Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E
AMBIENTE ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1366, de 15 Outubro de 2010,
Renováveis
são necessárias
mas não
são suficientes
Renováveis
são necessárias
mas não suficientes
As energias renováveis são, há muito, uma prioridade do Governo de José Sócrates, não
só na área energética, mas também para o desenvolvimento do país. Porém, ainda que
“necessárias”, as energias renováveis “não são suficientes”, pois é cada vez mais importante
sermos “eficientes na forma como utilizamos a energia”, afirma António Sá da Costa.
Em entrevista à ‘Vida Económica’, o presidente da APREN (Associação Portuguesa de
Energias Renováveis) recorda existirem “outras formas de utilização de fontes renováveis”,
como o aquecimento de águas sanitárias através de painéis solares ou a utilização de
“O Governo tem apostado muito na electricidade renovável, contudo
há outras formas de utilização de fontes renováveis”, refere Sá da Costa. biomassa no aquecimento das habitações, que deveriam “ser mais encorajadas”.
Vida Económica – Dois dos maiores constran- cidade não é excepção, os resultados só são palpáveis a mercado precisa de apoios, e estes devem ir-se reduzindo
gimentos ao desenvolvimento económico do país médio e longo prazo, e avanços e recuos só prejudicam o com o tempo. É isto que se está a passar na electricidade
são, neste momento, a elevada intensidade ener- normal desenvolvimento do sector. de origem renovável. Saliento o que referi atrás de que
gética da economia nacional o custo dessa mes- neste sector os resultados não se vêem no imediato, é no
ma energia. Como poderemos alterar esta reali- VE – Todavia, o Plano Nacional para as Energias longo prazo que se devem analisar, tal como mandamos
dade? Renováveis (PNAER) não correspondeu totalmente uma criança estudar não é ao fim de ela completar a
António Sá da Costa – Portugal importa a maior às expectativas do sector. Porquê? 1ª classe que se vêem os resultados mas sim quando ela
parte da energia que utiliza, cerca de 85% segundo a ASC – Fundamentalmente por duas razões. Porque acabar os estudos e entrar no mercado de trabalho, o que
DGEG (Direcção-Geral de Energia e Geologia). E o não estão totalmente considerados os impactos dos pro- leva alguns anos.
preço da energia está dependente do valor dos merca- gramas de eficiência energética que foram lançados pelo Sempre houve tendência de, no sector da electricida-
dos, neste caso do petróleo, do gás natural e do carvão. anterior Governo, isto é, esperávamos que os consumos de, comparar o dia de hoje entre as renováveis e as clássi-
Podemos alterar esta situação através de sermos mais em 2020 fossem inferiores ao apresentado. E ainda por- cas, esquecendo também que o que é pago às renováveis
eficientes e racionais no uso da energia, e sempre que que não são aproveitados totalmente as possibilidades está bem quantificado e às clássicas não, pois existe um
possível usarmos as formas endógenas de energia que te- que as renováveis oferecem nomeadamente na produ- sem-número de apoios que não são tomados em linha
mos ao nosso dispor. ção de electricidade a partir do sol, na utilização desse de conta e que distorcem a realidade.
mesmo sol para aquecimento de águas sanitárias, ou na
VE – As renováveis continuam a ser a prioridade utilização da biomassa no aquecimento das habitações. VE – E a médio/longo prazo? A situação alterar-
do governo, não só na área energética, mas também -se-á?
para o desenvolvimento do país. Mas serão elas, por VE – Em termos concretos, qual é, actualmente, o ASC – Sim, a longo prazo (10 anos) o balanço geral será
si só, a solução? impacto das renováveis na redução da factura ener- nitidamente favorável às renováveis se todos os factores
ASC – São necessárias mas não suficientes, pois temos gética? forem considerados. Contudo não nos podemos esquecer
que ser eficientes na forma como utilizamos a energia. ASC – Evita a importação de combustíveis fósseis, di- que o consumidor português, seja ele qual for, não está a
O Governo tem apostado muito na electricidade reno- minuindo portanto o défice da balança comercial, e evi- pagar o verdadeiro custo pela electricidade que consome.
vável, contudo há outras formas de utilização de fontes ta emissões de gases com efeito de estufa. Em relação a É uma opção política que não discuto mas que deve ser
renováveis que podiam ser mais encorajadas, como por esta questão, gostaria de referir o estudo que a Deloitte considerada. É um facto indesmentível, como o é o facto
exemplo o aquecimento de águas sanitárias através de efectuou em Setembro de 2009 e que está disponível no de uma tal política ser contra o uso eficiente da electrici-
painéis solares, ou a utilização de biomassa no aqueci- nosso site. dade.
mento das habitações.
Apoios às renováveis “devem ir-se reduzindo VE – As tarifas subsidiadas para a Produção em
VE – Esta é a melhor estratégia para enfrentar o com o tempo” Regime Especial (PRE) deverão este ano custar per-
problema ou seria importante reavaliar a actual po- to de 500 milhões de euros ao país. Qual a verda-
lítica energética nacional? VE – Porém, apesar do relativo sucesso das reno- deira pertinência dos subsídios actualmente exis-
ASC – Nunca se está de posse da estratégia perfei- váveis, a verdade é que esta aposta teve um pre- tentes?
ta e, sem apresentar avanços e recuos, o Governo deve ço: uma energia mais cara... Estamos realmente a ASC – O valor apontado é uma mera estimativa mas
sempre ir avaliando as estratégias definidas atendendo á pagar a electricidade mais cara para sustentar as que na minha opinião peca por estar calculado de acor-
evolução das premissas de base, mas também tendo em renováveis? do com uma metodologia definida em legislação desa-
consideração de que no sector da energia, e o da electri- ASC – No início, qualquer nova forma de actuar no justada e que não representa os verdadeiros custos da
produção clássica. Por outras palavras, o cálculo efec-
tuado para a quantidade de energia que se estima vir a
PROGRAMA SOLAR TÉRMICO DEVERIA SER RETOMADO EM 2011 ser produzida em 2010 pela PRE-Renovável, se a forma
de calcular fosse a correcta, era substancialmente infe-
Perspectivando a apresentação do sistema em que se soubesse à partida ças nas importações de combustíveis” rior ,podendo mesmo, em determinadas circunstâncias
Orçamento de Estado para 2011, a que os apoios iram diminuir ao longo que seriam necessários, por exemplo, como as verificadas em 2008, traduzir-se numa poupan-
‘Vida Económica’ desafiou o presiden- do tempo”, em vez de se deixar criar para aquecer a água “bem como no não ça para o consumidor.
te da APREN (Associação Portuguesa uma situação imprevisível em que “um pagamento de licenças de emissão de
de Energias Renováveis) a comentar a ano há, no outro não e no ano seguinte gases com efeitos de estufa”. VE – As autoridades espanholas decidiram recen-
relevância de, ao abrigo deste, ser re- nem se sabe o que será”. Já ao nível da eficiência energética, temente proceder a um corte das tarifas na área
tomado, em 2011, o Programa Solar Questionado se esta indefinição, com António Sá da Costa declinou pronun- das energias renováveis. Tendo em conta a neces-
Térmico com incentivos fiscais à insta- o avanço e recuo na implementação de ciar-se acerca da existência ou não sidade de contenção orçamental do Estado, esta
lação por parte de particulares. medidas como esta, poderia conduzir de condições económicas no OE2011 decisão poderá ser seguida, no curto prazo, em
“Certamente que sim”, afirmou Antó- a um risco de descredibilização dos para que o Governo avance, finalmen- Portugal?
nio Sá da Costa, concordando que esta incentivos perante a opinião pública, te, com a regulamentação e imple- ASC – O sistema espanhol neste aspecto é substan-
seria uma medida bem acolhida pois Sá da Costa reconheceu que este é, de mentação do PNAEE (Plano Nacional cialmente diferente do português, pelo que não exis-
este foi um programa deixou, este ano, facto, “muito grande”. de Acção para a Eficiência Energéti- te qualquer impacto nas contas do Estado se ocorrer
de estar disponível para os particula- “Em minha opinião, o apoio dado num ca), anunciado há já quase 3 anos, e qualquer alteração no sistema tarifário, pelo que não
res, passando a focar mais as Institui- programa desta natureza não é mais do ainda sem resultados concretos. Ainda é expectável qualquer alteração do Governo português
ções de Solidariedade Social (IPSS) e que um adiantamento que o Estado faz assim, o presidente da APREN deixou nesta matéria.
PME, recordou. ao país”, pois, no futuro, o mesmo Es- um alerta assegurando que, se não
Neste âmbito, este responsável suge- tado “irá receber esse apoio de volta, houver essas condições, o “principal
riu ainda poder ser implementado “um várias vezes”, traduzido em “poupan- derrotado será Portugal”. FERNANDA SILVA TEIXEIRA
fernandateixeira@vidaeconomica.pt
ENERGIA E AMBIENTE sexta-feira, 15 Outubro de 2010 III
Produção fotovoltaica
regista crescimento
de 23%
Julho, indicam que estão já licenciados em
Portugal 125 MW de potência fotovoltaica
(número que difere do da REN, porque a
DGEG agrega também as licenças aos mi-
cro produtores).
Todavia, o ganho ambiental vem acom-
panhado de um impacto significativo nos
custos de aquisição da electricidade que é
distribuída aos consumidores finais avalia-
do em dezenas de milhões de euros. Este
défice é o resultado do diferencial entre
a tarifa de referência para o fotovoltaico,
definida administrativamente pelo gover-
no, cerca de 310 euros por megawatt-hora
(MWh), e o preço médio das transacções
grossistas de electricidade registadas no
A produção de energia solar fotovoltai- Omel (operador do segmento à vista do
ca em Portugal ultrapassou já, na primeira Mercado lbérico de Electricidade), cer-
semana de Outubro, o volume produzido ca de 35 euros por MWh. Consideran-
em todo o ano de 2009. Segundo os dados do estes valores e a produção acumulada
apresentados pela REN (Redes Energéticas ao longo destes primeiros nove meses de
Nacionais), no passado dia 5 de Outubro, 2010, o sobrecusto da produção fotovol-
a produção fotovoltaica acumulada desde taica nacional é de cerca de 38 milhões de
o início do ano atingiu 139,3 gigawatt- euros, um diferencial tarifário que está já,
hora (GWh), superando os 139 GWh que em parte, a ser repercutido nas tarifas eléc-
a REN registou em 31 de Dezembro de tricas pagas pelos portugueses. Entretanto,
2009. eventuais acertos face às estimativas com
Os dados agora divulgados represen- que o regulador da energia projectou as ta-
tam um crescimento de 23% do volume rifas de 2010 terão ainda impacto na conta
de produção energética, em comparação de electricidade dos portugueses durante o
com o mesmo período do ano passado. próximo ano.
Porém, apesar deste incremento resultar Até ao final deste ano, as centrais foto-
directamente de um aumento da potência voltaicas deverão ainda injectar mais ener-
instalada, de 64 megawatts (MW) em Se- gia limpa na rede, mas agora a um ritmo
tembro de 2009 para 81 MW agora, a ver- inferior ao dos últimos meses dadas as con-
dade é que a energia fotovoltaica tem ainda dições metereológicas menos favoráveis.
um peso residual no sistema eléctrico na- Em 2009, por exemplo, a taxa de utiliza-
cional, respondendo, este ano, por apenas ção da potência fotovoltaica foi de 29%
0,35% do consumo nacional, face a 0,28% em Setembro e desceu nos meses seguintes,
no último ano. Refira-se entretanto que as caindo para 11% em Dezembro.
últimas estatísticas da Direcção-Geral de FERNANDA SILVA TEIXEIRA
Energia e Geologia (DGEG), relativas a fernandateixeira@vidaeconomica.com
IV sexta-feira, 15 Outubro de 2010 ENERGIA E AMBIENTE
Intervenientes
LUIS MIRA AMARAL, BANCO BIC ANTÓNIO SÁ DA COSTA, APREN EDUARDO OLIVEIRA FERNANDES, FEUP
“Há que criar condições para se discutir o problema “Não, por muitas razões incluindo o facto de o combustível “A resposta é definitivamente não. Hoje, dito com mais
energético português de forma séria e responsável, pois para essa central também vir do estrangeiro”. Além do clareza ainda do que em 1984 foi dito pelo Governo de Mário
até agora temos estado sujeitos ao pensamento único mais, “prevê-se que para os próximos 20 anos haver Soares. (…) O nuclear não tem mais lugar em Portugal.
ecotópico (ecologia + utopia) que se concretizou num excesso de capacidade de produção de electricidade face As fontes renováveis demonstraram claramente a sua
poderosíssimo lóbi eólico que está sentado à mesa dos á evolução do consumo, pelo que uma central nuclear só relevância”. “Mais discussão pública? Discussão não tem
consumidores de electricidade e cuja insaciável ganância agravaria o problema”. “Esta discussão não tem estado faltado. (…) O que não há é um estudo sólido, depois do
nos quer deixar aprisionados apenas à energia eólica”. adiada, tem sido feita em vários seminários e conferências PEN (Plano Energético Nacional) de 1984 sobre o quadro
“Se em nenhuma área se tem feito uma discussão séria e a resposta tem sido sempre a mesma: não há lugar em macro da energia em Portugal. Se lançarem a discussão com
sobre os nossos problemas, porque é que tal iria acontecer Portugal para uma central nuclear”. base num estudo sério, então poderá haver um debate cujos
na energia? O país está prisioneiro nesta matéria da “O Governo actual já disse a mesma coisa, contudo os resultados serão óbvios pela negativa”.
propaganda política do Governo, do fundamentalismo do defensores do nuclear não se conformam e voltam sempre “A racionalidade energética, incluindo o fim da imbecilidade/
lóbi eólico e de alguns formadores de opinião que nos à carga dizendo que não houve debate, eles é que não covardia políticas de ter preços políticos na electricidade,
jornais “acham” isto e aquilo sobre a energia, mas sem se conformam com a resposta e querem sempre voltar á (…) e a eficiência energética levarão a que os consumos da
saberem o que dizem”. carga”. electricidade se mantenham com crescimentos moderados”.
VI sexta-feira, 15 Outubro de 2010 ENERGIA E AMBIENTE
Sea for Life e Generg apresentam tecnologia inovadora
EDUARDO
DE OLIVEIRA
FERNANDES
Professor da FEUP
A energia (eléctrica) em Portugal
A
energia é indispensável à vida, ao do aquecimento global por aumento da gador deveria integrar todos esses custos, tamente, funções de fornecedores do calor.
bem-estar e à criação da riqueza. concentração do CO2 na Atmosfera. mas sabemos bem que não, porque se vive Chegados aqui, ao distinguir entre usos
Por outro lado, todo o recurso ener- O que se deixa acima é o da situação co- numa sociedade de ‘batota’ com aparência específicos da electricidade e usos de calor,
gético é um recurso natural e, por isso, é mum da utilização dos recursos energéticos de séria, com reguladores, governantes e estamos a chamar à colação os cidadãos,
parte do ambiente, incluindo os próprios naturais, sol, vento, fluxos de água, biomas- agências nacionais e internacionais espe- ditos consumidores – que designação mais
combustíveis fósseis como o petróleo ou o sa (lenha) e, aqui e ali, alguma geotermia cializadas, no caso europeu desde a Agên- imbecil e ofensiva! – para lhes dizer que,
carvão. natural que o homem foi captando como cia Europeia do Ambiente, a OECDE e a sendo tudo energia, as energias existentes
É a exploração dos recursos energéticos, pode ao longo de milénios até que, numa AIE., todas a jogar o jogo. no mercado adequam-se melhor a uns
vide o caso das barragens de armazenagem, verruga da história, com base nas máquinas No nosso caso, é notável a situação do serviços (não é por acaso que a ERSE se
a exemplo da extracção de qualquer re- térmicas (a vapor e motor de combustão custo da electricidade, que provém de chama Entidade Reguladora dos Serviços
curso natural como a das matérias-primas interna) queimando combustíveis baratos, queimas de combustíveis com baixas efici- de Energia) do que a outros. Como na co-
inertes na Serra da Arrábida, que pode co- lançou a era industrial que permitiria criar ências e com grande poder de emissão de zinha há a possibilidade de escolha entre
locar problemas ambientais. Mas não é só uma civilização de bem-estar e de criação de poluentes, e aparece no mercado a preço diversos vegetais, ainda que todos se cha-
a exploração dos recursos. Também causa riqueza mas também, consumista, energívo- que, segundo certas modalidades de tarifá- mem vegetais, também entre as energias ao
problemas a conversão dos recursos ener- ra e insensível ao ambiente. rio, quase compete com o gás natural para nível da casa de cada um deve haver a pos-
géticos como o que se passa nas centrais Interessante é que se esteja a falar de fins de calor. O preço político que radica na sibilidade de escolha entre várias formas
térmicas em que mais de metade da ener- recursos, de crescimento económico e de leveza da irresponsabilidade leva à criação de energia ainda que todas sejam energia.
gia contida nos combustíveis queimados bem-estar e que a economia não tenha sido do chamado deficit tarifário, irmão menor Para isso, é importante o sinal do preço,
não é aproveitada e se perde no meio am- capaz, em paralelo, ainda hoje, de criar um de tantos deficits que, só por isso, parece sinal que artificialmente é mantido baixo
biente sob a forma de poluição intensa, lo- sistema de contabilidade que tenha em não incomodar. Só que a electricidade com no caso da electricidade.
cal e global. E ainda é causa de problemas conta, quantifique e incorpore na econo- preços reais daria o sinal ao utente de que Num país assim, não é fácil ter-se um
ambientais a utilização da energia, quando mia moderna os custos ambientais, as ex- teria que a usar com mais racionalidade – comportamento de cidadão do Mundo,
se queimam directamente combustíveis ternalidades negativas da cadeia energética nem sequer se diz moderação – para os fins civilizado e responsável pelo aquecimen-
fósseis de proximidade em casa, no carro, qualquer que ela seja, os prejuízos de toda a específicos da iluminação artificial, equipa- to global e pelas alterações climáticas e
etc., contribuindo para a caricata situação ordem que estão associados à exploração, à mentos, electrónica, informação, etc., dei- abrem-se as portas ao desgoverno, aos abu-
de crónica condição de má qualidade do ar conversão até à utilização da energia. xando a outros vectores energéticos como sos e ao reino da asneira, nomeadamente,
no ambiente urbano e, ainda, a novidade No limite o princípio do poluidor pa- ao gás natural, à biomassa e ao Sol, direc- em matéria de energia.
ENERGIA E AMBIENTE sexta-feira, 15 Outubro de 2010 VII