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COLUNISTA
Dentro do novo arranjo administrativo que a equipe de transição do futuro presidente da
República está preparando, vem sendo organizado um Ministério da Agricultura (Mapa) Cupons Estadão PUBLICIDADE
muito mais empoderado do que o atual.
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A mais importante novidade será a incorporação ao Mapa da estrutura que cuidará da
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importância da agricultura familiar e as políticas específicas exigidas para este setor não
seriam suficientes para a divisão administrativa criada pelo governo FHC. Seria como se
existisse um Ministério da Saúde para cuidar de planos de saúde nos pequenos
municípios e outro para as demais responsabilidades inerentes ao tema. Não existem
“advogados grandes” e “advogados familiares”: todos os graduados em Direito são
advogados, mais conhecidos ou menos notáveis, mas são todos profissionais do mesmo
ramo, cada qual com sua especialidade.
Assim são os agricultores, uns pequenos, outros médios, outros grandes, mas sua
profissão é sempre a mesma: a produção agropecuária e florestal. Claro que suas
demandas são diferentes, suas capacidades de absorção de tecnologias inovadoras são
distintas, e as ações de governo devem ser compatíveis com tal diversidade. Mas a
duplicidade ministerial, além de elevar custos para a sociedade, acarretava disputas por
poder e por recursos orçamentários e ainda viabilizava uma dicotomia ideológica
indesejável. É lógica, portanto, a criação de uma Secretaria de Agricultura Familiar na
nova estrutura do Mapa, e ainda mais sendo acoplada ao setor do cooperativismo,
instrumento essencial para o desenvolvimento dos pequenos produtores rurais.
Uma novidade muito boa é a criação de uma Secretaria Especial de Assuntos Fundiários,
que tratará de regularização fundiária (inclusive na Amazônia), do cadastramento das
propriedades rurais, e do reordenamento agrário. Terá grande importância, e o tema da
reforma agrária já fez parte do Mapa no passado não tão distante (até os anos 80 do
século passado), e de lá saiu por razões políticas. Esta separação foi ruim, até porque os
organismos que cuidavam dos assuntos fundiários nem sempre se alinhavam à política
agrícola.
São boas novas. E podemos acreditar que outras instituições como a Funai, o Ibama e a
Anvisa, nem sempre afinadas com a visão do Mapa, também se alinhem a ele, sob a
orientação do futuro presidente da República.
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Comentários
COLUNISTA
Desestatização e distribuição de renda
Privatizar não é apenas tentativa de garantir um mínimo de qualidade na administração pública é também importante política de
rendas
Celso Ming, O Estado de S.Paulo SIGA O ESTADÃO
08 Dezembro 2018 | 17h00
O presidente eleito vem pregando urgência na privatização de empresas estatais. Seu
programa eleitoral já denunciava a excessiva existência de estatais no Brasil, nada menos Cupons Estadão PUBLICIDADE
Participações Societárias da União, em apenas 5 anos (de 2012 a 2017), o dispêndio total
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do Tesouro foi de R$ 142,5 bilhões. E o retorno, de apenas R$ 95,9 bilhões (veja o
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Hoje, grande parte das discussões entre privatistas e estatizantes ocupa terreno
falsamente ideológico. Nesses termos, o debate está esvaziado, especialmente depois que,
em todo o mundo, os governos, antes comunistas, abandonaram as tentativas de
desenvolvimento calcadas na propriedade estatal dos meios de produção. A China
privatizou praticamente todo o setor produtivo (menos os bancos). A Rússia e a antiga
Alemanha Oriental atiraram-se a uma privatização quase desesperada para salvar a
economia, como marinheiros que, no meio da tempestade, atiram cargas do navio ao mar
para evitar o naufrágio.
A capitalização das estatais foi feita por meio de apropriação da poupança popular. Os
sucessivos governos recorreram à disparada da dívida, ao aumento de impostos, à
utilização de poupança compulsória (como o PIS-Pasep e como o Fundo de Amparo ao
Trabalhador) ou, simplesmente, a transferências do Tesouro, como as que fez de repasses
ao BNDES, ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal. Nessas condições, foram
desviados recursos que normalmente se destinariam à saúde, à educação e a outras
funções típicas do Estado. Foram garfadas que dilapidaram ainda mais a renda e o bem-
estar do trabalhador.
E não ficou apenas nisso. Para evitar a derrocada, o governo emitiu moeda, produziu
enorme inflação, que achatou o poder aquisitivo do trabalhador, avançou sobre a
correção monetária e sobre o rendimento das cadernetas e segurou o salário mínimo. Em
apenas dez anos (entre 1964 e 1974), a perda do valor de compra do salário mínimo foi
superior a 40%.
Sempre que uma estatal deu errado e resvalou para a insolvência, o prejuízo foi
socializado. As tarifas de energia elétrica, por exemplo, subiram 31,4% nos últimos quatro
anos para cobrir rombo da Eletrobrás e de suas subsidiárias. Se mais recursos do setor
público tiverem de ser usados para capitalizar a Eletrobrás, para construir novas centrais
de energia, refinarias, gasodutos, distribuidoras, ferrovias, estradas de rodagem, portos,
aeroportos, empresas de mineração e tanta coisa mais, a concentração de renda tenderá a
ficar ainda maior.
É por isso que precisa ser dito e repetido, como batidas de tambor: se é para levar a sério
um processo de redistribuição de renda, então é preciso olhar para a privatização dos
meios de produção. E, assim, deixar que o Estado cuide do que deveria e deixou de
cuidar: da saúde, da educação, da segurança e da fiscalização do jogo econômico.
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