Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 12 – Os combates ao ministério cristão
Colossenses 1 e 2
1. Introdução
Colossos, localizada há 160 km de Éfeso,
abrigava uma razoável multiplicidade de
elementos culturais e religiosos,
possivelmente por ter sido lugar de
passagem de importante rota comercial.
No tempo em que o Apóstolo Paulo
escreveu sua Carta aos Colossenses, a
cidade havia perdido parte de sua
importância e a igreja local possivelmente
era constituída por um número pequeno de
crentes. Ao que se saiba, Paulo nunca
visitou Colossos, pelo menos até a época
em que escreveu essa Carta. A igreja
porém, era fruto de seu trabalho
missionário anterior, no período em que ele
esteve por três anos em Éfeso. Naquela
ocasião, um novo convertido de nome
Epafras, e que era de Colossos, foi
treinado para voltar à sua cidade natal e lá
organizar uma igreja local, o que
efetivamente aconteceu. Tempos depois,
em 61 ou 62d.C., estando Paulo preso em
Roma, recebe a visita de Epafras, que lhe
conta como a igreja se desenvolvera e que
dificuldades estava enfrentando. Esses
fatos explicam a grande preocupação do
Apóstolo com aqueles irmãos, o que o leva
a escrever a carta que ora estudamos.
Nesta breve introdução, destacamos dois
pontos:
i. O primeiro, é que Colossos não foi
organizada por Paulo. Isso nos
mostra que nem sempre é
necessário ter um Pastor de tempo
integral para se organizar uma
nova igreja local.
ii. O segundo ponto é referente à
liderança e ao crescimento do
Reino de Deus. Nessa perspectiva,
o verdadeiro fruto do trabalho de
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Elaborado por Lincoln A. A. Oliveira
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um líder na igreja não são
seguidores mas um novo líder. E o
fruto de uma igreja, é uma nova
igreja. É o que encontramos no
caso da igreja em Colossos,
organizada a partir da igreja em
Éfeso, fato que pode servir de
referência também para os nossos
dias, onde muitos se preocupam
com liderança nas igrejas e com o
crescimento delas.
2. Os motivos da Carta aos
Colossenses
As dificuldades que Epafras levou até
Paulo, quando o visitou em Roma, não são
claramente especificadas. Contudo, pelo
teor da carta resultante, pode-se concluir
que elas tinham a ver com falsas doutrinas
e heresias que ameaçavam aquela igreja.
As principais heresias encontradas são:
a) A pessoa e o trabalho de Cristo
estavam sendo diminuídos. Pregava-se
a necessidade de ações e práticas
complementares pois para alguns, o
que Cristo havia feito no Calvário não
era suficiente. Para se contrapor a
isso, o Apóstolo aborda a questão da
divindade de Cristo e da natureza
suficiente da ação redentora de Jesus.
b) Várias filosofias, incluindo o conceito
designado como “dualismo” estavam
influenciando o pensamento daqueles
crentes. O dualismo dizia que toda a
matéria é má e somente a natureza
puramente espiritual é boa.
c) Estavam sendo propostas práticas
para se controlar a natureza material
ou a “carne”, como designada em
vários trechos da Bíblia. Paulo
argumenta contra isso mostrando a
supremacia e a obra de Jesus bem
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 como a inteireza do crente. “Porque em
Cristo existe tudo de Deus em um
corpo humano: portanto, quando vocês
tem Cristo, tem tudo e vocês tem a
plenitude de Deus por meio da sua
união com Cristo” afirma ele em 2.9-10.
d) Vários elementos judaicos, misturados
com o de outras religiões estavam
sendo vistos como aplicáveis à prática
cristã. Os Colossenses estavam
adotando um pouco de cada religião,
formando um ambiente confuso e
sincretista.
e) Estavam adotando o culto a anjos,
prática mística proveniente do
paganismo.
f) Finalmente, estavam sendo
incentivadas questões relacionadas a
mistérios, superioridades,
exclusividades e a posse de
conhecimentos que apenas os
iniciados podiam ter. A ideia é que isso
levava as pessoas a terem um tipo de
sabedoria que as libertaria das coisas
terrenas em direção às coisas celestes.
Contra essas ideias estranhas Paulo
proclama que a natureza do Evangelho
de Jesus é pública e universal e que a
salvação é para todo aquele que crer
em Cristo Jesus e não apenas para
alguns iniciados ou escolhidos. “... pois
a morte de Cristo na cruz trouxe para
todos a paz com Deus através do seu
sangue” (1.20b).
3. Aplicações para hoje
Colossenses é tão relevante hoje como foi
no primeiro século da era Cristã. Os nomes
das heresias talvez tenham mudado.
Vários dos seus elementos centrais
contudo, permanecem na atualidade
desviando diversos crentes do verdadeiro
Caminho que é Jesus. O interessante é
que hoje estamos em uma época de
muitas opções. A tecnologia nos permite
ao mesmo tempo usar produtos
industrializados produzidos em série mas
com características e funcionalidades
escolhidas ao nosso gosto. Por exemplo,
há muito que os aparelhos de telefone
deixaram de ser todos pretos. Hoje, há
uma infinidade de modelos, cores e
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funcionalidades que acabam levando o
consumidor até a se perder dentro de
tantas opções. Muitos levam essa
flexibilidade e multiplicidade para a área
religiosa também. Há quem monte sua
própria religião “sob medida”, escolhendo
aquilo que lhe convém e deixando de lado
o que não lhe interessa ou o que lhe
incomoda. Dessa forma, verdades Bíblicas
são deixadas de lado por mera
conveniência. Há aqueles que se dizem
evangélicos, mas que adotam práticas
provenientes de outras religiões totalmente
contrárias. Outros confundem o pluralismo
legítimo, o respeito à diversidade de
pensamento e à liberdade religiosa, com
sincretismo, que apregoa que as religiões
e as crenças podem ser combinadas
mesmo que haja princípios doutrinários
distintos e até mesmo conflitantes. Tanta
diversidade e falta de base Bíblica leva
alguns até a combaterem o Evangelho.
Parece que a igreja de Colossos voltou a
existir hoje com suas heresias e
confusões.
Finalizando esta reflexão, deixo com o
prezado leitor a palavra do Apóstolo Paulo
conforme Colossenses 2.8: “Não permitam
que outros lhes estraguem a fé e a alegria
com suas filosofias, suas soluções erradas
e superficiais baseadas em ideias e
pensamentos humanos em lugar daquilo
que Cristo disse”. Que o nosso desafio
pessoal seja conhecer mais a Bíblia, a
Palavra de Deus, encontrando nela os
princípios corretos para a salvação e para
a nossa prática cristã.
Bibliografia: “Paul’s Letter to the
Colossians: An Exegetical and Devotional
Commentary – J. Hampton Keathley III.
Biblical Studies Press
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