Para se ter uma compreensão mais adequada sobre o sinal glotal
gerado pela laringe (van den Berg, 1958 e Titze, 1980) propuseram a teoria mioelástica-aerodinâmica da laringe (TMA). O fenômeno que ocorre na laringe é similar ao efeito de assoprarmos sob uma folha de papel. A medida que parte da folha de papel movimenta-se, novas configurações aerodinâmicas são formadas, alterando a direção e a intensidade da força aerodinâmica aplicada sobre o papel.
Através de uma ilustração é possível demonstrarmos o efeito da
passagem de ar sob a folha de papel, apesar de ser simplificada a ilustração mostra o principio básico das vibrações das cordas vocais.
Podemos enumerar alguns efeitos de acoplamento na TMA como: os
movimentos das cordas vocais alteram a geometria do escoamento de ar criando uma nova distribuição de tensão aerodinâmica sobre a superfície da laringe. A colisão entre as cordas vocais influência o comportamento dinâmico da fonação.
Outra característica importante é a subida mais suave do que a queda,
que é mais abrupta. Analogamente existe uma relação com a força de contato aplicada, através da colisão de ambas sobre as paredes das cordas vocais. Outra característica peculiar à dinâmica da laringe é a existência de uma diferença de fase horizontal.
Matematicamente podemos compreender a dinâmica da laringe.
Utilizando desse importante artificio do mundo dos cálculos vários modelos matemáticos foram propostos indo da complexidade ate a compreensão do funcionamento das cordas vocais. Novamente a matemática entra como mera coadjuvante por fazer mais uma analise precisa de que o próprio escoamento de ar exige a resolução de complexas equações matemáticas.
Como citado no paragrafo anterior, sobre a introdução de artifícios
matemáticos para uma melhor compreensão sobre o assunto tratado nesse artigo, podemos citar um exemplo de modelo matemático: O modelo uma- massa. Esse modelo permitiu analises matemáticas sobre a dinâmica da laringe. Dado corpo de massa M, uma mola K e um amortecedor B, que representam respectivamente a massa das cordas vocais, sua elasticidade e sua capacidade de amortecimento (ou perda de energia). O resultado final da modelagem matemática pode ser dita uma equação diferencial de segunda ordem a titulo de curiosidade , Equações diferenciais ordinárias lineares de segunda ordem são equações que pertencem ao grupo das equações diferenciais lineares e satisfazem as duas características exigidas para tal, ou seja, as duas características propostas no modelo, e assim gerando movimentos oscilatórios da massa.