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PROCESSO 0000692-29.2018.5.09.0022
PRELIMINARMENTE
1. DA TEMPESTIVIDADE
2. NO MÉRITO
Assim sendo, a documentação dos autos demonstra que, além de ter havido sucessão de
empresas, a empresa sucessora (SEREDE) é empresa que constitui, juntamente com a
segunda ré (OI S/A) grupo econômico denominado Telemar.
Portanto, à luz do artigo 2º, § 2º/CLT a responsabilidade solidária das rés é incontroversa.
Caso sejam considerados válidos, o que não se espera, impugnam-se por não refletirem o
total das verbas devidas ao autor.
Assim sendo, o autor passa a manifestar-se sobre o documento nos seguintes termos:
a) INÉPCIA DA INICIAL
Rejeite-se a preliminar.
b)
c) O período de vínculo empregatício
Em primeiro lugar, insta destacarmos que o laudo pericial de fls. 207/243 limita-se ao
período de dezembro/2013 a agosto/2015, tal qual expressamente aposto pelo Expert na
fl. 08 do laudo.
Mais que isto, a própria Srª. Perita afirma, expressamente, que, na época do vínculo
empregatício dos presentes autos (dezembro/2013 a agosto/2015), tal sistema de ponto
eletrônico não alcança todos empregados, tal qual aposto na conclusão da ilustre expert,
fl. 23 do laudo.
Note-se que a perícia foi clara ao afirmar que até o final de 2013 o pretenso sistema de
ponto eletrônico não estava disponível para a maioria dos empregados.
d) Objeto da perícia.
Não bastasse o acima exposto, imperioso destacarmos que o Laudo Pericial ora
analisado, além de não corresponder ao período do vínculo empregatício dos presentes
autos, foi realizado para analisar eventual existência de cartão de ponto de
função/atividade profissional (técnico de ADSL) não exercida pelo autor (instalador).
Nessa esteira, imperioso destacarmos que, nos presentes autos o autor laborava
exclusivamente como “Instalador/Cabista”, fato incontroverso nos autos e expressamente
confessado da Contestação da primeira ré (Serede).
De outro lado, a perícia foi realizada para atividade absolutamente diversa da realizada
pelo autor, uma vez que tratou da atividade de Técnico e ADSL, tal qual expressamente
consignado na fl. 08 do laudo pericial.
Assim sendo, absolutamente imprestável como meio de prova o laudo ora impugnado.
Some-se ao acima exposto, que o laudo em tela foi realizado sobre empregado que
laborava em região na qual o autor jamais laborou.
Pelo exposto, há total divergência acerca da função objeto de perícia (técnico de adsl), eis
que a função desempenhada pelo autor era de Instalador.
Assim sendo, quer pela total impertinência com os presentes autos, não há como tais
documentos serem adotados como prova no presente processo, o que requer desde já,
que sejam desentranhados dos autos.
Ainda que por absurdo superado o acima exposto – fato que não se espera e se admite
apenas e tão-somente em homenagem ao Princípio da Eventualidade – passaremos aos
demais apontamentos do laudo.
Diante do acima exposto, a perícia não comprova que o autor fazia uso do sistema de
ponto eletrônico e tampouco que o mesmo era fidedigno.
Ainda que por absurdo superado o acima exposto – fato que não se espera e admite-se
apenas e tão-somente por argumentar - insta destacarmos que a Srª. Perita resta
absolutamente equivocada ao citar, em resposta ao quesito nº 27 da primeira ré (Serede),
que os registros de pontos seriam idôneos.
Tal afirmação da Srª. Perita resta sobejamente impugnada, pois afasta-se totalmente da
ampla e farta prova documental trazida aos autos.
Como visto, data maxima venia, resta absolutamente equivocada a resposta da Srª.
Perita, aposta na fl. 33 do Laudo Pericial, ao quesito nº 27 da primeira ré (Serede), pois
resta incontroverso que os supostos cartões de ponto não contemplam a totalidade das
horas laboradas pelo autor.
Ademais, tanto é verdade o acima exposto, ou seja, que os supostos cartões de ponto
não refletem a verdadeira jornada de trabalho do autor, que a própria Srª. Expert afirmou,
expressamente, em resposta ao quesito 07 da primeira reclamada (Serede), aposto na fl.
25 do d. Laudo Pericial, que o autor poderia laborar sem que tenha batido o cartão de
ponto.
Mais que isto, a própria Srª. Expert deixou indene de dúvidas que os pretensos “Sistemas
de Anotações de Cartões de Ponto” funcionam de modo independente ao “Sistema de
Baixa de Serviço”, nos seguintes termos apostos na fl. 27 do d. Laudo Pericial, em
resposta ao quesito nº 14 formulado pela primeira ré (Serede).
Portanto, se era possível trabalhar sem anotação de horário, resta indene de dúvidas que,
na eventual hipótese da existência de cartão de ponto, o mesmo não reflete a totalidade
da jornada laborada.
g) Banco de Dados
Uma vez mais, restam absolutamente impugnadas as respostadas dada pela Srª. Perita
ao quesito nº 17 (fl. 27 do d. Laudo Pericial) formulado pelo Autor e aos quesitos nº 8 (fl.
30 do d. Laudo Pericial) e nº 12 (aposto na fl. 30/31 do d. Laudo Pericial) formulados pela
primeira ré.
Ou seja, muito embora a Srª Perita entenda que não haja acesso aos registros do banco
de dados e que tais dados não podem ser alterados, a própria prova produzida pela Srª
Perita contradiz sua conclusão.
Nessa esteira, importante destacarmos que a Srª Perita afirma, nas fls. 13/14 da d.
Perícia, que o “Sistema SCRM” seria um programa específico no celular do instalador
para anotação de horário, sendo que, à época do reclamante, este sistema teria sido
gradualmente implantado entre os funcionários externos, como instaladores e cabistas.
A fim de corroborar com sua afirmação, a Srª. Perita busca informações em um outro
terceiro processo, remetendo-se aos autos RTord nº 0010000-94.2015.5.09.0022, de
onde é PARCIALMENTE transcrito um trecho da Contestação da primeira ré
(ARM/Serede) para tentar elucidar o funcionamento do sistema SCRM.
Data maxima venia, mas a Srª. Perita não pode querer se valer de parte do que foi dito
pela ré naqueles autos RTORD Nº 0010000-94.2015.5.09.0022, pois houve expressa
confissão patronal no sentido de que as informações constantes do banco de dados são
acessados e manipulados pelos próprios empregados (doc. anexo).
Assim sendo, conforme expressa confissão patronal, o próprio empregado pode acessar e
alterar o sistema SCRM, como restou confesso no trecho da contestação juntado pela D.
Perita, corroborando com o equívoco da d. Perita ao alegar que tais sistemas de anotação
de cartão ponto são invioláveis.
Neste ponto, como resta clara a violabilidade do sistema SCRM e, portanto, totalmente
falho e imprestável, devemos nos remeter à Portaria 373/2011 do MTE, que em seu artigo
3º, IV, é incisiva.
h) Conclusão
Que o Laudo Pericial ora impugnado seja esconsiderado pelo D. Juízo como meio de
prova, visto que baseado em período não laborado pelo autor, devendo, inclusive, ser
desentranhado dos autos;
Impugnam-se ainda, por não conterem a totalidade da jornada diária realizada pelo autor,
eis que foram preenchidos de acordo com o interesse da reclamada, nunca refletindo a
integralidade da jornada realmente realizada no tocante aos horários (entrada, saída e
intervalo), bem como os dias efetivamente laborados.
Neste diapasão, urge apontar que os cartões ponto acostados são britânicos, uma vez
que retratam horários uniformes, fato que atrai a incidência da Súmula 338, III do TST.
Sendo assim, requer-se desde já a incidência da súmula 338, inciso III do C. TST.
8 – O documento de fls. 531/561– Extrato Detalhado de Atividades do Técnico / Extrato
Detalhado da Remuneração Variável – restam impugnados, por não possuírem a
chancela do obreiro, sendo documentos de total desconhecimento do mesmo.
Impugnam-se ainda, visto que não tem efeito diante ao processo, eis que não constam
nos referidos documentos todas as atividades repassadas ao autor, além do mais referido
documento foi manipulado pela Reclamada.
Além das razões amplamente apostas acima, também restam absolutamente impugnados
por serem documentos unilaterais, elaborados pelas rés a fim de atender aos seus
interesses, não havendo qualquer chancela do autor que o legitime e tampouco qualquer
Ordem de Serviço que os embasem, sendo, portanto, imprestáveis como meio de prova.
Aliás, quanto as datas, vale destacarmos que os documentos ora analisados sequer
preenchem a totalidade do vínculo empregatício, corroborando com a manipulação e
imprestabilidade dos mesmos.
Além de não constar todas as instalações que o Autor realizava, o referido documento
aponta apenas as atividades de alguns meses, não de todo o contrato de trabalho, e
ainda, conforme amplamente narrado no item XII da Petição Inicial, os mesmos não
possibilitam verificar o correto pagamento da verba salarial produtividade/comissão,
muitas vezes denominada “prêmio produção” e/ou “gratificação desempenho”, a qual,
quando paga, era em folha de pagamento, já considerando os ilegais descontos e
retenções que sofria tal verba, o que se impugna também.
Contudo, referidos documentos restam impugnados por não refletirem a totalidade das
ordens de serviço executadas pelo autor no seu período contratual, sendo certo que a ré
omitiu a juntada de todas as ordens executadas, no claro intuito de se beneficiar pela
própria torpeza, juntando apenas aquelas que atendam aos seus interesses.
Por fim, tais documentos não possuem o condão de afastar os pedidos ora postulados
pela reclamante, os quais são verídicos em sua totalidade como restará demonstrado em
audiência, até porque, não houve o detalhamento minucioso das condições em que
laborava junto às reclamadas. Impugna-se de forma cabal.
Portanto, tais documentos restam absolutamente impugnados eis que não refletem a
realidade do contrato de trabalho do autor.
9 – O documento de fls. 711/910 – ACT – restam impugnados, pois tais normas nunca
foram respeitadas pela reclamada e pelas razões já amplamente expostas na Exordial.
3 – JUNTADA DE DOCUMENTOS
A parte autora requer que a Ré Serede seja intimada para juntar os documentos de fls.
531 e seguintes relativos aos extratos detalhados de atividade com a versão em que
consta os horários de início e término de cada atividade. Justifica o pedido apresentando
cópia nesse ato de extrato similar juntado nos autos 0010337-06.2016.5.09.0004, no qual
extratos da mesma natureza foram juntados com a indicação de horários, sendo que as
colunas de horários não constam nos extratos juntados nesse feito.
Assim sendo, o Autor requer, à Vossa Excelência, o acolhimento integral da presente
manifestação e o julgamento pela total procedência da reclamação, por obra de Direito e
Justiça!
Termos em que,
OAB/PR 70.426