Rumo estima investir

R$ 6 bilhões com
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renovação antecipada
 Concessão da malha paulista vence em 2028, mas empresa deseja
estendê-la por mais 30 anos.

A
Rumo é a maior operadora
de ferrovias do Brasil e ofere-
ce serviços logísticos de
transporte ferroviário, eleva-
ção portuária e armazena-
gem. Opera 12 terminais de
transbordo, seis terminais
portuários e administra mais
de 12 mil km de ferrovias nos
estados do Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, São Paulo, Mato
Grosso do Sul e Mato Grosso.
A base de ativos é formada por
1.000 locomotivas e 25.000 vagões.
Desde 2015, a empresa já fez apor-
tes que somam R$ 6,7 bilhões. Os
principais recursos foram destinados
para a renovação da frota (aquisição
de 2.649 vagões e 178 locomotivas),
criação e aperfeiçoamento de pátios

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 de cruzamento e melhorias em tec-
nologia e segurança. Além disso, já
foram revitalizados 900 quilômetros
de vias férreas.
As malhas Norte e Paulista formam
o principal corredor de exportação
do País que garante o escoamento de
commodities agrícolas entre
Rondonópolis (MT) e o Porto de
Santos (SP). Em 2017, a Companhia
aumentou em 28% o volume total de
carga transportado pelos trilhos da
Operação Norte, chegando aos 34
milhões de toneladas por quilômetro
útil (TKU).
Um dos objetivos da empresa é
conseguir das autoridades governa-
mentais a renovação antecipada de
seus contratos de concessão.
Guilherme Penin, diretor regulató-
rio e institucional da Rumo, a prorro-
gação da concessão por mais 30 anos
(até 2058) viabilizará R$ 6 bilhões em
investimentos, elevando a capacida-
de de transporte entre Rondonópolis
(MT) e Santos (SP) dos atuais 30
milhões de toneladas/ano para 75
milhões de toneladas/ano.
Ou seja, um crescimento de 150%.
Esse aporte seria direcionado a dupli-
cações de trechos, modernização das
vias, ampliações de pátios e obras
diversas para reduzir os impactos
urbanos nas cidades por onde os tri-
lhos passam.
Veja os principais apontamentos
do executivo e as principais ações da
Rumo, apuradas durante a 24ª
Semana de Tecnologia Metro fer -
roviária, ocorrida em São Paulo.
Como a Rumo recebeu
a malha em 2015,
herança da ALL
À despeito dos progressos fei-
tos pela ALL ‒ nos 15 anos em que
ela exerceu a concessão, tínhamos
um déficit de investimentos na
malha paulista que era representa-
do, principalmente em uma visão
de curto prazo, que não condiz
com aquela visão que deve ser
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dada às ferrovias. É um negócio de
longo prazo, de longa maturação e
que demanda grandes volumes de
investimentos .
Os investimentos
Os investimentos realizados nos
últimos três anos, visando reverter
esse quadro, totalizaram R$ 6
bilhões, sobretudo, em revitalização
de vias permanentes, de material
rodante e tecnologia. Um destaque
disso é que a troca de todo esse
material rodante teve forte partici-
pação da indústria local, onde 100%
dos vagões e locomotivas ‒ quase
3.000 vagões e 150 locomotivas ‒
foram adquiridos no período de
empresas nacionais .

A Rumo revitalizou 700
quilômetros de vias férreas,
tornando os trechos mais
seguros e aumentou a
capacidade de movimentação
de cargas;

Foram realizadas trocas de
dormentes e revitalização
de pontes;

Foram construídos novos
pátios.
Antes mesmo de a Rumo assumir
as operações da ALL, um dos investi-
mentos realizados se deu na duplica-
ção de todo o trecho entre Campinas
e o Porto de Santos, envolveu tam-
bém toda a descida da Serra e algu-
mas obras no Terminal de
Rondonópolis (MT), tudo isso para
elevar a capacidade e as operações
no Porto de Santos .
Alguns investimentos também
foram feitos na parte interna da
empresa, tais como aperfeiçoamento
da gestão, formação de pessoal,
melhoria das condições de trabalho
dos maquinistas etc. Isso se deu atra-
vés de um esforço concentrado de
curto prazo feito pela Rumo desde
que ela assumiu a área de concessão
da ALL, entre 2015 e 2018 .
 Redução de acidentes
A Rumo vem registrando
há três anos quedas contí-
nuas de acidentes ferroviá-
rios em seus mais de 12 mil
quilômetros de vias férreas
que cruzam seis estados.
Entre 2015 e 2018, o per-
centual de redução dessas
ocorrências é de 46%.
Há 16 meses, o Projeto
de Segurança Ferroviária da
Rumo realiza treinamentos,
coleta de informações, rela-
tórios e recomendações
técnicas que são fundamen-
tais nos ganhos operacio-
nais registrados a cada tri-
mestre pela Companhia.
O projeto já idealizou 137
ações com o foco de reduzir
a zero os acidentes. Em
2017, 387 colaboradores
foram capacitados em trei-
namentos e workshops rea-
lizados nas cidades de
Santa Maria (RS), Canoas
(RS), Curitiba (PR), Ponta
Grossa (PR), Maringá (PR),
Itu (SP), Araraquara (SP),
Bauru (SP) e Rio Claro (SP).
O foco é sempre a preven-
ção de acidentes e o
aumento da segurança das
operações ferroviárias.
A Rumo adotou uma série
de mudanças estruturais,
como a instalação de detec-
tores de trilhos quebrados
(DTQs) em pontos estratégi-
cos da Operação Norte, que
é formada pelas malhas
Norte e Paulista. O DTQ é
uma tecnologia de Pesquisa
e Desenvolvimento (P&D)
inédita que serve para iden-
tificar as fraturas de trilhos,
uma das principais causas
de descarrilamento de trens.
O projeto também gerou
alterações de procedimen-
tos. Na Operação Sul
(malhas Sul e Oeste), o
reflexo foi a adoção de uma
nova estratégia de manu-
tenção. Trata-se das revi-
sões de regularização em
vagões de granéis, que
auxiliam na verificação da
integridade do material
rodante.
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 Chamamos isso
de Turn around
Internamente chamamos
todo esse processo na
empresa como turn around,
em que a gente recebeu um
parque sucateado, fez um
investimento grande, con-
centrado, de curto prazo,
para recuperar as condições
gerais, tanto das vias perma-
nentes, como materiais
rodantes e pessoal .
No aspecto financeiro
No aspecto financeiro leva-
mos a Rumo a uma rela-
ção/dívida EBITDA de 6.6 vezes,
ou seja, a empresa precisaria tra-
balhar seis anos e meio para
gerar caixa suficiente para pagar
suas dívidas .
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O acionista
O acionista que assumiu fez
diversos aportes de recursos e
conseguiu reperfilar a dívida,
não apenas a de longo prazo,
mas a com perfil de curto prazo.
Conseguiu isso via aportes, alon-
gamento do perfil da dívida e
equilíbrio das contas da compa-
nhia. Tudo isso para poder fazer
os investimentos necessários .
Efeito dos investimentos
Colocando o quadro objeti-
vo dos investimentos realizados
nos três últimos anos, já come-
çamos a ver alguns resultados
no curto prazo, dentre eles:

Aumento da produção ‒
tivemos um aumento bastante
razoável em um prazo muito
curto de tempo em volume no
principal corredor, que é o corre-
dor exportador de Santos.

Indicadores de eficiência ‒
conseguimos, primeiro, aumen-
tar muito a confiabilidade do
material rodante, através de um
sistema consistente de manu-
tenção. Grande parte dos vagões
estavam com falta de manuten-
ção e sem precisar parar, a gente
conseguiu reduzir a defasagem
da manutenção da frota em mais
de 40%. Isso representa que ao
final desses vários anos vamos
chegar a um índice ainda melhor
de confiabilidade da frota .

Locomotivas ‒ a mesma
coisa tivemos em locomotivas e
isso resultou em uma melhoria
significativa da segurança ferro-
viária. Conseguimos reduzir em
mais de 42% os acidentes nesse
período em que estamos a fren-
te da companhia e atingindo
níveis próximos da segurança
ferroviária internacional .
A nova frota da Rumo
A nova frota da Rumo é com-
posta pelos modelos da
GEAC44i e ES43BBI (veja foto),
mais potentes e menos poluen-
tes.
A GE-AC44i é o principal maqui-
nário da malha ferroviária nacional
e circula na Operação Norte, que
faz a ligação entre o Centro-Oeste
do país e o Porto de Santos.
Já a ES43BBI atende a Opera-
ção Sul, que engloba trechos
estratégicos de escoamento,
como a rota entre o Norte do
Paraná e o Porto de Paranaguá.
Os novos equipamentos vêm
contribuindo diretamente para
os índices de produtividade e
gerenciamento de custos da
companhia. Redução no transit
time (tempo de trânsito), para-
das para manutenção e a potên-
cia que possibilita transportar
mais vagões que os modelos
anteriores permitem melhorar
constantemente os índices de
produtividade.
A ES43BBi
A ES43BBi é uma locomotiva
digital , que conta com sistema
operacional online integrado à
General Electric (GE).
Sua capacidade de transporte
é 46% maior que o modelo SD40
utilizado anteriormente. A men-
suração de tonelada bruta trans-
portada por cada HP do motor
aumentou 45%: de 0,72 para
1,05 tonelada bruta por HP.
A ES43BBi conta com um sis-
tema de tração de corrente
alternada que fornece 38% mais
capacidade de tração em com-
paração a modelos anteriores.
Segundo a Rumo, a redução
de Transit Time (Tempo de
Trânsito) entre o Norte do Paraná
e o Porto de Paranaguá foi redu-
zida em 8,34% desde o início das
operações com a ES43BBi no
final de 2016. Paralelamente, as
paradas causadas por mau fun-
cionamento caíram 84,10%.
A frota da Rumo conta com 46
modelos ES43BBi que circulam
de Maringá e Londrina a Curitiba
ou Rio Negro. Os trens operados
hoje são de 105 vagões com duas
locomotivas, enquanto que com
outras frotas eram necessárias de
três a quatro locomotivas para
fazer a mesma viagem.