quando ele descreve um movimento oscilatório em torno de um ponto de referência. O número de vezes de um ciclo completo de um movimento durante um período de um segundo é chamado de frequência e é medido em Hertz [Hz].
O movimento pode consistir de um simples componente ocorrendo em
uma única frequência, como um diapasão, ou muitos componentes ocorrendo em diferentes frequências simultaneamente, como por exemplo, com o movimento de um pistão de um motor de combustão interna. Na prática, os sinais de vibração consistem em muitas frequências ocorrendo simultaneamente, dificultando a observação em um gráfico amplitude X tempo. Esses componentes podem ser visualizados plotando a amplitude da vibração X frequência. O mais importante dos sinais de vibração é o estudo dos componentes individuais da frequência que é chamado de análise de frequência, uma técnica que pode ser considerada a principal ferramenta de trabalho nos diagnósticos de medida de vibração.
O gráfico que mostra o nível de vibração
em função da frequência é chamado de espectrograma de frequência. Quando analisamos a vibração de uma máquina, encontramos um grande número de
que são diretamente relacionados com os movimentos fundamentais de várias partes da máquina. Com a análise de frequência, é possível descobrir as fontes de vibração na máquina.
As vibrações ocorrem, principalmente, nas máquinas pesadas e
ferramentas manuais. Podem ser vibrações localizadas (aquelas recebidas por uma determinada parte do corpo) e vibrações de corpo inteiro (aquelas recebidas por todo o corpo do indivíduo). As vibrações têm como efeito a perda de sensibilidade do tato, deslocamento dos nervos, problemas nas articulações, entre outros. A exposição ao fator de risco se dá pelo contato direto do trabalhador com as superfícies vibrantes.
As vibrações classificam-se em:
Vibrações de mãos e braços
Situam-se na faixa de 6,3 a 1250 Hz. Aquelas recebidas por
uma determinada parte do corpo. São transmitidas aos membros superiores, o que encontramos na literatura com a definição de VMB, ou seja, Vibrações de Mãos e Braços. São habitualmente menos aplicadas aos membros inferiores. Como exemplos podemos citar o uso de ferramentas manuais, portáteis ou não, tais como: motosserras, serras, politrizes, furadeiras, britadeiras e martelos pneumáticos, utilizados nas indústrias de uma forma geral.
São as vibrações de baixa frequência e alta amplitude,
situam-se na faixa de 1 a 80 Hz, mais especificamente 1 a 20 Hz. São aquelas recebidas por todo o corpo do trabalhador, o que encontramos na literatura com a definição de VCI, ou seja, Vibrações de Corpo Inteiro. Como exemplos de atividades que os trabalhadores estão expostos às vibrações de corpo inteiro, temos: plataformas industriais, veículos pesados, tratores, retroescavadeiras, trabalho em embarcações marítimas, fluviais e trens.
O corpo humano é um conjunto heterogêneo de órgãos, de tecidos de
sustentação e de estruturas ósseas que transmite, como todo sistema físico, as variações exteriores de força que lhes são aplicadas no curso de exposição das vibrações mecânicas.
Estes tecidos e órgãos se comportam como filtros que atenuam ou
amplificam as vibrações em função de sua frequência. Se o homem pode tolerar sem dor que seu corpo seja submetido a oscilações de vários metros a 0,05Hz, esta amplitude deve ser reduzida a alguns milímetros para 5Hz e a alguns microns para 500Hz.
Os canais semicirculares do ouvido interno só são sensíveis a
movimentos muito lentos enquanto que os receptores musculares transmitem sinais nervosos ligados a vibrações até 200Hz. Enfim, certos receptores cutâneos só são, por sua vez, sensíveis a variações dinâmicas de frequência compreendida entre 40 e 1000Hz. Portanto, a percepção das vibrações, bem como os distúrbios patológicos que elas engendram e os meios de proteção e dispositivos de medição estão estreitamente ligados a duas grandezas fundamentais: sua frequência expressa em Hertz (Hz) e sua amplitude, expressa em metros ou, mais comumente, em unidade de aceleração (m/s2).
» Vibrações de muito baixa frequência (< 2Hz): elas não causam
deslocamento relativo das massas corporais e agem principalmente sobre as funções vestibulares.
O labirinto compreende os três canais semicirculares, o utrículo e o
sáculo que detectam as variações de velocidade da cabeça e estão ligados com os centros nervosos de controle dos movimentos dos olhos e da postura. Os efeitos mais comuns causados por estas vibrações são:
O mal dos transportes: ele resulta de uma dificuldade central de
integração entre as informações visuais e as informações labirínticas. Ele é acentuado pelas conexões do sistema vestibular com o sistema nervoso autônomo. A intensidade dos distúrbios diminui com a idade e com o treinamento. A duração do estímulo é importante. Estes distúrbios são agravados se o indivíduo tem os olhos fechados ou se ele olha para objetos que têm os mesmos movimentos que seu próprio corpo. Os fatores psicológicos e os odores influem sobre os sintomas, mas não parecem constituir uma causa determinante. Estes sintomas se manifestam por graus: náuseas, palidez, suores, vômitos breves e depois persistentes, enfim mal-estar grave.
Ilusões visuais: o sistema labiríntico estando em interação com
o sistema visual, as oscilações lentas da cabeça podem provocar ilusões visuais como a ilusão oculogiral (os objetos parecem se mover) após uma forte estimulação labiríntica. Ela é particularmente nítida no caso de pontos iluminados em um ambiente escuro.
» Vibrações de baixa frequência (2 a 20Hz): encontradas em
numerosas situações industriais, elas são caracterizadas por sua natureza (raramente sinusoidais, muitas vezes periódicas, como nas máquinas
vibrantes, e aleatórias, como nos meios de transporte). Os efeitos mais
comuns causados por estas vibrações são:
Efeitos patológicos: elas causam dores paravertebrais,
provocadas pela combinação de má postura e do efeito específico das vibrações que agrava, às vezes, uma patologia vertebral anterior. Nota-se o aparecimento de síndromes lombo- ciáticos, distúrbios do aparelho digestivo e do trato urinário.
Efeitos fisiológicos: estas vibrações provocam uma baixa da
acuidade visual ligada aos movimentos relativos da cabeça e do ambiente.
Efeitos biomecânicos: pode comparar o corpo humano a um
sistema de massas suspensas. Quando se produz uma exposição às vibrações, obtém-se uma atenuação ou uma amplificação (com uma eventual ressonância) da amplitude das vibrações. A defasagem entre o movimento das diferentes massas é também um fator importante que provoca estiramentos ou compressões dos tecidos musculares ou das vísceras.
» Vibrações frequência superior a 20Hz, transmitida por via sólida:
Uma parte destas vibrações entra no domínio onde elas também são percebidas pelo ouvido. Seus efeitos são distintos das vibrações sólidas de frequência mais baixa.
Nos limites de amplitudes no qual elas são toleráveis pelo homem,
estas vibrações são rapidamente atenuadas pelas partes moles e, elas só são transmitidas a distância pelo esqueleto com atenuação nas articulações. Elas podem dar, quando o ponto de impacto é o crânio, sensações auditivas. Mas não provocam, como as vibrações de frequência mais baixa, movimentos relativos de massas corporais. Estas vibrações causam a ativação dos receptores cutâneos e dos músculos estriados.
As vibrações de 20 a 40Hz, presentes nas perfuratrizes, nos
marteletes provocam lesões osteo-articulares, enquanto as vibrações de 40 a 300Hz, como nos instrumentos polidores, causam distúrbios vasculo- simpáticos.
Os efeitos mais comuns causados por estas vibrações são:
Lesões osteo-articulares: entre estas lesões podemos
enumerar as mais correntes como as artroses do cotovelo (elas se desenvolvem após alguns meses ou alguns anos de trabalho. As dores são raras, pouco intensas. É a dificuldade da flexão do cotovelo que chama a atenção) e as lesões carpianas (caracteriza-se por uma artrose e sobretudo um amolecimento com dor).
Distúrbios vasomotores: caracteriza-se sobretudo por dedo
morto profissional ou síndrome de Raynaud vibratório (atinge sobretudo os dedos mínimo, anular e médio – o dedo é branco, frio e depois, quando a crise termina, cianosado e doloroso.
Lesões neuromusculares: caracterizada por distúrbios
sensitivos, atrofias musculares rápidas, provocadas tanto por um martelamento direto, quanto pela ausência de repouso muscular, estando os músculos não trabalhando a um ritmo intermitente, mas em estado de contração permanente.
Avaliação da vibração
No Brasil, a NR-9 e a NR-15 tratam da questão da exposição
ocupacional à vibração para fins de prevenção e de insalubridade, respectivamente, definindo limites de exposição, os quais são diferentes para vibração de mãos e braços e para vibração de corpo inteiro.
A avaliação é realizada por meio de dosímetros de vibração, e são
utilizados acelerômetros especialmente montados para adaptação nas avaliações de corpo inteiro e na avaliação de mãos e braços.
Avaliação do Controle Autonômico Baseada na Análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca: Proposta de Método Otimizado para Ativação Vagal e Aplicação da Ferramenta para Estimativa da Dor em Intervenções Clínicas