consultoria
EY. “Mas, na gestão pública, a tecnologia ajuda a tirar servidores de tarefas
repetitivas para que possam prestar um serviço presencial de qualidade ao
cidadão.”
Outra tecnologia que deve ganhar espaço nos governos é o blockchain. Mais
conhecido por fornecer a infraestrutura para a criação de criptomoedas, como o
bitcoin, o blockchain é como um banco de dados permanente de todas as
movimentações dentro do sistema de governo. Seu uso atende à demanda
crescente do setor público de garantir a segurança dos dados das pessoas e das
empresas. Um exemplo: a Dinamarca será o primeiro país do mundo a aplicar
esse tipo de tecnologia para registros de navios que passam por suas águas,
algo ainda feito de maneira arcaica e pouco segura. O governo separou 5 milhões
de euros para a criação desse sistema, que ajudará a melhorar o controle
aduaneiro nos portos dinamarqueses.
Protestos contra o Brexit: o governo do Reino Unido quer criar ferramentas digitais para ajudar o país na
saída da União Europeia | Dinendra Haria/Sopa Images/Getty Images
Hoje, a União presta 2 973 serviços ao público, dos quais quase a metade está
digitalizada. O problema é que eles pouco conversam entre si. Para enviar a
declaração de imposto de renda, é preciso baixar um programa da Receita
Federal. Para requerer a aposentadoria ou outro benefício, é necessário se
cadastrar num site do INSS. Para pedir o passaporte, deve-se entrar no site da
Polícia Federal. Para requisitar o seguro-desemprego, o caminho é preencher um
formulário num site do Ministério do Trabalho. Para consultar as multas de
trânsito, é necessário se cadastrar no site do Detran. E assim por diante. E, para
interagir com cada um desses órgãos, o cidadão precisa preencher uma série de
dados e provar que é quem diz ser.
Engajamento do cidadão
Uma das barreiras para a transformação digital do setor público é que ela é
muito mais lenta do que os próprios governos gostariam que fosse. O Reino
Unido, outro dos países na linha de frente do governo eletrônico no mundo, tem
enfrentado di culdades nessa seara. Enquanto o Serviço Digital do Reino Unido
(GDS, na sigla em inglês) corre contra o tempo com uma força-tarefa de
desenvolvedores empenhados na criação de soluções online para tornar viável o
Brexit — a saída do país da União Europeia —, o programa de identidade digital
britânico não tem conseguido engajar a população em uma série de serviços.
Alguns críticos dizem que isso representa uma ameaça à privacidade. Em tese, o
Estado indiano conseguiria rastrear todas as transações nanceiras e interações
sociais de cada cidadão, numa versão moderna do Big Brother descrito pelo
escritor inglês George Orwell no romance 1984. Em setembro do ano passado,
depois de muito debate, a Suprema Corte indiana decidiu que as empresas
privadas não podem mais exigir que as pessoas forneçam seu número de
Aadhaar para ter acesso a produtos ou serviços. Ao mesmo tempo, o órgão
máximo do Judiciário indiano rati cou a legalidade do Aadhaar como um todo,
ou seja, o sistema de identidade digital pode continuar a operar. “O Aadhaar dá
dignidade às pessoas marginalizadas”, a rmou a Suprema Corte. “E dignidade é
algo que deve prevalecer sobre a privacidade.”
Maxsuéli e Juliana, respectivamente, mães de Chloe e Helena, em Joinville (SC): à espera do auxílio-
maternidade | Raphael Günther
É uma discussão complexa. Por um lado, todos nós temos direito à privacidade,
um conceito no centro do debate desde que a internet entrou em nossa vida. Por
outro, acontece de o discurso da privacidade ser usado como desculpa para
resistências de políticos e servidores públicos em relação ao escrutínio da
administração pública com o avanço da digitalização. Da grande corrupção aos
pequenos delitos do dia a dia, sem o auxílio das ferramentas digitais é quase
impossível pegar quem está burlando a máquina estatal. Em Recife, a
controladoria da prefeitura planejava uma auditoria da folha de pagamentos dos
cerca de 37.000 servidores. A ideia era destacar cinco funcionários para fazer
uma pesquisa por amostragem, trabalho que deveria consumir aproximadamente
seis meses.
Arquivo da Junta Comercial de São Paulo: 64 000 caixas com papelada que precisa ser guardada por até 20
anos | Germano Lüders
Siim Sikkut, chefe de tecnologia do governo da Estônia: “O objetivo é tirar da burocracia e gastar mais com as
políticas públicas” | Divulgação
O secretário Paulo Uebel: “Quanto maior o tamanho do Estado, maior é a chance de haver corrupção” | Flavio
Corvello/Futura Press
Sim, não haverá a necessidade de repor cada servidor que vai se aposentar. No
futuro, talvez seja preciso um novo funcionário para cada dez aposentados. Com
as ferramentas de inteligência arti cial, o computador vai fazer o trabalho de
milhares de servidores. Será melhor para o cidadão e custará menos para a
sociedade.
No momento em que você tira as pessoas que têm acesso à internet das
repartições públicas, as que não têm vão ter um atendimento mais rápido e de
maior qualidade. Isso aconteceu na rede bancária. Muita gente resolve a vida
pelo celular e demanda menos da agência. Vai ao banco pessoalmente quem de
fato precisa. No futuro, talvez faça mais sentido para o governo dar a cada
pessoa um celular com capacidade para acessar serviços públicos do que abrir
uma repartição pública.
Não nos próximos dois anos. Mas é um cenário com o qual a gente trabalha. Se
o cidadão está numa região remota, em vez de abrir uma agência do INSS ou
outra repartição pública, às vezes, sai mais barato dar um celular com acesso à
internet, pago pelo governo, do que investir numa unidade física.
Quanto maior o tamanho do Estado, quanto mais áreas sobre as quais exerce
poder, maiores as oportunidades de corrupção. Atacar o tamanho do Estado é
essencial. Além disso, criar mecanismos que deem maior transparência e
rastreabilidade e evitem decisões arbitrárias. Com a Medida Provisória da
Liberdade Econômica, assinada em abril, criamos a isonomia das decisões
administrativas. Dois cidadãos numa situação similar têm de receber o mesmo
tratamento do governo. Não podemos tratar uma pessoa de um jeito e outra de
outro. Isso dá margem a corrupção. O governo tem de ser e ciente e impessoal.
Auditoria em holerites
O pernambucano Hamilton Alves Pessoa trabalhou 12 anos como executivo da
área de governo das empresas de tecnologia IBM e Totvs. Ao perceber que havia
espaço para ser ocupado no setor, decidiu fundar, em 2015, a Fábrica de
Negócio, que faz auditoria na folha de pagamentos de órgãos públicos. O
algoritmo criado pela empresa cruza regras de controladoria do serviço público
com as informações dos holerites dos servidores. Já foi adotado pelo governo
do Amapá e pela prefeitura de Recife, onde a identi cação de irregularidades
gerou uma economia de 10 milhões de reais em um ano. A empresa acabou de
passar por uma temporada na aceleradora de startups BraziLAB, de São Paulo,
que conecta empreendedores com o setor público, e está em negociação com 15
prefeituras país afora.
Hora do remédio
A Cuco Health, da catarinense Lívia Cunha, criou um aplicativo que ajuda na
administração de medicamentos. Funciona assim: o paciente baixa o app no
celular, insere a rotina de remédios e é avisado quando tomá-los. Com contratos
com as farmacêuticas Sano , Roche e GSK, o próximo passo é levar o produto
para as prefeituras. Para entender o setor público, a Cuco fez parceria com o
Hospital do Coração, de São Paulo, no tratamento de crianças cardiopatas.
Muitas tomavam os remédios pós-cirurgia de forma incorreta, aumentando os
casos de reinternação. Com o app no telefone dos pais, a adesão ao tratamento
cresceu de 40% para 79%. “Descobrimos que na rede pública o aplicativo não
pode consumir o plano de dados do celular do paciente, senão ele não usa”, diz
Lívia.
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