Scania lança caminhão de

mineração que reduz em

até 15% o custo por
tonelada transportada
Marca vê sinais de reaquecimento do setor e quer ampliar
sua participação no mercado
Por Conexão Mineral 14/09/2017 - 19:01 hs
Foto: Scania

Heavy Tipper cria um novo nicho de rodoviários para 40 t de carga líquida

Um caminhão projetado com componentes mais robustos, especificamente para o
uso nas severas operações da indústria de mineração, carregando até 25% mais
carga líquida, quando comparado com os atuais modelos de veículos
rodoviários off road disponíveis, e reduzindo em até 15% o custo por tonelada
transportada. Esse é o Scania Heavy Tipper, que supera o patamar atual de 32 t de
carga líquida e cria um novo nicho de mercado ao transportar no mínimo 40 t, com
peso bruto total (PBT) de 58 t. “Os concorrentes oferecem no máximo 32 toneladas
e 48 t de PBT. Estamos inovando mais uma vez”, ressalta Fabricio Vieira, gerente
de Mineração da Scania.
Mas as mudanças vão bem além do lançamento de um caminhão incorporando
diferentes tecnologias para a redução de custos. A Scania apresentou o Heavy
Tipper com um conjunto de serviços de monitoramento da frota e programas de
manutenção e deixou claro no evento de lançamento, realizado em Mogi das
Cruzes (SP), que não quer mais ser apenas uma vendedora de caminhões e sim a
provedora de uma solução completa (ouça ao final do texto a explicação de Fabrício
Vieira sobre o novo posicionamento da marca). A empresa trouxe clientes da marca e
compradores em potencial (leia depoimento ao final do texto) de diversas partes do
Brasil e do mundo para conhecerem o Heavy Tipper, inclusive com test drive em
uma área da mineradora Horii Caulim, e durante todo o tempo ressaltou o
posicionamento do caminhão como parte da solução.
As expectativas são altas. Atualmente, a fabricante sueca detém 33% do mercado
de mineração. Com o lançamento do Heavy Tipper, projeta um incremento de 12%
nas vendas. “Os novos produtos e suas soluções, rapidamente, terão suas
vantagens percebidas pelo cliente. Temos como meta aumentar a participação
para 45%. O mercado vai se surpreender com esta novidade”, afirma Viera.
Para a marca, depois de anos de retração da venda de veículos comerciais para a
mineração, o setor retomou o otimismo em 2017. De acordo com projeções da
Scania, o volume total da indústria de caminhões para o segmento deverá ser de
800 a 900 unidades neste ano. Para 2018, a expectativa é subir a um patamar de
1.100 a 1.200 produtos. “O Scania Heavy Tipper surge num período perfeito de
retomada da compra, a curto e médio prazo, de caminhões para a mineração.
Desde 2013 que este mercado não dava sinais concretos de voltar a ser
comprador”, afirma o gerente.
Geralmente, a vida útil dos veículos em atividades para o setor é de três anos e o
último grande movimento de compras de caminhões para a mineração ocorreu
entre 2011 e 2012. “Ou seja, a idade média desta frota está muito alta e,
consequentemente, com um custo operacional elevado. Estamos falando de um
potencial de renovação de no mínimo mil unidades represadas”, estima Vieira.
10% de economia de combustível
Segundo a Scania, em comparação com a linha atual da marca para a mineração, o
Heavy Tipper reduz em até 15% o custo por tonelada transportada, aumenta em
30% a vida útil na operação (cerca de um ano a mais de trabalho, sendo três a vida
média das opções atuais do mercado), eleva em até 5% a disponibilidade da frota
e pode proporcionar até 10% de economia de combustível por tonelada
transportada. Os índices consideramo uso de um pacote de serviços, que conta
com treinamento de motoristas, sistema de trocas de peças, conectividade e
programas de manutenção especialmente desenvolvidos para o segmento.
A simulação feita pelo fabricante é de uma mineradora que gera 5 milhões de
toneladas/ano de minério, num ciclo de produção de 40 minutos e atualmente
utiliza 20 caminhões para a movimentação deste material, cada um com a
capacidade atual do mercado de 32 t de carga líquida. “Se essa mineradora tivesse
um Scania Heavy Tipper produziria a mesma quantidade com dois caminhões a
menos”, explica Vieira. “Levando em conta todos os índices de percentuais citados,
a redução da compra de dois caminhões, um ano a mais de trabalho do novo
modelo e o menor custo operacional, a economia poderia chegar a R$ 2,5 milhões
no final da vida útil dessa frota”.
Sistema modular
“Nosso ponto de partida é aumentar a economia operacional e para isto trazemos
toda a experiência adquirida em nosso sistema de produção enxuto à mineração,
combinando a oferta de veículos e soluções de transporte otimizadas às
necessidade de cada cliente”, explica Björn Winblad, diretor global da Scania
Mining.
Desenvolvido por meio do sistema modular Scania, o veículo ganhou melhorias
técnicas e componentes mais robustos para as versões 6X4 e 8X4, como os eixos
dianteiros e traseiros, assim como nova caixa de câmbio e suspensões. “Esse
lançamento premia a estratégia da Scania Mining em unir produtos feitos sob
medida, serviços na mina e conectividade. Assim conseguimos integrar a operação
de nossos clientes. Sem dúvida, estabelece um novo patamar de eficiência para o
setor de mineração”, completa.
Site Optimisation
Ao aplicar sua experiência no modelo de produção enxuta à indústria de mineração, a Scania
cria uma oferta exclusiva para os clientes. “Nosso objetivo é compartilhar o
conhecimento adquirido no decorrer dos anos produzindo veículos e ajudar
nossos clientes a reduzir o desperdício e melhorar seus fluxos logístico e, como
consequência, aumentar a produtividade da sua operação”, explica Winblad. Isso
é possível por meio do Site Optimisation, um conjunto de ferramentas e métodos que
identifica potenciais de aumento de eficiência.
Ao analisar dados de diferentes fontes dentro da operação, como veículos
conectados, manutenção e outros processos, o Scania Site Optimisation ajuda a
identificar e corrigir lacunas nas áreas cruciais de tempo, carga, estrada, segurança
e sustentabilidade.
“Com os caminhões conectados, é possível remotamente coletar dados
operacionais e transformar em informações de valor, tais como indicadores de
performance, de acordo com a necessidade de cada cliente. Deixamos de ser um
fabricante de produtos assumindo o papel de provedor de soluções de transporte.
Buscamos colaborar com o cliente para definir metas operacionais e ajudar a
implementar mudanças na eliminação de desperdícios por meio de melhorias
contínuas”, diz.
Versões 8x4 e 6x4
Os modelos G 480 8x4 e P 440 6x4 carregam motor de 13 litros, que oferece 480
cavalos de potência e desenvolve torque de 2.400Nm entre 1.000 e 1.350 rpm (na
versão 8x4), e 440cv e 2.300Nm entre 1.000 e 1.300 rpm respectivamente no 6x4.
As novidades dos produtos são bogie (36 t) e eixos (direcionais de 11 t) com a
maior capacidade de carga do segmento, maior robustez do novo diferencial (+
40%) e do redutor de cubo com diferentes relações finais (5,13, 6,43 e 7,63), que
possibilitam uma capacidade máxima de tração (CMT) de até 210 toneladas (a
maior do mercado). Além de nova caixa de marchas GRSO935, de superior
resistência (+ 40%), com trocas mais rápidas e suaves.
Para atender a nova demanda de carga, toda a suspensão (molas parabólicas,
barras estabilizadoras e amortecedores) foi alterada e está ainda mais vigorosa; e
a Scania também irá disponibilizar pneus com maior amplitude de volume (de
série 5.550 kg por unidade e opcional de 6.000 kg). Por outro lado, para garantir a
segurança necessária durante a operação, o sistema de direção se tornou mais
robusto e o freio ganhou um reforço no sistema proporcionando um melhor
desempenho de frenagem.
Completam os itens de série, nos dois caminhões, câmbio Opticruise 100%
automatizado de 14 velocidades (que oferece o modo Off Road para permitir ao
propulsor girar em rotações mais amplas), freio hidráulico auxiliar Scania
Retarder (com potência de frenagem de 4.100Nm), freio motor de 261 kW,
controle de tração, hill-hold (sistema de auxílio que segura o veículo em aclives,
impedindo que ele recue no momento da saída), eixo traseiro com diferencial
duplo e ângulo de ataque de 29º.
A linha da Scania para o segmento vai continuar contando com os modelos G 400,
440 e 480, nas configurações de rodas 6x4, 6x6, 8x4 e 10x4.
Troca de peças e Serviços Conectados
Para a nova gama Heavy Tipper, e também aos caminhões da atual linha
vocacionada à mineração, a fabricante oferece o novo Sistema de Troca Scania,
exclusivo para o segmento, com mais itens disponíveis e a mesma garantia de uma
peça nova. Entre as novidades incorporadas estão caixa de câmbio, Retarder,
planetária e diferenciais. A variedade de peças originais remanufaturadas da
Scania garante a mesma qualidade que as novas em uma opção mais econômica de
aquisição (a média pode chegar a 50%) e rápida para manter o veículo operando.
Lançado em janeiro de 2017, os Serviços Conectados Scania também estão
disponíveis para o Heavy Tipper, com quatro ferramentas: Planejamento de
Serviços, Diagnóstico Remoto, Relatório de Tendências e Portal de Gestão de
Frotas. Os dados são enviados por um módulo, chamado Scania
Communicator, instalado no veículo. Os caminhões produzidos desde maio de
2016 já foram equipados de série com este dispositivo. No entanto, os
proprietários desses veículos devem procurar uma Casa Scania para que ele seja
ativado e passe a enviar as informações. O cliente tem acesso a diferentes dados e
pode acompanhar estilo de condução do motorista, velocidade média, consumo de
combustível e intervalos de manutenção.
Os Serviços Conectados estão disponíveis em dois pacotes: Análise e Desempenho.
O Análise não tem custo e é válido por dez anos para os veículos que já tenham o
módulo Communicator instalado e ativado. Tanto o cliente quanto a Casa Scania
terão uma visão geral da frota conectada por meio de relatórios semanais e
mensais, com dados operacionais recebidos por e-mail de forma automática.
Para quem adquirir o Scania Heavy Tipper também estará incluso o pacote
Desempenho por um ano de forma gratuita. Ele incorpora os benefícios do Análise
e permite a leitura e a identificação de dados de operação de uma forma muito
mais detalhada, tanto para informações operacionais dos veículos quanto
individualmente por motorista. O serviço é tão avançado que pode até mesmo
indicar se um condutor precisa ser treinado ou reorientado em pontos específicos,
tanto quanto para redução de consumo de combustível com diminuição
considerável de períodos de marcha lenta, ou ainda corrigir hábitos inadequados
de direção como trocas de marchas desnecessárias. Com este pacote é possível, de
uma forma bastante simples e amigável, tomar medidas para a otimização dos
custos com combustível, aumento da disponibilidade de frota e diminuição dos
gastos com manutenção corretiva.
Opinião sobre o produto
Oseias Mendes, gerente de Operações da Schunck Terraplenagem e Transportes,
participou do evento de lançamento do Heavy Tipper. Embora não seja cliente da
marca (a frota da empresa envolvida em mineração e terraplenagem é composta
por 230 caminhões Mercedes-Benz), gostou do que viu. "O caminhão é muito
robusto com melhorias na transmissão, eixos e pneus. Com certeza tem mercado
para ele. Além da tecnologia e do conforto do motorista ofertados pelo caminhão,
as operações precisam diminuir a quantidade de pessoas envolvidas por questões
de segurança e maior produtividade", destaca. Os serviços oferecidos também
foram bem recebidos por ele: "O pacote de monitoramento é muito importante,
porque hoje temos que minimizar os custos para maximizar receitas. E a redução
de custos só é possível quando você consegue mensurar onde estão os seus
problemas, sejam eles operacionais ou com pessoal".