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Didrio Oficial da Unido - Segdo 1 10°96, quinta-feira 20 de maio de 2004 CONSELHO NACIONAL DE SAUDE RESOLUGAO N° 338, DE 6 DE MAIO DE 2004 © PLENARIO DO CONSELHO NACIONAL DE SAUDE, em sua Centésima Quadragésima Segunda Reunido Ordinaria, realizada nos dias 5 e 6 de maio de 2004, no uso de suas competéncias regimentais e atribuigdes conferidas pela Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990,e Considerando a competéncia da diregéo nacional do Sistema Unico de Satide - SUS de formular, avaliar e elaborar normas de politicas puiblicas de satide;Considerando as deliberagdes da 1a Conferéncia Nacional de Medicamentos e Assisténcia Farmacéutica, efetivando 0 acesso, a qualidade e a humanizag&o na Assisténcia Farmacéutica, com controle social, realizada no periodo de 15 a 18 de setembro de 2003; e Considerando as deliberagdes da 12* Conferéncia Nacional de Saude, realizada no periodo de 7 a 11 de dezembro de 2003, resolve: Art. 1° Aprovar a Politica Nacional de Assisténcia Farmacéutica, estabelecida com base nos seguintes principios: | - a Politica Nacional de Assisténcia Farmacéutica 6 parte integrante da Politica Nacional de Satide, envolvendo um conjunto de agées voltadas a promogao, protegéo e recuperacdo da satide e garantindo os principios da universalidade, integralidade e equidade; Il - a Assisténcia Farmacéutica deve ser compreendida como politica publica Norteadora para a formulacao de politicas setoriais, entre as quais se destacam as politicas de medicamentos, de ciéncia e tecnologia, de desenvolvimente industrial e de formagao de recursos humanos, dentre outras, garantindo < intersetorialidade inerente ao Sistema Unico de Satie - SUS e cuie implantagdo envoive tanto o setor publico como o privado de atenc&o a satide; I~ a Assisténcia Farmacéutica trata de um conjunto de agées voltadas a promogao, @ protecdo e a recuperacao da satide, tanto individual come coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso é 0 seu uso racional, conjunto este, que envolve a pesquisa, o desenvolvimento, @ a produgéo de medicamentos e insumos, bem como sua selecdo, programac&o, aquisi¢ao, distribuigdo, dispensagao, garantia da qualidade dos produtos e servicos, acompanhamento e avaliagao de sua utilizagdo, na perspectiva da obten¢do de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da populagao; e IV - as agées de Assisténcia Farmacéutica envolvem aquelas referentes a Atengdo Farmacéutica, considerada como um modelo de pratica farmacéutica, desenvolvida no contexto da Assisténcia Farmacéutica e compreendendo atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co- responsabilidades na prevengéo de doengas, promogao e recuperagao da satide, de forma integrada & equipe de satide. E a interagdo direta do farmacéutico com o usuario, objetivando uma farmacoterapia racional e a obten¢gao de resultados definidos @ mensurdveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida, Essa interagao também deve envolver as concepgées dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a dtica da integralidade das agdes de satide. Art. 2° A Politica Nacional de Assisténcia Farmacéutica deve englobar os seguintes eixos estratégicos: | - a garantia de acesso e eqtidade as agdes de satide, inclui, necessariamente, a Assisténcia Farmacéutica; Il - manutengdo de servicos de Assisténcia Farmacéutica na rede publica de satide, nos diferentes niveis de tengo, considerando a necessaria articulagao @ a observancia das prioridades regionais definidas nas instancias gestoras do SUS; Il ~ qualificagao dos servigos de Assisténcia Farmacéutica existentes, em articulagéo com os gestores estaduais e municipais, nos diferentes niveis de atengao; IV - descentralizagéo das agSes, com definico das responsabilidades das diferentes instancias gestoras, de forma pactuada e visando & superagao da fragmentagao em programas desarticulados; V - desenvolvimento, valorizagéo, formagao, fixagao e capacitagdo de recursos humanos; VI - modernizagao e ampliagéo da capacidade instalada e de produgéo dos Laboratérios Farmacéuticos Oficiais, com vistas ao suprimento do SUS e ao cumprimento de seu papel como referencia de custo e qualidade da produgao de medicamentos, incluindo-se a produgdo de fitoterapicos; Vill - utilizago da Relagao Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), atualizada periodicamente, como instrumento racionalizador das ages no Ambito da Assisténcia Farmacéutica; Vill - pactuagéo de agdes intersetoriais que visem a internalizagéo e ac: desenvolvimento de tecnologias que atendam as necessidades de produtos servigos do SUS, nos diferentes niveis de atengo; IX - implementago de forma intersetorial e, em particular, com o Ministério dei Ciéncia e Tecnologia, de uma politica publica de desenvolvimento cientifico ¢ tecnolégico, envolvendo os centros de pesquisa e as universidades brasileiras com 0 objetivo de se desenvolverem inovagées tecnolégicas que atendam aos interesses nacionais e as necessidades e prioridades do SUS; X -definigéo € pactuagdo de agGes intersetoriais que visem a utilizagéo das plantas medicinais e de medicamentos fitoterépicos no processo de atengdo a satide, com respeito aos conhecimentos tradicionais incorporades, com embasamento cientifico, com adogao de politicas de geracéo de emprego e renda, com qualificagao e fixagéo de produtores, envolvimento dos trabalhadores em satide no processo de incorporagao dessa op¢ao terapéutica e baseado no incentivo produgdo nacional, com a utilizacdo da biodiversidade existente no Pais, XI - construgéo de uma Politica de Vigilancia Sanitaria que garanta o acesso da populagao a servigos e produtos seguros, eficazes e com qualidade; XII - estabelecimento de mecanismos adequados para a regulacéo e monitoracéo do mercado de insumos e produtos estratégicos para a satide, incluindo os medicamentos; € XIll - promogo do uso racional de medicamentos, por intermédio de ages que disciplinem a prescrigdo, a dispensagdo e o consumo. Art, 3° Esta Resolugao entra em vigor na data de sua publicagao. HUMBERTO COSTA Presidente do Conselho Homologo a Resolugao CNS N° 338, de 6 de maio de 2004, nos termos do Decreto de Delegagao de Competéncia, de 12 de novembro de 1991. HUMBERTO COSTA Ministro de Estado da Saude

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