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DE SÃO PAULO

Leia abaixo algumas dicas de grandes empresários, voluntários da ONG Endeavor, para
empreendedores, nas áreas de estratégia, governança corporativa, gestão, assuntos
jurídicos, recursos humanos, entre outros tópicos.





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Os empreendedores precisam pensar em modelos de negócio que gerem escala de


receita, para que as empresas ganhem importância e valor.

Deve-se evitar, por exemplo, atuar apenas em nichos muito específicos. Isso porque,
nesses casos, mesmo se a companhia detenha 100% do mercado, a receita gerada vai
ser pequena. É preciso ampliar a atuação para outros segmentos e procurar se fundir
com empresas complementares. Esse tipo de segmentação excessiva acontece, muitas
vezes, porque o empreendedor está iludido quanto ao tamanho do mercado em que
pretende atuar.

Em geral, o empreendedor se apaixona pelo negócio e não age de forma muito racional
ou factual. E é preciso ter equilíbrio: aliar intuição à racionalidade.

Outra questão importante é a resiliência, a capacidade da empresa de sobreviver a


períodos de "vacas magras".

Sob esse aspecto, a companhia precisa estar bem estruturada financeiramente para
suportar adversidades.
Cada caso é um caso, mas, em uma visão geral, o empresário precisa prever, antes de
fazer seu plano de investimento, de onde virão os recursos. E não pode contar com
possibilidades remotas."

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É preciso desenvolver uma cultura de conselho consultivo nas pequenas empresas. Há


muitos profissionais gabaritados a fim de ajudar empresas bacanas com alto potencial
de crescimento. Como remunerá-los? Os conselheiros podem receber participação
acionária, com 0,5%, 1% do capital da companhia."

O grande problema do empreendedor hoje é a falta de sonho. É preciso pensar grande,


querer mudar o mundo. Tem gente que acha que o seu mercado é de R$ 20 milhões a
40 milhões. Mas o nosso trabalho é mostrar que pode ser bem mais do que isso. Que o
produto ou serviço pode ser mais abrangente e não só do ponto de vista de público,
como de funcionalidade.
Como fazer isso? Existem processos e muitas perguntas que podem ser feitas para você
repensar o foco do negócio. É preciso identificar os benchmarks, ver o que está
acontecendo no seu mercado e no resto do mundo. Estudar empresas abertas no
mesmo segmento, ver para onde está caminhando a indústria. São raros os
empreendedores que olham ao redor.


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É preciso ter um certo desapego para poder crescer. O negócio não pode depender
apenas de um empreendedor. O empreendedor tem de se preparar para dar um salto
de profissionalismo. Tem de criar condições para o negócio funcionar sem ele e se
perpetuar. Para isso, ele precisa se questionar se o negócio tem continuidade, ou se foi
apenas uma oportunidade pontual. Uma estrutura que independe do empreendedor dá
mais segurança para qualquer sócio minoritário.

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Um dos maiores erros de quem está começando é achar que os sócios vão sempre se
entender. O empreendedor é um sonhador e não tem tempo para ser pessimista. Mas,
como advogado, minha função é alertar que as coisas podem dar errado. Na hora de se
associar com alguém, é preciso escrever no contrato o que fazer quando as coisas
derem errado. Se for um sócio investidor, é preciso estudar bem o que ele vai pedir e
ver o que dá e que é inaceitável. A disciplina de saída do negócio pelos sócios tem de
ficar bem clara.

Também é preciso deixar muito transparente em contrato os direitos e as


responsabilidades dos gestores e dos acionistas. Nem sempre o investidor entende que
ele está investindo com base na capacidade gerencial do empreendedor. Se ele não
preservar essa capacidade, ele abafa a planta e mata o empreendimento.
Tem de estabelecer as regras de governança e definir quem é que manda.

O acionista investidor muitas vezes entende de negócio, mas não necessariamente


daquele negócio em particular.


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Cuidado com o caixa: nunca pense que você tem muito.

Quando a empresa cresce, ela demanda mais capital de giro. É preciso ter sempre uma
folga de caixa para aguentar os imprevistos. Quem fracassa geralmente fracassa não
por incompetência, mas por inexperiência, por fazer um investimento fora da medida.

É preciso ser paranoico com custo desde o começo pois custo é um negócio danado, fica
escondido debaixo de muita coisa.

Se lá no começo você aluga uma sala errada, isso pode representar um errinho de custo
de R$ 5 mil a 10 mil por mês. Empresa que está começando tem de ser simples, não ter
cortina, secretária, o dono é que tem de fazer o cafezinho. Mas às vezes a pessoa quer
fazer um pouco de pose e isso é um erro.

Nós seres humanos somos um milhão de vezes mais criativos para gastar do que pra
ganhar. Nenhum de nós teria dificuldade pra gastar US$ 1 milhão em uma semana em
Nova York. Agora, vai ganhar US$ 10 mil em uma semana em NY? Não é fácil.

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Já fui empreendedor e hoje sou investidor. Tenho um modo de ver que é fruto das duas
experiências. Os empresários precisam ver o próprio negócio não só por um olhar
emocional, mas também racional --mais próprio de quem investe.

Ao investidor, interessam o setor em que a companhia atua --precisa proporcionar


lucratividade-- e a capacidade da empresa de crescer gerando caixa.

Além disso, o negócio precisa ter barreira de entrada. Ou seja, tem de ter um tamanho
grande o suficiente para impedir que a concorrência monte uma estrutura semelhante e
acabe com ele. Isso se constrói com tecnologia diferenciada, uma marca de apelo, boa
escala e com clientes cativos.
Outra questão importante é entender que o capital é amigo e não inimigo. Sócios e
investidores fazem parte da vida de empresas bem-sucedidas.

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Os empreendedores precisam se conscientizar de que também podem recrutar e manter


bons profissionais. Não podem achar que apenas as grandes organizações têm poder de
fogo para atrair e segurar talentos.

Hoje, muitos profissionais jovens e até em cargos de presidência têm interesse em


trabalhar em empresas menores. Essas companhias oferecem a chance de que se
conheça toda a engrenagem da produção. E, nelas, a proximidade da equipe com o
empreendedor é maior.

Vale a pena trazer do mercado um profissional qualificado, e que se encaixe na cultura


da empresa, pagando o que ele merece. É preciso investir em treinamento e
qualificação dos funcionários --claro, dentro das possibilidades da empresa. A falta
desse tipo de postura desmotiva a equipe, especialmente os mais jovens. As pessoas
precisam se sentir valorizadas.

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É comum os empresários confundirem posicionamento de marca com uma descrição do


negócio. É preciso trabalhar para traduzir a marca, buscando a sua essência. Muitas
vezes, sem perceber, o empreendedor, ao realizar uma prestação de serviço, está
gerando impacto na sociedade, permitindo que seu clientes trabalhem de maneira mais
eficiente. Posicionamento não é só um slogan publicitário, ele é a tradução da cultura
empresarial. A comunicação tem de acontecer não apenas para fora, mas também para
dentro da empresa.

Uma vez definida a estratégia e o posicionamento, a empresa terá de decidir como se


comunicar. Há diversas possibilidades que se encaixam em um orçamento pequeno.
Tudo vai depender da estratégia. Você pode montar um calendário de atividades, com
programas de relacionamento. Pode oferecer cafés da manhã para clientes potenciais e
levar alguém importante pra falar. Alguém que faça uma interação que gere
proximidade com clientes potenciais, possibilitando um aumento do negócio.

Comunicação não é só gastar com campanhas de mídia. Hoje tudo comunica.

A Coca-Cola em 1800 e Carolinha não comprava o futebol da Rede Globo. Nenhum


grande anunciante começou do tamanho que é hoje. Mas todos acreditavam no poder
da comunicação e foram consistentes. Não se movimente de forma superficial. Invista
tempo, inteligência e vá atrás de conhecimento para para definir de forma clara e
objetiva como você quer se posicionar no mercado

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