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Objetivos

Estudar o comportamento elétrico dos varistores de óxido de zinco (ZnO) e


suas aplicações.

Material Utilizado

 Transformador 220/2000V, 1,15kVA;


 Autotransformador (Variac) 220V/0-220V, 1,5kVa;
 ProntoBorde;
 Resistores (330Ω, 220kΩ, 10kΩ, 1kΩ);
 Varistores (250V, 150V, 95V);
 Osciloscópio;
 Multímetro;
 Cabos;

Resumo da experiência

Os varistores são usados para proteger equipamentos elétricos de surtos


(de diversas naturezas), de suas características, além do coeficiente de não
linearidade é importante conhecer a tensão e corrente de fuga em condições
normais de operação. A tensão de referencia é um parâmetro auxiliar na
determinação da tensão de trabalho e na tensão nominal. A tensão suportável do
equipamento a ser protegido sempre deve ser superior ao valor da tensão
residual.
É de suma importância conhecer as características elétricas que os
varistores podem estar submetidos continuamente (região de baixa corrente) e a
tensão a qual sua linearidade é ultrapassada para se ajustar a coordenação de
isolamento.
Através deste experimento pode-se determinar o coeficiente de não
linearidade e a tensão de ruptura, características importantes para se estabelecer
o uso de um varistor.
A primeira etapa do experimento foi dedicada à caracterização de três
varistores com tensões nominais diferentes (95V, 150V, 250V). Para
caracterização dos varistores, foi montado um circuito onde colocamos o
autotransformador como fonte de tensão senoidal variável (para a caracterização
do varistor com tensão nominal de 250V, foi necessário adicionar um
transformador elevador de tensão para atingirmos as tensões elevadas para tal
caracterização) juntamente com um voltímetro e um amperímetro de acordo com a
montagem montante, para obtermos medidas com uma menor margem de erro.
Para caracterização foram determinadas pelo professor umas margens de tensão
segura para obtenção dos valores medidos, posteriormente obtemos as medidas
físicas dos varistores, tais como espessura e diâmetro.

Na próxima pagina segue a tabela com as medições realizadas em


laboratório.
Varistor 1 (95V) Varistor 2 (150V) Varistor 1 (250V)
Tensão Corrente Tensão Corrente Tensão Corrente
(V) (µ) (V) (µ) (V) (µ)
15.3 11 21 5.3 30 10.3
25 21.5 41 10.6 60 18.5
35 30 60 15.8 90 27.2
45 39 80 21.6 120 35.5
55 47.5 100 28.3 150 48.8
65 58.5 120 36.3 180 52.2
75 75.2 140 51.8 210 62.2
85 102.5 150 67.7 240 73.3
95 167.2 160 117.3 250 83.2
105 230 170 200 270 133.1
115 700 180 580 290 305.1
125 1000 190 2300 310 1530
135 4600 200 12000 330 6540

Abaixo segue as medidas físicas dos varistores.

Varistor 1 (95V) Varistor 2 (150V) Varistor 3 (250V)


Espessura (cm) 0.09 0.20 0.21
Diâmetro (cm) 1.36 1.09 1.33

O segundo experimento realizado, teve como objetivo a visualização das


formas de onda da tensão e correntes em duas das regiões do varistor. A região
de baixa corrente (região linear ou de pré-ruptura) e a região de alta corrente ou
de ruptura (região não linear), onde foram anotadas as formas de ondas
correspondentes para os dois caso para comentários posteriores sobre o
comportamento da tensão e corrente nas respectivas regiões.
Sobre os sinais visualizados no osciloscópio, foi notável a um atraso da
corrente com relação à tensão no varistor quando o mesmo estava na região
linear ou de pré-ruptura, e quando aplicado uma tensão além da nominal do
varistor (região de ruptura ou não linear), foi visualizado as formas de onda de
corrente e tensão próximos da fase entre si.
O terceiro experimento realizado, teve como objetivo a determinação da
tensão residual dos varistores, que foi obtida aplicando um impulso (alta tensão
por um período muito curto de tempo, por questões de segurança). Tal impulso
aplicado ao canal de visualização do osciloscópio sem passagem pelo varistor foi
visto no osciloscópio sem perdas, já quando posto os varistores, foi visualizada
uma tensão bem menor do osciloscópio.
Segue abaixo a tabela referente a tensão de corte dos varistores.

Tensão (V)
Arranjo Varistor 1 (95V) Varistor 2 (150V) Varistor 3 (250V)
Sem Varistor 480 480 480
Com Varistor 210 290 450
Análise e Discussão dos resultados

 1ª experiência.

Nesta experiência, através da tabela de dados obtida em laboratório,


foram construídos os gráficos monolog, E x J (eixo logarítmico corresponde
ao eixo das tensões) e referente ao gráfico devemos determinar:

Expoente de não-linearidade (α): α = [log(J2/J1)]/ [log(E2/E1)], onde:


E1 = 1278 V/cm J1 = 0.5 mA/cm2 ; E2 = 1533 V/cm J2 = 3.2 mA/cm2
α varistor 95V = 10.20
E1 = 900 V J1 = 0.6 mA/cm2 ; E2 = 1000 V J2 = 12.9 mA/cm2
α varistor 150V = 29.12
E1 = 1476.2 V J1 = 1.1 mA/cm2 ; E2 = 1571.4V J2 = 4.7 mA/cm2
α varistor 250V = 23.24

Pela fórmula: J = k*Eα => k = J / (Eα) => E = (J/k)1/α

kvaristor 95V = 1.03e-35 => E0.5mA/cm2 = 1277.86 V => V0.5mA/cm2 = 115 V


kvaristor 150V = 5.63e-90 => E0.5mA/cm2 = 894.39 V => V0.5mA/cm2 = 178.878 V
kvaristor 250V = 2.46e-77 => E0.5mA/cm2 = 1426.89V => V0.5mA/cm2 = 299.65 V

Tensão de trabalho para os varistores (70% a 80% de V0.5mA/cm2)

Vvaristor 95V = (80.50 – 92.00 V)


Vvaristor 150V = (125.21 – 143.10 V)
Vvaristor 250V = (209.75 – 239.72 V)

Analisando os resultados, é visto a veracidade do experimento e a


capacidade de absorção de energia pelo dispositivo, devido seu alto expoente de
não-linearidade.

 2ª Experiência

Analisando as formas de ondas visualizadas na tela do osciloscópio,


referente aos comportamentos da corrente e tensão nas regiões de pré-ruptura
(linear) e de ruptura (não-linear), foi notável devido a corrente estar adiantada em
fase da tensão (região de pré-ruptura), o comportamento capacitivo do dispositivo
nesta região, e foi notável também, o comportamento resistivo do dispositivo
devido aos sinais de corrente e tensão estarem aproximadamente em fase (região
de ruptura, não-linear), devido ao crescimento enorme da corrente resistiva nesta
região de condução ou descarga de corrente ativa excessiva (comportamento de
um pára-raios).
 3ª Experiência

De acordo com a tabela referente a tensão de corte dos varistores,


temos simplesmente através da subtração da tensão de pico do impulso de
alta tensão sem o varistor, menos o mesmo valor com o varistor, como
sendo a tensão residual dos varistores, como segue abaixo.

Tensão (V)
Arranjo Varistor 1 (95V) Varistor 2 (150V) Varistor 3 (250V)
Sem Varistor 480 480 480
Com Varistor 210 290 450
Tensão Residual 270 190 30
(V)
Campo residual 3000 950 142.86
(V/cm)

Ou seja, de acordo com a tabela acima para impulso de tensão desta


amplitude, o mais coerente seria usarmos o varistor de tensão nominal de 250 V
para proteger o equipamento de um surto desta amplitude, pois devido ao campo
residual e tensão residual nos outros dois dispositivos de tensão nominal mais
baixa, estes não suportariam tal surto devido estas variáveis possuírem maior
valor que sua tensão nominal.

Projeto Varistor 220 V - tensão nominal:

Para o Varistor de 150V => espessura = 0.20 cm, por regra de três temos:

Espessura220 = (0.20*220)/150 = 0.29cm

Para o varistor projetado suportar uma corrente quatro vezes maior, temos:

J = I / pi*(raio^2), devemos manter a mesma densidade de corrente, quando


aumentarmos a corrente, por regra de três obtemos o diâmetro para a mesma
carga de corrente, então aumentamos a corrente 4 vezes e tentamos manter a
mesma densidade de corrente J.

Dparcial220= (1.09*220)/150 = 1.6 cm => Rparcial = 0.8 cm

Se aumentarmos quatro vezes a corrente, multiplicamos por quatro o


nominador, então para mantermos a desidade de corrente, multiplicamos por
quatro o denominador também, e calculamos o novo diâmetro.

pi*(raio220^2)=4*pi*(Rparcial^2) => Raio220 = 2*Rparcial = 1.6 cm

Então: Diâmetro220 = 3.2 cm


Conclusão

Concluímos de acordo com o experimento realizado em laboratório, que em


termos de dispositivos para proteção de equipamentos contra surtos de tensão, e
ou melhora na eficiência dos pára-raios, o dispositivo VARiable resISTOR ou
simplesmente varistor, possui as características necessárias (região onde o
mesmo trabalha como isolante e região onde trabalha como um resistor variável
não-linear) para proteção destes equipamentos e linhas de transmissão de energia
elétrica contra descargas elétricas naturais (raios).

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