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Economia & Negócios 


‘Não é a política que vai Moro evita comentar Ato pós-morte de cão faz Autor do livro
mudar esta nação, é a relatório do Coaf que cita Carrefour Osasco fechar as 'Aparelho Sexual e
igreja’, diz Damares Alves ex-assessores da família portas Cia' faz caricatura de
Bol... Bolsonaro

COLUNISTA

Roberto Rodrigues Conteúdo Exclusivo para Assinante

5 Um outro Ministério da Agricultura


 A duplicidade ministerial acarretava disputas por poder e por recursos orçamentários

Roberto Rodrigues *, O Estado de S. Paulo SIGA O ESTADÃO
 09 Dezembro 2018 | 05h00


Dentro do novo arranjo administrativo que a equipe de transição do futuro presidente da

República está preparando, vem sendo organizado um Ministério da Agricultura (Mapa) Cupons Estadão PUBLICIDADE
 muito mais empoderado do que o atual.
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A mais importante novidade será a incorporação ao Mapa da estrutura que cuidará da
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agricultura familiar. Notebooks com até 25% de desconto!

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De fato, ter mais de um ministério cuidando da agropecuária não fazia sentido. A grande Até 35% de desconto em Smart TVs

importância da agricultura familiar e as políticas específicas exigidas para este setor não
seriam suficientes para a divisão administrativa criada pelo governo FHC. Seria como se
existisse um Ministério da Saúde para cuidar de planos de saúde nos pequenos
municípios e outro para as demais responsabilidades inerentes ao tema. Não existem
“advogados grandes” e “advogados familiares”: todos os graduados em Direito são
advogados, mais conhecidos ou menos notáveis, mas são todos profissionais do mesmo
ramo, cada qual com sua especialidade.

Assim são os agricultores, uns pequenos, outros médios, outros grandes, mas sua
profissão é sempre a mesma: a produção agropecuária e florestal. Claro que suas
demandas são diferentes, suas capacidades de absorção de tecnologias inovadoras são
distintas, e as ações de governo devem ser compatíveis com tal diversidade. Mas a
duplicidade ministerial, além de elevar custos para a sociedade, acarretava disputas por
poder e por recursos orçamentários e ainda viabilizava uma dicotomia ideológica
indesejável. É lógica, portanto, a criação de uma Secretaria de Agricultura Familiar na
nova estrutura do Mapa, e ainda mais sendo acoplada ao setor do cooperativismo,
instrumento essencial para o desenvolvimento dos pequenos produtores rurais.

Outra ótima notícia é a volta ao Mapa do setor pesqueiro e da aquicultura, que


constituíram um ministério específico no governo Lula. É certo que este segmento tem
um extraordinário potencial no nosso País, seja por causa de nossos mais de oito mil
quilômetros de costa marítima, seja por causa de nossos “farturosos” rios e lagos no
interior. Podemos produzir peixes de água doce em profusão, e já estamos fazendo isso,
ou montar uma poderosa frota pesqueira no mar, mas isso não seria razão para um
ministério exclusivo. Se fosse, porque não ter um ministério para a soja, outro para as
culturas permanentes, outro para carnes e até outro para mandioca, reverenciada no
governo anterior...

Uma novidade muito boa é a criação de uma Secretaria Especial de Assuntos Fundiários,
que tratará de regularização fundiária (inclusive na Amazônia), do cadastramento das
propriedades rurais, e do reordenamento agrário. Terá grande importância, e o tema da
reforma agrária já fez parte do Mapa no passado não tão distante (até os anos 80 do
século passado), e de lá saiu por razões políticas. Esta separação foi ruim, até porque os
organismos que cuidavam dos assuntos fundiários nem sempre se alinhavam à política
agrícola.

Será criada uma Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, destinada a


apoiar avanços tecnológicos com ênfase na sustentabilidade, e que dará atenção ao
semiárido. Super justo cuidar desse imenso território do Nordeste, muito populoso, e que
tem ficado à margem de políticas sistêmicas de desenvolvimento, em que aspectos
técnicos como a irrigação ganharão grande incremento.

As demais secretarias, como a de Defesa Sanitária (que cuida de um dos principais


gargalos de nossa produção), a de Política Agrícola (responsável pela definição dos
instrumentos de apoio do governo ao campo) e a de Relações Internacionais (que se soma
ao Itamaraty nas disputas comerciais, inclusive com o trabalho eficiente de nossos adidos
agrícolas a embaixadas selecionadas) serão mantidas e fortalecidas.

E toda a área estratégica ficará diretamente ligada ao gabinete da futura ministra.

São boas novas. E podemos acreditar que outras instituições como a Funai, o Ibama e a
Anvisa, nem sempre afinadas com a visão do Mapa, também se alinhem a ele, sob a
orientação do futuro presidente da República.

* EX-MINISTRO DA AGRICULTURA E COORDENADOR DO CENTRO DE


AGRONEGÓCIOS DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

Mais conteúdo sobre: Ministério da Agricultura aquicultura carne reforma agrária

soja peixe

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Robson Coimbra há uma hora


Agricultura, o maior mérito entre as atividades nacional, só não consigo entender não ter mobilizado energia
para o escoamento do agro negócio, infraestrutura que inclusive alavancaria outras atividades.
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COLUNISTA

Celso Ming Conteúdo Exclusivo para Assinante


Desestatização e distribuição de renda

Privatizar não é apenas tentativa de garantir um mínimo de qualidade na administração pública é também importante política de
 rendas

Celso Ming, O Estado de S.Paulo SIGA O ESTADÃO
 08 Dezembro 2018 | 17h00


O presidente eleito vem pregando urgência na privatização de empresas estatais. Seu

programa eleitoral já denunciava a excessiva existência de estatais no Brasil, nada menos Cupons Estadão PUBLICIDADE

que 147, apenas as controladas pela União. Dessas, 18 dependem de subvenções do


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Tesouro para garantir custeio e aumento de capital. Como mostra o Boletim de Até 10% de desconto em Smartphones!

Participações Societárias da União, em apenas 5 anos (de 2012 a 2017), o dispêndio total
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do Tesouro foi de R$ 142,5 bilhões. E o retorno, de apenas R$ 95,9 bilhões (veja o
gráfico). Promoção Casas Bahia
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Privatizar não é apenas tentativa de garantir um mínimo de qualidade na administração


pública. Deve se ver, também, como importante política de rendas, algo que a esquerda,
que tanto prega a necessidade de redistribuir a renda, não leva em consideração.

Vargas começou com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, da Petrobrás e da


Companhia Vale do Rio Doce. Dava início ao processo de industrialização. Mas a mais
impressionante avalanche estatizante foi no regime militar, principalmente no período
Geisel. Juscelino, notável desenvolvimentista, preferira incentivar o setor privado,
especialmente a indústria automobilística.

Hoje, grande parte das discussões entre privatistas e estatizantes ocupa terreno
falsamente ideológico. Nesses termos, o debate está esvaziado, especialmente depois que,
em todo o mundo, os governos, antes comunistas, abandonaram as tentativas de
desenvolvimento calcadas na propriedade estatal dos meios de produção. A China
privatizou praticamente todo o setor produtivo (menos os bancos). A Rússia e a antiga
Alemanha Oriental atiraram-se a uma privatização quase desesperada para salvar a
economia, como marinheiros que, no meio da tempestade, atiram cargas do navio ao mar
para evitar o naufrágio.

No Brasil, os principais defensores do Estado economicamente forte não se apegam mais


ao campo ideológico. Usam, sim, carcomidos argumentos ideológicos, mas, na prática,
agarram-se a privilégios corporativistas.

Os neoliberais defendem a privatização porque entendem ser um sistema mais eficaz


para aumentar a produção, criar empregos e desenvolver o País. Mas essa deixou de ser
exigência meramente ideológica. Se não por outra razão, passou a ser preciso privatizar e
incentivar a propriedade privada dos meios de produção porque o Estado, quebrado, não
consegue capitalizar as estatais para que se mantenham à tona d’água.

A esquerda brasileira, tão míope quando se trata da adoção de políticas econômicas,


deveria entender que a estatização, em especial no regime militar, foi altamente
concentradora de renda.

A capitalização das estatais foi feita por meio de apropriação da poupança popular. Os
sucessivos governos recorreram à disparada da dívida, ao aumento de impostos, à
utilização de poupança compulsória (como o PIS-Pasep e como o Fundo de Amparo ao
Trabalhador) ou, simplesmente, a transferências do Tesouro, como as que fez de repasses
ao BNDES, ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal. Nessas condições, foram
desviados recursos que normalmente se destinariam à saúde, à educação e a outras
funções típicas do Estado. Foram garfadas que dilapidaram ainda mais a renda e o bem-
estar do trabalhador.

E não ficou apenas nisso. Para evitar a derrocada, o governo emitiu moeda, produziu
enorme inflação, que achatou o poder aquisitivo do trabalhador, avançou sobre a
correção monetária e sobre o rendimento das cadernetas e segurou o salário mínimo. Em
apenas dez anos (entre 1964 e 1974), a perda do valor de compra do salário mínimo foi
superior a 40%.

Sempre que uma estatal deu errado e resvalou para a insolvência, o prejuízo foi
socializado. As tarifas de energia elétrica, por exemplo, subiram 31,4% nos últimos quatro
anos para cobrir rombo da Eletrobrás e de suas subsidiárias. Se mais recursos do setor
público tiverem de ser usados para capitalizar a Eletrobrás, para construir novas centrais
de energia, refinarias, gasodutos, distribuidoras, ferrovias, estradas de rodagem, portos,
aeroportos, empresas de mineração e tanta coisa mais, a concentração de renda tenderá a
ficar ainda maior.

É por isso que precisa ser dito e repetido, como batidas de tambor: se é para levar a sério
um processo de redistribuição de renda, então é preciso olhar para a privatização dos
meios de produção. E, assim, deixar que o Estado cuide do que deveria e deixou de
cuidar: da saúde, da educação, da segurança e da fiscalização do jogo econômico.

Mais conteúdo sobre: Celso Ming privatização

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