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VARIÂNCIAS
ESTATÍSTICA
Profª Renata
INTRODUÇÃO
Talvez o problema mais frequente no trabalho estatístico seja testar se duas amostras diferem
significativamente com relação a alguma propriedade. Os experimentadores quase sempre projetam um
experimento para comparar uma nova técnica ou processo com uma técnica/processo-padrão. Um educador
pode julgar que descobriu uma maneira mais eficiente de ensinar línguas estrangeiras do que a usada até então;
ou um químico pode ter descoberto um novo plástico que reputa superior ao usado na sua fábrica; em ambo os
casos, é preciso elaborar um novo experimento para testar se o novo método ou material é realmente superior
ao antigo.
Frequentemente ocorrem situações em que há vários métodos ou produtos, e não apenas dois competindo
entre si. Por exemplo, em um produto de misturas de bolo pode variar a quantidade de certos ingredientes para
obter seis diferentes misturas a serem comparadas entre si, quanto à qualidade.
Geralmente é muito incomodo e ineficiente compararmos duas amostras tomando-as duas a duas (o
método do teste das hipóteses se aplica apenas a comparações entre dois fatores). Se tivéssemos, por exemplo,
seis amostras para compararmos, haveria quinze pares de comparação. Além do que, a probabilidade associada
com o ato de testarmos uma única diferença não é mais aplicável quando tivermos de testar várias
simultaneamente. Outra desvantagem na comparação de pares de amostras é que os experimentadores só
acostumados a este tipo de comparação são levados a criar experimentos pobres para chegar a seu objetivo
final.
O produtor de misturas para bolo, por exemplo, que só mudava um único ingrediente por vez e depois
retinha a melhor das duas misturas poderia ter-se saído melhor ao tentar uma mistura variando diversos
ingredientes e alterando suas misturas.
Em experiências agrícolas relacionadas ao teste de diferentes tipos e quantidades de fertilizantes e a
diferentes variedades de sementes, perde-se muito em eficiência se não se consideram as diferentes
combinações dessas quantidades simultaneamente.
A análise de variância é um método que resolve problemas com várias variáveis contínuas. Consiste em
dividir a variância da amostra em componentes úteis.
Conjunto de procedimentos através dos quais se seleciona uma Amostra de uma População.
São hipóteses implícitas básicas à aplicação do modelo que vamos estudar as de que as k populações
tenham a mesma variância homocedasticidade) e que a variável de interesse seja normalmente
distribuída em todas as populações. Entretanto o método é robusto, isso querendo dizer que algum afastamento
das hipóteses básicas ainda leva e resultados válidos com razoável aproximação.
Por outro lodo, devemos considerara diferença entre os modelos fixo e aleatório da Análise de Variância.
A fim de esclarecer a diferença existente entre as duas situações, imaginemos que as k populações que vão ser
comparadas quanto a suas médias resultem da aplicação de k diferentes tratamentos sobre os elementos em
estudo. Queremos, portanto, saber se aceitamos ou rejeitamos a hipótese de que todos os tratamentos
produzem, em média, o mesmo efeito. Ora, pode ocorrer que os k tratamentos representem a totalidade dos
tratamentos que nos interessa examinar, mas também pode ocorrer que os k tratamentos utilizados sejam
apenas uma amostra aleatória de uma população de possíveis tratamentos. Note-se que, em ambos os casos,
desejamos fazer uma indução sobre a população de tratamentos, mas existe uma diferença básica aleatória. No
primeiro caso, temos o modelo fixo da Análise de Variância; no segundo, o modelo aleatório. Note-se também
que, e se o experimento objeto da AV precisasse ser repetido, no primeiro caso os mesmos tratamentos seriam
aplicados, ao passo que, no segundo, deveríamos ter uma outra amostra aleatória de tratamentos para que a
indução fosse conduzida de acordo com a condição real. Entretanto, embora ambos os casos mencionados
sejam diversos em essência, o modelo da AV conduz a uma mesma montagem formal da solução do problema.
A ANOVA baseia-se em que, sendo verdadeira uma dada hipótese, existem 3 maneiras pelas quais a
Estimativa Total
Estimativa entre amostras
Estimativa Residual
Resultado possível – não há desvantagem em uma marca de máquina sobre as outras e, se simbolizarmos os
pontos da média da população correspondente às três marcas como µ 1, µ2 e µ3, basta testarmos a hipótese:
H0: µ1 = µ2 = µ3
Isso significaria tomarmos uma amostra de tamanho 24 de uma ÚNICA população. Ou seja, seria como
se os 24 datilógrafos utilizassem a mesma máquina e as variações de pontos ao datilografar fosse resultante do
datilógrafo.
2
Se σ representa a variância da população, podemos utilizar as 24 medidas para estimar uma variância
amostral familiar. Poderíamos também utilizar a variância de uma coluna apenas (dentre as três) como uma
estimativa válida não tendenciosa, embora não seja tão boa quanto uma estimativa baseada em todas as
2 2 2
medidas. Se s 1, s 2 e s 3 representam as variâncias amostrais para as três colunas, e a estimativa familiar é
simbolizada por Vc, temos:
2 2 2
Vc = (s 1 + s 2 + s 3)/3
Pode-se obter outra estimativa a partir da relação entre a variância de uma média amostral e a variância
da população:
2 2
σ x¯ = σ /n
Em geral, a variância amostral de um conjunto de medidas é uma estimativa válida da variância da
população das medidas (sejam estas simples ou médias de medidas simples ou outras funções de medidas
2 2
simples). Temo que, se dispomos de uma estimativa σ x¯, devemos multiplica-la por n para obter σ ; no exemplo,
temos três médias das três colunas, cuja média representa a grande média (de todas as medidas); temos uma
estimativa não tendenciosa baseada nas médias:
3
Vm = 8. Σ j=1 (ẍj - ẍ)²
2
Já temos duas estimativas não tendenciosas: Vc e Vm. Ambas são válidas quando H0 é verdadeira,
portanto deveriam ter valores aproximadamente iguais e sua razão deveria estar próxima de 1. No entanto,
quando H0 não é verdadeira e as médias de cada coluna são bem diferentes entre si, também o farão as
estimativas: diferirão muito em valor. Isso pois, enquanto Vc (variância de cada coluna) não é afetada pela
alteração das médias dessas colunas, V m é calculada a partir desses valores. Dessa forma, se H0 não for
verdadeira, essa razão F = Vm/Vc (quantidade desejada para se testar a hipótese H0) excederá 1.
Aplicando essas fórmulas ao experimento relativo às maquinas, os cálculos com os dados da Tabela I
nos fornecem os seguintes valores:
_ _ _
x1 = 47 x2 = 44 x3 = 53
2 2 2
s 1 = 81,1 s 2 = 106,3 s 3 = 82,3
Agora no perguntamos: o valor de F é grande demais quando comparado aos valores de F que poderiam
ser esperados em experimentos repetidos desse tipo com máquinas idênticas (ou seja, na suposição de que H 0
fosse verdadeira)? Para isso precisaríamos avaliar a distribuição amostral de F.
Distribuição de F: esta pode ser obtida por repetidos experimentos amostrais e histogramas com os respectivos
resultados de F. A distribuição exata de F, no entanto, pode ser obtida por métodos matemáticos, desde que
sejam feitas as suposições corretas. No caso, devemos supor que as variáveis das 24 células sejam normais e
2
independentes, todas com a mesma média µ e a mesma variância σ . Dessa forma, a distribuição de F depende
apenas da quantidade de dados disponíveis para a estimativa do numerador da variância e para a estimativa do
denominador.
A tabela de Distribuição de F lista os valores críticos de 5% e 1% da cauda direita de F correspondente
aos diferentes valores dos parâmetros v1 e v2; estes valores são chamados número de graus de liberdade do
numerador e denominador de F, aqueles naturalmente associados à variância amostral usada. Como v = n – 1
(ou seja, um menos que o número de medidas), o nº de graus de liberdade para o numerador F neste problema
é dado por v1 = 2, porque a estimativa é baseada na média das três amostras. Já para o denominador, seria v 2 =
21, pois a variância de cada coluna contribui com 7 graus de liberdade e são usadas as variâncias de 3 colunas.
Pela tabela encontramos que, o valor crítico de 5% de F corresponde a v 1 = 2 e v2 = 21 é 3,47. Como F = 1,87
para esse problema, aceita-se essa hipótese.
Dessa forma, os dados estão de acordo com o ponto de vista de que a habilidade de datilografar não é
afetada pelas três marcas das máquinas usadas. Pudemos demonstrar que o teste F, quando aplicado para
testar a igualdade das médias das duas colunas, é equivalente ao do teste T para o mesmo problema. Portanto,
o teste baseado em F é uma generalização do teste anterior de duas colunas baseado em t.
Os elementos observados serão classificados de acordo com dois critérios, constituindo duas
classificações cruzadas. Em um desses critérios serão consideradas n amostras em k elementos, enquanto no
outro k amostras e n elementos, dando um total de nk observações.
Esses nk elementos serão dispostos segundo uma matriz com k linhas e n colunas (conforme o modelo
a seguir).
A aceitação da primeira hipótese indica que não há comprovação de diferença significativa entre as
médias () segundo a classificação usando o critério de linhas (k). O mesmo ocorre com a aceitação da segunda
hipótese, mas segundo a classificação que usa o critério de colunas (n).
Na tabela xij (linha x coluna) representa o tratamento a que cada elemento foi submetido e ao todo são nk
tratamentos aplicados aos elementos amostrais.
De acordo com as hipóteses já vistas na análise de uma classificação com amostras de mesmo
tamanho, para todos os tratamentos a variável de interesse deverá ser normalmente distribuída e com a mesma
variância. Para fazer a analise de variância deve-se considerar:
modelo fixo: se os efeitos resultantes as classificações segundo linhas e colunas forem ambos fixos, ou
seja, se as condições dadas pelas linhas e colunas representarem a totalidade de todas as condições
existentes.
modelo aleatório: se as condições de linhas e colunas forem amostras de duas populações de
possíveis condições experimentais.
modelo misto: se o efeito de uma das classificações for fixo o da outra for aleatório.
Por exemplo:
Supondo que o tempo gasto para produzir uma peça seja a variável de interesse. As diferentes máquinas usadas
na produção da peça serão as linhas e os diferentes operários que as manipulam serão as colunas. As
diferenças entre as linhas e colunas pode ser causado por:
Nesta última há interação entre as classificações (operários e máquinas). Com a presença de interação s² R
não mais seja mais uma estimativa válida de ² .
Por isso deve-se ter cuidado quanto as hipóteses implícitas ao se aplicar o modelo. No modelo fixo há
hipótese implícita de inexistência de interação entre linhas e colunas (sendo semelhante ao caso de uma única
classificação).
O modelo aleatório é válido independentemente da hipótese de existência ou não de interação.
E no misto o teste da hipótese referente à classificação com efeito fixo prescinde a hipótese de não-interação, ao
passo que o teste que o teste da hipótese referente à classificação com efeito aleatório parte da validade dessa
hipótese.
A sistemática de teste será a mesma para qualquer dos modelos fixos e será vista a seguir:
3. A variância pode ser estimada de quatro modos:
Então SQT = SQL + SQC + SQR, sendo que SQL, SQC e SQR são termos independentes. Pode-se testar então
a igualdade entre as medias segundo as linhas e colunas.
Obs.: A hipótese 1 não sendo verdadeira não impedirá que se teste a hipótese 2 e vice-versa.
A disposição prática para se realizar a Análise de Variância no presente caso será vista na tabela a seguir:
Numa experiência agrícola, foram usados seis diferentes fertilizantes em duas variedades de milho, tendo sido
obtidas as colheitas dadas a seguir, em sacas, para os vários canteiros de mesma área que foram plantados.
Utilizar a Análise de Variância para verificar se existem diferenças significativas entre os fertilizantes e entre as
variedades ao nível de 1% de significância.
Fertilizante A B C D E F
Variedade 1 5,4 3,2 3,8 4,6 5,0 4,4
Variedade 2 5,7 4,0 4,2 4,5 5,3 5,0
Tabela 3 – Fertilizantes utilizados em experimento agrícola
Solução:
Adotando uma disposição semelhante à utilizada na Tab. 2, construímos a Tab.4, a qual facilita o cálculo das
várias quantidades necessárias.
Temos:
Podemos, então, montar o quadro da Análise de Variância conforme indicado na Tab. 2, o que é feito na Tab. 5.
Vemos que, ao nível de 1% de significância, existe diferença significativa entre as linhas, ou seja, entre os
fertilizantes, mas não existe diferença significativa entre as colunas, ou seja, entre as variedades.
Tabela 5 – Quadro da Análise de Variância
e os x(jkl) são supostos serem normalmente distribuídos com média μ e variância δ².
Como já visto: V=Vr + Vc +Vi + Vê onde :
Os valores esperados das variações podem ser obtidos como anteriormente. Fazendo-se uso de um
número apropriado de grau de liberdade para cada fonte de variação, pode-se montar a tabela de análise de
variância, como apresentada na Tabela 6 abaixo. As razões F da última coluna podem ser usadas para testar as
hipóteses nulas:
H0(2): Todas as médias dos blocos (colunas) são iguais, isto é, βk=0.
Total Abc-1
Tabela 6
Sob um ponto de vista prático, decidiríamos, inicialmente, se H0(3) pode ou não ser rejeitado ao nível de
significância apropriado, usando-se a razão F equivalente a S²i/S²e da tabela 6.
Dois casos são possíveis:
1-H0(3) não pode ser rejeitado. Nesse caso concluímos que as interação não são demasiadamente grandes.
Testa-se H0(1) e H0(2) usando as razões de F.
2- H0(3) pode ser rejeitada. Neste caso concluímos que as interações são significativamente grandes. Diferenças
nos fatores seriam, então, importantes somente se elas fossem grandes quando comparadas com tais
interações.
A análise de variância com repetição é realizada mais facilmente totalizando-se, inicialmente, os valores
de repetição que correspondem a tratamentos (linhas) e os blocos(colunas) particulares.
Solução:
Os dados podem ser dispostos como na Tabela 8 na qual estão indicados os dois fatores principais: maquinas e
turno. Note-se que estão indicados 2 turnos para desempenho de cada máquina para os 2 turnos. A variação
total para todos os dados da Tabela 8 é :
Repetições
Fator I: Máquina Fator II: Turno
Seg. Ter. Qua. Qui. Sex. TOTAL
A {1 6 4 5 5 4 24
{2 5 7 4 6 8 30
B {1 10 8 7 7 9 41
{2 7 9 12 8 8 44
C {1 7 5 6 5 9 32
{2 9 7 5 4 6 31
D {1 8 4 6 5 5 28
{2 5 7 9 7 10 38
TOTAL 57 51 54 47 59 268
Tabela 8
Se agora subtrairmos da variação subtotal Vs a soma das variações entre as linhas e colunas, que é
dada por Vi= Vs – Va – Vc= 65,6 – 51 – 8,1= 6,5
Finalmente, a variação residual, que pode ser considerada aleatória ou devida a erro (desde que
acreditamos que os dias da semana não proporcionem quaisquer diferenças importantes) é obtidas subtraindo-
se a variação subtotal, isto é, a soma das variação linha, coluna e interações, da variância total, o que produz:
Ve= V – (Vr + Vc + Vi) = V – Vs = 150,4 – 65, 6 = 84,8.
Essas variações estão apresentadas na Tabela 10 que representa a análise de variância devida às duas
colunas, e tem 2-1=1 grau de liberdade.
Para determinar-se os graus de liberdade devidos à intersecção, deve-se notar que existem 8 entradas na tabela
1.5; por conseguinte , o total de graus de liberdade é 8-1=7. Como 3 destes 7 graus são devidos as linhas e um
às colunas, os restantes, 7 – (3+1)= 3 são devidos à interação. Como existem 40 entradas na tabela 1.3, o total
de graus de liberdade é 40 – 1 =39. Assim, os graus de liberdade devidos à variação aleatória ou residual são
39-7=32.
Além disso, para prosseguir, devemos inicialmente determinar se existe qualquer interação significante
entre os fatores básicos, isto é, as linhas e colunas da Tabela 9. Da Tabela 10 vemos que para a interação F=
0,817, que mostra não ser ela significativa, isto é, não podemos rejeitar a hipótese H 0(3).
Seguindo as regras estabelecidas quando se abordou os experimentos de 2 fatores com repetição,
vemos que o F calculado para as linhas é 6,42. Como F(0,95)=2,90 para 3 e 32 graus de liberdade, podemos
rejeitar a hipótese H0(1) de que as linhas possuem as mesmas médias. Isto equivale a dizes que, ao nível 0,05,
podemos concluir que as máquinas não são igualmente eficientes. Para 1 e 32 graus de liberdade , F=4,15, e
como o F calculado para as colunas são iguais, ou seja, ao nível 0,05, não existe diferença significante entre os
turnos. Se decidíssemos analisar os resultados combinando-se as variações de interação e residual,
encontraríamos Vi + Ve = 6,5 + 84,8 = 91,3 para a variação combinada, e Vi + Ve = 3 + 32 = 35 para os graus de
liberdade combinados, fornecendo uma variância combinada de 91,3 /35 = 2,61. Usando-se este valor ao invés
de 2,65 para o denominador de F na tabela 1.5, tal fato não afetará as conclusões obtidas anteriormente.
COMPARAÇÕES MÚLTIPLAS
Teste de Tuckey
Quando as amostras têm tamanhos iguais este teste é mais adequado considerando que as amostras
devem ser aleatórias e independentes sendo extraídas de populações normais e as populações devem ter
variâncias iguais (σ 1 = L = σ k = σ 2 ). O teste HSD de Tuckey foi originalmente desenvolvido para amostras de
igual tamanho, no entanto, muitos estatísticos sustentam que este é um método robusto a desvios moderados
deste pressuposto.
Este teste é feito comparando-se a diferença absoluta (em módulo) entre as várias médias pareadas duas a
duas, a um valor (Δ), previamente calculado.
__________
Δ= √q (QMR)/n
Onde:
Caso o número de observações por tratamento seja diferente, o Δ será calculado da seguinte forma:
__________________
Δ = √1∕2(1∕n1+ 1∕n2) *QMR
No entanto, nesse caso os resultados são aproximados e devem ser encarados com reserva. Serão
consideradas significativas ao nível de significância pré determinado (α) aquelas diferenças entre médias cujo
valor absoluto for maior que o Δ calculado. Portanto as médias são consideradas distintas e Ho é rejeitado se:
_________
| Δ | ˃ q k,vR, α . √ (QMR)/n
Teste de Scheffé
Além de ser um teste efetivo quando as amostras tem tamanhos diferentes apresenta a
vantagem de utilizar os próprios valores do quadro da Análise de Variância. Uma forma geral para o teste nos
casos vistos de modelo fixo seria:
____________________________
Δα = √ QMR.(p-1).(1/nl + 1/nm) . Fp-1 , vR, α
EXEMPLO: Três chapas de uma liga metálica de mesma procedência foram submetidas a três diferentes
tratamentos térmicos, A, b e C. Após o tratamento, foram tomadas 5 medidas de dureza superficial de cada
chapa, obtendo-se os seguintes resultados:
Logo, são significamente distintas as médias cujas diferenças superem 5,52. Portanto existe diferença
assinalável ao nível α= 5% entre tratamentos B e C.
Pelo Método de Scheffé, teríamos Δ5% . Como F k-1 , k (n-1), α = F 2, 5; 5% = 3,89, temos:
__________________
Δ5%= √ 10,733 . 2(3-1)/5 . 3,89 = 5,78
Logo, leva à mesma conclusão do teste anterior, porém, como 5,78˃ 5,52, notamos que o método de
Tukey é mais poderoso para efeito de comparação das médias duas a duas.
Contrastes
A ideia de diferença entre duas médias generalizada dá-se pelos contrastes entre k médias, definido por
k coeficientes tais que sua soma seja nula.
EXEMPLO: Tomates de determinada espécie foram submetidos a quatro diferentes tratamentos com fertilizantes
em iguais quantidades e foram feitas n verificações do peso destes depois de cada tratamento e calculadas as
médias :
Pode-se construir diferentes contrates entre as médias das amostras, que representam comparações:
Nota-se que não havendo interação C1 mede apenas o efeito do fertilizante A, considerando que o efeito
de B foi somado e subtraído. Analogamente C2 mede apenas o efeito de B e C3 mede o efeito da eventual
interação entre os fertilizantes A e B sendo que não havendo de fato interação, o valor esperado desse contraste
é nulo.
Pode-se desejar construir intervalos de confiança ou testar hipóteses a respeito de certos contrates. Para
isso basta calcular a estimativa do desvio padrão admitindo que todas as populações tenham a mesma
variância, estimada pelo Quadrado da Média Residual QMR, e o mesmo tamanho n, temos para C1 o seguinte
intervalo de confiança:
_______
(- ẍ1/2 + ẍ2/2 - ẍ3/2 + ẍ4/2) ± t 4(n-1) , α/2 √ QMR/n
Se for desejado estimar ou testar simultaneamente diversos contrastes, em geral, é recomendável que
se use o procedimento de Schefflé.
O procedimento de Schefflé para estabelecer o intervalo de confiança para diversos contrastes C com
estimativas Ĉ pode ser resumido na expressão:
Ĉ ± S . SĈ
__________________ _________________
SĈ= √ QMR . ( 1/ n1 + 1/ n2 ) S = √ ( k-1) . F k-1, Σ ni- k , α
Sendo
o
1 termo: Variância total.
o
2 termo: Desvio da reta de mínimos quadrados em relação a ӯ.
o
3 termo: Variância residual.
Para efetuar o teste, deve-se ter como hipótese não ter regressão (β=0). Não havendo regressão, a
variância total se confunde com a variância residual.
Logo, o Quociente F = b².Sxx / σr² pode ser usado para testar a hipótese de não haver regressão. Sendo
falsa a hipótese de Ho = 0, o numerador tenderá a crescer, pois b².S xx corresponde a parcela de variação
explicada pela reta de regressão.
Exemplo: Testar pela Análise de Variância a existência da regressão para a seguinte relação:
X 1 2 3 4 5 6 7 8
Y 0,5 0,6 0,9 0,8 1,2 1,5 1,7 2
Como o quociente é muito grande, está provado que existe regressão linear .
A análise da variância pode ser usada para verificar se a equação obtida é significativa como explicação do
fenômeno.
O problema é semelhante ao teste da regressão linear para o caso da reta em que a variação total é medida
pela soma dos quadrados total Syy e a variação residual em torno do hiperplano de regressão múltipla medida
pela soma dos quadrados residual. A diferença corresponde a parcela da variação total explicada pelo
hiperplano da regressão múltipla.
A soma de quadrados é dada por R². Syy, em que R é o coeficiente de correlação da regressão linear
múltipla.
ANÁLISE DE MELHORIA
Como a regressão linear gera um problema, já que não conhecemos previamente o modelo adequado para
a equação que iremos determinar, surge a necessidade de encontrar a equação de um polinômio que melhor
representa o fenômeno em estudo.
Porém, esse processo matemático nada tem de estatístico, uma vez que sempre encontraríamos um
polinômio de grau n-1 que se ajustaria sem desvio a todos os pontos experimentais.
Surge então a ideia de se buscarem equações mais elaboradas até o ponto em que a melhoria de ajuste
conseguida em relação ao modelo anterior seja significativa.
Por exemplo: se procuramos uma equação polinomial que possa ser considerada satisfatória, antes
devemos achar a equação da reta de regressão. Da mesma forma, procuramos uma parábola, que no lugar da
reta, de uma melhoria de ajuste significativa. Se tivermos sucesso, verificamos se a cúbica de regressão
apresenta melhoria de regressão em relação à parábola.
Procedemos dessa maneira até que duas etapas sucessivas não tenham produzido melhoria significativa.
Sempre buscamos o modelo mais simples, desde que um mais elaborado não apresente uma melhoria
significativa que represente o fenômeno em estudo.
O princípio da Análise de Melhoria está em que a participação da variação total, no caso da reta, pode ser,
de modo análogo, verificada para polinômios de maior grau. Assim, a soma de quadrados devida à variação
residual em torno da reta de mínimos quadrados pode, por sua vez, ser desdobrada em uma parcela de melhoria
de ajuste explicada pela adoção da parábola e uma parcela devida à variação residual em torno da parábola.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
1. SPIEGEL, Murray R. Estatística (3ª Edição) – São Paulo: Pearson Makron Books, 1993. – (Coleção
Schaum)
2. TRIOLA, Mario F. Introdução à Estatística (Décima edição) – Rio de Janeiro: LTC, 2008.
4. HINES, William W. ... [et al]. Probabilidade e estatística na engenharia – Rio de Janeiro: LTC, 2006.
5. COSTA NETO, Pedro L. de Oliveira. Estatística – São Paulo: Edgard Blücher, 1977.