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Panambi
Dezembro de 2013
LENIOR DAL CORTIVO
___________________________
Gil Eduardo Guimarães (Orientador)
Prof. Dr. / Unijuí
___________________________
Luiz Carlos da Silva Duarte (Avaliador)
Prof. Ms. / Unijuí
___________________________
Gil Eduardo Guimarães (Avaliador)
Prof. Dr. / Unijuí
À minha família, em especial aos meus pais Nilson e Ilce, pelo apoio incondicional
dado durante todo o período em que estive lutando incansavelmente pelos meus objetivos.
À todos os meus colegas de curso, que durante estes sete anos foram muitos, e que nem
sempre foram os mesmos até sua conclusão.
Aos colaboradores e colegas de trabalho da empresa Kepler Weber S/A e consultores
do Projeto 3D, que muitas vezes cederam parte de seu tempo para fornecerem informações
importantes no desenvolvimento deste trabalho.
Ao meu professor Dr. Gil Eduardo Guimarães, pelo carinho, compreensão e conselhos
desde o início deste trabalho.
À Deus, pela força recebida para que eu continuasse na luta pelos meus objetivos.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Nilson e Ilce Dal Cortivo pelo apoio dado
incondicionalmente todo o tempo em que estive longe de casa em busca dos
meus objetivos, pelo amor e conselhos recebidos durante períodos de difíceis
escolhas, sem vocês nada teria sentido.
A minha namorada Bruna Valduga, pessoa muito especial na minha
vida que graças a Deus tive a oportunidade de ter ao meu lado me apoiando
nas horas difíceis, pelo seu carinho imenso e conselhos nas horas difíceis,
sem você talvez não tivesse me tornado a pessoa que sou hoje.
Aos meus mestres, que neste período transpuseram seu conhecimento de
forma extraordinária, em especial ao meu orientador Prof. Dr. Gil Eduardo
Guimarães.
A minha família, em especial aos meus tios(as) Marinês Tomasi, Marli
Tomasi, Elso Tomasi, Dilema Dal Cortivo, Leda Dal Cortivo, os quais tenho
muito amor e carinho.
Aos meus colegas de trabalho, que nestes seis anos de empresa me
orientaram e passaram seus conhecimentos profissionais, permitindo o meu
crescimento pessoal e profissional.
“Seja você quem for
Seja qual for a sua posição social
Que você tenha na vida, a mais alta
Ou a mais baixa,
Tenha sempre como meta muita força,
Muita determinação e sempre faça
Tudo com muito amor e com muita fé em Deus,
Que um dia você chega lá.
De alguma maneira você chega lá”
Ayrton Senna
RESUMO
Neste trabalho serão apresentados estudos feitos sobre a implantação do software ERP
(Enterprise Resource Planning) SAP o qual tem por objetivo aprimorar as informações que
circulam na companhia, garantir a segurança de informação e integrar o fluxo de informações
entre as diversas áreas da empresa de forma mais rápida e segura. O trabalho inicialmente
apresenta o processo de escolha de um novo ERP, modelo de implantação, etapas do
processo, impactos gerados na empresa e os riscos de implantação de um novo software ERP.
Em seguida mostra as mudanças culturais sofridas na empresa e como minimizar este efeito.
Posteriormente é demonstrado como é dada a implantação do módulo PP / LOVC e em
específico e seu desenvolvimento durante o projeto de implantação.
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 14
LISTA DE ABREVIATURAS
INTRODUÇÃO
A implantação de sistemas ERP é uma tarefa complexa que obrigatoriamente deve ser
bem desempenhada a fim de se evitar falhas, além de exigir que mudanças organizacionais
sejam feitas. O processo de implantação requer minimamente: análise dos processos da
empresa, treinamentos, investimentos em informática e crucialmente métodos de trabalho. O
ciclo consiste basicamente em: decisão de utilização do sistema, seleção do fornecedor,
implantação do ERP e utilização propriamente dita.
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Este processo será demonstrado de forma sistemática e técnica, para que possibilite a
absorção do conhecimento de forma rápida e eficiente, pois trata-se de um módulo que muitas
empresas não possuem atualmente em seu caráter de operação normal. Isso se dá devido a
complexidade construtiva do mesmo, gerando um volume de trabalho relativamente grande.
Existem várias metodologias de implantação do sistema SAP, tendo grande parte das
consultoras desenvolvidas a sua própria. Basicamente, a maioria está baseada nas
metodologias desenvolvidas propriamente pela SAP, a criadora do sistema. A principal razão
para tal reside na necessidade de se obter uma certificação por parte do fornecedor de que a
consultora e a sua metodologia respeitam as normas definidas pelo mesmo.
16
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Também pode-se definir um ERP como sendo um sistema de software que permite a
uma organização automatizar e integrar a maioria dos seus processos de negócio, partilhar
práticas e dados comuns através de toda a empresa, e por fim, produzir e ceder a informação
num ambiente de tempo real (SOUZA & ZWICKER, 2000).
A principal diferença entre eles (Figura 2) é que o MRP orienta as decisões sobre o que,
quanto e quando produzir e comprar, enquanto que o MRP II engloba também as decisões de
como produzir.
Figura 2 – Abrangência do MRP e do MRP II.
volume de informações cada vez maior pudesse ser gerenciado por cada vez mais pessoas, a
partir de um ambiente interno e externo. No Brasil estas modificações começaram desde
1996, presenciando um aumento na demanda crescente no uso destas ferramentas. Com o
crescimento da globalização econômica, surgiu-se a necessidade da redução de diversos
custos e novos padrões de qualidade. Dentro desta meta foi verificado que a integração entre
diversas áreas funcionais da empresa, Figura 3, era cada vez mais necessária. Podemos citar
as áreas de marketing, produção, finanças e RH (Recursos Humanos), dando assim início aos
sistemas ERP (COLANGELO FILHO, 2001).
Para que os gestores possam se guiar referente a reflexão sobre a adoção de sistemas
integrados é necessário seguir um roteiro, conscientizando para as necessidades e
consequências da mudança organizacional. Um roteiro amplamente utilizado compreende
basicamente cinco partes principais:
i. Avaliação sobre a necessidade do ERP dividindo-se em 3 etapas: (1) análise da situação
atual (refletir e discutir sobre os pontos fortes e fracos da empresa); (2) análise
conceitual do ERP (realizar um estudo imparcial sobre os sistemas ERP); (3) análise do
ERP como solução (confrontar o sistema com os pontos fortes e fracos da empresa)
(ARAUJO, MATTOS, SANTOS, RODRIGUES, SILVA, & TAMAE, 2005);
ii. Através de um documento RFP (Request For Proposal) é iniciado a seleção e
adequação das funcionalidades dos sistemas integrados a empresa, relacionando os
processos atuais com os fornecedores de ERP, tendo por objetivo analisar as soluções
disponíveis no mercado, podendo assim selecionar a mais adequada às particularidades
e especificidades da empresa, detalhada em 4 etapas: (4) análise dos processos da
empresa (avaliar as necessidade de customizações, adaptações e modificações do
sistema); (5) seleção do sistema (analisar os sistemas disponíveis no mercado através da
avaliação de suas características técnicas (RFP)); (6) adequação (comparar as
funcionalidades e processos do sistema default com as necessidades organizacionais);
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Como já vimos anteriormente, existe um processo gerido por algumas etapas quanto a
adoção de um novo ERP na organização. Seu ciclo de vida passa também por estas etapas
sendo acrescentado mais uma e importante: Abandono.
O ciclo de vida dos sistemas ERP pode ser dividido em quatro etapas: decisão e seleção,
implementação, estabilização e utilização. A primeira etapa, decisão e seleção, é o momento
no qual a empresa decide adotar um sistema integrado de gestão que deve ser encarado como
um projeto empresarial e não como um projeto de tecnologia (SOUZA & ZWICKER, 2000).
Dentro dessa etapa, deve ser escolhido o fornecedor de software de acordo com as
necessidades da organização.
Atualmente o foco das empresas fornecedoras de softwares ERP está localizado nas
empresas de pequeno e médio porte, especialmente no Brasil. Podemos chamar esta aplicação
de “Small/Midle Market”. A classificação do que é uma empresa média varia muito com o
fornecedor de ERP, porém de uma forma geral é possível englobar nesta faixa, empresas cujo
faturamento anual gira na faixa de U$$10 milhões e U$$300 milhões.
As organizações modernas estão preocupadas com uma efetiva integração dos seus
sistemas de informação e com a atualização da sua base tecnológica. Os sistemas ERP
apresentam benefícios neste sentido.
Fonte:[http://www.metaanalise.com.br/inteligenciademercado/images/stories/banco_de_imge
ns/Materias/Logos/ - Acesso em 20/10/2013]
24
o Oracle – Produz e vende aplicações ERP desde 1987, sendo a maioria dos seus
clientes são empresas ligadas à produção e consumo de dados, sendo assim um
adversário direto da SAP. Curiosamente em cerca de 80% dos casos, o
software da SAP opera sobre uma base de dados da Oracle.
Fonte: [http://houston-mfg.com/ghma-summer-tour-of-saint-arnold-brewery-and-networking-
event-sponsored-by-oracle/oracle-logo/ - Acesso em 20/10/2013].
Fonte: [http://www.olharempreendedor.com.br/2010/07/06/empresas-de-t-i-brasileiras-estao-
entre-as-100-melhores-do-mundo/logo-totvs/ - Acesso em 20/10/2013].
Fonte: [http://www.bi.dev42.es/2011/06/26/una-historia-sobre-el-origen-de-
obiee/ - Acesso em 20/10/2013].
o Microsoft – Empresa multinacional norte americana fundada em 1975,
frequentemente abreviada como MS. Microsoft Dynamics é a linha da
Microsoft destinada a empresas. Era anteriormente conhecido pelo seu nome
de projeto Green, e substitui a família de aplicações da Microsoft Business
Solutions. Esta família de produtos inclui software como o Microsoft
Dynamics AX, direcionado para a gestão corporativa – ERP.
o Bann – Empresa fundada em 1978 por Jan Baam em Barneveld, Países Baixos,
para prestar serviços de consultoria administrativa e financeira. Com o
desenvolvimento de seu primeiro pacote de software, Jan Baan e seu irmão
Paul Baan, entraram na indústria de ERP. Baan ganhou popularidade no início
dos anos noventa. O software Baan é famoso por as suas Dynamic Enterprise
Modeler (DEM), arquitetura e sua linguagem em 4GL.
Fonte: [http://nimishprabhu.com/jd-edwards-9-10-standalone-installation-step-by-step-
guide.html - Acesso em 20/10/2013].
Na Figura 12 pode-se realizar uma análise através de uma pesquisa realizada pela
empresa MBI, a participação de mercado de algumas das principais fornecedoras de softwares
ERP.
Fonte:[http://www.mbi.com.br/mbi/biblioteca/relatorios/2010-06-pesquisa-erp-bi-
outsourcing-grandes-empresas-brasil/ - Acesso em 20/10/2013].
Como podemos ver a liderança na SAP neste mercado, confirmada pela pesquisa, não se
constitui em uma surpresa, visto que a mesma é a maior do segmento, bem como a segunda
posição ocupada pela Oracle. Entretanto, a presença da Totvs e Microsoft em terceiro e quarto
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lugares, são um fato novo neste mercado. Estas empresas se posicionam no mercado como
fornecedoras de software para o mercado de empresas de porte médio. O crescimento de
mercado da TOTVS em empresas de grande porte pode ser vista como uma tentativa destes
clientes em reduzir seus custos com os softwares ERP. Através da soma dos percentuais de
todos os fornecedores, podemos chegar a um valor ligeiramente superior a 150%, indicando
que as empresas possuem, em média, pouco mais de 1,5 soluções ERP (ou módulos de
fornecedores diferentes) implementadas.
O sistema ERP SAP, por exemplo, é composto por vários módulos, abaixo demonstrado
na Figura 13, com uma forte integração entre eles, garantindo a qualidade e a segurança dos
dados corporativos. É comum encontrar comentários entre as gestões empresariais
demonstrando que este ERP é feito para atender a gestão de toda a empresa, necessidades de
controle e governança, e não para atender operacionalmente os processos, que incialmente
ficam mais burocráticos em suas execuções. Porém, é sem sombra de dúvidas o melhor
sistema corporativo do mundo.
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Módulo Estudado
O módulo PP, seguindo este parâmetro, possui uma ligação mais forte que o normal com os
módulos de MM (Mestre de Materiais), CO (Contabilidade e Custos) e SD (Vendas e
Distribuição).
Com as empresas cada vez mais preocupadas com as rápidas mudanças no cenário
econômico-comercial atual, a atualizção constante é uma tarefa árdua que deve ser realizada
constantemente. Estas atualizações passam invariavelmente pela troca de sistemas
informatizados, com mais capacidade de processamento de encorpados em sua essência,
respondendo com eficácia às solicitações de melhorias contínuas.
Podemos citar ainda que “dá-se o nome de cultura organizacional ao modo de vida
próprio que cada organização desenvolve em seus participantes” (CHIAVENATO, 1999).
Os valores e crenças disseminadas, as tradições e hábitos que são reconhecidas pelos
indivíduos formam o modo como a organização será vista e reconhecida no meio em que está
inserida. Neste sentido o meio não é estático e permanente, mas sim pelo contrário, vive em
constantes mudanças, logo a estrutura de uma organização precisa também ser dinâmica.
Os fatores mais importantes para que a implantação do sistema seja um sucesso tanto na
parte técnica quanto na comportamental são: participação ativa da alta gerência; gerenciar as
mudanças buscando reduzir o “medo” dos usuários pouco informados; identificar os usuários
chave, que são indispensáveis em seus respectivos departamentos; escolher com segurança
para Gerente do Projeto (Gerente-Usuário) um profissional experiente e respeitado; planejar e
realizar treinamentos; definir claramente os diversos papéis na implementação do sistema
através da união de conhecimentos e esforços para o alcance do sucesso; adaptar o sistema à
empresa e vice-versa, refletindo sobre a realidade atual da empresa ou a utilização das
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Para tornar a utilização do novo sistema amigável aos usuários é necessário durante a
implantação, realizar treinamentos, auditoria operacional e manualização sistêmica. Os
treinamentos de usuários finais é uma tarefa fundamental e demorada devendo, portanto, ser
considerada desde o início do projeto. O tempo de treinamento do ERP é mais elevado do que
um treinamento em uma aplicação única. O planejamento das pessoas que serão terinadas, o
local, a preparação do material a ser utilizado, a definição dos instrutores e as datas de
realização dos treinamentos são fatores que devem ser tratados com bastante antecedência
(ARMELIM, BITTENCOURT, NUNES, & ALVES, 2009).
Os projetos envolvem o desenvolvimento de algo que nunca foi feito antes, e que é,
portanto único. Um produto ou serviço pode ser único mesmo considerando que já tenha sido
desenvolvida uma infinidade de produtos/serviços em sua categoria. Um exemplo fácil que
podemos destacar é a incontável quantidade de edifícios que já foram construídos, mas cada
nova unidade que é lançada é única, seja ela de um proprietário diferente, projeto próprio,
localização específica, construtor diferente, e assim por diante (PMI, 2006).
Através deste conceito podemos perceber que as presenças de fatores repetitivos não
mudam a característica intrínseca de unicidade do esforço global do trabalho do projeto.
Como exemplo, cita-se:
• Um projeto para desenvolver um novo tipo de avião comercial pode requerer
uma série de protótipos;
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O termo gerência de projetos é algumas vezes usado para descrever uma abordagem
organizacional para gerenciamento dos processos operacionais contínuos. Esta abordagem,
mais conhecida como gerência por projetos, trata muitos aspectos dos serviços continuados
como projetos, objetivando aplicar também a eles, os conceitos de gerência de projetos.
Embora seja óbvia que o conhecimento da gerência de projetos é essencial para uma
organização que a aplica uma discussão detalhada desta abordagem não é o foco deste
trabalho (PMI, 2006).
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execução das atividades e para encontrar os marcos identificados neste plano. O plano e o
cronograma devem ser distribuídos seguindo o que ficou definido pelo plano de gerência de
comunicações. Em alguns casos, pode ser utilizado o termo plano integrado do projeto para
referenciar este documento (PMI, 2006).
2.1. A Empresa
A Kepler Weber S/A é uma empresa que atua no setor de agronegócios, na etapa pós
colheita da cadeia produtiva de grãos. A companhia fabrica equipamentos para armazenagem,
beneficiamento e movimentação de granéis, sendo especializada no desenvolvimento de
soluções completas em armazenagem para seus clientes.
O processo de seleção do novo ERP da organização passou por diversas etapas, sendo
uma delas a abertura e solicitação de cotação do software, onde as empresas interessadas no
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fornecimento deveriam realizar um estudo dos processos existentes e elaborar uma proposta
técnica para a sua solução.
Cada consultoria realizou seu estudo e entregou uma proposta para a empresa,
indicando o que seu software atenderia e quais suas possíveis melhorias a um determinado
prazo. Através destas propostas, foi verificado que o sistema ERP que atenderia as
expectativas estipuladas no início do processo seletivo seria o SAP ECC 6.0.
A companhia espera que o novo sistema possa, além de uma maior segurança na
informação, possa também permitir mudanças em sua forma de trabalho, pois historicamente
a empresa possui muitas informações desatualizadas, as quais interferem significativamente
na sua operação.
Um fator que pode ser levado em consideração e que possui muita influência na seleção
do novo ERP é o mercado de ações, visto que a organização é de capital aberto, os acionistas
visam o lucro, e o novo ERP possui atualmente uma forte imagem no mercado de ações.
Esta metodologia foi escolhida pelo fato de ser desenvolvida pela própria criadora do
ERP, buscando as melhores práticas e aumentando assim a probabilidade de sucesso do
projeto.
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2.4. ASAP
O ASAP fornece um guia passo a passo com as atividades paralelas e orientadas por
processos dentro de cada fase necessária à implementação, servindo-se de uma base de dados
de informação gerada durante todo o projeto.
As fases que compõem esta metodologia também são conhecidas por ASAP roadmap
são definidas através da Tabela 1.
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O ASAP preocupa-se muito com o To-Be, como vai ser a organização, ao contrário das
outras metodologias que evidenciam a necessidade de uma análise do As-Is, como é
atualmente, bem como a necessidade de uma definição clara de quais objetivos do projeto.
Devido ao seu desenvolvimento e criação ser realizado pela própria SAP, a metodologia
ASAP torna o projeto de implantação mais efetivo, no caso de implantação do ERP SAP.
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A implantação do novo ERP na empresa teve como marco inicial o nome do projeto.
Projeto 3D foi o nome dado a este plano de implantação, cuja nomenclatura destaca as três
dimensões que são os principais fatores críticos do sucesso para uma implantação de Sistemas
de Gestão (ERP).
São elas:
• Pessoas;
• Processos;
• Tecnologia.
Através de uma entrevista com o gerente de projeto, o mesmo cita que a empresa
acredita que as três dimensões trabalhando de forma integrada formam o tripé de sustentação,
execução e entrega das estratégias corporativas, conforme ilustrado na Figura 17.
Pode-se verificar que este objetivo é bastante audacioso, visto que quando é realizada a
troca de ERP, é normal que as empresas adotem a implantação por módulos. Há um risco
elevado para que este objetivo possa ser alcançado, pois toda a equipe deve estar totalmente
dedicada e comprometida. A integração dos módulos é um fator que muitas vezes dificulta
uma implantação por completo de todos os processos, pois é comum encontrar problemas
com o saneamento de informações existentes, sendo que cada ERP possui diferentes
classificações dos materiais bem como a quantidade de informações.
A implantação do novo ERP faz com que novas metas sejam traçadas na organização,
assim pode-se verificar através dos objetivos em longo prazo que os principais pontos
abordados são em relação à melhoria de processo e aumento da produtividade. Estes objetivos
são compatíveis com o período em que estão estipulados, pois como já mencionado
anteriormente, toda troca de sistema possui um período significativo de adaptação dos
usuários. É válido ressaltar que a resistência da mudança de ERP começa perder espaço em
um período de um ano após a sua implementação.
Para um projeto ser bem sucedido é necessário estar bem estruturado e com as posições
na empresa bem definidas, para que as tomadas de decisões sejam rápidas e fáceis de
49
Fonte: O Autor.
3.5. Cut-over
Para os autores (COLANGELO FILHO, 2001) e (SIEBER, SIAU, NAH, & SIEBER,
1996)as atividades que compõem o Cut-over são: carregamento dos dados, fechamentos dos
sistemas legados e início da produção do sistema ERP. Para que seja possível dar início as
atividades do novo sistema, devem-se realizar as tarefas no menor tempo possível e com
segurança afim de minimizar o impacto da mudança sobre a organização.
Podemos definir o modo Big Bang (SOUZA & ZWICKER, 1999) como a total
substituição dos sistemas existentes pelo novo sistema ERP, implantando todos os módulos
simultaneamente em todas as unidades da organização. É considerada uma estratégia de alto
risco, pois o grau de mudança é grande em um curto período de tempo. Por outro lado, não há
necessidade do desenvolvimento de interfaces para a comunicação com o novo sistema
(SOUZA & ZWICKER, 1999).
Através das bibliografias consultadas, pode-se verificar que este método é inicialmente
utilizado pelas empresas como inicio do processo de Cut-over, pelo fato de parecer menos
custoso. Porém verifica-se que em muitas das organizações que optaram por este método
possuem um alto índice de descontinuidade do projeto neste modo.
Para o modo Small Bangs (SOUZA & ZWICKER, 2000), deve-se escolher “uma
unidade de negócio ou localidade de menor porte ou importância para o início simultâneo da
operação”, isto é, “a implantação é realizada com base na configuração de uma outra
implantação” (COLANGELO FILHO, 2001). Dessa maneira, é possível obter experiência na
implantação sem comprometer demasiadamente o negócio da empresa. Este modo é muito
utilizado em empresas que possuem mais de uma unidade de negócios ou em implantações
que envolvem muitos países.
Cabe salientar que o modo Small Bangs pode ser utilizado em combinação com outros
modos apresentados. Após a organização utilizar o modo Small Bangs, cabe a ela executar o
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próximo passo estabelecido na estratégia de implantação. Neste momento pode ser utilizado o
modo Big Bang ou modo Fases.
3.8. Fases
O modo Fases (SOUZA & ZWICKER, 2000) é definido por “implementar inicialmente
um módulo ou grupo de módulos em uma ou mais localidades da empresa. Após esta
implementação inicial o projeto prossegue com o próximo grupo de módulos e localidades”.
Na Tabela 2 é possível verificar uma tabela com os pontos fortes e fracos dos modos de
início de operação de um sistema ERP.
O modo de Fases foi escolhido por se encaixar nas características que a empresa possui
como, tempo de projeto, valor para implantação, mão de obra e menor risco de implantação
do novo sistema. Através de entrevistas com os gestores, pode-se constatar que o maior
parâmetro pelo qual a organização decidiu optar pelo método de Fases foi o risco de
implantação.
Um exemplo clássico que se pode demonstrar é quando uma pessoa tem a intenção de
adquirir um veículo, onde a mesma tem a possibilidade de escolher várias características e
combiná-las conforme suas necessidades entre elas podem citar as mais conhecidas como:
- Cor;
- Motorização;
- Ar Condicionado;
- Direção Hidráulica;
- Tamanho das Rodas;
- Farol de Neblina;
- Computador de Bordo;
- Etc.
No Projeto 3D, este módulo será utilizado para a modelagem de dezesseis equipamentos
que atualmente fazem parte do escopo comercial padrão da organização. São eles:
- Silos Armazenadores;
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Para ter-se uma ideia, a gama de configuração dos produtos da Kepler Weber S/A é
extremamente grande. É possível constatar tal fato, aplicando um cálculo de possibilidades
para um equipamento teoricamente simples, Elevador Agrícola, que atualmente possui mais
de 75 milhões de possibilidades disponíveis em sua forma standard. Para que isso possa ser
gerenciado e de fácil escolha, o Variant Configuration é construído atendendo todas estas
possibilidades de todos os equipamentos da linha padrão.
Podemos dizer ainda que, para atender toda a linha de produtos da organização seria
necessário realizar cerca de 7,5 bilhões de configurações (valor estimado).
A lista técnica é o resultado obtido através de uma configuração de variantes, sendo esta
totalmente dinâmica e variável. Consiste basicamente na organização dos componentes da
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Super BOM de acordo com os valores de características escolhidos pelo usuário. O Lista
Técnica é a lista de componentes que é disponibilizada para a fabricação.
• Funções Adicionais:
• Manter Tabelas;
• Atualizar Registros em Tabelas;
• Manter Dependências;
• Manter Rede de Dependências;
• Gerenciar Configurador.
No Projeto 3D foram determinados alguns parâmetros para que este padrão construtivo
fosse desenvolvido de forma correta. Todas as características criadas seguiram o seguinte
padrão:
- CT_EQUIPAMENTO_CARACTERÍSTICA
Onde:
CT = Característica Técnica
EQUIPAMENTO = Equipamento a ser Modelado
CARACTERÍSTICA = Característica do Equipamento
Exemplo:
CT_EA_MODELO
Onde:
CT = Característica Técnica
EA = Elevador Agrícola
MODELO = Modelo do Elevador Agrícola
60
Este campo (Figura 25) é utilizado para informar quais as classes de materiais que a
característica pode ser utilizada. Caso não seja informado nenhum valor, esta característica
poderá ser utilizada em qualquer classe de material. No caso estudado, as características
criadas não possuem classe definidas, podendo ser utilizada nas diferentes classes de
materiais.
As classes são um parâmetro criado para que seja possível agrupar mais de uma
característica, e posteriormente associar as mesmas em um material configurável. As classes
são extremamente importantes no processo de modelagem, assim é necessário que a sua
criação seja realizada de forma correta e clara.
64
Onde:
- CL = Classe
- EQUIPAMENTO = Equipamento a ser Modelado
- VERSÃO = Versão do Equipamento / Ano do Equipamento
Exemplo:
- CL_ELEVADOR_2014
Onde:
- CL = Classe
- EQUIPAMENTO = Elevador Agrícola
- VERSÃO = 2014
As classes podem ser criadas no sistema SAP a partir da transação CL01, modificadas
na CL02 e disponíveis apenas para exibição na transação CL03.
65
Através da Tabela 6 é possível verificar os parâmetros de dados básicos para criar uma
classe.
Tabela 6 – Dados Básicos de Criação de Classe.
Nº Campo Descrição Parâmetro
Neste campo é preenchido a nomenclatura
técnica da classe a ser criada. O padrão de
1 Classe Nome da Classe
nomenclatura pode ser diferente para cada
projeto.
Texto breve que identifica a classe técnica
2 Denominação Denominação da Classe
a ser criada.
Segue a mesma regra definida para as
3 Status Status de liberação
características técnicas.
O grupo é utilizado para agrupar classes
criadas. Deve ser previamente
4 Grupo Grupo de Classes
parametrizado no sistema e definido pela
equipe do projeto.
66
Após os dados básicos estarem preenchidos, o usuário deve então incluir na classe, as
características criadas anteriormente para o seu produto. Lembra-se que, caso o usuário
esqueça de criar uma característica inicialmente, e finalizar o processo de criação de uma
classe, é possível inserir uma nova característica na classe a qualquer momento.
Os últimos parâmetros a serem definidos para criação da classe são os Dados Adicionais
(Figura 28). Este campo é muito importante e contém informações essenciais para a utilização
e modelagem do configurador. Através da Tabela 8 é possível verificar a parametrização para
cada campo mencionado na Figura 28.
68
Nesta etapa é definido como será o perfil da configuração e o seu design interface com o
usuário, bem como definido todos os parâmetros de como a lista técnica ira se comportar
durante a configuração.
O primeiro passo para que este processo seja de possível execução é criar um perfil de
configuração através da transação SAP CU41. O perfil deve ser criado seguindo as mesmas
premissas técnicas e construtivas de uma característica técnica, conforme já citado
anteriormente.
Primeiro passo a ser realizado é informar para qual material é desejado ser criado o
perfil de configuração, conforme mostrado acima.
Após a criação dos dados básicos estar completamente preenchida, deve-se então
parametrizar como será a tela de configuração do sistema. É importante salientar que, antes de
qualquer definição, é orientável realizar várias discussões entre a equipe, assim chegando a
um resultado satisfatório.
- ID_EQUIPAMENTO_ VERSÃO
75
No projeto 3D foi utilizado como solução para este problema, colocar um quadro na
sala da equipe e informar em um único lugar, visível a todos os colegas, as informações
necessárias para a construção e modelagem do configurador. Parâmetros como nomenclatura,
nomenclatura técnica, dados básicos e entre outros, foram todos colocados em um mesmo
local, possibilitando uma visão rápida da informação, evitando que na dúvida ocorra um erro.
Muitas das funções adicionais podem ser executadas de forma direta no sistema SAP,
através de uma transação muito utilizada para a modelagem, chamada PMEVC, onde se pode
dizer que se passa cerca de 60% do tempo de modelagem somente nesta transação.
Para que as funções adicionais possam ser executadas é necessário possuir todos os
materiais previamente cadastrados no sistema. Estas funções estão definidas por: Manter
Tabelas, Atualizar Registros em Tabelas, Manter Dependências, Manter rede de
Dependências e Gerenciar Configurador.
- TBV_EQUIPAMENTO_UTILIZAÇÃO
Onde: TBV corresponde a Tabela de Valores, Equipamento corresponde ao produto em
que está sendo criado a tabela e a Utilização é qual será a sua funcionalidade no sistema.
Exemplo:
TBV_EA_RPM1
Essa tabela seleciona o RPM do motor através da potência instalada.
Nesta etapa o usuário informa ao sistema qual o nome técnico e descritivo da tabela de
valores a ser criada.
Figura 36 - Criar Tabelas / Inserir Características.
para a tabela, ou seja, necessitam ser informadas pelo usuário. No caso acima, é constatado
que o usuário deve informar o Modelo do Elevador, a Frequência, o Modelo da Caçamba e a
Potência Calculada para que a tabela retorne o valor da RPM.
Após a inclusão das características na tabela, é necessário atualizar seus valores, para
que se possa informar os dados ao usuário. Na Figura 37, está representado como ficam
dispostos os valores em uma tabela.
- Sub-operações
- Sequência de Operações
- Meios Auxiliares de Produção
Pode-se colocar vários procedimentos para um mesmo item na lista técnica, podendo o
mesmo ser ativado por diferentes condições. A sequência de procedimentos para um item
pode ser definida pelo usuário.
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- CONDITION:
A Condition determina que uma condição inicial precisa ser atendida para que a
restrição escrita abaixo seja utilizada. Essa função é opcional, visto que se você possuir uma
restrição que deve ser executada o tempo todo, ela não possui nenhuma condição de
execução.
- RESTRICTIONS:
As restrições o usuário deve entrar com a relação que precisa existir entre os objetos e
as características para que a configuração seja consistente. O sistema só irá aceitar a restrição
se houver no mínimo uma restrição correta.
- INFERENCES:
Neste parâmetro devem ser informadas as características para quais os valores de
característica serão determinados.
O primeiro passo a ser realizado é a criação da dependência, que pode ser efetuada
através da transação SAP CU01, ou até mesmo pela transação gerencial PMEVC. A Figura 38
demonstra como é realizado este processo.
85
Após a rede de restrições estar criada, é então atribuída todas as restrições nesta rede
conforme demonstrado na Figura 40.
Nos desenvolvimentos dos produtos estudados, projeto 3D, foi adotado como padrão a
utilização de duas abas, contendo informações de Modelo e Acessórios respectivamente,
facilitando assim a configuração dos produtos e das regras de dependência do configurador.
4. DISCUSSÃO E RESULTADOS
Seleção de Valores
Existem dois tipos de possíveis respostas no modelo de configurador SAP, sendo elas
do tipo CHAR ou do tipo NUM, conforme já mencionado anteriormente. Nesta simulação, a
seleção do modelo do silo ocorre em uma característica do tipo CHAR, abrindo para o usuário
as possíveis entradas para esta característica.
Na Figura 48, o sistema está mostrando algumas opções de modelos, porém neste caso,
o produto possui várias outras opções, que por questões técnicas não estão sendo
demonstradas nesta imagem. O usuário então seleciona a opção desejada.
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Após a seleção do modelo estar realizada, basta confirmar a escolha clicando na seta
verde no canto inferior direito da tela de seleção (Figura 49). Devido a sua forma construtiva,
após realizada a seleção do modelo, o sistema preenche algumas respostas de características
de forma automática, que o usuário não possui permissão para alterar, ou seja, servem apenas
de informação para o mesmo durante o período de configuração.
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Após a seleção do modelo estar concluída, o sistema habilita o usuário para responder
quais são os seus opcionais a serem parametrizados. Desta forma a segunda aba é habilitada
para o usuário conforme Figura 51.
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Status da Configuração
Status da Configuração
Esta lista das características avaliadas, serve somente para informativo ao usuário, não
possuindo impactos no resultado final. Feita a verificação e confirmação dos dados
avaliativos, o usuário pode obter então a lista técnica dos itens selecionados para esta
configuração realizada. Este processo é simples, basta o usuário clicar no campo Engenharia,
no canto esquerdo superior da tela de configuração, conforme Figura 54.
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Depois de realizado este processo, basta o usuário clicar no primeiro ícone da barra
avaliação de características para obter a listagem dos materiais desta configuração (Figura
55).
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A lista pode ser mais bem visualizada através de uma seleção simples no sistema SAP,
selecionando a opção Lista, no canto direito inferior (Figura 54), assim a lista estará visível
para o usuário conforme demonstra a Figura 56.
Fonte: O Autor.
CONCLUSÃO
É comum verificar casos atualmente de empresas que optaram pela troca do seu sistema
ERP sem possuir um conhecimento base de como isso é realizado e quais os seus impactos na
organização. O projeto de implantação trouxe uma visão macro de como é realizado este
processo, permitindo aos usuários uma informação genérica, para que se possa iniciar um
trabalho real de implantação.
Por fim, pode-se constatar que, parcialmente, o sistema atendeu as expectativas iniciais
do projeto na parte do configurador de produtos. Devido ao processo de implantação estar em
pleno desenvolvimento, não é possível concluir com absoluta certeza e precisão que todas as
expectativas serão atendidas, porém o sistema se mostra robusto, inteligente e ao mesmo
tempo flexível para atender todas as variações construtivas dos produtos da empresa.
BIBLIOGRAFIA
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