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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

FACULDADE DE TECNOLOGIA – FT

ENGENHARIA CIVIL – FT01

DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA CURTO-CIRCUITO: FUSÍVEL

MANAUS – AM
2018

BRENO ALMEIDA DE SOUZA – 21551893

CARLA CRISTINA ALENCAR DA SILVA – 21550221

TAÍS LOBO MARQUES – 21552419

THALES LOPES ARAÚJO – 21551574

DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA CURTO-CIRCUITO: FUSÍVEL

Trabalho solicitado pelo Prof. Thaísa Wanderley Sabino, para obtenção de nota parcial
na disciplina FTE042 – Instalações
Elétricas do departamento de Engenharia
Civil da Universidade Federal do
Amazonas – UFAM.

MANAUS – AM
2018

1. Introdução
A NBR 5410:2004, item 3.2, 5.2, 5.3 e 5.4, estabelece as prescrições
fundamentais destinadas a garantir a segurança de pessoas, animais domésticos e bens
contra os perigos e danos que possam resultar da utilização das instalações elétricas em
condições previstas.

Portanto, segundo a NBR 5410, norma técnica brasileira que trata das
instalações elétricas de baixa tensão, ou seja, daquelas que têm até 1000V em tensão
alternada e 1500V em tensão contínua, recomenda-se o uso de dispositivos para
proteção de instalações elétricas prediais que, a depender das condições da instalação,
são obrigatórios.

Tais equipamentos de proteção irão atuar rapidamente desligando parcela do


sistema elétrico quando encontra algum problema ou defeito, minimizando riscos à vida
humanos e danos a outros equipamentos. Existem situações que podem produzir danos à
sobrecarga de longa duração e, o que abordaremos neste trabalho, curtos-circuitos.
2. Curto circuito
Um sistema elétrico está constantemente sujeito a qualquer ocorrência que
podem causar as perturbações em seu estado normal. Estas perturbações alteram as
grandezas elétricas (corrente, tensão e frequência), provocando violações nas restrições
operativas. As perturbações mais comuns e também as mais severas são os
curtos-circuitos, que ocorrem em decorrência da ruptura da isolação entre as fases, fase
e neutro ou entre a fase e terra. A magnitude das correntes de curtos-circuitos depende
de vários fatores que envolvem pontos como o tipo de curto-circuito e a topologia da
rede elétrica. E, como consequência, produzem correntes extremamente elevadas, na
ordem de 1000% a 10000% do valor da corrente nominal do circuito.
Causas de um curto circuito na rede elétrica:
● Descargas atmosféricas
● Falhas em cadeia de isoladores
● Poluição e queimada
● Fadiga ou envelhecimento do sistema
As consequências de um curto-circuito podem ser:
● Correntes elevadas, ao qual se durar muito tempo levam ao aquecimento de
condutores e a deterioração dos barramentos, enrolamentos, entre outros.
● Variação de tensão, onde ocorrem quedas de tensão muito altas em algumas fases e
que levam elevações de tensão em outras.
Para que não ocorra o curto-circuito é necessário o dimensionamento de
condutores, isoladores e cabos, onde estes devem suportar o aquecimento causado pela
corrente máxima de curto-circuito, durante o tempo de atuação das proteções. Os
suportes, barramentos e enrolamentos devem suportar os esforços eletrodinâmicos para
corrente máxima de curto-circuito.

Tipos de curto circuito


Dependendo da maneira como ocorre o restabelecimento do sistema após a
ocorrência de uma falta, os curtos circuitos podem ser classificados em temporários ou
permanentes. Os curtos circuitos temporários são caracterizados por desaparecerem
após a atuação de proteção e imediato restabelecimento do sistema. Já os curtos
circuitos permanentes exigem a intervenção de equipes de manutenção antes que se
possa religar com sucesso o sistema.

2.1.1. Curto-circuito monofásico ou curto para o terra.


É um curto circuito assimétrico, mais frequente em sistemas de potência, e
ocorre quando há contato entre uma fase e a terra.

O curto circuito é dito franco (ou metálico) quando não existe a resistência de
falta entre a fase e a terra. Por outro lado, diz-se que o curto circuito apresenta
resistência de falta se esta existir no ponto de defeito.

2.1.2. Curto-circuito bifásico, sem contato de terra.


Esse tipo de falta ocorre quando existe contato entre as duas fases. É um
curto-circuito assimétrico, isto é, desequilibrado, desse modo as correntes de curto nos
três condutores não serão iguais. O cálculo deste tipo de curto é realizado através de
componentes simétricas.

2.1.3. Curto-circuito trifásico ou simétrico


É o tipo que ocorre com menor frequência. Nesta situação, admite-se que todos
os condutores da rede são solicitados de modo idêntico e conduzem o mesmo valor
eficaz da corrente de curto, e por isso é classificado como curto simétrico, seu calculo
pode ser efetuado por fase, considerando apenas o circuito equivalente de sequencia
positiva ou sequencia direta, sendo indiferente se o curto envolve ou não o conduto
neutro.

No instante em que ocorre o curto-circuito a reatância reduz-se a zero no ponto


de falta, e a corrente de curto é limitada pela reatância dos componentes do sistema de
potência. Logo, as reatâncias a serem consideradas nos cálculos serão definidas em
função do ponto em que ocorre o curto-circuito.

3. Conceito e Funcionamento do fusível


Existem dispositivos que fazem distinção as situações normais das situações em
que ocorre sobrecarga e/ou curto-circuito (relés de proteção) confundem-se com
disjuntores que desligam o circuito. Esses dispositivos são os elos fusíveis e também os
quicklags.

Fusível é um dispositivo de proteção que, pela fusão de uma parte dimensionada


para tal, interrompe a corrente elétrica quando esta excede um certo valor estabelecido,
durante um tempo determinado.

Como dito, o fusível é um dispositivo que tem o objetivo de proteger um circuito


elétrico de um curto-circuito e sobrecarga de longa duração. O dispositivo é um corpo
oco, como um pequeno cano de vidro ou plástico. O elo, ou filamento, fica conectado a
duas cápsulas de metal, que estão localizadas nas duas extremidades dos equipamentos.

Basicamente, o fusível é composto de 5 partes: elemento fusível, corpo,


terminais e dispositivo da atuação do fusível.

● Elemento fusível: é um fio ou fita de metal com dimensões calculadas para


entrar em fusão quando atravessado por corrente elétrica de determinado valor.
● Corpo: São feitos de material isolante. Serve para sustentar o elemento fusível e
os terminais. Dentro do corpo dos fusíveis usados em instalações industriais
existe uma areia que tem por função extinguir a chama proveniente da fusão do
elemento fusível.
● Terminais: São feitos de metal robusto o bastante para que não sofrer com a
corrente que flui pelo fusível. Fazem o contato do elemento fusível com o porta
fusível. O porta fusível serve de encaixe para o fusível.

A indicação pode ser feita pela transparência do corpo, que permite ao operador
ver o elemento partido, ou por um pequeno botão que se solta do corpo em caso de
atuação.

A função do fusível é tornar um circuito elétrico seguro. A eletricidade pode


causar muitos danos e provocar acidentes se não for utilizada da maneira correta. Os
circuitos elétricos às vezes podem ter curtos-circuitos ou sobrecargas de energia. Isso
pode acontecer quando está relampejando, por exemplo.

Quando a corrente elétrica atinge uma intensidade maior do que o limite do


fusível, a liga esquenta e se funde. Dessa forma a passagem da corrente é interrompida e
o circuito desliga. Por isso, o fusível precisa ter uma capacidade bem dimensionada, se a
carga for maior do que a capacidade do fusível, ele poderá queimar a fiação do circuito
e dos aparelhos ligados a ele. E nesse caso há risco de ocorrer incêndio.

Características Elétricas

As grandezas elétricas mais importantes para o dimensionamento de fusíveis


são:

● A corrente nominal:
● A corrente de curto-circuito:
● A tensão nominal:
● A resistência de contato:

Deve-se levar em consideração alguns pontos no dimensionamento:

● A instalação dos fusíveis não pode apresentar risco algum ao operador;


● A montagem deve ser feita em bases que evitem a substituição de um fusível por
outro de grandeza inadequada;
● Não se permite o uso de fusíveis consertados ou remendados;
● Caso não haja fusível adequado para substituição pode ser utilizar um de menor
valor temporariamente.

Classificação

A classe funcional dos fusíveis é especificada por meio de duas letras, sendo a
primeira letra é minúscula e denominada a faixa de interrupção e a segunda letra
maiúscula e denominada a categoria de utilização, conforme apresentado na tabela:

Letra Descrição

1 letra: Intervalo de g Proteção contra sobrecarga e curto-circuito


ruptura
a Proteção contra curto-circuito

2 letra: Característica de G Proteção de linha, uso geral


proteção
L Proteção de linha, cabos/condutores

R Proteção de semicondutores, ultra rápidos

M Proteção de motores

Tr Proteção de transformadores

S Proteção de semicondutores e linha (combinado)

Aplicação das letras com os principais fusíveis utilizados no mercado:

● “gG/gL” - proteção contra sobrecarga e curto-circuito para uso geral de cabos;


● “aR” - proteção ontra curto-circuito em semicondutores;
● “aM” - proteção contra curto-circuito em motores.

Os fusíveis NH ​Possuem categoria de utilização “gL/gG”, e são apresentados em


seis tamanhos diferentes. Atendem correntes nominais de 6 a 1250A.

Os fusíveis DIAZED possuem categoria de utilização “gL/gG”, e são


encontrados em 3 tamanhos diferentes.
Tipos de fusível

Pode ser classificado segundo a tensão de alimentação, sendo baixa tensão ou


alta tensão e segundo a característica de desligamento: efeito rápido ou efeito retardado.

Fusíveis de Baixa Tensão

DIAZED

São usados preferencialmente na proteção de condutores de redes de energia


elétrica e circuitos de comando. Os fusíveis tipo D (Diazed) podem ser de ação rápida
ou retardada, são construídos para valores de 2 a 100A. A capacidade de ruptura é de
70kA com uma tensão de 500V. Construído em um corpo de porcelana cilíndrico,
fechado nas extremidades por tampas metálicas por onde é feito o contato com a base. A
base é projetada para alojar somente fusíveis de determinada corrente nominal,
extinguindo a possibilidade de instalar fusíveis de corrente nominal diferente da que foi
pré-determinada.

DIAZED: DIA - diâmetro; Z - duas partes (bipartido); ED - rosca do tipo Edson.

Acessórios para o fusível Diazed

Tampa: a peça na qual o fusível é encaixado, permitindo colocar ou retirá-lo da


base, mesmo com a instalação sob tensão.

Anel de proteção: protege a rosca metálica da base aberta, isolando-a contra a


chapa do painel e evita choques acidentais na troca dos fusíveis.

Fusível: a peça principal do conjunto, constituído de um corpo cerâmico, dentro


do qual está montado o elo do fusível, é preenchido com areia especial, de quartzo, que
extingue o arco voltaico em caso de fusão. Para facilitar a identificação do fusível,
existe um indicador que tem as cores correspondentes com as correntes nominais dos
fusíveis. Esse indicador se desprende em caso de queima, sendo visível através da
tampa.
Parafuso de ajuste: constituído em diversos tamanhos, de acordo com a corrente
dos fusíveis. Colocado na base, não permitem a montagem de fusíveis de corrente maior
que o previsto.

Base: a peça reúne todos os componentes do conjunto. Pode ser fornecida em


duas execuções: normal, para fixar por parafusos, e com dispositivo de fixação rápida,
sobre trilho de 35 mm.

Curva característica Tempo-Corrente

Quando em funcionamento, o fusível deve obedecer o tempo de desligamento -


corrente circulante perfeitamente conhecida. Ambas grandezas são inversamente
proporcionais, pois quanto maior a corrente circulante, menor o tempo no qual o fusível
terá de desligar ou queimar.

Silized/ Sitor

Esses fusíveis têm como característica serem ultra-rápidos da curva


tempo/corrente. São portanto ideais para a proteção de aparelhos equipados com
semicondutores em retificadores e conversores de frequência.

NEOZED

Fusíveis de menores dimensões e com característica retardo da atuação, utilizado


para proteção de energia elétrica e circuitos de comando.

FUSÍVEIS NH

São fusíveis limitadores de corrente que reúnem as características de fusível


retardado para correntes de sobrecarga e de fusível rápido para correntes de
curto-circuito. Também são próprios para proteger os circuitos, que em serviço estão
sujeitos às sobrecargas de curta duração, como, por exemplo, acontece na partida direta
de motores trifásicos com rotor em gaiola. Esse tipo de fusível possui contatos (facas)
prateados, o que proporciona perdas muito reduzidas no ponto de ligação e o corpo de
esteatita para garantir segurança total. ​Atendem correntes nominais de 6 a 1250A.

NH: N- baixa tensão; H - alta capacidade de interrupção


Categoria de utilização: gG (para aplicação geral e com capacidade de interrupção em
toda zona tempo-corrente)

Tensão nominal: 500 VCA/ 250 VCC

Capacidade de interrupção nominal: 120 kA até 500 VCA; 100 kA até 250 VCC.

Características de Des

Conclusão

O fusível é um dispositivo de proteção muito importante de um circuito elétrico,


constituído de um filamento de liga metálica com um baixo ponto de fusão sensíveis a
corrente elétrica, onde a corrente se funde quando ultrapassa determinado valor, isso
ocorre devido a um curto circuito ou sobrecarga que pode danificar os condutores com o
risco de incêndio ou destruição de outros elementos do circuito, além de trazer risco aos
seres humanos.

Fusíveis e outros dispositivos de proteção contra curto-circuito são uma parte


essencial de um sistema de distribuição de energia para prevenir incêndios ou danos a
outros elementos do circuito. É um dispositivo muito simples, mas com grande
serventia.

Referências

CAVALIN, G; CERVELIN, S. ​Instalações elétricas prediai​s. 14ª ed. São Paulo: Érica,
1998.

ABNT NBR 5410​: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
217 p. Disponível em:
<https://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/normas%20e%20relat%F3rios/NRs/nbr_5410.p
df>. Acesso em: 28 nov. 2018.

BRITO, R. ​Fusível: o que é, funções, tipos e características​. 2018. Disponível em:


<https://www.stoodi.com.br/blog/2018/04/17/fusivel/>. Acesso em: 28 nov. 2018.

MANASSERO JUNIOR, Giovanni. ​Dispositivos de proteção: Conceitos básicos e


aplicações​. 31 p. Depto. de Engenharia de Energia e Automação Elétricas- USP, São
Paulo, 2013. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=78815>. Acesso em: 28 nov.
2018.
MATSUMI, C. T. ​Comandos elétricos​. 2013. Disponível em:
<​http://www.joinville.ifsc.edu.br/~matsumi/geral/Comandos_Eletricos/Aula_Comand
os_Eletricos_Industriais.pdf​>. Acesso em: 01 dez. 2018

ANDRADE, C. ​O que é fusível e suas categorias. Sala da Elétrica. 2017. Disponível em:
<​https://www.sabereletrica.com.br/tipos-de-fusiveis/​>. Acesso em 29 nov. 2018.

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