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Crônica Dos Nossos Velhos Tempos Que o Jovem de Hoje Ignora PDF
Crônica Dos Nossos Velhos Tempos Que o Jovem de Hoje Ignora PDF
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Era sagrado ouvir o “Repórter Esso”, com Heron Domingues, todas as manhãs, as radio-
novelas, ler as fotonovelas (pois televisão não havia), os gibis de “Roy Rogers”, “Rocky
Lane”, “Pinduca” e “Os sobrinhos do Capitão”; tentar ser gente grande, fumando escon-
dido dos pais os cigarros “Mistura Fina”, “Yolanda” (branco e azul), “Astória”, “Liberty”,
“Continental” e “Beverly”, às vezes com uma esnobe piteira; bebendo aquela “Mirinda” e
o “Crush” quentes mesmo; e era um luxo passear de carona num “DKW-Vemag”, numa
“Rural Willys”, “Vemaguete” ou num “Jipe Willys”, que nem fusca havia naquele tempo.
E aquele adesivo “Não corra, papai!” que não faltava no painel.
Toda casa tinha uma “Santa Ceia” na parede, como que trazendo a proteção divina, ou
um quadro do casal retocado a pincel, a ponto de ser às vezes irreconhecível; um filtro
de barro “São João” na copa; uma enceradeira na sala, onde também os ricos tinham
um relógio “cuco”; e na caixinha de remédios não podia faltar o “Fontol”, as sulfas (“Sul-
fadiazina”, “Sulfamerazina”, “Sulfanilamida”), a “Cibalena” para as infecções e dores em
geral, as “Pílulas de vida do Dr. Ross”, “Pílulas dos quatro humores”, “Pílulas do Abade
Moss”, e os comprimidos de “Aralém” e “Metoquina” pra atalhar impaludismo (que a
gente chamava de “sezão”), os detestados lombrigueiros (“Saúde dos meninos” e “Lom-
brigol”) os xaropes “Capivarol” e “Bromil”, a “Saúde da mulher”, o ”Regulador Xavier”, e
a “Água Inglesa” pras parturientes, que cumpriam um resguardo de quarenta dias co-
mendo só pirão de frangos capões (sem os miúdos), que eram “limpos” em um ceveiro,
alimentados só com milho por semanas. Não vemos mais assafétida, calomelanos e ru-
ão, que nem sei mais pra que serviam.
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Ainda nem tínhamos o mimeógrafo a álcool com seu estêncil, que veio a ser novidade,
mas já frequentávamos a “Escola de Datilografia”, com o A-S-D-F-G nas famosas e “mo-
derníssimas” máquinas “Royal”, “Olivetti”, “Remington Rand”, e depois a “revolucioná-
ria” “Facit” e, na falta das fotocopiadoras (que nem sonhávamos que viriam um dia), o
papel carbono era a nossa valência, embora nos sujasse as mãos e o trabalho, soltando
aquele pozinho azul arroxeado ou preto.
Felizes eram os tempos dos pentes “Flamengo”, dos espelhos “Rodiasol” (com mulheres
peladas do outro lado), os monóculos com fotografia no fundo; o espanto com os pri-
meiros gravadores com rolo de fitas, que nem “cassete” existia ainda. Os tempos em que
o pai da gente botava meia-sola nos sapatos e cortava nosso cabelo deixando só o topete.
À noite, as brincadeiras inocentes de “bacondê” (“esconde-esconde”), “Flor de pequi, ve-
ado”, “Linha de ferro”, “Pau melado”, “Guarda meu anelzinho bem guardadinho”, bem
como as cantigas de “Atirei o pau no gato”, “Bom barquinho”, “Pai Francisco entrou na
roda” e “Nesta rua, nesta rua tem um bosque”.
Hoje tudo está diferente: o crime campeia, as drogas arrasam famílias, a televisão, com
seus “reality shows” e novelas ensinando safadezas e traições, contribuindo para detur-
par personalidades em formação, pulverizando os valores morais e as tradições da famí-
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Como eram bons aqueles nossos tempos de inocência, sem “fast food”, “drive in”, zape-
zape e outras porcarias – e, o que é pior, hoje indispensáveis – que apareceram de uns
tempos pra cá.
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