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Introdução

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Meio corte
É empregado no desenho de peças simétricas, onde metade aparece
em corte e a outra metade em vista externa.

Corte pleno ou total


É o executado em toda a extensão, longitudinal, ou transversal do
objeto.
O plano de corte não necessita ser contínuo. Quando ele mudo de
direção, o corte é chamado de corte com desvio. As mudanças de direção são
interpretadas na vista onde o plano incide ortogonalmente e as arestas dos
desvios não são representadas na vistas em corte.

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Vejamos a indicação do corte total para cada tipo de corte.

Em desenhos de corte, as partes secionadas dos objetos são


distinguidas por meio de hachuras (linhas finas paralelas que, nas projeções
ortogonais em cortes, são inclinadas a 45º).
A parte selecionada nos cortes dos desenhos foi representadas pela
parte sombreada ou pela parte hachurada.

Corte parcial
É o corte usado para mostrar apenas um detalhe da peça.
No desenho, este corte é delimitado por uma linha fina sinuosa,
chamada linha de ruptura.

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A representação dos detalhes internos é feita apenas nesta parte que foi
delimitada, permitindo as linhas de contorno e arestas não-visíveis nas partes
não-atingidas pelo corte parcial.

Seções transversais rebatidas


Em alguns casos, a única maneira segura de representar as formas das
seções transversais de determinadas objetos é passar planos secantes
perpendiculares aos eixos das seções e rebate-los, a fim de efetuar com
precisão a cotagem.
As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de
peça, evitando, assim, vistas desnecessárias.
Veja as ilustrações abaixo.

As seções são representadas em três situações:


 seção fora da vista;
 seção sobre a vista;
 seção na interrupção da vista.

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Seção fora da vista
Nas seções fora da vista, o desenho da seção é representado ao lado da
vista do objeto.
Neste caso, indica-se sobre a vista, por meio da linha de corte, a posição
em que o objeto foi secionado.

Seção sobre a vista


Neste caso, o desenho da seção é representado em cima da própria
vista.

Seção com interrupção das vistas


Aqui o desenho da seção é representado no meio da vista do objeto.
Para isto, interrompe-se a representação da vista, antes e depois do desenho
da seção.

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Ruptura
Rupturas são representações convencionais utilizadas para o desenho
de peças que, devido ao seu comprimento, necessitam de ser encurtadas para
melhor aproveitamento de espaço no desenho e melhor visualização de seus
detalhes.
Quando empregamos rupturas, estamos retirando da vista uma parte do
objeto. Só se emprega ruptura nas partes que detalhes que não necessitam ser
mostrados para facilitar a interpretação do objeto.
As rupturas ocorrem em quatro situações:
 em objetos paralelos;
 em objetos trapezoidais;
 em objetos cilíndricos;
 em objetos cônicos.

Em objetos planos paralelos

Em objetos trapezoidais

Em objetos cilíndricos

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Em objetos cônicos

Encurtamento
Certos tipos de peças podem ser imaginadas com mais de um
encurtamento. Observe a chapa com quatro furos, por exemplo. Pode-se
imaginar um encurtamento do comprimento e outro no sentido da largura, sem
qualquer prejuízo da interpretação da peça ou de seus elementos.

O encurtamento pode ser imaginado nos sentidos do comprimento, da altura e


da largura da peça. Pode-se, também, imaginar mais de um encurtamento no
mesmo sentido, como mostra o desenho a seguir.

Representação do encurtamento no desenho técnico


Nas representações com encurtamento, as partes imaginadas cortadas
são limitadas por linhas de ruptura, que são linhas contínuas estreitas,
desenhadas à mão-livre.

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Nos desenhos técnicos confeccionados à máquina, pode-se optar pela
linha contínua estreita em ziguezague para representar os encurtamentos.

Representação com encurtamento e seção


É muito comum, em desenho técnico, a seção aparecer na
representação com encurtamento. Aplicando encurtamento e seção num
mesmo desenho, economizamos tempo e espaço. Veja um exemplo.

O suporte, representado em perspectiva, é uma peça que tem várias


partes longas, onde você pode imaginar encurtamentos. Na vista ortográfica
desta peça é possível representar, ao mesmo tempo, os encurtamentos e as
seções.
As tolerâncias de peças que funcionam em conjunto de pendem da
função que estas peças vão exercer. Conforme a função, um tipo de ajuste é
necessário.

Ajustes
Quando falamos em ajustes, eixo é o nome genérico dado a qualquer peça, ou
parte de peça, que funciona alojada em outra. Em geral, a superfície externa de
um eixo trabalha acoplada, isto é, unida à superfície interna de um furo. Veja, a
seguir um eixo e uma bucha. Observe que q bucha está em corte para mostrar
seu interior que é um furo.

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Eixos e furos de formas variadas podem funcionar ajustados entre si.
Dependendo da função do eixo, existem várias classes de ajustes. Se o eixo se
encaixa no furo de modo a deslizar ou girar livremente, temos um ajuste com
folga.

Quando o eixo se encaixa no furo com certo esforço, de modo a ficar


fixo, temos um ajuste com interferência.

Existem situações intermediárias em que o eixo pode se encaixar no furo


com folga ou com interferência, dependendo das suas dimensões efetivas. É o
que chamamos de ajuste incerto.

Em geral, eixos e furos que se encaixam têm a mesma dimensão


nominal. O que varia é o campo de tolerância dessas peças.
O tipo de ajuste entre um furo e um eixo depende dos afastamentos
determinados.

Ajuste com folga


Quando o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao afastamento
inferior do furo, temos um ajuste com folga. Acompanhe um exemplo:

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Os diâmetros do furo e do eixo te ma mesma dimensão nominal: 25 mm.
O afastamento superior do eixo é eixo é -0,20; a dimensão máxima do eixo é:
25 mm – 0,20 mm = 24,80; a dimensão mínima do furo é: 25,00 mm – 0,00mm
= 25,00mm.
Portanto, a dimensão máxima do eixo (24,80 mm) é menor que a
dimensão mínima do furo (25,00 mm) o que caracteriza um ajuste com folga.
Para obter a folga, basta subtrair a dimensão do eixo da dimensão do furo.
Neste exemplo, a folga é 25,00 mm – 24,80 mm = 0,20 mm.

Ajuste com interferência


Neste tipo de ajuste o afastamento superior do furo é menor ou igual ao
afastamento inferior do eixo. Veja:

Na cota do furo, o afastamento superior é + 0,21; na cota do eixo: o


afastamento inferior é +0,28. Portanto, o primeiro é menor que o segundo,
confirmando que se trata de um ajuste com interferência.
Para se obter o valor da interferência, basta calcular a diferença entre a
dimensão efetiva do eixo e a dimensão efetiva do furo. Imagine que a peça
pronta ficou com as seguintes medidas efetivas: diâmetro do eixo igual a 25,28
mm e diâmetro do furo igual a 25,21 mm. A interferência corresponde a: 25,28
mm – 25,21 mm = 0,07 mm. Como o diâmetro do eixo é maior que o diâmetro
do furo, estas duas peças serão acopladas sob pressão.

Ajuste incerto
É o ajuste intermediário entre o ajuste com folga e o ajuste com
interferência. Neste caso, o afastamento superior do eixo é maior que o
afastamento inferior do furo, e o afastamento superior do furo é maior que o
afastamento inferior do eixo.

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Compare: o afastamento superior do eixo (+ 0,18) é maior que o
afastamento inferior do furo (0,00) e o afastamento superior do furo ( + 0,25) é
maior que o afastamento inferior do eixo ( + 0,02). Logo, se cita um ajuste
incerto.
Este nome está ligado ao fato de que não sabemos, de antemão, se as
peças acopladas vão ser ajustadas com folga ou com interferência. Isso vai
depender das dimensões efetivas do eixo e do furo.

Sistema de tolerância e ajustes ABNT/ISO


As tolerâncias não são escolhidas ao acaso. Em 1926, entidades
internacionais organizaram um sistema normalizado que acabou sendo
adotado no Brasil pela ABNT: o sistema de tolerâncias e ajustes ABNT/ISSO
(NBR 6158).
O sistema ISO consiste num conjunto de princípios, regras e tabelas que
possibilita a escolha racional de tolerâncias e ajustes de modo a tornar mais
econômica a produção de peças mecânicas intercambiáveis. Este sistema foi
estudado, inicialmente, para a produção de peças mecânicas com até 500mm
de diâmetro; depois, foi ampliado para peças com até 3150 mm de diâmetro.
Ele estabelece uma série de tolerâncias fundamentais que determinam a
precisão da peça, ou seja, a qualidade de trabalho, uma exigência que varia de
peça para peça, de uma máquina para outra.
A norma brasileira prevê 18 qualidades de trabalho. Essas qualidades
são identificadas pelas letras: IT seguidas de numerais. A cada uma delas
corresponde um valor de tolerância. Observe, no quadro abaixo, as qualidades
de trabalho par eixos e furos:

A letra I vem de ISSO e a letra T vem de tolerância: os numerais: 01, 0,


1, 2... 16, referem-se às 18 qualidades de trabalho; a qualidade IT 01
corresponde ao menor valor de tolerância. As qualidades 01 a 3, no caso dos
eixos, e 01 a 4, no caso dos furos, estão associados à mecânica extraprecisa.
É o caso dos calibradores, que são instrumentos de alta precisão. Eles servem
para verificar se as medidas das peças produzidas estão dentro do campo de
tolerância especificado. Veja:

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No extremo oposto, as qualidades 11 16 correspondem às maiores
tolerâncias de fabricação. Essas qualidades são aceitáveis para peças
isoladas, que não requerem grande precisão; daí ao fato de estarem
classificadas como mecânica grosseira.
Peças que funcionam acopladas a outras têm, em geral, sua qualidade
estabelecida entre IT 4 e IT 11, se forem eixos; já os furos têm sua qualidade
entre IT 5 e IT 11. Essa faixa corresponde à mecânica corrente, ou mecânica
de precisão.

Elementos de junção
Em mecânica, as peças a serem unidas exigem elementos próprios,
denominados elementos de fixação.
A união dessas peças feita pelos elementos de fixação pode ser de
tipos: móvel ou permanente.
No tipo de união móvel, os elementos de fixação são aqueles que
permitem a fixação de uma peça a outra, podendo ser colocados ou retirados
do conjunto sem causar qualquer dano as peças que foram unidas. Podem ser
aproveitados em outras circunstâncias, caso isso venha a ser necessário.

Dentre os elementos de máquina de uso geral, destacam-se parafusos,


porcas, arruelas, molas e chavetas.
No tipo de união permanente, os elementos de fixação, uma vez
instalados, não podem ser retirados sem que fiquem inutilizados. É o caso, por
exemplo, de uniões feitas com rebites e soldas.

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Para projetar um conjunto mecânico, é necessário escolher
cuidadosamente os elementos de fixação a ser usados. Tanto os de fixação
móvel quanto os de fixação permanente, geralmente, são componentes frágeis.
Se não os planejamos adequadamente, podemos, por exemplo, unir peças
robustas a elementos de fixação fracos, criando um conjunto mecânico
falho,que poderá a qualquer momento tornar-se inútil.

Vista explodida
É um desenho que mostra as peças ou componentes de máquinas ou
dispositivos, como se estivessem desmontados, porém fazendo
correspondência às posições de cada detalhe do conjunto.

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Há várias maneiras de se identificar os detalhes para a montagem de um
conjunto.
1. Com a vista explodida, temos os detalhes das peças na posição de
funcionamento. O desenho de conjunto completa a representação da
montagem.

2. A representação de subconjunto de equipamentos, por meio de uma linha


grossa, com seta na vista explodida, mostra-nos outros detalhes não visíveis
no conjunto.

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3. Representação dos detalhes, com nomes de cada peça.

4. Identificação dos detalhes por números e, junto ao desenho, uma legenda


indicando as posições, quantidades e denominações de cada componente.

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Conclusão

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