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Avaliação da Influência do NSPT na Previsão da Capacidade de Carga de


Estacas Raiz a partir de Análise Estatística

Conference Paper · November 2017

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Fernando Feitosa Monteiro Alfran Sampaio Moura


Centro Universitário Christus - Unichristus - Ceará Universidade Federal do Ceará
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Marcos Fábio Porto de Aguiar Renato P. Cunha


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Avaliação da Influência do NSPT na Previsão da Capacidade de
Carga de Estacas Raiz a partir de Análise Estatística
Fernando Feitosa Monteiro
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, engffmonteiro@gmail.com

Alfran Sampaio Moura


Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, alfransampaio@ufc.br

Marcos Fábio Porto de Aguiar


Instituto Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, marcosfpa@hotmail.com

Renato Pinto da Cunha


Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, rpcunha@unb.br

Yago Machado Pereira de Matos


Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, yago_mpm@hotmail.com

RESUMO: A estimativa da capacidade de carga de fundações profundas a nível de projeto no Brasil


é normalmente determinada a partir de métodos semi-empíricos que utilizam o índice de resistência
a penetração do ensaio SPT (NSPT) como parâmetro entrada. O presente artigo tem o objetivo de
avaliar a variabilidade do NSPT e sua influência na estimativa da capacidade de carga de duas estacas
raiz executadas em um solo com valores elevados de NSPT na cidade de Fortaleza, no estado do
Ceará. A análise realizada consistiu em estimar a capacidade de carga de duas estacas raiz a partir
dos métodos de Aoki e Velloso (1975) modificado por Monteiro (1997) e Cabral (1986) utilizando
valores médios de NSPT e valores médios de NSPT com acréscimo e decréscimo de um desvio
padrão. Comparando os valores obtidos pelos métodos semi-empíricos de capacidade de carga com
os valores de capacidade de carga fornecidos em dois ensaios de prova de carga estática lenta,
considerando uma variabilidade de ± 20% nos seus resultados. A partir das análises realizadas,
observou-se que a utilização da estatística para uma análise da capacidade de carga de uma estaca
pode ser uma opção auxiliar à utilização de, apenas, um fator de segurança, procedimento,
habitualmente, realizado em projetos de fundações profundas, permitindo a otimização dos custos e
das soluções adotadas em projeto.

PALAVRAS-CHAVE: Capacidade de Carga, Estaca Raiz, Métodos Semi-Empíricos.

1 INTRODUÇÃO diversas correlações reportadas na literatura.


Assim, estimativa da capacidade de carga de
Dentre os ensaios de investigação de solo in situ, fundações a nível de projeto no Brasil, está
o mais consagrado por várias décadas no Brasil diretamente associada a parâmetros obtidos de
tem sido o SPT (Standard Penetration Test). O ensaios de campo como o ensaio SPT.
ensaio consiste em extrair amostras do solo ao No projeto de fundações, a investigação
longo do perfil e na determinação do índice de geotécnica normalmente é limitada, sendo
resistência a penetração (NSPT), o qual possui necessária a utilização de critérios, como os

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𝑛
valores médios das sondagens ou, até mesmo, a 𝐾 . 𝑁𝑝 𝑈
utilização da sondagem que apresenta os piores R= . 𝐴𝑝 + ∑(α . K . N𝐿 . ΔL) (2)
F1 𝐹2
valores de NSPT. Assim, o presente trabalho tem 1

o objetivo de avaliar a variabilidade do NSPT e


sua influência na estimativa da capacidade de Onde: a capacidade de carga da estaca (R) é
carga. determinada pela soma da resistência lateral (RL)
e de ponta (RP).  e K são parâmetros
determinados pelo tipo de solo, F1 e F2 são os
2 MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS DE respectivos fatores de escala e correção; e NP e
CAPACIDADE DE CARGA NL são, nessa ordem, os valores do NSPT na cota
de apoio da estaca e o NSPT médio na camada de
Segundo Amann (2010) os métodos semi- solo de espessura ΔL.
empíricos podem ser definidos como os que Posteriormente, o método sofreu atualizações
partem das formulações teóricas já consagradas, para a sua utilização em estacas mais recentes,
mas que permitem determinar as tensões como as estacas raiz e hélice contínua, de forma
máximas de atrito e de ponta a partir de que Monteiro (1997) propôs a alteração dos
correlações com ensaios de campo. Já de acordo valores dos coeficientes  e , função do tipo de
com a ABNT (2010), são considerados métodos solo, bem como dos coeficientes F1 e F2.
semi-empíricos aqueles em que as propriedades
dos materiais, estimados com base em 2.2 Método de Cabral (1986)
correlações, são usadas em teorias adaptadas da
Mecânica dos Solos. Cabral (1986) descreve a capacidade de carga de
estacas tipo raiz com um diâmetro final B ≤
2.1 Método de Aoki e Velloso (1975) 0,45m e injetada com uma pressão p ≤ 400 kPa
modificado por Monteiro (1997) como:
O método de Aoki e Velloso (1975) foi
𝑄𝑢𝑙𝑡 = (𝛽𝑜 𝛽2 𝑁𝑏 )𝐴𝑏 + 𝑈 ∑(𝛽𝑜 𝛽1 𝑁) ∆𝐿 (3)
desenvolvido a partir de um estudo comparativo
entre resultados de provas de carga em estacas e
sondagens à percussão. O método pode ser Onde: ΔL é a espessura de solo caracterizado
utilizado tanto com dados do SPT como de por certo NSPT, Nb corresponde ao NSPT no nível
ensaio de cone. A princípio a expressão da da ponta, β1 e β2 são fatores que dependem do
capacidade de carga da estaca foi definida tipo de solo e βo é um fator que depende do
relacionando a resistência de ponta e o atrito diâmetro da estaca B e da pressão de injeção p.
lateral da estaca com resultados do CPT, como
visto na Figura 1. 3 ANÁLISE ESTATÍSTICA EM
GEOTECNIA

Ang & Tang (1975) relatam que, na Engenharia


Civil e, principalmente, na área da Geotecnia, já
há bastante tempo, tem sido reconhecido que as
propriedades dos materiais do solo são
inerentemente variáveis, já que depósitos
naturais são caracterizados por camadas
irregulares de vários tipos de materiais, com
diversas faixas de densidades, oriundos de
Figura 1. Esquema de tensões e forças atuantes na estaca
misturas diversas e possuidores de outras
propriedades que afetam a resistência,
R = R 𝑙 + 𝑅𝑝 (1) deformabilidade e permeabilidade do depósito.
Assim, é conhecido que carregamentos e
parâmetros podem sofrer variações em torno de

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seus valores adotados, o que leva a uma conhecimento da distribuição de probabilidades
inevitável convivência com riscos de falhas de das variáveis, como visto na Figura 2. Desse
obras geotécnicas (ASSIS ET AL, 2001). modo, verifica-se que com apenas três desvios
padrões, é possível obter 99,7% dos dados. A
3.1 Desvio Padrão utilização da distribuição normal é recomendada
para amostras com mais de 30 elementos, sendo
Dependendo da quantidade de dados que em geotecnia, dificilmente dispõe-se de
disponíveis, vários métodos podem ser utilizados tantos dados, sendo necessário recorrer a
para estimar os desvios padrões dos parâmetros distribuições alternativas, como a de Student. De
geotécnicos. De modo geral, o desvio padrão é acordo com Ramirez e Reis (2016), a
determinado a partir da variância dos dados distribuição de Student é similar a distribuição
como exibido na equação a seguir: normal, ambas são simetrícas em relação a média
zero. A distribuição de Student reflete uma maior
variabilidade, com curvas mais alargadas,
(4) propostas para amostras pequenas, e diferente da
normal uma vez que a sua variação depende da
quantidade de elementos que compõem a
amostra, sendo sempre maior do que 1. Quanto
Onde Xii é o valor de uma observação, 𝑋̅𝑖 é a maior o grau de liberdade (ν), mais a distribuição
média das observações e n o número de Student se aproxima da distribuição normal
observações. (Figura 3).

3.2 Coeficiente de Variação

O coeficiente de variação é a medida relativa da


variação. Sendo expresso como uma
percentagem, desse modo, o coeficiente de
variação descreve a dispersão dos dados em
relação à média aritmética conforme a expressão
a seguir:
𝜎 Figura 2. Distribuição de probabilidade para variáveis
𝐶𝑜𝑉 (%) = 100 (5)
𝑋̅ normalmente distribuídas.

Onde  é o desvio padrão da amostra e 𝑋̅ é a


média aritimética das observações. Na
engenharia geotécnica, a estimativa do desvio
padrão dos parâmetros a partir do coeficiente de
variação tem ganhado popularidade, pois é
possível associar os valores de coeficiente de
variação as propriedades físicas medidas como
coesão, ângulo de atrito e peso específico . Harr Figura 3. Distribuição de Student para diferentes n de
(1984) e Kulhawy (1992) indicam valores de amostras.
coeficiente de variação entre 15% e 45% para o
índice de resistência a penetração (NSPT). 4 ESTUDO DE CASO

3.3 Distribuição Normal As estacas raiz analisadas foram executadas para


fundação de um edifício residencial de 22
A distribuição normal é uma ferramenta muito pavimentos localizado em um terreno na rua
conhecida e utilizada na análise estatística, Caio Cid, no bairro eng°. Luciano Cavalcante na
comumente referida como distribuição de Gauss. região metropolitana de Fortaleza, no estado do
Uma grande vantagem de sua popularidade, é o Ceará. As duas estacas possuem um

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comprimento de 15 m, diâmetro de 0,410 m e capacidade de carga estimada pelos métodos
pressão de injeção de 300 kPa. O levantamento semi-empíricos e comparando com os resultados
de informações geológico-geotécnicas da obra obtidos a partir de ensaios de prova de carga
foi baseado em dados coletados através de estática lento (SML).
relatórios de sondagens à percussão. Na obra,
foram realizados 5 ensaios de sondagem à
percurssão, sendo 2 sondagens executadas na
torre 1 e 3 sondagens na torre 2. As estacas
analisadas estão localizadas na torre 2, como
exibido na Figura 4.

Figura 4. Localização das sondagens e das estacas

A Figura 5 mostra os resultados das


sondagens realizadas na obra onde as estacas
estudadas foram executadas. São apresentados
também o valores de NSPT médio ao longo da
profundidade, bem como o coeficiente de Figura 5. Resultados dos ensaios SPT
variação (CoV) dos valores do NSPT. O perfil
estatigráfico é, predominantemente, composto A Figura 6 exibe os resultados dos ensaios de
por uma camada de areia argilosa até 12 m de prova de carga estática lenta realizados nas
profundidade, seguido por uma camada de argila estacas raiz avaliadas. Durante o ensaio de prova
siltosa com 3 m de espessura e a partir dos 16 m de carga estática, a estaca 1 foi submetida a uma
de profundidade, verificou-se a ocorrência de carga de 2400 kN, alcançando um recalque
arenito. Quanto ao NSPT, verificaram-se valores máximo de 11,24 mm. Após o descarregamento,
baixos até, aproximadamente, 3 m de obteve-se um recalque residual de 3,05 mm. Já a
profundidade, seguido de valores bastante estaca 2 foi sujeita, também, a uma carga
elevados, entre 20 a 60. Vale ressaltar que, para máxima de 2400 kN, verificando-se um recalque
valores mais elevados de índice de resistência à máximo observado de 10,38 mm e recalque
penetração (NSPT), limitou-se o NSPT em 60. As residual medido após o descarregamento de 2,86
maiores divergências entre valores de índice de mm. Observa-se, ainda, a partir das curvas carga
resistência a penetração ocorreram até 2 m e x recalque, que as estacas não apresentaram
entre 12 e 14 m de profundidade. Analisando a ruptura e que a perceptível linearidade indica um
variabilididade do NSPT como parâmetro para o comportamento, predominantemente, elástico,
dimensionamento de estacas do tipo raiz a partir sendo necessário avaliar a carga de ruptura a
de métodos semi-empíricos, realizaram-se partir da extrapolação das curvas carga x
estimativas de capacidade de carga a partir dos recalque. Estimando a carga de ruptura das
métodos de Aoki e Velloso (1975) modificado provas de carga pelo método de Décourt (1996),
por Monteiro (1997) e pelo método de Cabral considerou-se que a carga de ruptura da estaca 1
(1986). Foram utilizados valores de NSPT médio seria de 4557 kN e a da estaca 2 seria de 4386
entre as 5 sondagens realizadas e valores médios kN. A Tabela 1 mostra a estimativa da
com acréscimo e decréscimo de capacidade de carga para estacas do tipo raiz a
partir dos métodos semi-empíricos propostos por
1 desvio padrão (+ e -) para uma distribuição
Cabral (1986) e Aoki e Velloso (1975) utilizando
normal. Analisando, assim, a variabilidade da
valores de NSPT médio entre as sondagens

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realizadas e valores médios com acréscimo e Observa-se em uma análise preliminar, que,
decréscimo de 1 desvio padrão (+ e -) para o de modo geral, ambas metodologias semi-
NSPT. empíricas superestimaram a capacidade das
estacas estudadas e que os métodos semi-
empíricos apresentaram valores concordantes
entre si até um comprimento de estaca de 10 m.
Os métodos de Monteiro (1997) e de Cabral
(1986), quando utilizaram valores de NSPT
médio, estimaram capacidades de carga de 4872
e 4987 kN respectivamente. Estes valores,
quando comparados com os valores de referência
obtidos dos ensaios de prova de carga,
apresentaram discrepâncias da ordem de 12%
contra a segurança. Já para a análise utilizando
Figura 6. Curvas carga x recalque – Estacas 1 e 2 valores de NSPT médio acrescido de um desvio
padrão, notou-se, evidentemente, a ocorrência de
Tabela 1. Capacidade de Carga – Métodos semi-empíricos valores de capacidade de carga superiores aos
Método
Capacidade de valores de referência em uma média de 23%, ou
Carga (kN) seja, a nível de projeto, o aumento do NSPT
estaria superestimando a capacidade de carga do
Monteiro (1997) - N SPT 4872
conjunto estaca-solo, atuando contra a
Monteiro (1997) - (+σ) 5536
segurança. Para o cenário onde se adotou valores
Monteiro (1997) - (-σ) 4208
de NSPT médio com descréscimo de um desvio
Cabral (1986) - N SPT 4987 padrão, constatou-se uma redução da capacidade
Cabral (1986) - (+σ) 5718 de carga da ordem de 8%, quando comparados a
Cabral (1986) - (-σ) 4256 capacidade de carga determinada pelos ensaios
PCE - Estaca 1 4557 de prova de carga, sendo este, a favor da
PCE - Estaca 2 4386 segurança. Vale ressaltar, que as análises
mencionadas estão sendo realizadas com valores
A Figura 7 mostra como a capacidade de de capacidade de carga última, sem a utilização
carga varia com o comprimento da estaca ao de fatores de segurança.
longo da profundidade. As linhas verticais Fellenius (1980) avaliou os fatores que afetam
representam os valores de capacidade de carga o resultado de uma prova de carga, como o tipo
da estaca obtidos a partir dos ensaios de prova de de carregamento, elementos de reação, macaco
carga advindos da extrapolação das curvas carga hidráulico, leituras de deflectômetros e células
x recalque pelo método de Décourt (1996). de carga. O autor concluiu que o erro estimado
pode variar entre ± 10 e 25%, sendo a maioria da
ordem de 15 a 20% como valores comumente
adotados na prática da engenharia de fundações
e publicações nacionais e internacionais.
Na prática da engenharia de fundações, a
capacidade de carga determinada por um ensaio
de prova de carga é aceita de maneira que não se
avalia a variabilidade dos resultados do ensaio.
Assim, considerando a ocorrência de
variabilidade do ensaio de prova de carga e
adotando uma variação de ± 20% da capacidade
de carga determinada pelo ensaio como
aceitável, verifica-se que os cenários adotando
Figura 7. Variação da capacidade de carga com o
valores de NSPT médio e valores de NSPT médio
comprimento da estaca
com descréscimo de um desvio padrão são

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aceitáveis. Quanto ao cenário onde se adotaram
valores médios de NSPT acrescidos de um desvio AGRADECIMENTOS
padrão, ainda se observou uma capacidade de
carga superestimada em 8%, quando comparada Os autores agradecem ao CNPq e a FUNCAP
ao valor de referência levando em consideração pelo apoio financeiro e concessão de bolsas.
a variabilidade do ensaio de prova de carga.

REFERÊNCIAS
4 CONCLUSÕES
Amann, K.A.P. (2010). Metodologia Semiempírica
O estudo mostrou que a estimativa da capacidade Unificada para a Estimativa da Capacidade de Carga
de Estacas. 2010. 430 f. Tese (Doutorado) - Curso de
de carga a partir de métodos semi-empíricos Engenharia Civil, Escola Politécnica da Universidade
baseados no índice de resistência a penetração de São Paulo, São Paulo.
(NSPT) apresenta uma variabilidade, Ang, A.H.-S. e Tang, W.H. (1975). Probability Concepts
razoalvemente, significativa para um solo com in Engineering Planning and Design, Vol. 1, Basic
elevada resistência. Verificou-se que as maiores Principles, John Wiley, New York.
Aoki, N. e Velloso, D.A. (1975). An Approximate Method
discrepâncias nos valores de NSPT ocorreram nas to Estimate the Bearing Capacity of Piles. In: V PAN
profundidades superficiais (até 2 m) e em AMERICAN CSMFE, 5, Buenos Aires. Proceeding.
profundidades intermediárias (entre 12 e 14 m). Buenos Aires. v. 1, p. 367-376.
Ao avaliar a capacidade de carga das estacas Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2010). 6122:
raiz a partir de valores médios de NSPT, prática Projeto e Execução de Fundações. Rio de Janeiro:
Moderna. 91 p.
adotada de forma habitual em projetos de Assis, A.P., Espósito, T.J., Gardoni, M.G. e Silva,
fundações profundas no Brasil, observou-se uma P.D.E.A. (2001). Métodos Estatísticos Aplicados à
superestimação da capacidade de carga última da Geotecnia. Publicação G.AP–002/01, Depart mento de
estaca quando comparada a capacidade de carga Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
determinada pelos ensaios de prova de carga sem Brasília, Brasília, DF, 177 p.
Cabral, D.A. (1986). O uso da estaca raiz como fundação
avaliar a variabilidade do ensaio. Já de obras normais. In: CBMSEF, 8., Porto
considerando a variabilidade de ± 20% da Alegre. Anais.... Porto Alegre, 1986. v. 6, p. 71 - 82.
determinação da capacidade de carga da estaca Décourt, L. (1996). A Ruptura de Fundações Avaliada
pelo ensaio de prova de carga, as estimativas com Base no Conceito de Rigidez. SEFE lll, São Paulo,
pelos métodos semi-empíricos utilizando valores vol. 1.
Fellenius, B.H. (1980). The analysis of results from routine
médios de NSPT se tornaram aceitáveis, ou seja, a pile load tests. Gr. Eng. London, 13(6): 19–31.
favor da segurança. Harr, M.E. (1984). Reliability-based design in civil
Os cenários analisados mostraram que ao engineering. Henry M. Shaw Lecture, Dept. of Civil
utilizar valores médios de NSPT acrescidos de um Engineering, North Carolina State University, Raleigh,
desvio padrão, ocorreu uma superestimação da N.C.
Kulhawy, F.H. (1992). On the Evaluation of Soil
capacidade de carga da estaca, mesmo levando Properties. ASCE Geotech. Spec. Publ. No. 31,
em consideração a variabilidade do ensaio de 95-115.
prova de carga. Ao passo que no cenário onde Monteiro, P.F. (1997). Capacidade de Carga de Estaca:
adotaram-se valores médios de NSPT com Método de Aoki-Velloso. São Paulo: Franki Ltda.
descréscimo de um desvio padrão, a capacidade Ramirez, R.G. e Reis, J. H .C. (2016). Segurança e
Confiabilidade em Estruturas de Contenção: Estudo de
de carga foi subestimada, levando em Caso. Revista Geotecnia. V. 138, p. 37 - 60.
consideração ou não a variabilidade do ensaio
de prova carga.
A partir das análises realizadas, observou-se
que a utilização da estatística para uma análise
da capacidade de carga de uma estaca pode ser
uma opção auxiliar à adoção de um fator de
segurança de 2, como habitualmente é efetuado
em projetos de fundações profundas, otimizando
os custos e as soluções adotadas em projeto.

GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.

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