Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2005
2
Sumário:
Capítulo 1 Introdução.................................................................................................................... 3
Capítulo 2 Elasticidade.................................................................................................................. 7
Movimento Vibratório............................................................................................... 21
Métodos para Determinação das Equações de Movimento....................................... 24
Capítulo 3 Movimento Harmônico.............................................................................................. 34
Capítulo 4 Vibrações Livres Não Amortecidas........................................................................... 38
Capítulo 5 Vibrações Livres Amortecidas................................................................................... 45
Capítulo 6 Vibrações por Excitações Harmônicas...................................................................... 54
Capítulo 7 Massas Rotativas Desbalanceadas............................................................................. 69
Capítulo 8 Oscilação da Base...................................................................................................... 77
Capítulo 9 Resposta para Cargas Qualquer................................................................................. 83
Capítulo 10 Sistemas com “N” Graus de Liberdade................................................................... 105
Capítulo 11 Generalidades das Equações de Freqüências........................................................... 119
Ortogonalidade dos Modos de Vibração.................................................................. 122
Modos Normais em Sistemas com Amortecimento Viscoso................................... 126
Vibrações Forçadas de Sistemas Lineares com “N” Graus de Liberdade............... 128
Capítulo 12 Medição de Vibrações.............................................................................................. 137
Capítulo 1
⇒ A Importância do Estudo da Vibração
A maioria das atividades humanas envolve alguma forma de vibração, tais como a audição, a
visão, a respiração, a fala entre outros. Mais facilmente compreensíveis são as vibrações no campo
da engenharia que são de grande importância. Máquinas, estruturas, turbinas, sistemas de
combustão, de controle e vários outros exigem o conhecimento dos fenômenos ligados a vibrações.
Um dos primeiros casos em estudo de vibrações na engenharia foi motivado pelo
desbalanceamento de motores, turbinas e máquinas centrifugas pesadas. Assim, como vibrações
estão diretamente relacionados com problemas de fadiga, uma vez que essas originam uma
aplicação de cargas cíclicas, é de suma importância o seu estudo. O fenômeno da vibração leva a
um desgaste acelerado, a ruptura de estruturas, ao aumento de folgas, afrouxamento de elementos
de fixação, ruído e em casos de usinagem a um péssimo acabamento superficial.
Figura 1.1: Ponte de Tacoma Narrows durante vibração induzida pelo vento (Reproduzido de Rao,
S., Mechanical Vibrations, Addison Wesley, 1990).
Sempre que a freqüência natural de vibração de uma máquina ou estrutura coincide com a
freqüência da força externa atuante, ocorre um fenômeno conhecido como ressonância, que leva a
grandes deformações e possíveis falhas mecânicas. Um dos exemplos de colapso por vibrações é o
da ponte de Tacoma Narrows (Figura 1.1), nos Estados Unidos, inaugurada em julho de 1940,
colapsou em 7 de novembro do mesmo ano quando entrou em ressonância induzida pelo vento. Em
virtude dos efeitos devastadores que podem surgir em máquinas e estruturas, os testes vibratórios se
tornaram um procedimento padrão no projeto e desenvolvimento da maioria dos sistemas em
engenharia.
Na maioria dos casos, equipamentos são operados por pessoas e as vibrações causadas pelos
mesmos ou de equipamentos vizinhos resultam em um inicial desconforto, passado por perda de
eficiência e chegando até mesmo a lesões. Por exemplo:
Para aumentar a lista de problemas originados pela vibrações podemos sitas ainda as
vibrações no segmento mão braço que são muito comuns na industria.
“entre os homens que usam martelos pneumáticos, para cortar pedras, uma perturbação, na
circulação das mãos, parece ser muito comum... consiste na contração dos vasos que irrigam
a região de certos dedos, deixando-os brancos, entorpecidos... esses ataques normalmente
acontecem de manhã cedo ou após o trabalho... Essa condição é causada indubitavelmente
pelo uso do martelo pneumático. Este problema parece ser causado em função de três fatores
- contração muscular prolongada dos dedos que seguram a ferramenta, as vibrações da
ferramenta e o frio. Se esses fatores forem eliminados a dificuldade talvez possa ser
reduzida”.
Alice Hamilton, 1918.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos, nos EUA (NIOSH, 1989), concluiu, que o
uso de ferramentas manuais que vibram, podem causar a chamada Síndrome da Vibração (também
conhecida como vibração do dedo branco ou o Fenômeno de Raynaud’s de origem profissional).
Esta síndrome atinge o sistema circulatório e neural dos dedos e os principais sinais e sintomas
incluem entorpecimento, dor e a tonalidade branca dos dedos. O Fenômeno de Raynaud’s pode ser
definido, como uma contrição dos vasos periféricos e artérias, com uma conseqüente mudança da
cor da pele das extremidades. A causa mais comum deste fenômeno é a exposição à vibração do
segmento mão-braço. Em 1983, na Inglaterra, foi definido que o termo mais apropriado, para a
descrição deste fenômeno, é Síndrome da Vibração do Segmento mão-braço que apresenta as
seguintes características principais:
• Distúrbios circulatórios (dedos brancos);
• Distúrbios motores (perda parcial ou total da coordenação dos dedos);
• Distúrbios musculoesqueléticos (músculos ossos e articulações da região).
5
4 Descoloramento extensivo; vários dedos, episódios Mudanças ocupacionais para evitar futuras
freqüentes no verão e no inverno exposições à vibração em função da severidade
dos sintomas e sinais
Estágio 1 Estágio 2
Estágio 3 Estágio 4
6
0 Nenhuma ocorrência
Capítulo 2
⇒ Elasticidade
→ Introdução
comportamento podem ser estabelecidas com relativa facilidade e simplicidade matemática quando
se cria um modelo simples para um sistema complexo. Razões como estas justificam a introdução
do estudo de sistemas de um grau de liberdade em cursos de vibrações em engenharia. A figura 2.2
mostra exemplos esquemáticos de sistemas com um, dois e três graus de liberdade. Se um sistema
possui pelo menos um grau de liberdade, os valores das variáveis que descrevem o estado do
sistema (posição, velocidade, aceleração) devem ser especificados. Para isto é necessário que se
escolha um sistema de coordenadas. Esta escolha é arbitrária: pode-se escolher qualquer sistema de
coordenadas para descrever um movimento. Na figura 2.3 o movimento do pêndulo é representado
por dois sistemas de coordenadas. No primeiro, são necessárias duas coordenadas para determinar
exatamente a posição do pêndulo ( x, y ) , sua velocidade ( x&, y& ) e sua aceleração ( && y ) . No segundo
x, &&
sistema apenas a coordenada θ , representa completamente a posição do pêndulo, θ& sua velocidade
e θ&& sua aceleração. Nada impede que o sistema xy seja utilizado. Apenas o mesmo apresentará um
número de equações maior que o sistema mais simples. Nele deve ser incluída a equação de
restrição (condição de contorno) x² + y² = l². Já com a utilização de θ, apenas uma equação
descreverá o movimento do sistema. Este sistema apresenta um número mínimo de coordenadas,
igual ao número de graus de liberdade, necessárias a representar completamente o movimento do
sistema. É, por isto, chamado de sistema de coordenadas generalizadas. O número de graus de
liberdade é sempre igual ao número de coordenadas utilizado menos o numero de equações de
restrição. Assim sendo, um movimento descrito em um sistema de coordenadas generalizadas não
apresenta equações de restrição.
O sistema está em vibração livre quando seu movimento resulta apenas de condições
iniciais, não havendo nenhuma causa externa atuando durante o movimento. O movimento de um
pêndulo é um exemplo de vibração livre. Ao ser abandonado com uma determinada condição inicial
(ângulo inicial, por exemplo), o mesmo irá oscilar livremente. Se, entretanto, alguma ação externa
10
for introduzida durante o movimento com intenção de repor a energia que as resistências passivas
dissipam, a oscilação será chamada de forçada. Em se tratando de um sistema real, as resistências
passivas estão sempre presentes fazendo com que a energia oscilatória se dissipe. Esta dissipação de
energia é representada pela característica chamada amortecimento. A figura 2.4 ilustra uma
vibração não amortecida e uma amortecida.
Nas características dos sistemas mecânicos, três são as que apresentam importância especial
sob o aspecto da vibração: elasticidade, inércia e amortecimento. Isto porque a vibração é, em
essência um processo de troca de energia mecânica, na forma de energia cinética (associada à
velocidade) e energia potencial (associada à deformação). A elasticidade é uma característica que se
relaciona com a capacidade do sistema em armazenar energia potencial. A inércia, por sua vez, se
liga à capacidade de armazenar energia cinética. O amortecimento, finalmente, é conseqüência as
perdas de energia que ocorrem, em função das resistências passivas. Nos modelos físicos destes
sistemas mecânicos, estas características serão representadas pelos elementos: mola (elasticidade,
energia potencial), massa ou momento de inércia (inércia, energia cinética) e amortecedor
(amortecimento, dissipação de energia). A seguir, cada um destes elementos será detalhadamente
discutido.
→ Elemento Mola
A mola linear relaciona diretamente forças e deslocamentos como ilustra a figura 2.5 (a). Como a
função da mola nos modelos físicos será o de representar a capacidade que o sistema possui de
armazenar energia potencial e esta depende da elasticidade, o elemento mola não possui massa nem
amortecimento, de forma que uma força Fm atuando em uma extremidade deve ser equilibrada por
outra força de igual magnitude, mas de sentido contrário, atuando na outra extremidade. Pela
atuação da força Fm, a mola se alonga (ou se contrai, se as forças atuarem com sentidos contrários).
Esta deformação é igual à diferença entre os deslocamentos x2 e x1 . A figura 2.5 (b) mostra uma
curva força x deformação típica de uma mola normal. Esta curva é não linear. Entretanto, para uma
determinada faixa de deformações existe uma proporcionalidade entre a força e a deformação,
sendo k a constante de proporcionalidade, conhecida como constante de mola ou rigidez. As
11
unidades de k no Sistema Internacional (SI), são Newton por metro (N/m). Fm é uma força elástica,
conhecida como força de restauração porque uma mola alongada ou comprimida tende sempre
retornar à sua posição não deformada. A relação entre força e deslocamento é expressa por:
Fm = k ( x2 − x1 ) (2.1)
O elemento mola representa a capacidade que o sistema físico tem em armazenar energia.
Esta capacidade é, muitas vezes, expressa pela elasticidade presente. Em analogia com um sistema
elétrico, a mola pode ser comparada a um capacitor sendo o elemento que armazena energia na
forma de energia potencial em um determinado instante do movimento e depois a devolve para que
o sistema vibratório a transforme em energia cinética ou a dissipe. A energia potencial armazenada
pela mola é dada por:
1 2
U= kx (2.2)
2
Um elemento elástico pode ser deformado em várias direções. Cada relação entre uma força
em uma direção e uma deformação na mesma ou em outra direção produz uma diferente constante
de mola. A equação (2.1) pode, portanto se apresentar na forma mais geral:
Fi = kij x j (2.3)
Sendo que i e j podem indicar, por exemplo, translações e rotações ao longo ou em torno de
três eixos de um sistema de coordenadas cartesianas. Portanto, i e j assumem seis valores diferentes.
Genericamente existirão 6 x 6 coeficientes independentes kij, relacionado com uma possível
aplicação do esforço (força ou momento) e a direção do deslocamento produzido.
Considere-se, a viga engastada da figura 2.6, com o sistema de coordenadas xyz, como indicado. Se
a viga possui uma seção transversal circular de diâmetro d, área A e momentos de inércia Ix, Iy, Iz,
comprimento L, módulo de elasticidade E, módulo de elasticidade transversal G, e se u, v, w, são as
deflexões e θ, φ, ψ as rotações da sua extremidade livre com relação ao sistema de coordenadas xyz,
da Resistência dos Materiais, se tem:
EAv EA
Fv = , kvv =
L L
3EI z u 3EI
Fu = , kuu = 3 z (2.4)
L3 L
3EI x w 3EI
Fw = , k ww = 3 x
L3 L
GI yφ GI y
Mφ = , kφφ =
L L
EI ψ EI
Mψ = z , kψψ = z (2.5)
L L
EI θ EI
Mθ = x , kθθ = x
L L
Fm = Fm1 + Fm 2 (2.6)
13
Fm1 = k1 ( x2 − x1 )
(2.7)
Fm 2 = k2 ( x2 − x1 )
Uma mola equivalente ao conjunto das duas molas deve possuir uma constante de forma
que:
Fm = keq ( x2 − x1 ) (2.8)
keq = k1 + k2 (2.9)
n
keq = ∑ ki (2.10)
i =1
Observando a figura 2.7(b), as seguintes relações podem ser escritas para molas em série:
Fm = k1 ( x0 − x1 ) = k2 ( x2 − x0 ) (2.11)
Fm Fm
x0 − x1 = e x2 − x0 = (2.12)
k1 k2
14
Como para uma mola única vale a expressão (2.8), tem-se que
Fm F F
= x2 − x1 = ( x2 − x0 ) + ( x0 − x1 ) = m + m (2.13)
keq k2 k1
o que conduz a
1
keq = (2.14)
1 1
+
k1 k2
1
keq = n
(2.15)
1
∑
i =1 ki
→ Molas Torcionais
Figura 2.8 - Eixo com dois segmentos com disco na extremidade livre.
ML1
θ1 = (2.16)
( GJ )1
ML2
θ 2 − θ1 = (2.17)
( GJ )2
onde o deslocamento angular total do disco θ2 é:
L1 L2
θ2 = M +
( GJ ) ( GJ )
(2.18)
1 2
M
keq = (2.19)
θ2
Solução 2 – Os dois segmentos de eixo podem ser considerados como duas molas torcionais em
série. Usando as equações (2.16) e (2.17), as constantes de mola para os dois segmentos do eixo
podem ser escritas na forma:
M ( GJ )1
k1 = =
θ1 L1
(2.20)
M ( GJ )2
k2 = =
θ 2 − θ1 L2
de forma que a rigidez equivalente pode ser determinada usando a equação (2.14) ou (2.15), sendo
igual à expressão (2.19).
As molas reais não são exatamente lineares, de forma que a equação (2.1) não é exata.
Nestes casos a variação da deformação depende da força aplicada. No caso de uma mola helicoidal,
por exemplo, a sua rigidez aumenta progressivamente quando as espiras começam a entrar em
contato entre si. O que acontece normalmente é que o comportamento de um elemento elástico é
linear dentro de determinados limites de força e deformação. Quando as tensões superam o limite de
proporcionalidade estabelecido pela Lei de Hooke (Figura 2.9, ponto 4), a deformação não é mais
proporcional à força que a causa.
Existem muitas outras razões para o comportamento não linear de molas. No caso de vigas
em flexão, por exemplo, elas se comportam como molas lineares somente se as deflexões são
pequenas. Sabe-se que para grandes deflexões a teoria das vigas não é adequada existindo uma
relação não linear entre força e deflexão.
16
f ′′ ( x0 ) f ′′′ ( x0 )
F0 + ∆F = f ( x0 + ∆x ) = f ( x0 ) + f ′ ( x0 ) ∆x + ( ∆x ) ( ∆x )
2 3
+ +L (2.21)
2! 3!
∆F = f ′ ( x0 ) ∆x (2.22)
que é uma relação linear e significa que a constante de rigidez k é a derivada da função F = f(x),
calculadas na posição de equilíbrio (tangente).
Não há uma forma simples de determinar o erro deste procedimento. Isto depende da função
f(x), dos padrões de precisão utilizados e dos propósitos da análise.
Exercícios:
1- Um tambor, com um cabo de aço, é montado na extremidade de uma viga em balanço como
mostra a figura 2.11a. Determinar a constante de mola equivalente do sistema quando o
comprimento suspenso do cabo é l. São conhecidos os comprimentos da viga b, sua largura a e sua
espessura t. Assumir que o diâmetro do cabo é d e os módulos de elasticidade da viga e do cabo são
iguais a E.
at 3
3E
3EI 12 Eat 3
kb = 3 = =
b b3 4b3
πd2
E
EA 4 Eπ d 2
kr = = =
l l 4l
A viga em balanço e o cabo podem ser considerados como molas combinadas em série, cuja
constante de mola equivalente é dada por:
1 1 E π d 2 at 3
keq = = =
1 1
+
4b 3 4l 4 π d 2b3 + lat 3
+
kb kr Eat 3 Eπ d 2
2- Uma ponte rolante que opera sobre uma viga de comprimento L e rigidez flexional EI
transporta pesos através de um gancho suspenso por dois cabos de comprimento l, diâmetro d, e
módulo de elasticidade E (fig. 2.13). Determinar a constante de rigidez entre o gancho e a estrutura
na direção vertical.
Solução: A viga é equivalente a uma mola conectada em série com o cabo, que também pode ser
modelado como uma mola. As duas molas são combinadas conduzindo a uma constante equivalente
19
para o conjunto. A rigidez à flexão (que é a forma de deformação a que está submetida) de uma viga
simplesmente apoiada carregada em seu centro é
48 EI
kv =
L3
O cabo, submetido a tração, possui seção transversal é circular com área A= πd2/4, comprimento l e
módulo de Young E, de forma que sua rigidez axial é:
EA π d 2 E
kc = =
L 4l
O modelo da ponte rolante pode ser simplificado (figura 2.13 (b)) pela combinação dos dois cabos
(em paralelo). Chega-se então ao modelo da figura 2.13 (b), que também pode ser simplificado
combinando-se as rigidezes kb e 2k (em série). O resultado é
1 1 1
= +
keq 2kc kv
1 2kc kv 96π EId 2
= =
keq kv + 2kc 192 Il + 2π d 2 L3
3- Os dados relativos a cada um dos segmentos do eixo sob torção, mostrado na figura 2.8(a),
são os seguintes: (GJ)1 = 28700 N.m2, L1 = 4 m, (GJ)2 = 14350 N.m2, L2 = 3 m. Assumindo que o
eixo atua como uma mola torcional, calcular o deslocamento angular do disco causado por um
torque de 115 N.m. Usando este resultado, calcular a constante de mola equivalente.
4 3
θ 2 = 115 + = 0, 04 rad
28700 14350
M 115
keq = = = 2870 [Nm/rad]
θ2 0, 04
M ( GJ )1 28700 Nm
k1 = = = = 7175
θ1 L1 4 rad
M ( GJ )2 14350 Nm
k2 = = = = 4783, 33
θ 2 − θ1 L2 3 rad
20
Cada suporte pode receber uma pré-carga estática de 8 x 9,81/4 = 19,62 N. A deflexão
estática é obtida da equação força x deflexão
dF
k= = ( 5 + 2000 x0 ) .103 = 10, 2 × 103 N/m
dx x = x0
⇒ Movimento Vibratório
Definições:
O estudo de vibrações trata do movimento oscilatório de sistemas e as condições nas quais o
movimento é efetuado. O movimento recebe vários nomes segundo suas características, tais como:
contínuo, aleatório, periódico, etc.
Tipos de Movimentos:
Para que exista uma vibração mecânica, são necessários pelo menos dois tipos diferentes de
energia e seus respectivos elementos:
→ energia potencial (mola)
→ energia cinética (massa)
Os mais simples dos sistemas que envolvem os dois tipos de energia é o sistema massa-
mola.
Existem certas condições em que os movimentos periódicos não são harmônicos, mas de
qualquer forma, um movimento completo (até repetir-se novamente) é denominado de ciclo. O
tempo decorrido entre um ciclo e outro é chamado de período (τ ) e o número de ciclos que
ocorrem em uma unidade de tempo chama-se de freqüência (medida em Hertz → Hz = s-1, rpm,
cpm), assim:
1
f = (2.23)
τ
Uma outra forma de representar o movimento harmônico é representar através da projeção
de um vetor que gira ao redor de um ponto com velocidade angular ω constante, ou seja:
23
Os movimentos periódicos, porém também serem não harmônicos, isto é, não comportam-se
como uma senóide, como mostra a figura a seguir.
As vibrações podem ser também de natureza irregular em que nenhuma parte do movimento
é repetida, sendo denominado de aleatórias.
24
Existem ainda, movimentos devido a impactos ou causados por condições súbitas, o que
origina uma resposta transiente. Exemplos são sistemas submetidos à resistência do ar, impactos e
outros elementos dissipativos, causando uma resposta transiente. É chamado de sistema amortecido.
Sistemas:
• Quando submetido a uma força externa de modo a manter o movimento, o sistema é
submetido a uma vibração forçada.
• Quando vibra sem a presença da força externa, ele apresenta uma vibração livre.
• Quando submetido a forças de atrito, amortecedores, ou outros elementos
dissipativos, o sistema é dito amortecido.
Coordenadas:
A configuração de um sistema (modo de deslocar-se) pode exigir uma ou mais coordenadas
independentes. O número de coordenadas necessárias para descrever o movimento indica o número
de graus de liberdade (g.l.) do sistema. Exemplos:
k = constante de rigidez.
m = massa.
→ Método de Newton:
n n
∑ Fi = m ⋅ a
i =1
∑M
i =1
i = J ⋅α
Por exemplo:
26
Observa-se que nesse caso o peso não participa na expressão final, de modo que deste ponto
em diante ele poderá ser desprezado.
Jθ&& + ktθ = 0
→ Método Energético:
Baseia-se na conservação da energia mecânica total. Sabendo que a energia está composta
pela energia cinética e energia potencial tem-se:
EC + EP = cte (2.26)
d ( EC + E p )
EC máx = EP máx → =0 (2.27)
dt
Por exemplo:
27
mx&
Como EC = e do gráfico a energia de uma mola:
2
x x
kx 2
EP = ∫ Fdx = ∫ kzdz = , logo:
0 0
2
1 2 1 2
EC + EP = mx& + kx
2 2
d
( EC + EP ) = mxx &&& + kxx& = 0
dt
x& ( mx&& + kx ) = 0
Assim: mx&& + kx = 0
1 &2
EC = Jθ
2
1
EP = ktθ 2
2
1 1
logo: EC + EP = Jθ& 2 + ktθ 2
2 2
d
( EC + EP ) = Jθθ
&&& + k θθ& = 0
t
dt
( )
θ& Jθ&& + ktθ = 0
assim: Jθ&& + k θ = 0
t
Exercícios:
Solução: O sistema de elevação pode ser idealizado como um sistema de um grau de liberdade com
duas molas associadas em série (viga em balanço e corda, são os elementos elásticos), cuja rigidez
equivalente é dada por:
kb k r
keq =
kb + k r
onde kb é a rigidez da viga em balanço sob flexão e kr é a rigidez do cabo de aço sob tração.
3EI 3E at 3 Eat 3
kb = = 3 = e
b3 b 12 4b3
EA E π d 2 Eπ d 2
kr = = =
l l 4 4l
E π d 2 at 3
keq =
4 π d 2b3 + lat 3
keq keq g Eg π d 2 at 3
ωn = = =
m Peso 4Peso π d 2b3 + lat 3
2 - Determinar a freqüência natural do sistema de polias mostrado na figura. Assuma que não há
atrito entre cabo e polias e as massas das polias e do cabo são desprezíveis.
29
P 1 1 4 P ( k1 + k2 )
= 4P + = e
keq k1 k2 k1k2
k1k2
keq =
4 ( k1 + k2 )
mx&& + keq x = 0
então, a frequência natural é dada por
keq k1k2
ωn = = rd/s
m 4m ( k1 + k2 )
30
3 - Um rolo compactador de solo consiste de um cilindro de massa m e raio r, que está conectado a
um trator por uma mola de constante k como mostra a figura. Encontrar a sua equação diferencial
do movimento, assumindo que o mesmo está livre para rolar sobre a superfície horizontal sem
deslizamento.
∑ F = mx&&
Ou
mx&& = − kx + F f
Onde F f é a força de atrito, até o momento desconhecida.
Utilizando a equação ∑M = J θ
0
J 0θ&& = − Ff r
Ou
1 2 && x
mr = − F f r
2 r
1 2
Tr = mx&
2
1 &2
Tr = J 0φ
2
1 2
J0 = mr
2
rφ = x ou rφ& = x&
2
1 2 1 1 2 x& 3
T= mx& + mr = mx& 2
2 22 r 4
1 2
U= kx
2
Aplicando o Princípio da Conservação da Energia
(T + U ) = mx&& + kx x& = 0
d 3
dt 2
5 - Um corpo de massa m1 está suportado por uma mola de rigidez k (veja figura). Uma massa m cai
de uma altura h sobre o corpo ocorrendo um impacto perfeitamente plástico. Determinar a
expressão da vibração resultante e a frequência natural do sistema após o impacto.
32
− mg m
x0 = , u0 = 2 gh ,
k m + m1
6 - Estruturas compostas. Determinar a frequência natural da vibração vertical de uma massa ligada
a uma estrutura flexível como mostrado na figura.
Solução: A estrutura da Fig. 5.10 é considerada como duas molas associadas em série. O modelo é
mostrado na figura (a). Para uma viga bi-apoiada constante de mola para a deflexão lateral no meio
EI
é k = 48 3
L
Passo 1: O sistema possui um grau de liberdade. Seleciona-se a coordenada x.
33
Passo 2: Assume-se que a massa é deslocada x. As forças aplicadas são mostradas na figura (d). F é
ainda desconhecida. A compatibilidade dos deslocamentos exige que
F F
δ1 + δ 2 F
δ12 = , δ1 = 2 , δ 2 = 2 , δ 3 = ,
2 k1 k2 k3
δ1 + δ 2 F F F 1 1 1
x = δ12 + δ 3 = + δ3 = + + = F + +
2 4k1 4k2 k3 4k1 4k2 k3
Então
x
F=
1 1 1
+ +
4k1 4k2 k3
−x
mx&& = − F =
1 1 1
+ +
4k1 4k2 k3
1
mx&& + x=0
1 1 1
+ +
4k1 4k2 k3
7 - Uma viga engastada, de aço, com comprimento igual a 1 m possui uma seção transversal
retangular de 0,01 x 0,12 m2. Uma massa de 100 kg é anexada à sua extremidade livre como mostra
a figura. Determinar a frequência natural do sistema para vibração vertical.
Solução: Assume-se que a massa da viga é pequena. mviga = 7800 x 1 x 0,01 x 0,12 = 9,36 kg, mas
se sabe que a sua massa efetiva é cerca de 1/3 deste valor, 3,12 kg, o que representa 3,12 % da
massa colocada na extremidade. A deflexão na extremidade livre da viga engastada, devida a uma
força lateral P ali aplicada é δ = PL3 / 3EI . Portanto, para pequenas oscilações, a constante de mola
é k = P / δ = 3EI / L3 . O momento de inércia da viga é I = bh3/12 = 0,12 x 0,013/12 = 10-8 m4, e o
módulo de elasticidade do aço é E = 2,1 x 1011 N/m2. Portanto, k = 3 x 2,1 x 1011 x 10-8/13 =
6300 N/m.
Capítulo 3
⇒ O Movimento Harmônico
Como já mencionado, o movimento harmônico é periódico e pode ser descrito por uma
função senoidal, conforme a figura 3.1.
Para um sistema massa mola como o da figura 3.1, a equação que descreve o deslocamento é
dada por
x = χ sen ωt (3.1)
A freqüência ω (em rad/s) pode ser convertida em f (em Hz) através da relação:
ω = 2π f (3.4)
As amplitudes do movimento harmônico simples são comumente expressas pelo seu valor
médio ou valor RMS:
2
χ médio = χ (3.5)
π
1
χ RMS = χ (3.6)
2
O movimento harmônico simples pode ser representado por um fasor num plano complexo, como
na figura 3.1.
35
r
χ = a + bi = A cos θ + iA sen θ = Aeiθ (3.8)
(
Sabendo que cos ωt = sen ωt + π
2
)
e que − sen ωt = sen (ωt + π ) , vemos que a velocidade e
a aceleração são também harmônicas, com mesma freqüência de oscilação, mas à frente do
deslocamento por π e π, respectivamente, como na figura 3.2.
2
⇒ Análise Harmônica
a0 ∞
x(t ) = + ∑ (an cos nωt + bn sen nωt ) (3.1)
2 n =1
2 τ
a0 =
τ ∫
0
x(t )dt (3.2)
2 τ
an =
τ ∫0
x(t ) cos nωtdt (3.3)
2 τ
bn =
τ ∫0
x(t )sen nωtdt (3.4)
Voltando à equação (3.1) e examinando os dois termos numa das freqüências, nω1, sua soma
pode ser expressa como:
a bn
an cos nω1t + bn sen ω1t = an2 + bn2 n
cos nω1t + sen nω1t =
an + bn an2 + bn2
2 2
(3.5)
= cn cos ( nω1t − φn )
Sendo:
cn = an2 + bn2 (3.6)
e:
bn
tgφ = (3.7)
an
Capítulo 4
A equação do movimento é:
mx&& + kx = 0 (4.1)
Assim:
A = χ n cos φ
B = χ n sen φ
χ n = A2 + B 2
→ Condições Iniciais
Deslocamento x ( t ) = x0 , para t = 0
Velocidade x& ( t ) = x&0 , para t = 0
Assim:
x&0
x (t ) = sen ωn t + x0 cos ωnt (4.13)
ωn
40
x&02
χ0 = χn = + x02 (4.14)
ω 2
n
x&0ωn
tgφ = (4.15)
x&0
Observações:
Como x ( t ) = χ n sen(ωn t + φ ) , suas derivadas resultam nas velocidades e acelerações:
Ec + E p = cte (4.19)
Quando o sistema está em movimento harmônico, a energia potencial máxima é igual a
energia cinética máxima.
E pmáx = Ecmáx (4.20)
Sendo que as duas energias são calculadas em pontos diferentes em tempos diferentes.
→ Energias Máximas
A energia cinética máxima ocorre quando a velocidade é máxima, isto é a função co-seno
toma valor unitário.
1
Ecmáx = mχ n2ωn2 (4.22)
2
A energia potencial máxima ocorre quando o deslocamento é máximo, isto é quando ao seno
é unitário.
1
E pmáx = k χ n2 (4.24)
2
θ ( t ) = θ n sen(ωnt + φ ) (4.25)
logo:
1
Ecmáx = J ωn2θ n2 (4.27)
2
43
1
Ecmáx = ktθ n2 (4.28)
2
Como o sistema é conservativo a energia total permanece constante então para determinar a
freqüência natural é suficiente igualar as duas energias máximas e isolar a expressão da freqüência.
Ecmáx = E pmáx
1 1
mχ n2ωn2 = k χ n2
2 2
mωn2 = k
k
ωn2 =
m
k
ωn =
m
Note que para obter a freqüência natural pelo método de Rayleigh é necessário conhecer a
resposta da equação do movimento, ou seja, x ( t ) .
→ Exercícios:
1- Determine a freqüência natural de um sistema constituído de uma viga engastada de aço com 25
cm de comprimento, seção quadrada de 5 x 5 mm, onde uma massa de 1,0 kg é fixa na
extremidade livre. R.: fn = 87,5 Hz.
2- Um motor elétrico está apoiado sobre 4 molas, cada uma com uma constante k. se o momento
4a 2 k
de inércia em relação ao eixo de rotação é J0, determine ωn. R: ωn =
J0
44
3- Determine ωn.
k1k2l 2
R: ωn =
( k1l 2 + k2 a 2 ) m
4- Achar a freqüência natural do sistema amortecido.
ka 2 1
R: ωn = ; ωnd = 4ka 2 ml 2 − c 2 a 4
ml 2 2l 2 m
5- Uma massa de 8,588 kg está suspensa por uma mola de k = 7.880,85 N/m. O sistema está
criticamente amortecido. A massa é deslocada a uma posição de 0,1016 m da linha de equilíbrio
e solta.
a. Determinar a constante de amortecimento (c); R: c = 520,31 Ns/m
b. Obter o deslocamento nos tempos 0,01 s, 0,1 s e 1 s. x ( t ) = ( 0,1016 + 3, 078t ) e −30,30t
45
Capítulo 5
→ Coeficiente de Amortecimento:
Sistemas Translacionais:
F Ns
c= =
x& m
Sistemas Rotacionais:
M Nms
ct = & =
θ rd
→ Amortecimento Viscoso
Seja o sistema de um grau de liberdade ao qual se tem aplicado uma perturbação inicial de
velocidade e deslocamento iniciais. Em um instante do movimento escreve-se a segunda Lei de
Newton para achar a equação do movimento.
46
Que é uma equação diferencial linear de segunda ordem com coeficientes constantes e
homogênea, que para a resolução, assume-se uma solução na forma:
x ( t ) = Ce st (5.2)
ms 2 + cs + k = 0 (5.3)
Assim a solução da equação (5.1) é dada por uma combinação das duas soluções x1 ( t ) e
x2 ( t ) :
c2 k
2
= (5.8)
4m m
47
k
ccr = 4mk = 2 mk = 2mωn pois ωn 2 = (5.9)
m
c c
ζ = = (5.10)
ccr 2mωn
(ζωn ) − ωn 2
2
s1,2 = −ζωn ± (5.11)
assim a solução geral será:
ζ >1
ζ =1
ζ <1
→ Amortecimento Supercrítico
ζ >1
c2 k (5.13)
2
>
4m m
→ Amortecimento Crítico
ζ =1
c2 k (5.15)
2
=
4m m
Vejamos como exemplo, neste caso, condições iniciais x0 e x& 0 . Condições iniciais:
→ Amortecimento Subcrítico
ζ <1
c2 k (5.18)
2
<
4m m
e a solução é:
x ( t ) = e −ζωnt C1ei 1−ζ 2 ⋅ωn t
+ C2 e − i 1−ζ 2 ⋅ωn t (5.20)
na forma trigonométrica...
x ( t ) = e −ζωnt {(C + C ) cos 1 − ζ
1 2
2
}
⋅ ωn t + i ( C1 + C2 ) sen 1 − ζ 2 ⋅ ωn t
C1 + C2 = A1 (5.21)
i ( C1 + C2 ) = A2
ou seja:
{
x ( t ) = e−ζωnt A1 cos 1 − ζ 2 ⋅ ωn t + A2sen 1 − ζ 2 ⋅ ωn t
} (5.22)
x ( t = 0 ) = x0
(5.24)
x& ( t = 0 ) = x&0
Tem-se o resultado na forma:
x ( 0 ) = A2 = x0
c − 2cm t −
c
t c
x& ( 0 ) = − e { A2 cos(ωnd t ) + A1 sen(ωnd t )} + e 2 m {− A2ωnd sen(ωnd t ) + A1ωnd cos(ωnd t )} = − x0 + Aωnd
2m 2m
c
x& ( 0 ) = − x0 + A1ωnd = x&0
2m
c
x&0 + x0 &
2 m x + ζωn x0
logo → A1 = = 0
ωnd ωnd
50
Fazendo
A2 = x0 = χ d sen φd
x& + ζωn x0
A1 = 0 = χ d cos φd
ωnd
x0ωnd
tan φd =
x&0 + ζωn x0
2
x& + ζωn x0
χd + 0 + x0
2
ωnd
Portanto:
x ( t ) = e −ζωnt { A1 sen(ωnd t ) + A2 cos(ωnd t )} (5.27)
x ( t ) = e −ζωnt {χ d [ cos(φ )sen(ωnd t ) + cos(ωnd t )sen(φ ) ]} (5.28)
x (t ) = e −ζωn t
χ d sen(ωnd t + φ ) (5.29)
Note que a resposta é aperiódica, mas pelo fato de ser sinusoidal amortecida, ela tem um
pseudo-período:
2π
τ nd = (5.30)
ωnd
x(t) não é periódico, pois x(t + τ nd ) ≠ x(t ) e para efeitos de análise, só se numeram as pseudo
amplitudes positivas.
Dizendo-se que a primeira amplitude máxima acontece para t = t0, assim resulta:
−ζω t
χ = χ 0e n0.
od
2 ciclos → t0 + τ nd .2 = t2 ; χ 2d = χ d e −ζω n 2τ nd
1 χd
δ = ln (3.27)
n χ nd
⇒ EXPERIMENTO I:
DESCRIÇÃO DO ENSAIO:
Procedimentos:
- Engastar a viga, com um comprimento definido na base suporte (veja figura);
- Fixar o acelerômetro na extremidade livre da viga;
- Interligar os equipamentos conforme esquema;
- Deslocar, manualmente, a extremidade livre da viga;
- Registrar o sinal no osciloscópio.
Fundamentação Teórica:
Estudo do sinal – São medidas as amplitudes de dois pontos quaisquer (X0 e Xn) e o número
de ciclos entre elas, como mostra o exemplo da figura a seguir:
53
Cálculo do decremento
1 X0
δ= ln
n X n
Capítulo 6
Um sistema mecânico é muitas vezes submetido à excitações permanentes, que podem ser:
harmônicas, periódicas, não periódicas ou ainda aleatórias.
Apesar de, na prática, as excitações freqüentes serem mais complexas que as harmônicas, o estudo
das vibrações harmônicas é de fundamental importância para o entendimento dos conceitos e para
resolução de casos práticos simples. Também serve de base para estudar respostas a excitações
periódicas. A modo de exemplo citemos que podem ser consideradas harmônicas na prática as
vibrações causadas por uma máquina rotativa desbalanceada, excitações originadas por
desprendimento de vórtices, etc.
a
Pela aplicação da 2 lei de Newton encontra-se a equação do movimento:
mx&& = − kx − cx& + P0 sen ω f t (6.1)
mx&& + cx& + kx = P0 sen ω f t (6.2)
Se observarmos bem, a solução geral da equação (6.2) é soma da solução geral da equação
homogênea mais a solução particular da equação não-homogênea. A primeira representa
fisicamente as vibrações livres do sistema, cuja solução matemática foi determinada nos capítulos
anteriores.
x ( t ) = xh ( t ) + x p ( t ) (6.3)
Assumindo um amortecimento sub-crítico, isto é, ζ < 1 a solução geral da equação
homogênea resulta:
55
(k − mω 2f ) P0
M= (6.6)
(k − mω 2f )2 + (cω f )2
−cω f P0
N= (6.7)
(k − mω 2f )2 + (cω f ) 2
com
N
tan (ψ ) = (6.9)
M
P0
xp (t ) = sen(ω f t −ψ ) (6.10)
(k − mω 2f ) 2 + (cω f ) 2
Sendo:
cω f
tan (ψ ) = (6.11)
k − mω 2f
Comumente diz-se que a relação da freqüência de excitação e a freqüência natural pode ser
representado por um índice:
ω 2f
r2 =
ωn2
(k − mω 2f ) = 1 − 2 = 1 − r 2
k ωn
56
1 2c ωf 2c ω f
(cω f ) = = = 2ζ r
k 2 mk k mk ωn
m
P0
sen (ω f t −ψ )
k
xp (t ) = (6.12)
( f ) ( f)
k k − mω 2 2 + cω 2
14444244443
χf
Po
k χo
χf = = = (6.13)
( k − mω ) 2 2
f cω
+ f
2 (k − mω 2f )2 + (cω f ) 2
k2 k
χo
χf = (6.14)
(1 − r 2 ) + ( 2ζ r )
2 2
e
cω f 2ζ r
tan (ψ ) = = (6.15)
k − mω 2
f 1− r2
Assim:
x p ( t ) = χ f sen(ω f t −ψ ) (6.16)
P0
Observe que χ0 = é a amplitude à freqüência zero.
k
OBSERVAÇÕES: Devido ao amortecimento existem nos sistemas reais, o termo e−ζωnt diminui
mais, ou menos rapidamente, e assim x ( t ) → x p ( t ) . Dessa forma, geralmente não se atribui maior
importância à resposta transitória (equação homogênea) nestes casos de excitação e sim à solução
particular, que quando é alcançada, o movimento do corpo se denomina estado estacionário. Em
geral se despreza a parcela da solução transitória (homogênea).
57
→ Fator de Amplificação:
χf 1
Mf = = (6.18)
χo
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
NOTE: Os valores máximos das curvas são chamados Mr; fatores de amplificação
ressonantes ocorrem para uma freqüência ressonante ωr. O máximo fator de amplificação ocorre
para:
∂M f
=0
∂r
∂M f
= r + r 3 − 2rζ 2 = 0
∂r
assim M f máx ocorre quando:
r − r 3 − 2rζ 2 = 0 ⇒ r (1 − r 2 − 2ζ 2 ) = 0
como r≠0
1 − r − 2ζ = 0
2 2
logo:
1
r = 1 − 2ζ 2 para ζ ≤ ≤ 0, 707 (6.19)
2
Para ζ > 0,707 não se tem valores ressonantes de Mf. Logo o valor máximo do fator de amplificação
resulta:
1
Mr = (6.20)
2ζ 1 − ζ 2
59
Assim, quando r é pequeno ω f ωn tudo se passa como se a força excitadora fosse muito
lenta, em relação à freqüência natural fazendo como se a força fosse aplicada estaticamente,
M f ≅ 1.
Quando r é muito grande, ω f ωn , tudo acontece como se a variação da força de excitação
fosse muito rápida fazendo com que o sistema não tivesse condições de responder a essa força,
M f → 0.
Os valores negativos de “x” significam apenas que a resposta está atrasada em 180° em
relação à oscilação.
x p ( t ) = χ 0 M f sen (ω f t −ψ ) = − χ 0 M f sen (ω f t )
com
2ζ r
tan (ψ ) = =0 → ψ = 180°
1− r2
Resumindo:
1. Os valores de Mr serão maiores quanto menor for ζ.
2. Sistemas com ζ >0,707 apresentam Mr < 1 , não há ressonância.
3. Sistemas com ζ grande (ζ > 3) não respondem à excitação, seja qual for à relação de
freqüência, já que M tende a zero.
4. Para r > 2 , Mf sempre é menor do que a unidade para qualquer ζ.
5. Para r > 3 ; ζ passa a não ter influência sensível na variação de Mf.
→ Ângulo de Fase:
Nota-se que:
1. Quando ζ = 0, ψ = 0° para r < 1
2. Quando ζ = 0, ψ = 180° para r > 1
3. Os valores de ψ serão tão mais convergentes para 90° quanto maior for ζ.
4. Para r = 1, ψ = 90° seja qual for o índice de amortecimento.
→ Transmissão de Forças:
F = kx + cx& (6.23)
Lembrando que para esse modelo, a solução da equação para o estado estacionário é:
x(t ) = χ f sen(ω f t −ψ ) (6.24)
logo a velocidade será:
61
e
cω f
cω f k = 2ζ r
tan (ψ ) = = (6.29)
k − mω 2
f k − mω 2f 1 − r 2
r
A força transmitida pode ser expressa, após um pouco de trigonometria, na forma de uma
única função harmônica:
( k χ ) + ( cω χ ) sen (ω f t −ψ − β )
2 2
F= f f f (6.30)
F = k + ( cω ) χ sen ( ωf t − γ )
2 2
f f (6.31)
cω f
sendo: γ = ψ + β e tan ( β ) = − = −2ζ r
k
Po k 2 + ( cω f )
2
FT = χ f k 2 + ( cω f )
2
= (6.32)
( k − mω ) + ( cω )
2 2 2
f f
Dividindo por k:
1 + ( 2ζ r )
2
cω f
FT = Po pois = 2ζ r (6.33)
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2 k
No ponto de vista prático é importante ver qual é a relação entre a máxima força transmitida
e a máxima força aplicada: esta relação é denominada transmissibilidade, ou seja:
62
Transmissibilidade.
−1 + 1 + 8ζ 2
r= (6.35)
2ζ
Algumas conclusões importantes podem ser constatadas da figura anterior:
1. Quando a relação de freqüências esta entre zero e raiz de dois a Transmissibilidade é maior
que um, significa que nestas condições o sistema funciona como um amplificador mecânica.
Neste caso a força de inércia se acopla à força da excitação.
2. Quando a relação de freqüências é maior que raiz de dois a Transmissibilidade é menor que
um, isto é tem-se uma força transmitida menor que a aplicada. Tem-se então isolamento de
vibrações.
3. O ângulo de fase da força transmitida varia como se apresenta na figura anterior.
Exercícios:
Sem Amortecimento:
1 - Uma bomba alternativa, pesando 70 kg, está montada no meio de uma placa de aço de espessura
igual a 0,0127 m, largura igual a 0,508 m, e comprimento igual a 2,54 m, engastada ao longo de
dois lados, como mostra a figura. Durante a operação da bomba, a placa está sujeita a uma força
harmônica F ( t ) = 220 cos 62,8t N. Encontrar a amplitude de vibração da placa.
P0 220
χf = = = −3,33 10−3 m
k − mω f 2
2,1 10 − 70.62,8
5 2
64
O sinal negativo indica que a freqüência da força excitadora é maior que a freqüência natural
do sistema, uma vez que ocorre oposição de fase.
2. O flap de controle de um avião é mostrado esquematicamente na figura. O momento de inércia J0
do flap em relação ao seu ponto de pivotamento é conhecido, mas a constante torcional kt, devida
ao mecanismo de controle é difícil de calcular. Para determinar a freqüência natural
experimentalmente, o flap é rigidamente montado e excitado como ilustra a figura. A freqüência de
excitação varia até se atingir a ressonância. Se a freqüência de ressonância é ωr, encontrar a
freqüência natural ωn.do sistema.
J 0θ&& + kt + ( k1 + k2 ) L2 θ = k2 eLsenωt
Na ressonância
kt + ( k1 + k2 ) L2 ( k + k ) L2
ω 2 = ωr 2 = = ωn 2 + 1 2
J0 J0
Portanto
fn =
ωn
=
1 ( k + k ) L2
ωr 2 − 1 2
2π 2π J0
Com Amortecimento:
1. Um sistema massa-mola-amortecedor está submetido a uma força harmônica. Achou-se uma
amplitude na ressonância de 20 mm e de 10 mm em uma freqüência 0,75 vezes a freqüência de
ressonância. Determinar o fator de amortecimento do sistema.
χf 1 0, 02 1
Mf = = = =
χo χo
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
(1 − 1 ) + ( 2.ζ .1)
2 2 2
De onde se obtém:
χ 0 = 0, 04ζ
0, 01 0, 01 1
= =
χo 0, 04ζ
(1 − 0, 75 ) + ( 2.ζ .0, 75)
2 2 2
De onde se obtém
ζ = 0,12
Solução:
b. O deslocamento de regime permanente é dado pela primeira das equações 10.2 sendo a amplitude
X e o ângulo de fase φ determinados por (6.10) e (6.11), fazendo F0 = P0 = c1Y ω, c = c1 + c2 e k = k2
c1Y ω
X=
(k − mω 2 ) + ( ( c1 + c2 ) ω )
2 2
2
e
66
( c1 + c2 ) ω
φ = arctan 2
k2 − mω
Sendo o deslocamento:
x p ( t ) = X cos (ωt − φ )
F = c1Y ω
(k − mω 2 ) + ( ( c1 + c2 ) ω )
2 2
2
67
⇒ EXPERIMENTO II:
DESCRIÇÃO DO ENSAIO:
Procedimentos:
Observações:
Fundamentação teórica:
1 3EI
fn = [ Hz ]
2π ( 0, 23mr + ma ) l 3
Sendo: E o módulo de elasticidade da viga; I o momento de inércia da área da seção; mr a massa da
régua e ma a massa do acelerômetro; l o comprimento da viga desde o engaste ao centro do
acelerômetro.
69
Capítulo 7
Sendo:
M → massa total;
m → massa excêntrica;
e → excentricidade;
ωf → velocidade angular da massa excêntrica;
x → define o movimento da massa principal (M-m).
O braço de comprimento “e”, gira a uma velocidade angular ωf (rad/s), a massa principal
oscila na direção vertical como conseqüência do giro do braço com a massa “m”. Conseqüentemente
tem-se um sistema de dois corpos, assim pode-se escrever o movimento como:
n
∑ Fext = ∑ M i aG
i =1
(7.1)
sendo:
aG → aceleração do centro de massa.
dx 2 d 2 ( x + e ⋅ sen ω f ⋅ t ) dx
( M − m) 2
+ m 2
= −k ⋅ x − c (7.2)
dt dt dt
70
Comparando P0 com meω 2f para a solução do estado estacionário, pois meω 2f nada mais é que
a força centrífuga, tem-se:
x(t ) = χ sen(ω f t −ψ ) (7.4)
Sendo agora:
me 2 M
m e ω 2f ωf
χ= = M k = (7.5)
(k − Mω ) 2 2
+ ( cω f )
2 2 2
k−M ω 2
cω f
+
f f
k
k
me r2
χ= (7.6)
M
(1 − r ) 2 2
+ ( 2ζ r )
2
χ r2
Nf = = (7.7)
me
(1 − r 2 ) + ( 2ζ r )
2 2
M
e
2ζ r
tan (ψ ) = (7.8)
1− r2
1
r= >1 (7.10)
1 − 2ζ 2
Note: que o ponto máximo ocorre à direita da ressonância. Como a amplitude depende de
“em”, quanto menores, menor a amplitude.
71
1
Nr = (7.11)
2ζ 1 − 2ζ 2
1
Agora, se ζ ≅ 0 → N r =
2ζ
E para ζ > O,707 não haverá mais o efeito da ressonância.
Observações:
1. Quanto menor o ζ maior Nr;
2. Sistemas com ζ > 0,707 não apresentam ressonância, por tanto para eles N < 1;
3. Os valores Nr ocorrem para r > l, e mais próximos de 1 quanto menor for ζ.
em
Interpretando o valor , de amplitude. Chama-se de desbalanceamento absoluto do rotor a:
M
D = me (7.12)
logo:
em D
= = ε → D = M ⋅ε (7.13)
M M
Donde ε pode-se concluir que é a distância que separa o centro de gravidade do sistema do
centro de rotação do rotor, que é chamada de excentricidade ou desbalanceamento relativo do sistema
rotor.
Observações: Se e ou m são pequenos, a amplitude à pequena. Obviamente é extremamente importante
para evitarem-se vibrações transversais em rotores e eixos. A forma de efetuar esta redução é
72
Estudando-se a transmissão de forças para o caso de massas rotativas. A relação para a força
máxima transmitida FT, obtêm-se substituindo meω f por Po nas equações da força transmitida por
2
excitação harmônica:
k 2 + ( cω f )
2
FT = m e ω 2f = (7.14)
(k − M ω 2 2
) + ( cω )
2
f f
1 + ( 2ζ r )
2
FT = meω 2
f (7.15)
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
1 + ( 2ζ r )
2
meω 2f k
FT = (7.16)
M ωn2
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
r 2 1 + ( 2ζ r )
2
FT
Tr = = (7.17)
mek / M
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
que traçando o gráfico da transmissibilidade, com a relação de freqüências (r), para distintos índices de
amortecimento ζ.
73
Observações:
1. O amortecimento serve para limitar a força transmitida na zona de ressonância;
2. Para uma relação de freqüências, r = 2 → Tr = 2 , todas as curvas se cruzam;
3. Para sistemas sem amortecimento (ζ = 0), para r → ∞ a Tr é um.
4. Quando tem-se amortecimento presente no sistema a força transmitida torna-se grande quando
a relação de freqüências aumenta, mesmo para um índice de amortecimento pequeno, desde
que na prática r ≅ 10, este problema é significativo.
74
Exercícios:
1. O diagrama esquemático de uma turbina de água tipo Francis está mostrado na figura, na qual a
água flui de A para as lâminas B e caem no conduto C. O rotor tem uma massa de 250 kg e um
desbalanceamento (me) de 5 kg.mm. A folga radial entre o rotor e o estator é 5 mm. A turbina opera
na faixa de velocidades entre 600 e 6000 rpm. O eixo de aço que suporta o rotor pode ser assumido
como engastado nos mancais (livre para girar). Determinar o diâmetro do eixo de forma que o rotor
não entre em contato com o estator em todas as velocidades de operação da turbina. Assumir que o
amortecimento é pequeno.
São duas soluções que satisfazem o problema apresentado. Em uma delas a faixa de
freqüências de operação se localiza inteiramente abaixo da freqüência natural do sistema enquanto
que na outra a faixa de operação está acima da freqüência natural.
Caso 1 - Para que a faixa de freqüências de operação fique abaixo da freqüência natural é
necessário que a maior freqüência da faixa, ω = 200 π rd/s, seja inferior a esta. Estabelecendo um
imite de segurança de 20%, ou seja, ωmáx = 1,2 . 200 π =240 π rd/s.
75
Caso 2 - Para que a faixa de freqüências de operação fique acima da freqüência natural é necessário
que a menor freqüência da faixa, ω = 20 π rd/s, seja superior a esta. Estabelecendo novamente um
limite de segurança de 20%, ou seja, ωmin = (0,8).20 π = 16 π rd/s. Para que a faixa de freqüências
fique acima da freqüência natural deve-se trocar o sinal do denominador da primeira expressão,
para que a amplitude continue sendo positiva. Resulta em:
meω 2
X=
Mω2 − k
64.6, 29.105.23
d =
4
= 1, 65.10−4 m 4 → d = 0,113 m
3π .2,1.1011
k 6, 29.105
ωn = = = 50, 2 rd / s
250 250
Capítulo 8
⇒ Oscilação da Base
cω f
= arctan ( −2ζ r ) e chamando A = Y0 k + ( cω f )
2
onde α = arctan − 2
k
Isso mostra que para uma dada excitação da base é equivalente a aplicar uma força harmônica
de magnitude A, dessa forma a solução para o estado estacionário (vibração contínua), pode ser
expresso como:
Y0 k 2 + ( cω f )
2
x (t ) = sen (ω f t − α − φ ) (8.4)
( k − mω 2f ) + ( cω f )
2 2
78
x (t ) = sen (ω f t − α − φ ) (8.5)
(1 − r 2 ) + ( 2ζ r )
2 2
onde:
1 + ( 2ζ r )
2
χ = Y0 (8.7)
(1 − r 2 ) + ( 2ζ r )
2 2
e
γ = α +φ (8.8)
α = arctan ( −2ζ r )
lembrando que: 2ζ r
φ = arctan 2
1− r
A relação entre a amplitude da resposta x (t) e o movimento da base y(t), χ / Y0 , nada mais é
que o fator de amplificação, determinado aqui como:
1 + ( 2ζ r )
2
χ
Td = = (8.9)
Y0
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
Note:
1. Td = 1 para r = 0 e π ≅ 1 para r muito pequeno;
2. Td → ∞ para r = 1 e ζ = 0 ;
3. Td < 1 para r > 2 para qualquer valor de ζ ;
4. Td = 1 para e π ≅ 1 ;
5. Td = máximo para 0 < r < 1 com
1
rmáx = 1 + 8ζ 2 − 1 (8.10)
2ζ
Já a força F, é transmitida para a base ou suporte por meio das reações da mola e do
amortecedor. Essa força pode ser determinada como:
F = k ( x − y ) + c ( x& − y& ) = − mx&& (8.11)
1 + ( 2ζ r )
2
F = mω χ sen(ω f t − γ ) = mω Y0
2
f
2
f . sen(ωf t − γ ) (8.12)
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
ou
r 2 1 + ( 2ζ r )
2
F = Y0 k . sen(ωf t − γ ) (8.13)
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
O gráfico assume a mesma forma que a transmissibilidade de forças para massas rotativas
desbalanceadas.
Note que quando r aumenta, a amplitude é pequena, mas a força é grande. Isto se dá devido à
velocidade envolvida que produz a transmissão pelo mecanismo de amortecimento. O ponto máximo é
portanto:
1
r= 1 + 8ζ 2 − 1 (8.15)
2ζ
81
Exercícios:
1. A figura a seguir mostra um modelo simples de um veículo que pode vibrar na direção vertical
quando trafega por uma estrada irregular. O veículo tem uma massa de 1200 kg. O sistema de
suspensão tem uma constante de mola de 400 kN/m e um fator de amortecimento de 0,5. Se a
velocidade do veículo é 100 km/h, determinar a amplitude de deslocamento do mesmo. A superfície
da estrada varia senoidalmente com uma amplitude de 0,05 m e um comprimento de 6 m.
Solução: O modelo adotado é de um sistema de um grau de liberdade com excitação pela base. A
freqüência excitadora é dada por:
100000
v
f = = 3600 = 4, 63 Hz
L 6
ω = 2π f = 2π ( 4, 63) = 29,1 rd / s
A freqüência natural é dada por
k 400.000
ωn = = = 18,3 rd / s
m 1200
ω 29,1
r= = = 1, 59
ωn 18, 3
A amplitude é, então obtida utilizando a eq. (8.9):
1 + ( 2ζ r ) 1 + ( 2.0,5.1,59 )
2 2
X
= = = 0,85
(1 − r 2 ) + ( 2ζ r ) (1 − 1,592 ) + ( 2.0, 5.1,59 )
2 2 2 2
Y
82
Consequentemente:
X = 0,85.0, 05 = 0, 0425 m
2. Uma máquina pesando 3000 N está apoiada em uma base deformável. A deflexão estática da
base, devida ao peso da máquina é 7,5 cm. Observa-se que a máquina vibra com uma amplitude de
1 cm quando a base está sujeita à oscilação harmônica na freqüência natural do sistema com
amplitude
de 0,25 cm. Achar:
a. a constante de amortecimento da base;
b. a amplitude da força dinâmica na base, e
c. a amplitude do deslocamento da máquina em relação à base.
Solução:
Peso 3000
k= = = 40.000 N / m
δ estático 0, 075
1 + ( 2ζ )
2
X 1
= =
Y 4ζ 2
0, 25
resultando em
1
ζ2 = → ζ = 0,129
60
3.000 N .s
c = 2ζ mωn = 2ζ km = 2.0,129 40.000 = 903
9,81 m
1 + ( 2ζ )
2
Ft = kY = kX = 40.000.0, 01 = 400 N
( 2ζ )
2
Y 0, 0025
Z= = = 0, 00968
2ζ 2.0,129
Pode ser observado que, embora sendo a amplitude do movimento relativo definido como z
= x − y, Z não é igual à diferença entre as amplitudes X e Y. Isto se dá porque existe um ângulo de
83
fase entre os movimentos, de forma que não atingem os seus valores máximos no mesmo instante
de tempo.
84
Capítulo 9
⇒ Resposta para Cargas Qualquer
Qualquer função periódica como a da figura a seguir, pode ser escrita em uma série de seno
e co-seno. Assim, a força P = P(z) pode ser expressa como:
∞
P ( z ) = ao + ∑ (an cos nz + bn sen nz ) (9.16)
n =1
Os coeficientes ao, an, bn podem ser calculados por meio das seguintes expressões
1 2π
ao =
2π ∫0
Pdz (9.17)
1 2π
π∫
an = P cos nz dz (9.18)
0
1 2π
bn =
π ∫ 0
P sen nz dz (9.19)
Uma vez determinados os coeficientes ao, an, bn, tem-se definida a série que define a função
periódica, que no caso seria a força de excitação.
∞
mx&& + cx& + kx = ao + ∑ (an cos nz + bn sen nz ) (9.20)
n =1
n z = n ωf t
A solução da equação (9.20) envolve a resolução para cada parte do segundo membro e a
aplicação do Princípio de Superposição de feitos. Considera-se somente a solução não homogênea
que é a que produz o estado estacionário. Como a equação é linear, aplica-se o princípio de
superposição, de maneira que se encontra a solução para cada parcela da força.
Sendo:
2 ζ rn ωf
tg ψ = e rn = nr = n ( ) (9.24)
1 − rn2 ωn
Que são soluções obtidas em capítulos anteriores. Logo, superpondo as soluções tem-se a
solução para o estado estacionário.
∞
a an k
x p (t ) = o + ∑ cos(nω f t −ψ n ) +
k n =1 (1 − rn2 )2 + (2ζ rn )2
∞
(9.25)
bn k
+∑ sen (nω f t −ψ n )
n =1 (1 − rn2 ) 2 + (2ζ rn )2
Observe que:
B 2π
P(z) = z , 0 ≤ z ≤ 2π , z = ωf t , ωf =
2π τf
1 2π B
bn = ∫ P sen nz dz = − ∀n
π 0 nπ
A resposta x ( t ) resulta:
87
Bπ
sen (ω f t −ψ 1 ) +
1k
x (t ) = −
π 2k
(1 − r )1
2 2
+ ( 2ζ r1 )
2
sen ( 2ω f t −ψ 2 )
1k
+ + ...
2 (1 − r )
2 2
( 2ζ r2 )
2
2 +
Existem processos que não apresentam uma variação definida da força no tempo, é o caso de
impulsos, impactos, etc. No item a seguir se estudará o comportamento de um sistema de um grau
de liberdade frente uma força arbitrária, para isso é necessário conhecer a resposta a um impulso
unitário. Considere-se o sistema da figura submetido a uma força instantânea de grande magnitude e
curta duração. Neste caso a área da curva força-tempo é unitária. Em outras palavras o impulso
linear é unitário.
a equação é homogênea pelo fato da força estar aplicada em um tempo infinitamente pequeno, à
equação (9.26) acompanham as condições iniciais.
x0 = 0 e mx&0 = 1 (9.27)
c
Sendo: m: massa do sistema; ωn : freqüência natural; ζ = :índice de amortecimento;
2mω n
ωnd = ωn 1- ζ 2 : freqüência natural amortecida.
Considerando então que a carga esta composta por infinitos impulsos, conseqüentemente o
deslocamento resulta:
1 t
x(t ) =
mωnd ∫0
e −ζωn (t −τ ) sen ωnd (t − τ ) P(τ )dτ (9.29)
1 −ζωn t x
&0 + ζωn xo
t
−ζωn ( t −τ )
x(t ) =
mω nd ∫0 e sen ω nd (t − τ ) P (τ ) dτ + e
ωnd
sen ω nd t + x0 cos ω nd t
(9.30)
89
Em alguns casos é importante calcular a aceleração do sistema, com este objetivo derivamos
a equação (9.30) duas vezes, aplicando a Regra de Leibnitz sucessivamente:
d φ2 (t ) φ2 ( t ) ∂ F dφ dφ
∫ F (τ , t )dτ = ∫ dτ − F (φ1 , t ) 1 + F (φ2 , t ) 2
dt φ1 (t ) φ1 ( t ) ∂ t dt dt
2
d φ2 (t ) d φ2 (t ) ∂ F dF (φ1 , t ) dφ1
2 ∫φ ( t )
F (τ , t )dτ = ∫ dτ − −
dt 1 dt φ1 (t ) ∂ t dt dt
(9.31)
d 2φ dF (φ2 , t ) dφ2 d 2φ
− F (φ1 , t ) 21 + + + F (φ2 , t ) 22 =
dt dt dt dt
φ2 ( t ) ∂ F
2
∂ F (φ1 , t ) dφ1 ∂ F (φ2 , t ) dφ2 d 2φ2
=∫
φ1 ( t ) ∂ t 2
d τ − + + F ( φ , t )
∂t dt dt dt
2
dt 2
Chamando
F (τ , t ) = P(τ )e−ζωn ( t −τ ) sen ωnd (t − τ )
φ1 (t ) = 0
φ2 (t ) = t
Obtém-se
∂ 2F
= − P (τ )eζω τ e−ζω t ωnd2 sen ωnd (t − τ ) − P(τ )eζω t e −ζω t ζ ωnωnd cos ωnd (t − τ )
n n n n
∂ t2
− P (τ )eζω t e −ζω t ζ ωnωnd cos ωnd (t − τ ) + P(τ ) eζω t e −ζω t ζ 2ωn2 sen ωnd (t − τ )
n n n n
(9.32)
= (ζ 2ωn2 − ωnd2 ) P (τ ) e −ζωn ( t −τ ) sen ωnd (t − τ ) − 2ζ ωnωnd P(τ ) e −ζωn ( t −τ ) cos ωnd (t − τ )
∂F (φ2 , t ) dφ2
= P (t )ωnd ; =1 (9.33)
∂t dt
∂ F (φ1 , t )
= P (0) e −ζω t ωnd cos ωnd t − P(0) e−ζω t ζωn sen ωnd t
n n
(9.34)
∂t
dφ1
=0 , F (φ2 , t ) = 0
dt
t
(ζ 2ωn2 − ωnd2 ) ∫ P(τ )e −ζωn ( t −τ ) sen ωnd (t − τ )dτ −
0
{ } mω
t 1 (9.35)
−ζωn ( t −τ )
− 2ζωnωnd ∫ P(τ )e cos ωnd (t − τ )dτ + P(t )ωnd
0
nd
90
De fato a avaliação das integrais envolvidas nas equações (9.30) e (9.36) são complicadas
quando se quer fazê-lo em forma fechada. Também no caso de se dispor de dados numéricos não
seria possível realizá-la; nos dirigimos, então, a uma integração numérica.
1 t 1 t
∫ P (τ )e −ζωn ( t −τ ) sen ωnd t cos ωndτ dτ − ∫ P(τ ) e−ζ ωn ( t −τ )
x(t ) = cos ωnd t sen ωndτ dτ
mωnd 0 mωnd 0
(9.38)
Sendo:
1 t
∫ P (τ ) e−ζ ωn ( t −τ )
A(t ) = cos ωndτ dτ (9.40)
mωnd 0
e
1 t
∫ P (τ ) e−ζ ωn ( t −τ )
B (t ) = sen ωndτ dτ (9.41)
mωnd 0
A integração numérica se reduz a avaliação das equações (9.40) e (9.41),aplica-se para isso a
Regra de Simpson, no tempo genérico t.
91
Em t:
∆τ
A(t ) = P (t − 2∆τ ) cos ωnd (t − 2∆τ ).e −ζ ωn 2 ∆τ
+ 4 P(t − ∆τ ) cos ωnd (t − ∆τ ).e −ζωn ∆τ + P(t ) cos ωn t
3mωnd
em t + 2∆τ:
∆τ
A(t − 2∆τ ) = P (t − 2∆τ ) cos ωnd (t − 2∆τ ).e −ζωn 4 ∆τ
3mωnd
+ 4 P (t − ∆τ ) cos ωnd (t − ∆τ ).e −ζ 3ωn ∆τ
+ P (t ) cos ωn t.e −ζ 2ωn ∆τ + P(t ) cos ωn t.e −ζ 2ωn ∆τ
+ 4 P (t − ∆τ ) cos ωnd (t − ∆τ ).e −ζωn ∆τ
+ P (t − 2∆τ ) cos ωnd (t − 2∆τ )
∆τ
A(t − 2∆τ ) = A(t ) . e −ζ ωn ∆τ
+ P(t − 2∆τ ) cos ωnd t . e−ζ ωn 2 ∆ τ
3mωnd
+ 4 P (t − ∆τ ) cos ωnd (t − ∆τ ).e−ζ ωn ∆ τ
A
Em que ∑ (t − 2∆τ ) é o valor do somatório do tempo precedente.
3
O coeficiente B(t) é calculado trocando o cosseno pela função seno em todas as expressões.
Com o desenvolvimento anterior obtivemos os coeficientes necessários para a integração numérica
do deslocamento, vejamos a seguir como integramos numericamente as expressões da aceleração.
t
(ζ 2ωn2 − ωnd2 ) ∫ P(τ ).e−ζ ωn ( t −τ )
sen ωnd (t − τ ) dτ
0
t 1 (9.43)
−2ζ ωnωnd ∫ P(τ ).e −ζ ωn ( t −τ )
cos ωnd (t − τ ) dτ
0 mωnd
O segundo termo da expressão (9.43) precisa de algumas transformações para ser avaliado.
2ζωnωnd t
−
mωnd ∫ 0
P (t ) .e −ζωn (t −τ ) cos ωnd (t − τ ) dτ (9.45)
92
cos(ωnd t − ωndτ ) = cos ωnd t cos ωndτ + sen ωnd t.sen ωnd (9.46)
2ζωnωnd t
−
mωnd ∫ 0
P(t ) .e −ζωn (t −τ ) cos ωnd t.cos ωndτ dτ +
(9.47)
t
−ζωn ( t −τ )
+ ∫ P(t ) .e sen ωnd t.sen ωndτ dτ
0
Comparando a expressão (9.47) com as equações (9.40) e (9.41), pode-se escrever a equação
(9.45) na forma:
(−2ζ ωnωnd ) cos ωnd t . A(t ) + (−2ζ ωnωnd ) sen ωnd t .B(t ) (9.48)
P0 t
x=
mωn ∫ sen ω τ sen ω (t − τ )dτ
0
n n (9.50)
π
F (t ) = P0 sen ωt 0 ≤ t ≤
ω
π
F (t ) = 0 para t≥
ω
k
onde ωn2 = .
m
2nπ 2nπ
t0,, = = (9.55)
ωn + ω ω
ω n + 1
ω
assim:
P0 mωωn 2nπ
x= sen (9.56)
ωn ω − 1 ωn ω + 1
ou
P0 mωn2 ωn 2nπ π
xmax = sen 0≤t ≤ (9.57)
ωn ωn
−1 ω +1 ω
ω ω
Sendo: n o número inteiro para fazer o termo seno tão grande quanto possível, mantendo o
argumento menor que π.
O movimento do sistema após o pulso ter deixado de atuar, é o de vibração livre, com o
deslocamento e a velocidade ao término do pulso, isto é, em t = π/ω. Substituindo t = π/ω nas
equações (9.56) e (9.57) obtém-se:
− P0
ω ωπ
x0 = 2 m2 sen n
ωn − ω ωn ω (9.58)
− P0 . ω m ωπ
x&0 = (1 + cos n )
ωn − ω
2 2
ω
P0 m ω ωπ P m ω cos ωnπ
x=− sen n cos ωn t ′ − 20 (1 + )sen ωnt (9.59)
ω n − ω ωn
2
ω ω n − ω ωn ω
2 P0 mωn2 ωn ωn π
xmax = cos (9.60)
ω 2
ω 2ω
1− n
ω 2
Deve-se notar que a equação não tem solução quando ωn/ω < 1 isto é, a resposta máxima
não ocorre durante o pulso quando a freqüência do sistema é menor que a freqüência do pulso.
t
1 t P cos ωn (t − τ ) P
x=
mωn ∫0 P0 sen ωn (t − τ ) dτ = mω0 n ωn
= 0 (1 − cos ωnt )
k
0
P0 t
∫e
−ζ ωn ( t −τ ) dτ
x(t ) = =
mωnd 0
t
P e −ζωn (t −τ ) (ζωn sen ωn (t − τ ) + ωnd cos ωnd (t − τ )
= 0 =
mωnd (ζω ) 2
+ ω nd
2
0
=
P0
k 1 − ζ 2 nd (
1 − ζ 2 − e −ζωnt ζ sen ω t + 1 − ζ 2 cos ω t =
nd
)
P0 1 − ζ 2 − e −ζωnt ( cos (ω t − β ) ) =
=
2 nd
k 1− ζ
Sendo:
ζ
tan β =
1− ζ 2
96
Função salto retangular aplicado na origem, sem amortecimento e com condições iniciais não
nulas
2 x& 2 F
x(t ) = x0 + 0 sen (ωn t + φ ) + 0 (1 − cos ωn t )
ωn k
ω x&
tan φ = n 0
x0
F0
x(t ) = (1 − cos ωnt )
k
A amplitude máxima é 2Fo/k, isto é, duas vezes a amplitude que o sistema alcançaria com a
carga aplicada estaticamente.
c
Resposta para condições iniciais nulas: x(t ) = (ωnt − sen ωnt )
kω n
97
A curva deslocamento oscila com a freqüência natural em torno de uma linha reta que cresce
com o tempo. Os máximos deslocamentos medidos da posição de equilíbrio são dados pela
expressão:
c
χ= (1 + ωnt )
kωn
F0 a − at
x(t ) = sen ω t − cos ω t + e
a 2 ωn
n n
k 1 + 2
ω n
Se “a” não tende a zero no infinito da exponencial, at > 5 a resposta tem a forma indicada na
figura.
98
F0 F0 a a − at
x(t ) = − cos ω t + sen ω n +e
t
a 2 ωn2 ωn
n
k
k 1 + 2
ωn
F0 a − at F0 b − bt
x(t ) = 2 sen ωnt − cos ωn t + e − 2 sen ωn t − cos ωnt + e
a ω2
k 1 + a ωn
2
k 1 + 2 n 2
ωn ωn
99
É possível somar ou subtrair funções usando as soluções dadas anteriormente para construir
funções mais complicadas. De fato, a condição inicial de uma parcela torna-se a condição inicial da
outra. Na figura vemos alguns exemplos destas funções.
P (t ) = P0 φ (t ) (9.61)
Sendo Po uma constante e φ(t) uma função do tempo, obviamente o valor máximo de φ(t) é a
unidade.
φ (t ) = 0 ; t < 0
φ (t ) = 1 ; t ≥0
Como segundo exemplo, lembremos a força senoidal comumente usada neste curso.
φ (t ) = sen ω f t
P0 t
∫e
−ζ ωn ( t −τ )
x(t ) = sen ωnd (t − τ ) φ (τ ) dτ (9.62)
mωn 1 − ζ 2 0
k
Multiplicando numerador e denominador por ωn2 e lembrando que ωn2 = , acha-se
m
P0 ω t
∫ e −ζ ωn ( t −τ )
x(t ) = n
sen ωnd (t − τ ) φ (τ ) dτ (9.63)
k 1 − ζ 2 0
Logo, o fator de carga dinâmico é a relação entre a resposta dinâmica e a resposta estática.
Comumente, nos interessamos pelo valor máximo deste fator, que foi definido com o nome de fator
de aplicação em capítulos anteriores:
t
x(t ) = χ 0 ωn ∫ sen ωnd (t − τ ) φ (τ ) dτ (9.66)
0
O fator de carga dinâmico para sistemas sem amortecimento encontra-se tabelado para vários
tipos de cargas, por exemplo:
1) Pulso retangular
FCD (t ) = 1 − cosωn t; t ≤ td
FCD (t ) = cosωn (t - td ) − cosωn t
2) Pulso triangular
sen ωnt t
FCD (t ) = 1 − cos ωnt + − ;
ωn t d td
t ≤ td
sen ωnt
FCD (t ) = − sen ωn (t − td ) − cos ωn t
ωntd
Outros fatores de amplificação podem ser obtidos na seguinte referência bibliográfica:
2. Dimarogonas, A.D., Vibration Engineering. West Publishing Co., St. Paul, 1976.
3. Harris, C.M., Shock and Vibration Handbook. McGraw-Hill, new York, 1996.
Exemplos:
1 t
x (t ) = ∫ F0 e−ζωn (t −τ ) sen ωnd (t − τ ) dτ
mωnd 0
F0 1
x (t ) = 1 − e−ζωnt cos (ωnd t − φ )
k 1−ζ 2
ζ
Sendo φ = arctan . O movimento produzido por esta expressão está mostrado na figura (c)
1− ζ 2
e se caracteriza por ser um movimento harmônico com a posição de equilíbrio deslocada da sua
F
posição original em 0 . Se o sistema não possuir amortecimento, com ζ = 0 e ω f = ωn a resposta
k
se transforma em:
F0
x (t ) = [1 − cos ωnt ]
k
F0
o que pode ser claramente visto na Figura (d). O movimento é harmônico com amplitude e
k
F0
com a posição de equilíbrio deslocada da posição de equilíbrio original também , de forma que
k
o deslocamento máximo em relação ao referencial adotado, que é a posição de equilíbrio original, é
o dobro deste valor.
F0 1
x (t ) = e n ( 0 ) cos (ωnd ( t − t0 ) − φ )
−ζω t −t
1 −
k 1−ζ 2
F0
x (t ) = 1 − cos ωn ( t − t0 )
k
3 – Se a máquina de compactação está submetida agora a uma força constante com tempo de
duração limitado 0 ≤ t ≤ t0 (figura a seguir (a)0, determinar a resposta da máquina.
Solução: Como o sistema é linear a força pode ser considerada como uma superposição de
uma força degrau F0 aplicada em t =0 e uma outra força degrau - F0, aplicada em t = t0. A resposta
em t > t0 será a superposição das respostas a cada uma das forças quando aplicadas isoladamente.
Estas respostas foram determinadas nos exemplos anteriores, resultando em:
F0 e−ζωnt
x (t ) = e−ζωnt0 cos (ωnd ( t − t0 ) − φ ) − cos (ωnd t − φ )
k 1−ζ 2
ζ
Sendo φ = arctan
1− ζ 2
Com o sistema sem amortecimento, com ζ = 0 e ω f = ωn a resposta se transforma em:
F0
x (t ) = cos ωn ( t − t0 ) − cos ωn t
k
105
F (τ ) = δ Fτ
Sendo que δ F é a taxa de crescimento da força na unidade de tempo. A integral de Duhamell, nesse
caso, torna-se:
δF t
−ζωn ( t −τ )
x (t ) =
mωnd ∫ τe
0
sen ωnd (t − τ ) dτ
δF 2ζ 2ζ ω 2 − ζ 2ωn2
x (t ) = t − + e −ζωnt cos ωnd t − nd 2 senωnd t
k ωn ωn ωn ωnd
δF
x (t ) = (ω t − sen ωnt )
ωn k n
106
Capítulo 10
→ Introdução
Como já sabido, as leis de Newton e o princípio de deslocamentos virtuais são aplicados para
determinar as equações de movimento de um modelo de 1 grau de liberdade. Entretanto modelos de
1 g.l. podem descrever o comportamento dinâmico de alguns sistemas, em muitos casos, entretanto
se faz necessário empregar modelos mais “sofisticados”, como por exemplo, os sistemas de
múltiplos graus de liberdade. Vejamos alguns exemplos:
3 g.l.
2 g.l.
Para cada modelo de n g.l., têm-se n freqüências naturais de vibração, cada uma delas
correspondente a uma maneira de vibrar do sistema, chamado de modo de vibração.
107
Seja:
2 g.l.
A forma de resolução de um sistema do tipo é aplicar a lei de Newton e um deslocamento
virtual para o sistema:
Que desenhando o diagrama de corpo livre para cada elemento e denominando todas as
forças:
+
→ ∑ F1 = m1&&
x1 = f 2 -f1
(10.1)
+
→ ∑ F2 = m2 &&
x2 = f3 -f 2
f1 = k1 x1
f 2 = k2 ( x2 − x1 ) (10.2)
f 3 = − k3 x2
x1 = −k1 x1 + k2 ( x2 − x1 )
m1&&
(10.3)
x2 = − k2 ( x2 − x1 ) − k3 x2
m2 &&
ou
108
x1 + (k1 + k2 ) x1 − k2 x2 = 0
m1&&
(10.4)
x2 − k2 x1 + (k2 + k3 ) x2 = 0
m2 &&
( −m1ωn 2 + ( k1 + k2 ) ) χ1 − k2 χ 2 sen ( ωn t + φ ) = 0
(10.6)
−k2 χ1 + ( − m2ωn + ( k2 + k3 ) ) χ 2 sen ( ωn t + φ ) = 0
2
Uma vez que as equações devem ser satisfeitas para qualquer valor de t, os termos entre os
colchetes devem ser nulos, o que resulta:
( −m ω
1 n
2
+ ( k1 + k2 ) ) χ1 − k2 χ 2 = 0
(10.7)
−k2 χ1 + ( − m2ωn 2 + ( k2 + k3 ) ) χ 2 = 0
( −m ω 1 n
2
+ ( k1 + k2 ) ) − k2
∆= =0 (10.8)
− k2 (m ω2 n
2
+ ( k 2 + k3 ) )
k1 + k2 k1 + k2 2 k1k2 + k1k3 + k2 k3
ωn 4 − + ωn + (10.9)
m1 m2 m1 m2
Que é uma equação de quarta ordem, com quatro raízes, sendo que apenas duas possuem
sentido físico e são as duas positivas. Chamando essas raízes de ωn2 e ωn1 e para simplificar:
109
k1 + k2 k2
2a = a' =
m1 m1
(10.10)
k +k k
2b = 2 3 b' = 2
m2 m2
(ωn2 + 2a ) χ1 + a ' χ 2 = 0
(10.11)
b ' χ1 + (ωn2 − 2b) χ 2 = 0
(a + b) − (a − b)
2
ωn1 = + a 'b ' (10.13)
(a + b) + ( a − b)
2
ωn 2 = + a 'b ' (10.14)
Como se pode observar, só foi possível encontrar uma relação entre as amplitudes de
deslocamento para cada freqüência natural e não o valor das mesmas, de fato, o valor das amplitudes
é função das condições iniciais. É importante observar o sentido físico dessas relações de amplitudes
que reordenadas constituem os modos de vibração, que indicam como se moverá a massa dois em
relação à massa um para a freqüência natural correspondente.
110
Considerando o sistema de dois graus de liberdade da figura. Esse consiste em uma massa
como uma fenda na qual tem-se um parafuso, conseqüentemente, tem-se impedido o movimento
horizontal da massa e liberado o giro θ e o deslocamento vertical x.
111
Considerando pequenas rotações (senθ ≅ θ), aplica-se o método de Newton para achar as
equações do movimento.
Dizendo que:
k1 + k2 k2l2 − k1l1 k1l12 + k2l22
a= ; b= ; c= (10.21)
m m m
x + ax + b = 0
&&
b c (10.22)
θ&& + x+ =0
ρ 2
ρ 2
x ( t ) = χ sen ωt
(10.23)
θ ( t ) = Θ sen ωt
As acelerações serão:
x ( t ) = −ωn 2 χ senωt
&&
(10.24)
&& ( t ) = −ω 2Θsenωt
Θ n
−ωn 2 χ + a χ + bΘ = 0
b c (10.25)
−ωn 2Θ + χ+ Θ=0
ρ 2
ρ 2
Que simplificando:
( a − ω ) χ + bΘ = 0
n
2
b c (10.26)
χ + − ωn 2 Θ = 0
ρ2 ρ
2
Novamente, para que exista uma solução diferente da trivial, o determinante do sistema de
equações deve ser nulo, logo:
(a − ω ) n
2
b
∆= c =0 (10.27)
b 2
2 − ω n
ρ2 ρ
χ b ρ 2ωn2 − a
= = para cada ωn (10.28)
Θ ωn2 − a b
→ Casos Especiais
k1 l1 = k2 l2 (10.29)
113
O sistema de equações estará desacoplado o que significa fisicamente que pode-se obter,
segundo certas condições iniciais, vibrações verticais ou torcionais e assim pode-se trabalhar com
um sistema de um grau de liberdade:
k1 + k 2
x + ax = 0;
&& a=
m
(10.30)
c k l 2 + k2 l22
θ&& + 2 θ = 0; c= 1 1
ρ m
assim
k1 + k2
ωn1 = modo vertical
m
k1l12 + k2l22
ωn 2 = modo torcional
J
k1 = k2 = k e l1 = l2 = ρ
assim b=0
c 2k
a= 2 =
ρ m
2k
então, ωn1 = ωn 2 = , tem a mesma possibilidade de vibração em ambos os graus de liberdade.
m
→ Sistemas Semidefinidos
Chamam-se sistemas semidefinidos aqueles que tem um grau de liberdade não restrito, por
exemplo:
114
De fato, tem-se sistemas definidos de dois ou mais graus de liberdade, neste item só
trataremos os de dois graus, embora a metodologia seja aplicável a vários graus de liberdade.
Consideremos o caso (b) da figura anterior que terá as mesmas equações do caso (a). Para
encontrar as equações de movimento, aplica-se o método de Newton. Considere-se o sistema
deslocado com x2 > x1 .
Como x2 > x1 a mola está esticada de maneira que o diagrama do corpo livre é:
Assumindo:
x1 = χ1 sen(ωnt + φ ) ; x1 = −ωn 2 χ1 sen(ωnt + φ )
&&
(10.32)
x2 = χ 2 sen(ωnt + φ ) ; x 2 = −ωn 2 χ 2 sen(ωnt + φ )
&&
(k − m1ωn 2 ) χ1 − k χ 2 = 0
(10.33)
−k χ1 + (k − m2ωn 2 ) χ 2 = 0
O sistema das equações (10.33) só terá uma solução diferente da trivial, se o determinante da
matriz dos coeficientes é nulo, assim:
k − m1ωn 2 −k
∆= =0 (10.34)
−k k − m2ωn 2
k (m1 + m2 )
ωn1 = 0 e ωn 2 = (10.37)
m1 m2
Para ωn1 = 0
k χ1 − k χ 2 = 0
(10.38)
−k χ1 + k χ 2 = 0
χ2 1, 00
=1→ 1° modo (10.39)
χ1 1, 00
k ( m1 + m2 )
Para ωn 2 =
m1m2
k ( m1 + m2 )
k − m1 . χ1 − k χ 2 = 0
m1m2
k ( m1 + m2 )
k − χ1 + k − m2 χ2 = 0 (10.40)
m1m2
k ( m1 + m2 )
χ2 m2 m − ( m1 + m2 ) m
= = 2 =− 1
χ1 k m2 m2
1, 00
Ou seja, o segundo modo é m1 2° modo
-
m2
Para que haja vibrações, temos que ter condições iniciais que possibilitem as mesmas.
116
Exemplo:
Massa = m = 1000 kg
Para o presente problema tem-se que k1 = kf, k2 = kr e J0 = mr2, de forma que a equação
matricial anterior torna-se:
x ( k f + kr )
m 0 && − ( k f l1 − kr l2 ) x 0
2
+ =
0 mr θ&& − ( k f l1 − kr l2 ) ( k f l12 + kr l2 2 ) θ 0
Para obter a expressão para a vibração livre, assume-se que a solução é harmônica na forma:
x ( t ) = χ cos (ωt + φ ) e θ ( t ) = cos (ωt + φ )
− 2 + =
0 mr Θω cos (ωt + φ ) − ( k f l1 − kr l2 ) ( k f l12 + kr l2 2 ) Θ cos (ωt + φ ) 0
2
( − mω 2 + k f + kr ) − ( k f l1 − kr l2 ) χ cos (ωt + φ ) 0
=
− ( k f l1 − kr l2 ) ( − mr ω
2 2
+ k l 2
+ k r 2 )
l 2
Θ cos ( ω t + φ ) 0
f 1
118
( − mω 2 + k f + kr ) − ( k f l1 − kr l2 ) χ 0
=
− ( k f l1 − kr l2 ) ( −mr ω + k f l1 + kr l2 ) 0
2 2 2 2 Θ
( −1000ω 2
+ 40000 ) 15000
=0
15000 ( −810ω 2
+ 67500 )
ω1 = 5,8593 rad/s
ω2 = 9,4341 rad/s
χ1
= −2 6461
Θ1
χ2
= 0,3061
Θ2
As localizações dos nós podem ser obtidas observando que a tangente de um ângulo pequeno
é aproximadamente igual ao próprio ângulo. Portanto, da figura a seguir, encontra-se a distância
entre o C.G. e o nó como - 2,6461 m para ω1 e + 0,3061 para ω2. As formas modais estão
representadas por linhas tracejadas na próxima figura.
119
Capítulo 11
Seja:
a)
x1 + ( k1 + k2 ) x1 − k2 x2 = 0
m1&&
x2 − k2 x1 + ( k2 + k3 ) x2 = 0
m2 &&
b)
mx&& + ( k1 + k2 ) x + ( k2l2 − k1l1 ) θ = 0
J θ&& + ( −k1l1 + k2l2 ) x + ( k2l22 + k1l12 ) θ = 0
Em ambos os casos as equações diferenciais podem ser escritas matricialmente:
r r r
Mx&& + Kx = 0 (11.1)
% %
onde M é a matriz massa:
%
m 0 m 0
a) M = 1 b) M =
% 0 m2 % 0 J
Considera-se que essas matrizes são diagonais (propriedade dos sistemas discretos), além de
quadrada de n x n, onde n é o número de graus de liberdade. Fisicamente a matriz massa representa
as propriedades de inércia do sistema.
k + k − k2 k +k k2l2 − k1l1
a) K = 1 2 b) K = 1 2
% − k2 k 2 + k3 % k2l2 − k1l1 k2l22 + k1l12
r
x é o vetor deslocamento, n x 1:
r x1 r x
a) x= b) x=
x2 θ
r
&&
x é o vetor deslocamento, n x 1:
r &&
x r &&
x
a) x = 1
&& b) x=
&&
&&
&&
x2 θ
Exemplo:
k1 = k2 = k3; k4 = 0 ; m1 = m2 = m3;
assim:
k1 + k2 −k2 0 m1 0 0
K = −k2 k 2 + k3 − k3 ; M = 0 m2 0
% %
0 − k3 k3 + k4 0 0 m3
m1 0 0 && x1 k1 + k2 − k2 0 x1 0
&&
0 m2 0 x2 + − k2 k2 + k3 − k3 x2 = 0
0
0 m3 &&
x3 0 − k3 k3 + k4 x3 0
r r r
Mx&& + Kx = 0
% %
122
⇒ Equações Características:
Partindo da equação do movimento, para sistemas com n graus de liberdade livres e sem
amortecimento.
r r r
Mx&& + Kx = 0 (11.2)
% %
A equação constitui, no caso de M e K serem independentes de x, um conjunto de n equações
% %
diferenciais ordinárias (com coeficientes constantes) acopladas. Quando K é positiva definida,
%
pode-se escrever:
r r
K −1Mx&& + x = 0 (11.3)
−1 % %
ou, se chamarmos D = K M denominada de matriz dinâmica, que também é positiva definida.
% % % r r r
Dx&& + x = 0 (11.4)
%
Agora, se assumirmos uma solução da forma
r r
x = Xf ( t ) (11.5)
r
na qual X é um vetor com coeficientes constantes e independentes de t. Substituindo na equação
(11.4) a equação (11.5), têm-se:
r d 2 f (t ) r r
DX 2
+ Xf ( t ) = 0 (11.6)
% dt
que dividendo ambos os membros por f (t);
d 2 f (t )
dt 2 DXr + Xr = 0r (11.7)
f (t ) %
d 2 f (t )
2 r
o que a solução só é possível se dt = cte uma vez que D e X são independentes de t, a
f (t ) %
condição acima conduz a:
d 2 f (t )
+ ωn2 f n ( t ) = 0 (11.8)
dt 2
Onde ωn2 são constantes ainda não determinadas. Assim a solução geral da equação (11.8) é:
f ( t ) = A ⋅ sen (ωn t + φn ) (11.9)
Em vista da equação (11.9) a equação (11.7) pode ser escrita finalmente como:
1 r r
D− 2 I X = 0 (11.10)
% ωn %
1
ou se λn = :
ωn2
r r
( D − λn I ) X =0 (11.11)
% %
123
Os modos naturais tem uma propriedade muito útil, a ortogonalidade, e essa ortogonalidade é
em relação à matriz de massa e de rigidez.
Se escrevermos a equação (11.11), considerando K singular, essa assumirá a forma:
r r %
MX = λ KX (11.12)
% % r r
sejam λi e λ j os autovalores correspondentes aos autovetores X i e X j , têm-se:
r r
MX i = λi KX i
%r % r (11.13)
MX j = λ j KX j
% %
calculando a transposta de ambos os membros, obtém-se:
rT T r
X i M = λi X iT K T (11.14)
r% %
pós-multiplicando a equação (11.14) por X j
r r r r
X iT MX j = λi X iT KX j (11.15)
% % rT
E agora pré-multiplicando ambos os membros da equação (11.13) por X i ...
r r r r
X i MX j = λi X iT KX j (11.16)
% %
subtraindo a equação (11.16) de (11.15), obtêm-se:
r r
( λi − λ j ) X iT KX
%
j =0 (11.17)
se λi e λ j são autovalores diferentes, deve-se satisfazer a condição:
r r
X iT MX j = 0 (11.18)
%
e
r r
X iT KX j = 0 (11.19)
%
para i ≠ j.
O que indica que os autovetores são ortogonais em relação as matrizes de rigidez e de massa.
124
Exemplo:
Determine os modos de vibração e freqüências naturais do sistema, além de construir a
matriz modal.
m = 875 kg; k1= 21.014 N/m; k2= 15.760 N/m; l1= 1,27 m; l2= 0,762 m; r = raio de giração em
relação ao C.G. = 0,803 m.
J = r 2 m = 564 kgm 2
Aplicando um deslocamento virtual de x = 1
k11 = k1 + k2
k21 = − k1l1 + k2l2
logo:
36744 −14679
K =
% −14679 43044
875 0
M =
% 0 564
2, 76 ⋅10−2 6, 06 ⋅10−3
D = K −1M =
% % % 9, 40 ⋅10−3 1,52 ⋅10−2
−2
3,11⋅10
λ=
% 1,16 ⋅10−2
1 −0,379
χ =
% 0,588 1
χi
a matriz normalizada: χ i novo =
χ i + χ i +1 + L
0,862 −0,355
χ =
% 0,507 0,935
126
Combinando as equações (11.5) e (11.9), deduz-se que a expressão mais geral que representa
as oscilações livres de um sistema linear não amortecido é:
r N r
x = ∑ X n An sen (ωn t + φn ) (11.20)
n =1
(solução geral das equações de movimento homogêneo)
r r
Sejam, então x0 e x&0 os vetores deslocamento e velocidade para t = 0, logo:
r N r
x& = ∑ X nωn An cos ( ωn t + φn ) (11.21)
n =1
ou seja:
r N r
x = ∑ X n An sen (φn )
n =1
r N r
x& = ∑ X nωn An cos (φn )
n =1
r r
Efetuando o produto escalar X iT Mx0 , obtém-se em virtude da condição de ortogonalidade
%
(equação (11.18)):
r r
X iT Mx0 = Ai Φ ii sen φi (11.22)
%
por outro lado
r r
X iT Mx&0 = Aiωi Φ ii cos φi (11.23)
%
Os coeficientes Φ ii são elementos de uma matriz quadrada de ordem n, que se denomina
matriz modal. As dual últimas equações ((11.22) e (11.23)) permitem calcular as amplitudes Ai e as
r
fases φi . Será considerado a seguir o caso em que a velocidade inicial x&0 = 0 , e que a configuração
inicial de deslocamento seja proporcional ao modo r, ou seja:
r r
x0 = aX r
r (11.24)
x& = 0
r r π
x = aX r sen ωr t + (11.25)
2
Ou seja, o sistema oscila com uma freqüência ωr . Observe que a forma de oscilação não
r
varia com o tempo, sendo qualquer t proporcional a X r . Essa proporcionalidade é a que permite
desacoplar o sistema de equações para a determinação da resposta a excitações externas.
⇓ Note que se a velocidade ou o deslocamento fosse igual ao modo de vibração, a estrutura vibraria
nesse modo indefinidamente. Na prática isso é muito difícil, o que ocorre é a estrutura vibrar no
modo mais próximo. ⇑
r r π
x = aX r e −ζωr t sen ωr t + (11.27)
2
Nas oscilações livres descritas pelas equações (11.25) e (11.27) os nodos, isto é, os pontos de
deslocamento zero, não variam de posição com o tempo. Em conseqüência, também se apresentam
nodos estacionários.
A fim de determinar em que caos existem nodos de vibração, no sentido acima definido, será
introduzida na equação (11.26) a transformação linear:
r 1 r
x= ⋅z (11.28)
M
% 1
−
2
Pré-multiplicando previamente a equação (11.26) por M , chega-se a;
%
r r r
Iz&& + Az& + Bz = 0 (11.29)
% % %
na qual
A = M −0,5CM −0,5
% % % % (11.30)
B = M −0,5 KM −0,5
% % % %
que são matrizes simétricas e positivas definidas: seja agora:
128
r r
z = Dx (11.31)
%
na qual a matriz D possa ser construída de modo que tanto:
%
[ Ar ] = DT AD
% %%
[ Br ] = DT BD
% %%
que são matrizes diagonais. Em vista das propriedades de simetria e positividade de A e B , tal
% %
transformação é sempre possível. Entretanto, para que a troca de variáveis (equação (11.31)) permita
desacoplar o sistema (11.29) é preciso ainda que:
DT D = I (11.32)
% % %
ou seja, que a equação (11.31) seja uma transformação ortogonal, o que impõe certas restrições
sobre as matrizes A e B :
% %
[ Ar ] = [ Br ]
P
(11.33)
1
−
resulta, após pré e pós-multiplicar por M 2 em:
%
C = α10 M + α11K (11.37)
% % %
Diz-se em tal caso que o amortecimento é proporcional, ou de Rayleigh.
Resumindo:
r r π
x = aX r e −ζωr t sen ωdr t +
2
sendo ωdr = ωr 1 − ζ r2 que nada mais é que a freqüência do sistema com amortecimento.
Isso significa que dependendo das características de C , quando o amortecimento não é
%
pequeno ele influi nos modos e freqüências de vibração.
Uma observação importante a ser feita é que modos e freqüências naturais são características
de sistemas lineares. Em sistemas não lineares, podem-se obter apenas os modos e as freqüências
instantâneos.
Um dos métodos mais importantes na solução de sistemas com vários graus de liberdade
submetidos a cargas variáveis com o tempo é o método dos modos normais. Existem entretanto,
outros métodos de integração numérica, tais como os Métodos Explícitos – Diferenças Finitas; e os
Métodos Implícitos – Newmark.
130
r r n r
x ( t ) = Φη = ∑ X rη r ( t ) (11.41)
% r =1
permite desacoplar o sistema de equações (11.39) no caso em que o mesmo seja não amortecido,
isto é, C = 0 . Φ é a matriz de colunas modais, ou matriz modal, formada pelos autovetores
% %
normalizados da equação (11.12):
r r r r
(
Φ = X 1 M X 2 M X 3 MLM X n
%
)
que são os autovetores do sistema homogêneo. Como Φ não varia com o tempo, assim, pode-se
%
dizer que:
r r
x& ( t ) = Φη& (11.42)
%
e
r r
x ( t ) = Φη&&
&& (11.43)
%
Assim, substituindo a equação (11.41) na equação (11.40) e com C = 0 :
%
r r r
M Φη&& + K Φη = F ( t ) (11.44)
% % % %
pré-multiplicando pela transposta de Φ :
%
r r r
ΦT M Φη&& + ΦT K Φη = ΦT F ( t ) (11.45)
% % % % % % %
chamando:
131
M r = ΦT M Φ
% % % %
K r = ΦT K Φ
% % % %
e reescrevendo:
r r r
M rη&& + K rη = ΦT F ( t ) (11.46)
% % %
Em virtude das condições de ortogonalidade as matrizes M r e K r são diagonais, pois os modos de
r r % %
vibração são ortogonais X i ( ) X j = 0 para i ≠ j. Isso significa que as chamadas matriz de massa
e de rigidez generalizadas ( M r e K r )estão desacopladas.
% %
Tal fato fornece:
rT r
M1 η&&1 K1 η1 X 1 F
O M + O M = M r r
M n η&&n K n η n X nT F
O que resulta em:
r r
r r X rT F
η&&r + ωrη r = (11.47)
Mr
Por exemplo:
Seja um sistema de 2 g.l. submetido a uma excitação harmônica:
132
k1 = k2 = 1
k3 = 2
m1 = 1
m2 = 2
F ( t ) = F0 cos (ω f t )
r r r
Equação do movimento Mx&& + Kx = F ( t ) :
% %
1 0 r k1 + k2 −k2 r F ( t )
x +
&& x =
0 2 − k2 k2 + k3 0
−1
2 −1 1 0 0, 6 0, 4
D= =
% −1 3 0 2 0, 2 0,8
logo: λ1 = 1 e λ2 = 1,581
χ1 = [ 0, 707 0, 707 ] e χ 2 = [0,894 − 0, 447 ] .
T T
r r
Assim: ω1 = 1 e ω2 = 0, 795 , portanto: x = Φη e a equação do movimento será:
%
r r r
M rη&& + K rη = ΦT λ F ( t ) (*)
% % %
1
com: F ( t ) = F0 cos (ω f t )
0
Como o sistema está desacoplado, pode-se resolver a equação pela equação para a resposta
de um sistema sem amortecimento com uma excitação senoidal (11.47), ou seja:
r r
r r X iT F
η&&i + ωη
i i =
Mi
r F
chamando Fi = χ iT F , agora, lembrando das equações de que F = kx e χ 0 = 0 que é a deflexão
k
estática, ou seja, a amplitude para a freqüência zero.
Lembrando ainda da solução particular da equação devida a uma força harmônica para um
sistema de um grau de liberdade:
x p ( t ) = χ f sen (ω f t −ψ )
Sendo:
133
χ0
χf =
(1 − r ) + ( 2ζ r )
2 2 2
χ0
Como ζ = 0 , logo χ f = , para r ≠ 1, assim:
1− r2
χ0
xp (t ) = sen (ω f t −ψ )
1− r2
sen (ω f t −ψ )
Fr 1
ηr ( t ) = (**)
Kr 1 − r 2
N
r r F 1
x (t ) = ∑ χr r sen (ω f r −ψ )
r =1 Kr 1 − r 2
Assim, para (1):
sen (ω f t −ψ )
F1 1
η1 ( t ) =
K1 1 − r12
r r 1
F1 = χ1T F = [ 0, 707 0, 707 ] F0 cos ω f t
0
F1 = 0, 707 F0 cos ω f t
r r 2 −1 0, 707
K1 = χ1T K χ1 = [ 0, 707 0, 707 ] = K1 = 1, 4995
% −1 3 0, 707
ωf ωf
r1 = =
ωn 1
Logo:
0, 707 F0 cos ω f t
sen (ω f t −ψ )
1
η1 ( t ) =
1, 4995 1− ω f 2
para (2):
sen (ω f t −ψ )
F2 1
η2 ( t ) =
K 2 1 − r2 2
r r 1
F2 = χ 2T F = [ 0,894 − 0, 447 ] F0 cos ω f t
0
F2 = 0,894 F0 cos ω f t
134
r r 2 −1 0,894
K 2 = χ 2T K χ 2 = [ 0,894 − 0, 447 ] = K 2 = 2, 997
% −1 3 −0, 447
ωf ωf
r2 = =
ωn 0, 795
Logo:
0,894 F0 cos ω f t
sen (ω f t −ψ )
1
η2 ( t ) = 2
2, 997 ωf
1−
0, 795
Assim:
r 0, 707 0,894
x (t ) = η1 ( t ) + η2 ( t )
0, 707 −0, 447
r r
X rT F ( t )
η&&r + (α10 + α11ω )η&r + ω ηr = 2
r
T
r (11.53)
Mr
Então a solução geral da equação (11.53) , para o estado inicial em repouso, ficará:
r r
1 X rT F (τ )
sen (ωdr ( t − τ ) )
t −ζ r ωr ( t −τ )
ηr ( t ) = ∫e dτ (11.54)
ωdr 0 Mr
Observe entretanto, que dadas as relações de amortecimento crítico ζ r para cada modo, as
constantes α10 e α11 e resultam da determinação de somente duas delas, por exemplo ζ 1 e ζ 2 :
1 ω12 α10 ζ 1ω1
2 = 2 (11.55)
1 ω2 α11 ζ 2ω2
Logo:
ζ 1ω2 − ζ 2ω1
α10 = 2ω1ω2 ω 2 − ω 2
2 1
(11.56)
α = 2 ζ 2ω2 − ζ 1ω1
11 ω22 − ω12
Não entra c na equação, o que significa que se pode usá-la para pequenos amortecimentos.
Agora, se o amortecimento for grande, deve-se utilizar a integração numérica diretamente na
equação do movimento (por meio de diferenças finitas ou pelo método de Newmark).
r r r r
Mx&& + Cx& + Kx = F ( t )
% % %
136
Exemplo:
Seja um sistema de 2 g.l., submetido a uma excitação harmônica:
k1 = k3 = 987 N/m
k2 = 217 N/m
m1 = 1 kg
m2 = 1 kg
F ( t ) = F0 cos (ω f t )
c1 = c3 = 0, 6284 Ns/m
c2 = 0, 0628 Ns/m
Solução:
D = K −1 M
% % %
logo: ω1 = 31, 41 rad/s e ω2 = 37, 69 rad/s.
χ1 = [ 0, 707 0, 707 ] e χ 2 = [0, 707 − 0, 707 ] .
T T
1 0
M r = χ rT M χr =
% % % % 0 1
0, 6282 0
Cr = χ r T C χ r =
% % %% 0 0, 7537
986, 7 0
Kr = χ rT K χ r =
% % %% 0 1420, 6
d) Determinar ζ r :
c1 0, 6282
ζ1 = = = 0, 01
2m1ω1 2 ⋅1 ⋅ 31, 41
c2 0, 7537
ζ2 = = = 0, 01
2m2ω2 2 ⋅1 ⋅ 37, 69
CM −1 K = KMC
% % % % %%
845,8 −225, 6 845,8 −225, 6
= ok!
−225, 6 845,8 −225, 6 845,8
f) Resolver:
r r r 1 F0
Fr = χ r T F = χ r T F0 = → Sistema faz com que a força seja aplicada nos 2 g.l.
0 F0
F0
sen (ω f t −ψ )
K1
η1 ( t ) =
(1 − r1 ) + ( 2ζ 1r1 )
2 2 2
Capítulo 12
⇒ Medição de Vibrações
Além dos componentes mostrados na figura anterior pode haver outros instrumentos
específicos em cada caso. Passa-se a apresentar brevemente a corrente experimental.
→ Transdutores
Os transdutores são instrumentos que transformam algum dos parâmetros das vibrações,
deslocamento, aceleração ou velocidade em um sinal elétrico, em geral em voltagem ou em carga,
assim este sinal transformado pode ser medido. Os transdutores mais conhecidos na medição de
vibrações são:
Transdutores de deslocamento
Sensores de proximidade
Sensores lineares de deslocamento (LVDT)
Sensores a laser
Transdutores de aceleração
Acelerômetros piezelétricos
Acelerômetros resistivos
139
→ Sensores de proximidade
O sensor de proximidade, cuja representação esquemática está na figura 12.1, funciona com
uma corrente de rádio freqüência que gera por sua vez um campo magnético que dependerá das
propriedades magnéticas da peça a ser medida, em geral um eixo. A variação do campo magnético e
proporcional à saída em volts, que pode ser medida com um voltímetro, osciloscópio, etc.
Um desenho esquemático deste transdutor está na figura 12.2, onde também observa-se um
gráfico que relaciona a saída em volts com o deslocamento do núcleo.
Este transdutor tem uma faixa de sensibilidade muito grande (entre 0.0001mm e muitos cm). Seu
comportamento é linear com a freqüência e sua resposta dinâmica é limitada pela freqüência da
fonte que alimenta o mesmo e pela massa do núcleo. Para obtenção de bons resultados, é
conveniente usá-lo em freqüências de até 1/10 da freqüência da fonte do mesmo. O LVDT é pouco
influenciado pela temperatura.
Existe uma voltagem residual de menos de 1% do valor máximo linear, situado no ponto de
deslocamento zero, como pode ser visto na figura 6. Os LVDTs podem ser afetados em alguns casos
pela proximidade de metais na sua vizinhança. São utilizados freqüentemente na medição de
deslocamentos em estruturas e tubulações que vibram em baixa freqüência e grande amplitude.
→ Transdutores de Velocidade
Neste grupo encontra-se um transdutor eletrodinâmico muito utilizado na prática. Este tipo
de instrumento está representado na figura 12.3.
141
Estes transdutores são constituídos por uma bobina imersa em um campo magnético e fixada
através de suportes flexíveis. Quando a superfície à qual se liga a base do mesmo vibra, gera-se um
sinal elétrico em volts que é proporcional à velocidade de vibração em uma certa faixa de
freqüências.
Este instrumento é de fácil utilização, robusto, de baixa impedância (tem pouco ruído) e
mede a velocidade absoluta. Porém, tem certas limitações importantes: é não-linear em baixas
freqüências sua faixa de freqüências é de 10 a 2000 Hz, tem muitas partes móveis, tem tamanho
relativamente grande e é sensível à orientação e a campos magnéticos. A não-linearidade em baixa
freqüência é devida à aproximação do sistema de sua própria freqüência natural, já que o sistema
massa-mola que compõe o transdutor opera na faixa acima da ressonância, como é mostrado na
figura 12.4. A freqüência natural desse tipo de transdutores é de aproximadamente 1 Hz. Esse tipo
de transdutor pode ser fixado por parafusos ou encostados por uma ponta de prova na superfície do
corpo onde deseja-se realizar a medição.
Fator de amplificação
Zona Linear
r = f / fn
→ Acelerômetros Piezelétricos
Em termos gerais os acelerômetros tem uma faixa de freqüências de operação muito ampla,
normalmente de 5 a 5000Hz, embora tenha acelerômetros que cobrem a faixa de 1 a 40000Hz. A
faixa de amplitude é grande, pode ir de 0,01 m/s2 até 100000 m/s2.
143
Figura 12.6
Figura 12.7
A razão entre a saída elétrica do acelerômetro e a excitação mecânica que ele sofre é
chamada de sensibilidade do acelerômetro. Deve ser expressa em termos de voltagem por unidade
de aceleração (mV/g) ou em carga por unidade de aceleração (pC/g). É importante notar que:
O acelerômetro é um sistema massa-mola que trabalha antes de sua freqüência de ressonância, como
se observa na figura 12.8.
Fator de amplificação
Zona Linear
r = f / fn
A figura 12.8 mostra a resposta em freqüência de uma acelerômetro de uso geral, de fato a
freqüência de ressonância máxima do mesmo se obtém se é fixado rigidamente à peça a ser medida.
Em muitos casos não é possível fazer tal tipo de ligação.
Quando seja necessário usar um acelerômetro perto de sua faixa de freqüência natural pode-
se usar um filtro passa-baixa ou diretamente eliminar esse pico numa análise de freqüências.
Um acelerômetro comum pode ser usado até temperaturas de 250 graus Celsius, porém há
uma pequena mudança na sensibilidade. Quando se deseja necessário fixar um acelerômetro em
superfícies a mais de 250 0 C pode-se isolar a superfície, uma arruela de mica com um dispositivo de
dispersão do calor. Um jato de ar frio também ajuda a reduzir a temperatura do sensor.
Como os acelerômetros têm uma alta impedância de saída há problemas de ruídos elétricos
provocados pelos cabos de ligação: correntes elétricas de circuitos aterrados, ruído triboelétrico
(pela vibração do cabo), ruído eletromagnético. Os problemas com os cabos diminuem muito usando
acelerômetros com pré-amplificador incorporado. Na figura 12.9 observa-se um exemplo de fixação
de cabos.
145
Outros fatores ambientais que influenciam os acelerômetros são as tensões na base, quando
na superfície onde se está medindo há variações importantes de tensões que podem transmitir-se ao
material piezoelétrico.
A sensibilidade magnética de um acelerômetro é de aproximadamente 0,01 a 0,25 m/s2 por
kGauss. A umidade não influencia os acelerômetros em si, mas é necessário, em ambientes muito
úmidos, isolar os conectores com massa de calafetar plástica ou borracha. Por outro lado não são
sansíveis a substâncias corrosivas.
Seleção de um Acelerômetro
O ideal seria ter um acelerômetro com alta sensibilidade, grande faixa de freqüências e o
mínimo de peso. Porém, como a sensibilidade entra em conflito com o mínimo peso e grande faixa
de freqüências desejados temos sempre que observar esse comprometimento. Alguns acelerômetros
são projetados para resistir a condições ambientais extremas e para aplicações especiais criando
também um certo comprometimento no projeto.
1. O peso do acelerômetro deve ser pelo menos 10 vezes menor do que o peso do sistema em
que ele está montado.
2. Estimar a faixa de freqüência a que será submetido o acelerômetro de forma que esteja
dentro da faixa que o mesmo opera.
3. Observar a temperatura máxima de operação do acelerômetro. Alguns têm dispositivo para
refrigeração com água (para acima de 1000°C), senão deve ser usado refrigeração a ar para altas
temperaturas.
4. Observar todas condições ambientais desfavoráveis e checar se o acelerômetro pode ser
submetido a essas condições.
Pré-Amplificadores
Figura 12.10
Calibração de Acelerômetros
por comparação. Esse tipo de calibração é mais simples de executar e requer instrumentos menos
complexos e caros do que uma calibração absoluta por interferometria a laser. Assim, a calibração
por comparação é utilizada pela maioria dos usuários de acelerômetros enquanto a calibração
absoluta é normalmente aplicada em grandes laboratórios de indústrias e em institutos internacionais
e nacionais de padronização. Obviamente, a precisão da calibração dependerá do método utilizado.
A calibração por comparação sempre será menos precisa do que a calibração absoluta.
Na calibração existe uma incerteza. Essa incerteza tem causas aleatórias e sistemáticas. A
incerteza aleatória é definida pela variação nos resultados de uma medida que é realizada várias
vezes sob as mesmas condições. Essa variação é causada por pequenas variáveis aleatórias
independentes. A incerteza sistemática aparece devido a componentes que possuem valores
constantes, mas que não são conhecidos com exatidão durante a medição. Esses componentes
originam-se de fatores de calibração, do aparelho de medição, do procedimento de operação e dos
próprios itens sob teste. A incerteza total é definida como a raiz quadrada da soma dos quadrados
das incertezas aleatória e sistemática.
Métodos de Calibração
Calibração Geral por Comparação: é utilizado um acelerômetro com sensibilidade conhecida para
determinar a sensibilidade de um acelerômetro desconhecido. Essa sensibilidade é encontrada
através de mudanças em um amplificador-condicionador de precisão até que seja encontrado um
mínimo no comparador de sensibilidade. Então se pode ler a sensibilidade do acelerômetro
desconhecido no amplificador-condicionador de precisão. A incerteza total da calibração nesse
método é de 0.82%. Esse método pode ser encontrado em detalhes na publicação já citada
anteriormente.
Calibração Geral por Comparação usando Método de Análise por FFT: é semelhante ao método
anterior, porém nesse método é possível calibrar o acelerômetro desconhecido em uma larga faixa
de freqüências sem um aumento muito grande no tempo de calibração. A incerteza total da
calibração nesse método é de 4.85%. Essa incerteza pode ser diminuída por dois métodos de
melhora: por troca (incerteza cai para 0.8%) e por substituição (incerteza cai para 0.93%). Esse
método pode ser encontrado em detalhes na publicação já citada anteriormente.
Calibração por Cálculo Teórico: por esse método, a sensibilidade do acelerômetro mais seu cabo
pode ser obtida pelo gráfico de calibração do acelerômetro quando for usado um pré-amplificador de
voltagem. Esse método só é possível quando os pré-amplificadores tiverem seleções com ganhos
fixos. Se for usado um cabo longo ou se o acelerômetro estiver submetido a altas temperaturas deve-
se calcular uma nova sensibilidade à voltagem. Quando for usado um amplificador de carga, a
sensibilidade à carga do amplificador também pode ser obtida através de seu gráfico. Nesse caso,
cabos longos não são problema para a sensibilidade, porém, a altas temperaturas, deve-se calcular o
novo valor da sensibilidade à carga.
148
→ Considerações Finais
Este texto surgiu da necessidade de apresentar ao aluno um apanhado geral sobre o tema de
Mecânica Vibratória. Permite que o estudante desenvolva a habilidade de analisar um determinado
problema de maneira simples e lógica e de aplicar na sua solução alguns princípios fundamentais.
Espera-se com isso que o texto forneça o embasamento teórico e mostre as aplicações práticas dos
conceitos que envolvem mecânica vibratória.
150
→ Bibliografia:
Básica:
RAO, S. S., Mechanical Vibrations, Addison-Wesley Publishing Company, New York,
1995.
Complementar:
CRAIG JR., R. R., Structural Dynamics: An Introduction to Computer Methods, John Willey
& Sons, New York, 1981.
DIMAROGONAS, A. D., Vibration Engineering, West Publishing Co., St. Paul, 1976.