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Português 12 – Ficha n.

º 3

Proposta de correção
Grupo I

1. Os três primeiros versos do poema sintetizam as principais ideias que vão ser
desenvolvidas ao longo do poema.
Assim, o sujeito dirige-se a um interlocutor plural presente na forma verbal “Acreditem”,
afirmando que não consegue experienciar as suas próprias emoções: “Não sei ser triste a
valer / Nem ser alegre deveras”, uma vez que está constantemente a intelectualizá-las. A
partir desta constatação, nos versos seguintes, o sujeito questiona-se sobre o que acontece
com os “outros”: “Serão as almas sinceras / Assim também, sem saber?”. A grande diferença,
no entanto, consiste no facto de o sujeito ser consciente da incapacidade de escrever o que
sente e os “outros” serem inconscientes do processo de transformação das emoções em ficção
através da razão.
Deste modo, o “eu” vive entre a “ficção da alma” e a “mentira da emoção”, numa
permanente racionalização dos sentimentos.

2. Após a leitura do poema e tendo em conta a tensão sentir/pensar vivenciada pelo sujeito
poético, podemos considerar que entre a “flor” e a “gente” existem duas relações contrárias:
relação de oposição e relação de semelhança.
Por um lado, enquanto ser vivo inconsciente, a “flor” transmite serenidade, uma vez que
não intelectualiza os sentimentos, opostamente ao que acontece com os seres humanos.
Assim, o sujeito poético expressa a sua admiração pela naturalidade do ato de florir: “com
que prazer me dá calma”. Por outro lado, entre os elementos naturais e os seres humanos não
há, contudo, diferenças, uma vez que ambos cumprem a sua função instintivamente:
enquanto as flores florescem, as pessoas pensam “sem querer”, ou seja, espontaneamente.
Em suma, ao contrário do que se passa com o “eu” poético, que vive subjugado pela
tensão sentir/pensar, uma flor cumpre a sua existência de forma simples. Assim, o “eu” ao
contemplar o desabrochar da flor, liberta-se momentaneamente da angústia que lhe provoca a
intelectualização permanente e que o impede de viver plenamente.

3. A estrofe final do poema é constituída por um dístico que apresenta a conclusão das
reflexões do sujeito poético.
Na verdade, este último momento do poema apresenta um sujeito resignado face à reflexão
realizada ao longo do poema: “Stá bem”. Esta última estrofe constitui uma conclusão face à
tensão sentir/pensar das estrofes iniciais, mas também relativamente ao peso do destino
presente nas referências aos “deuses” e ao “Fado” na quarta estrofe.
Deste modo, consciente do peso do destino, o sujeito aceita o “pensar” enquanto ser
racional, assim como a flor se limita a “florir” de acordo com a sua essência.

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Português 12 – Ficha n.º 3
B

4. Esta esparsa apresenta uma visão contraditória do mundo.


De facto, este poema pretende traduzir a inversão de valores que caracteriza a sociedade:
enquanto os bons são castigados, os maus são recompensados. No entanto, para o sujeito
poético o mundo apresenta-se concertado, pois tentou imitar os maus, mas foi castigado.
Em conclusão, o “eu” discorre sobre o Mundo desconcertado.

5. Este poema, apesar de datado do século XVI, aborda uma temática intemporal.
Efetivamente, ainda hoje, em múltiplas situações, sentimos que, de algum modo, há uma
constante inversão de valores e nem sempre quem merece é recompensado pelo seu esforço.
São várias as áreas profissionais ou sociais que exemplificam um mundo incerto,
inquietante, desconcertado.
Concluindo, o “mundo às avessas” é uma realidade sem tempo nem espaço determinados.

Grupo II
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
(B) (C) (A) (C) (C) (B) (D)

8. “prosas curtas” e “forma breve”


9. a) com muitas peripécias
b) a metáfora
Grupo III

Tópicos de resposta

• A viagem permite observar o mundo.


• Estimula a curiosidade.
• Proporciona um mundo de descobertas e de aprendizagem.
• Desenvolve o gosto por aspetos culturais (museus, música,…).
• Ensina a viver sem preconceitos, a ser tolerante, a respeitar as diferenças.
• Ensina a dar valor aos pequenos bens essenciais.
• Revela povos e culturas.
• Ensina a lidar com imprevistos.
• Favorece o autoconhecimento.
• Contribui para uma melhor gestão do tempo e das tarefas.
• …

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