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VIBRAÇÃO OCUPACIONAL

 A vibração no dia-a-dia:
O trabalho do homem, nas suas mais diversas formas, traz consequências
danosas para alguma parte do corpo, quer pela exigência do físico, quer pelos esforços
transmitidos pelos instrumentos e/ou equipamentos, quer pela postura necessária para o
desenvolvimento de uma determinada atividade. 
A maioria das atividades humanas envolve alguma forma de vibração. Ouve-se
porque o tímpano vibra, vê-se porque ondas luminosas se propagam. A respiração está
associada à vibração dos pulmões, os batimentos cardíacos são movimentos vibratórios do
coração, a fala se fundamenta na vibração das cordas vocais e os movimentos humanos
envolvem oscilações de braços e pernas. No campo tecnológico, as aplicações de
vibrações na engenharia são de grande importância nos tempos atuais. Projetos de
máquinas, fundações, estruturas, motores, turbinas, sistemas de controle e outros,
exigem que questões relacionadas a vibrações sejam levadas em conta (1). 
Agentes físicos como ruído, calor, vibrações, pressões e radiações e agentes
químicos como fumo, poeira, gases, vapores são alguns dos estressores ambientais
encontrados em vários locais de trabalho. Os estressores organizacionais são fatores
relacionados à organização do trabalho como, por exemplo, turnos, ritmo e ergonomia, ou
seja, a relação do trabalhador com suas tarefas. Eles alteram o funcionamento de todo o
organismo e o sono, aumentam a sensibilidade aos agentes estressores ambientais e,
consequentemente, aumentam o risco de acidentes de trabalho. Combinados, esses
estressores podem ter uma série de efeitos sobre a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Dentre esses estressores, a vibração é um agente nocivo que atua sobre os
trabalhadores, pois o corpo humano está exposto a vibrações em vários ambientes,
podendo-se classificá-las pelo modo como são transmitidas ao corpo: vibração de corpo
inteiro, vibração transmitida por meio das mãos, dentre outras formas.
A vibração de corpo inteiro ocorre quando o corpo está sendo suportado por
uma superfície que vibra. Esse tipo de vibração ocorre em todas as formas de transporte.
Independentemente de como é transmitida a vibração, é preciso conhecer seus efeitos
para que, além da prevenção, se possa fazer o diagnóstico diferencial entre doenças com
sintomas semelhantes, decorrentes da exposição a vibrações ou distúrbios osteoarticulares
relacionados ao trabalho (DORT). O corpo humano pode ser caracterizado como uma
sofisticada estrutura biomecânica e a sua sensibilidade a vibração pode envolver diversos
fatores, tais como, postura, tensão muscular, frequência, amplitude e direção da vibração,
além do que, a duração e a dose da exposição. Deste modo, os danos e perturbações
causados pela exposição à vibração, que são reconhecidos como doenças profissionais ou
ocupacionais, muitas vezes são incuráveis e irreversíveis, porém, é evitável, por isso é
sempre recomendado como essencial à implementação de programas de prevenção
adequados.
 Quando identificar que um corpo está sob vibração:
Um corpo está em vibração quando descreve um movimento oscilatório em
torno de um ponto fixo. O número de vezes em que o ciclo completo do movimento se
repete durante o período de um segundo é chamado de frequência e, é medido em ciclos
por segundo ou Hertz [Hz].
As consequências da vibração no corpo dependem de quatro fatores: pontos de
aplicação no corpo; frequência das oscilações; aceleração das oscilações; e, duração da
ação. O interessante é que ninguém fica exposto à vibração passivamente, como ocorre
no ruído, no caso da vibração o contato faz parte do processo.

 Principais instrumentos de trabalho que causam vibrações:


Máquinas pesadas como tratores, caminhões, ônibus, máquinas de
terraplanagem, máquinas industriais.
 Malefícios à exposição:
Em qualquer trabalho que envolve exposição à vibrações, o trabalhador está
sujeito a sofrer dores no corpo e desenvolve problemas degenerativos com o passar do
tempo.
Quando exposto às vibrações por um curto período, o trabalhador pode
apresentar vários males à saúde como: dores musculares, dores abdominais, náuseas e
até mesmo aumento dos batimentos cardíacos por conta do estresse geral. Pessoas que
trabalham muito tempo nestes ambientes, por sua vez, podem ter o sistema nervoso
danificado, além de problemas no coração, problemas na coluna e até impotência do
aparelho reprodutor. Algumas pessoas passam a sofrer com a Doença de Raynaud, que
prejudica a irrigação de sangue nas mãos por conta da obstrução de vasos e artérias,
podendo até causar necrose dos dedos.

Foto Síndrome de Raynold – Fonte:

 Como reduzir o risco:


Para reduzir os riscos da vibração ocupacional, técnicas de segurança do
trabalho devem ser utilizadas de modo a medir as vibrações dos equipamentos e o
respectivo impacto no corpo humano. E assim que detectada as informações, a empresa
deve se adequar a fim de minimizar os danos aos trabalhadores.
Uma das medidas possíveis é o uso de ferramentas com controle de impacto e
luvas antivibração.

Também deve ser considerado um período adequado de repouso e massagens


nos dedos e braços. É importante lembrar que as empresas devem dar o treinamento
adequado aos funcionários, para que os equipamentos sejam utilizados de forma correta,
minimizando os danos à saúde.
Além disso, recomenda-se que o trabalhador não utilize mais força do que a
necessária para utilização do equipamento; evite contato direto com a pele; adote uma
postura adequada; trafegue na velocidade indicada; e, faça manutenções periódicas nos
equipamentos, reduzindo eventuais problemas que possam aumentar as vibrações.
Para o empregador, a importância dessa documentação consiste na definição
da obrigatoriedade ou não do pagamento do adicional de insalubridade ao empregado. E,
para o trabalhador o benefício da realização da medição da vibração ocupacional é,
sobretudo, salvaguardar a sua saúde.

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