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Gato Malhado
Gato Malhado
O que ele está a fazer é um encaixe de capítulos, cuja narração é interrompida, para
ser mais tarde retomada, mas não perde o fio pela meada. A história tem um desfecho
triste entre as personagens principais, mas termina com a Manhã a ganhar a rosa azul
prometida no início da história pelo Tempo.
Tempo
Espaço
Cinjo-me apenas a algumas personagens para aguçar mais a vontade de ler esta
obra. Falemos então dos três tipos de espaço: físico, social e psicológico.
O espaço físico da história é um parque, onde as personagens se movem, visto com
muita clareza pelas personagens: é o lugar onde eles vivem.
Quanto ao nível psicológico, o Gato Malhado sofre uma experiência que lhe abrir
as portas para as recordações, a memória de uma paixão idealizada, romântica e sofrida.
Esse sofrimento fá-lo crescer no seu interior.
Narrador
Personagens
Aqui faço uma breve descrição das personagens do livro. Na minha opinião, Jorge
Amado não escreveu a obra de forma inocente. Cada animal tem uma carga simbólica
bem definida, mas isso fica a critério de quem lê a obra. Por isso, irei dar o seu relevo na
obra. A caracterizações das personagens são feitas ou pelas outras personagens ou pelo
narrador.
Gato Malhado
Personagem principal. olhos pardos que reflectiam maldade, feio, corpanzil forte e ágil,
de riscas amarelas e negras. Tinha meia-idade, egoísta, mau humorado, convencido.
Vivia como se fosse um vagabundo, carente de carinhos. A caracterização indirecta
verifica-se pela maneira como as personagens reagiam após o Gato ter conhecido a
Andorinha, porque, até então, ninguém lhe dava atenção e afecto. Escrevia-lhe sonetos
(plagiados), falava bem com aqueles que ele tratava mal. Mesmo assim, a sua fama de
mau persegue-o até ao fim da obra.
Andorinha Sinhá
Personagem principal. A Andorinha é risonha, alegre, aventureira, bela, gentil, uma
jovem que adora conversar e mantinha boas relações com todos. A sua vida era
cristalina até que conheceu o Gato Malhado. A Andorinha viu-o como um desafio:
ouvira falar muito mal dele, e até fora proibida de chegar perto dele, mas essa situação
aguçou-lhe mais a vontade de conhecê-lo melhor. O narrador acha-a “louquinha” por
esta querer falar com o inimigo.
Cobra Cascavel
Figurante. É um animal que, por si só, tem uma carga simbólica poderosa e importante.
É o animal mais temível de todos. Morava fora do parque e foi afugentada pelo Gato.
Manhã e Tempo
A Manhã é vista como uma figurante. É uma funcionária relapsa, preguiçosa, fanática
por uma boa história, distraída, sonhadora. Ela apaga as estrelas e acende o Sol.
O Tempo, também figurante, é o Mestre de tudo e de todos.
Rouxinol
Personagem secundária. É belo, gentil, raça volátil. É o professor de canto da Andorinha
e pretendente. É com ele que a Andorinha vai casar. Ele desperta ciúmes no Gato,
porque é uma ave.
Velha Coruja
Figurante. Sabia a vida de todos no parque e é com ela que o Gato falava mais.
Reverendo Papagaio
Personagem secundária. Tinha passado algum tempo num seminário e dava aulas de
religião. Por debaixo da capa religiosa, é um hipócrita, covarde e devasso, que fazia
propostas indecentes ao público feminino. É o único que falava "a língua dos homens".
Sapo Cururu
Personagem secundária. Companheiro do Vento, o Sapo é quem conta a história da obra
ao narrador. Ele é visto como um ilustre, um intelectual, um académico, que vai
denunciar para o leitor que o Gato plagiou sonetos.
Cães
Figurantes. Serviam para ajudar a compor o ambiente do parque.
Pombo-Correio
Personagem secundária. Fazia longas viagens, levando a correspondências do parque.
Tinha boa índole, mas era visto como um tolo porque a Pomba-Correio traia-o com o
Papagaio
OUTRAS PERSONAGENS
Vaca Mocha
Personagem secundária. É vista como uma figura com muito prestígio, respeitada por
todos, pois era descendente de um touro argentino. É tranquila, circunspecta, um pouco
solene e irónica. No entanto, possuía um temperamento vingativo e um humor variável.
Sua língua é uma mistura de português com espanhol para dar um certo prestígio, mas a
sua língua é o português.
Vento
Não posso deixar de referir quem originou a história do Gato Malhado e da Andorinha
Sinhá: o Vento. É um figurante na história. É um velho atrevido, ousado, aventureiro,
alegre, dançarino de fama. Ele soube desta história de amor através de suas aventuras e
resolve contar a Manhã para cortejá-la