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 Os Antecedentes

A preocupação de reprimir a guerra entre os países europeus foi determinante para a criação das Comunidades
Europeias, no entanto não constitui o único factor que estivera na base desse surgimento. A ideia da unidade
europeia remonta-se desde época A.C., mas só após a 2ª guerra mundial as circunstâncias vão impingir uma
unificação e daí em diante a ideia concretiza-se e vai-se evoluído no processo de integração para o que se tem hoje:
A União Europeia.
O Professor Fausto de Quadros, afirma que desde tempo imemoriais que poetas, romancista, historiadores e outros
se ocupam da ideia da Europa. Ele cita o Denis Roumont que afirma, por seu turno, que o trabalho sobre a ideia de
Europa tem uma história que vem de há 28 séculos.
» Hesíodo, no Séc. VIII a.C., na teogonia ou o Nascimento de Deus, utilizou pela primeira vez a palavra Europa;
» Seguiram-no Hipócrates, que distinguiu Europa da Ásia, Heródoto, Sócrates, Aristóteles e Platão.
» Os Gregos da Antiguidade dão uma noção geográfica da Europa, com contornos pouco definidos. Mas era visto
como indo do Atlântico aos Uruais, cujos povos eram diferentes quanto a raças, cultura, línguas. Em virtude de
certos fenómenos, muitos povos europeus viram-se obrigados a mudar para outras fronteiras, estabelecendo
contacto com povos distinto, onde inclusivamente se inclui os povos da Ásia. E foi neste contexto que a Antiguidade
Grega fez expandir a ideia de Europa, sendo certo que a mitologia desempenhou um papel preponderante nessa
expansão. A mitologia---. A bíblia tem permitido uma construção diferente: Os filhos de Noé
Partindo desses pensamentos, o humanista greco-latino começa a dar um conteúdo ideológico a ideia de Europa:
» Carlos Magno (768-814 dc) , surge como pioneiro na interpretação da unidade da Europa nesses termos.
» Na idade média a Europa identifica-se com a cristandade, e é nesse contexto que se afirma as raízes cristãs da
Europa e o certo é que a Europa passa a ser considerada “ Respública Christiana - República Cristã” . Para este
entendimento muito contribuíram os Doutores da igreja, designadamente o S. Tomás de Aquino, imprimindo nas
sociedades europeias uma identidade ideológica ou uma identidade espiritual, que assim se diga.
Estava, portanto, tudo a bom passo para a unificação da Europa, contudo a “a viragem da idade média para o
renascimento” traça novos contornos na história da europa e determina divisão na Europa.
 No âmbito Político – a divisão tem lugar por ordem da afirmação enfática (sonante) da soberania dos
Estados;
 No âmbito religioso – por força da reforma.
 No âmbito económico – por intermédio do crescimento do nacionalismo e, em virtude disso, da
concentração das rivalidades económicas.
A divisão põe em xeque todos os projectos para a unidade e paz da Europa. Com efeito fracassam:
 O projecto para a paz perpétua de Jean Jacques Rosseau de 1776;
 O projecto de paz perpétua de Emanuel Kant, de 1795, que trazia a proposta de criação de uma
confederação de Estados Europeus, fundada numa constituição republicana.
 Fracassaram, outrossim, o plano para a paz perpétua Jeremias Benthem, de 1843.
» A Inglaterra, prevendo as inconveniências de tudo isto, saiu em defesa “do equilíbrio Europeu, como
fórmula de resolver os litígios;
»No Séc. XIX tem-se ainda o manuscrito de Simon e Thiery em que a epigrafe também propugnava
esforços no sentido de unir os povos da Europa. Defendia a unidade sob a epigrafe “da organização da

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sociedade europeia ou da necessidade e dos meios de juntar os povos da Europa numa só unidade
política, conservando em cada um a sua independência nacional”.
» No congresso de Viena, as cinco potências de então, Inglaterra, Franca, Autria, Rússia e Prússia, tendo
juntado mais tarde a Turquia criaram o “O Concerto europeu”, como herdeiro da Santa Aliança (). Este
concerto vai até a cisão entre Inglaterra, França e Rússia, de um lado, e Alemanha e Império Austro-
Húngro.

=======/O Quê que se pode retirar desses acontecimentos?/==========


É que, não obstante as divisões e todas as limitações, na época do Renascimento a Europa foi
construindo uma identidade cultural. E por essa razão, no séc. XVIII e XIX, vemos as primeiras
manifestações de uma solidariedade política entre os Estados soberanos da Europa.
Assistiu-se essas manifestações, mas, na verdade, o debaldar (frustração) do séc. XX foi crucial: O
exacerbamento do nacionalismo iniciado nos finais do sec. XIX aprofundou-se e ganhou mais peso, o que
traduziu no “Empolamento do jus belli e o livre cambisco”. Veio a primeira Guerra Mundial e não se podia
falar da união, aliás se a guerra tivera lugar é precisamente por não existir união.
Finda esta guerra 1ª, os Europeus vão consciencializar-se quanto a sua fragilidade e quanto aos perigos
da sua desunião. Daí que surge, pela primeira vez, propostas decisivas para a associação dos Estados
da Europa. Numerando-as, essas propostas são:
1ª – A Europa Communis, proposta sugerida por Heerfordt:
2ª – Pan-Europa, proposta que fora apresentada pelo Coudenhove-Kalerggi;
3ª – A Nação Europeia e o Federalismo europeu, ideia que decorria dos vários escritos políticos, e que
era proposta como condições para a Paz na Europa.
Estas propostas, embora visassem alvo comum que é a unificação dos Estados Europeus, as noções que
traziam não continham qualquer rigor jurídico. Apesar não conter o devido rigor jurídico, a ideia propaga-
se e chega para bem longe, como um vocábulo político, através do Movimento Pan-Europeu, divulgado
em Viena em 1927. Contribui para a sonância deste vocábulo o Wladimir Woytinsky que, no mesmo ano,
publicou em Bruxelas o seu livro intitulado “Les Étates D’ Europe”.
O MPE continuou a dar os seus passos. Em 1929-30, por intermédio do Estadista, o então Primeiro-
Ministro francês Aristides de Briand, foi divulgado o Memorando Briand, no qual ele propunha uma
espécie de união Federal. É claro que a proposta de Briand tinha tido uma influência significativa do
sistema federal norte-americano, sendo que se deve sublinhar que o Briand, cadjuvado pelo Secretário de
Estado norte-americano, apresentara em 1928 o célebre Pacto Briand-Kelogg, cuja importância fora
determinante para a Paz no Mundo. Com efeito, é óbvio que o Memorando Briand teria esta influência.
Tratou-se de passos significativos do Movimento Pan Europeu, contudo, por haver sido apresentado
numa altura em que a Grande Depressão assolava aos EUA, tendo esta depressão contagiado também,
não poderia fluir-se. Sabe-se qual é o impacto que a História, geralmente, nos conta sobre a depressão
económica: torna-se impossível ou muito difícil falar de solidariedade ou de união entre os Estados. Os
Estados fecham-se e estimulam ao nacionalismo.
Portanto, assim como nos prelúdios da 1ª Guerra fracassaram vários projectos para unificação da Europa,
também nos da 2ª não tiveram seguimento outros tantos projectos, bem como os esforços dos muitos
pensadores.
1ª Pergunta de reflexão: Quais são os projectos, bem esforços dos pensadores, que ficaram sem
seguimento em virtude da segunda guerra?

*Evolução histórica;

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A integração europeia propriamente dita começa nos finais da 2ª guerra mundial e a sua história funde-se
nas vastas história Política e Económica do Século passado. Não nos interessa esmiuçar essas histórias,
mas será importante frisar alguns acontecimentos.
1º - O Apelo do Winston Churchil para a reconciliação Franco-alemã, em 1946:
2º - A fundação em Paris, em 27 de Dezembro de 1946, a União Europeia dos Federalistas, que, não
tarda, se transforma no Movimento Pan-Europeu;
3º - O Plano Marshall, em 5 de junho de 1947.
(2ª PR: Quais foram os países participantes e o que implicou o não alinhamento do bloco soviético?);
4º - Instituição da Organização Europeia de Coordenação Económica – OECE, em 16 de Abril de 1948,
por 16 Estados, com pretexto de gerir o plano Marshall (PR: Quais são estes países que instituíram a
OECE?) (Precederam esta iniciativa a Convenção aduaneira, de 1 de Janeiro desse ano, entre Bélgica,
os Países baixos e o Luxemburgo; e a União da Europa Ocidental – UEO instituída pela Bélgica, França,
Luxemburgo, Países Baixos e Reino Unido);
5º - O congresso de Haia entre 8 e 10 de Maio de 1948 e o de Bruxelas de 25 de Outubro desse ano,
dando seguimento ao primeiro, em que se faz proposta de criação Estados Unidos da Europa, pelo
Churchil, mas determinantemente marcado pelo Memorando Briand. Este, por seu turno, marcado pela
influência do sistema federal norte-americano.
6º - Instituição do Conselho da Europa, em 28 de Janeiro 1949, por iniciativa do Reino Unido, e os três
Estados da Benelux (Bélgica Luxemburgo). Este conselho ficou sediado em Estrasburgo e o respectivo
Estatuto viria a ser assinado em Londres. Foi também criada a Organização do tratado do Atlântico Norte
– (OTAN), em Washington. Assim como a OECE estava engajado em gerir o Plano Marshall, a OTAN,
embora não respeitasse apenas ao países Europeus, tinha por objectivo servir-se de suporte à
cooperação política e militar entre eles. Vendo os países ocidentais a organizarem-se, o bloco de Leste
reage com a instituição, no mesmo ano, do Conselho de Assistência Económica Mútua (CAEM) ou
COMECOM – sigla derivada da economia comunista}.
Feito este destaque de acontecimentos, pode-se falar do passo decisor à criação das comunidades que é
o Plano Schuman. Robert Schuman, na altura Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, decidido a unir
Alemanha e França propõe o Plano Schuman. Este plano, segundo as palavras do nosso Professor, tinha
por fito colocar o conjunto da produção franco-alemã do carvão e aço sob uma alta autoridade comum,
numa organização aberta a outros Estados Europeus. O Conselho da Europa retirava o elemento Político,
o que fez com que fundadores da integração europeia decidissem começar o processo pelo método
funcional, por outras palavras, integração sectorial. Com efeito, o Plano Schuman, vai abranger o sector
produtivo de carvão e aço. Este plano, na verdade, pertence ao Estadista Jean Monnet. Porquê? Porque
o Schuman inspirou-se no Plano de modernização e de equipamento francês elaborado pelo Monnet em
1945 e também decorria dum memorando redigido por este em 1950.
O Plano Shuman, quanto ao método, adoptava o funcional. As suas palavras de então foram: A Europa
não se fará de imediato, mas numa construção conjunta; ela far-se-á através de realizações concretas,
pela criação, para começar, de uma solidariedade de facto.
Relativamente aos fins da integração, uns eram imediatos e outros mediatos.
De Imediato O Plano Shuman consistia em consolidar a paz na Europa, sendo visando pôr termo à
oposição secular entre a França e a Alemanha. Acreditava-se que unindo a França e a Alemanha seria
um passo importantíssimo, sendo que a integração ia ser gradual.
Qual a reação de outros países?

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Designadamente o Reino unido, este rejeita a ideia de uma entidade com poderes acima do poder Estatal
e em Junho deste ano formula oficialmente a sua rejeição.
Uma reação diversa foi a que tiveram a Alemanha, Itália e os países da Benelux. Com efeito,
prosseguem-se as negociações e em 18 de Abril de 1951 esses países dando voz a França formam o
grupo de Seis países que assinam o Tratado que institui a CECA.
Daí até a assinatura “dos Tratados de Roma” sucedem vários acontecimentos. De destacar:
1- Spaak abandona a presidência da Assembleia do conselho da Europa, contestando, por um
lado, a atitude do Reino Unido, por outro, o agravamento da clivagem entre este país e os outros
países da Europa Ocidental.
2- O entusiasmo, gerado pelo sucesso da CECA, levam os países a retomarem a componente
política do processo de integração (componente esta sugerida pela OTAN, no congresso de
Haia, mas que fora abandonada, em virtude da criação do conselho da Europa, cuja base era
intergovernamental) Assim assinam a CED (Comunidade Europeia de Defesa);
3- Como reação, o Reino Unido faz a Assembleia consultiva do Conselho da Europa Assinar o
Plano Eden, em que se salvaguardavam o Conselho da Europa e este conselho absorveria as
comunidades supranacionais já criadas ou a instituir. Não obstante isto, aprovaram o projecto
que instituiria a Com.PE (Comunidade Política Europeia) e esta comunidade abarcaria a CECA E
CED e teria os seguintes objectivos:
a) Salvaguardar os direitos dos Homens;
b) Garantir a segurança dos Estados Membros; e
c) Coordenar a Política Externa e estabelecer o mercado comum.
Contudo, em 30 de Agosto de 19554, a CED não foi ratificada pela Assembleia nacional Francesa e isto
provou o abandono do projecto, justamente porque perdeu a sua razão de ser: De nada valeria uma
Comunidade Política Europeia sem a margem de uma integração no plano militar. Pois é. Não faria
Sentido uma comunidade Política Europeia sem um exercito Europeu.
4- Jean Monnet, por causa da recusa de ratificação pela Assembleia Nacional do seu país pede a
sua exoneração e demite-se da vida política.
5- Os Estados consciencializam-se de que ainda não estavam preparados para uma integração
Política e voltam a empenhar-se na integração sectorial que vinham tentado, isto é, continuam a
empenhar-se na integração económica. Em Junho de 1955, na conferência de Messina é
aprovada a criação de um mercado comum europeu e uma comunidade de Energia nuclear.
Nesta conferência o Belgo Paul-Henri Spaak foi indigitado para proceder com os respectivos
trabalhos de criação e, com efeito, apresenta o Relatório Spaak de 05 de 1956 que inclui os
projectos dos dois tratados que visavam a CEE e CEEA É nessa sequência que, em 25 de
Março de 1957, vão surgir as outras duas comunidades:
a) CEE (Comunidade Económica Europeia); e
b) CEEA (Comunidade Europeia de Energia Atómica).
*Alargamento;
O alargamento teve lugar com a expansão que se dá com a adesão de novos Estados Membros.
Resumindo:
Os Estado fundadores foram:
- França
- Alemanha
- Luxemburgo
-Holanda

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- Bélgica
- Itália
Num Primeiro alargamento, vão assinar o tratado de adesão 1973:

Dinamarca Reino da Dinamarca 01/01/1973

Reino Unido Reino Unido da Grã-Bertanha e Irlanda do Norte 01/01/1973

Irlanda Irlanda 01/01/1973

OBS: Reino Unido (decorrente de dois pedidos de negociação entre 1963 e 1967)
No segundo:

Grécia República Helénica 01/01/1981

No 3º:

Portugal República Portuguesa 01/01/1986

Espanha Reino da Espanha 01/01/1986

No 4º:

Áustria República da Áustria 01/01/1995

Finlândia República da Finlândia 01/01/1995

Suécia Reino da Suécia 01/01/1995

No 5º:

Chipre República de Chipre 01/05/2004 Nicósia

República Checa República Checa 01/05/2004 Praga

Estónia República da Estónia 01/05/2004 Tallinn

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Hungria República da Hungria 01/05/2004 Budapeste

Letónia República da Letónia 01/05/2004 Riga

Lituânia República da Lituânia 01/05/2004 Vilnius

Malta República de Malta 01/05/2004 La Valeta

Polónia República da Polónia 01/05/2004 Varsóvia

Eslovénia República da Eslovénia 01/05/2004 Liubliana

Eslováquia República Eslovaca 01/05/2004 Bratislava

No 6º:

Bulgária República da Bulgária 01/01/2007 Sófia

Roménia Roménia 01/01/2007 Bucareste

No 7º:

Croácia República da Croácia 01/07/2013 Zagreb

Quais são os critérios para adesão da união europeia? Quais os países que estão em processo de
adesão? Refira-se a respectiva evolução das negociações?
*Aprofundamento
Até 1963, pouco ou nada registou-se no que respeita aos projectos no sentido de se proceder ao
aprofundamento quer no plano político, quer no monetário. Em 1960 Reino Unido tem iniciativa de criar
Zona de Comércio Livre e convence a aderir a esse projecto outros Estados que, por razões económicas,
não pretendiam aderir as comunidades.
Enquanto isso, os defensores da integração Europeia gradual tentam criar uma unidade política.
Nesse contexto, Charles Gaulle propõe o reforço da cooperação política entre os seis países fundadores
e a instituição da Unidade Política Europeia. Acontece, porém, que esta união não foi avante, porque a
mesma não foi aceite por outros Estados Membros.
A partir de 1963, começa-se a registar reações no sentido de alargamento e acentuou-se mais com a
aprovação do tríptico, em 1969. Já antes, em 1963, o Reino Unido requereu a abertura de negociações
com objectivo de aderir as comunidades, contudo o seu pedido é negado, pela oposição de França. O

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Reino Unido investe numa outra tentativa, em 1967, e novamente é negado, pela oposição do mesmo
Estado. Só com a renúncia do Gaulle1969, o Reino Unido obteve resposta positiva relativamente a sua
adesão e, com efeito, em 1973, formaliza a sua adesão. Aderem também a Irlanda e a Dinamarca. Nesta
ocasião ficou de fora a Noruega, porque o povo norueguês recusou a sua adesão, em referendo.
Na cimeira de Haia de 1969 aprovou-se o tríptico “alargamento, aprofundamento, alargamento,
e o processo de integração europeia acelera-se. A CEE resolve preparar uma União Económica e
Monetária, no entanto todas as tentativas com este objectivo fracassaram, por não haver vontade
política nesse sentido.
Fracassam:
1º O Plano Barre, de 1969, que ----
2º O Plano de Werner, de 1970, cujo objectivo era
3º Iniciativa de Jenkins, de 1977
Fracassam as tentativas de integração monetária e política europeia, mas, entretanto, os sucessivos
alargamentos das comunidades vão impingir uma urgente reforma do seu processo de decisão. Urgia,
portanto, uma Reforma institucional, bem como o aprofundamento ligado a esta reforma. É neste contexto
que surge O ACTO ÚNICO EUROPEU, aprovado na Reunião do Conselho Europeu no Luxemburgo, em
2 e 3 de Dezembro de 1985, assinado já pelo 12 em Fevereiro 1986.
Inovações introduzidas:
1ª – e principal, foi a previsão da criação do Mercado Interno Comum para 1993, legislando já sobre os
meios de ele ser alcançado;
2ª – Introduziu um no artigo ao tratado CEE, art 8º A, par. 2, no criava um espaço sem fronteiras internas.
1.1. A União Europeia
Como se viu, o AUE tinha já bem estipulada uma data para alcançar aos seus objectivos, que era 1993.
Por conseguinte, aproximando-se desta data, compreendem que ficariam esgotados os objectivos do
AUE.
Com efeito, na reunião Extraordinária de Dublin – capital da Irlanda, de 28 de abril 1990, resolve-se
convocar duas conferências intergovernamentais, tendo essas conferências, respectivamente, o fito de
criar a União Política e a União Económica Monetária. Esta resolução dava seguimento à iniciativa
conjunta do Chanceler Helmut Kohl e do Presidente François Miterrand.
Essas duas conferências intergovernamentais foram realizadas em 9 e 10 de Dezembro de 1991e tiveram
como resultado apenas um único Tratado: O Tratado da União Europeia (TUE). Este tratado consistiu,
ao fim ao cabo, na fusão de dois projectosde tratados num só.
E pergunta-se: Qual foi a razão desta fusão? Basicamente, duas:
1ª – Porque tinha-se a necessidade de mostrar que a União Económica e Monetária (UEM) e a União
Política (UP) eram indissociáveis. Eram incindíveis, sendo certo que a União Económica Monetária só
seria sustentável com a União Política;
2ª – Porque tinha-se intenção de evitar vinte e quatro notificações, que poderia representar morosidade e
incerteza quanto ao processo conclusivo dos dois tratados, pelos 12 Estados que já faziam parte.
A União Europeia Vai assentar-se em três Pilares:
As Comunidades, na filosofia europeia de integração
A Política Externa e de Segurança comum; e
A Cooperação policial e judiciária em matéria Penal.

*Princípios e objectivos;

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Os princípios e os objectivos da União são instrumentos que norteiam a União em si, os seus órgãos
e a sua existência.
No que tange aos princípios da União Europeia, constituem a base do seu funcionamento em geral.
São princípios estruturantes, sobre os quais, quer a União, quer o sistema jurídico da União, se
assentam.
Não será para estranhar quando se fala dos princípios da união como princípios constitucionais
da União, pois, na verdade, são havidos como tais: Princípios Constitucionais.
A união Europeia não está, actualmente, dotada de uma constituição formal, mas não se pode negar
de todo que esta não existe. Portanto, existe no sentido material. Esta opinião é também a opinião do
nosso professor que considera que os princípios da União Europeia constituem princípios Constitucionais,
sendo que considera que “estes são princípios que dão corpo, no plano da Filosofia Política e do Direito,
às opções fundamentais da União e aos valores que ela escolheu para regerem a sua existência e a sua
actividade”.
Portanto, dado a sua importância, esses princípios não poderia ser nada mais que não
constitucionais. Em suma:
 Constituem ius cogens comunitário, pela obrigatoriedade da sua observância, importando
nulidade dos tratados que os violem;
 Constituem limites matérias à revisão dos tratados;
 E grande parte deles, sendo princípios gerais de Direito, constitui fonte importante do Direito da
União.
Enumeração:

1. O Princípio da integração
Aparece como o primeiro e não só. O mais importante. Fomenta a criação de interesse comum através
da ordem jurídica da União Europeia. Cria uma margem ampla de relação de solidariedade entre os
Estados e povos. Deste decorrem os princípios de efetividade e uniformidade, que formam o pilar de todo
o sistema jurídico da união.

2. O Princípio do respeito pela identidade nacional dos Estados


membros
Deverá respeitar a identidade inerente de cada Estado membro, relativamente a política, jurídica e
cultural. Conserva-se a sua identidade, embora ela, progressivamente vai sendo limitada a medida que

os delegam para a União certos poderes.

3. O Princípio do respeito pela diversidade cultural dos povos europeus


Trata-se de um princípio que vem concretizar o do respeito pela identidade nacional dos Estados
membros, sendo certo que este vai mais além, não limitando apenas aos Estado, incidindo no povo
europeus. Segundo este a União europeia não pode forçar a unicidade. Ao invés, deverá valorizar a
diversidade.

4. O Princípio da solidariedade
Constitui a razão de ser e a característica quer da União quer do seu sistema jurídico e dele decorre a
coesão económica e social que orienta a união. Qual é o âmbito desta solidariedade? Na união, entre
esta e os estados e entre os Estados e a União. Os propósitos da União serão dos Estados e deste

serão da União. Em outras palavras, existe interesse comum, geral e comunitário.

5. O Princípio da lealdade comunitária

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Trata-se de um princípio de vital importância, segundo o qual é obrigatório pautar com lealdade, ou
fidelidade, ou boa-fé, comunitária, nas relações entre a União e Comunidades e os Estados membros.
Deste princípio decorre uma negação e uma ordem, ao que o nosso Professor designa por: uma
obrigação pela negativa e uma dupla obrigação pela positiva.
Negativa – relativa ao dispositivo do tratado CE que proíbe que o “os Estados membros ponham em
perigo a realização dos objectivos do tratado”
Positiva – Diz respeito a obrigação de resultado, por um lado, tomando medidas adequadas e, por outro,
disponibilizando meios que facilite a o cumprimento da sua missão.

6. O Princípio do gradualismo
Este Princípio está relacionado com a integração europeia. E assume, como defende o nosso professor,
duas vertentes. Numa, impõe que o processo de integração europeia deve ser paulatino e progressivo.
Noutra, a integração não deve estancar-se. Ao invés, deve ser um processo dinâmico e evolutivo. E é
mesmo isso que, analisando a evolução da união, se vê.
7. O Princípio do respeito pelo adquirido comunitário
Tem que também com o princípio de integração e dele retira-se que se deve considerar, a todo momento,
como definitivamente consolidado e, com efeito, deverá ser visto como jurídica e politicamente
irreversível. Cada acto realizado num determinado processo de integração, deve ser entendido com
existente, atendo que não há lugar a regressão na integração. Mas é de frisar que este princípio proíbe
costume contra legem.
8. O Princípio da Democracia
Este princípio, também outro de suma importância para a União Europeia, revela-se como o princípio
enformador de toda a União e a sua Ordem Jurídica. Aparece como:
- Democracia propriamente dita;
- Liberdade;
- Respeito pelos direitos fundamentais;
- Estado de Direito.

9. O Princípio da subsidiariedade
É o princípio segundo o qual se disciplina o exercício de atribuições para quais concorrem quer a união,
quer os Estados. O que vem dispor este princípio? Ele vem estabelecer, precisamente, que, em
situações destas, a União só pode exercer essas atribuições se os Estados não mostrarem capazes de
as exercer. Em ordem deste princípio a União adopta uma filosofia sustentada pela descentralização e
suficiência das actuações.
10. O Princípio da proporcionalidade
Entra no direito comunitário com um princípio geral de Direito. E segundo este princípio é obrigatório a
demonstração de necessidade de proibição e restrições trazidas às quatro liberdades, implicando que a
acção da comunidade não deve exceder o necessário para atingir um determinado objectivo.
11. O Princípio da integração diferenciada
É o princípio segundo o qual um Estado poderá avançar na integração mais depressa do que outros.
(Critérios de adesão)
12. O Princípio do equilíbrio institucional
A união, desde prelúdios da sua instituição das comunidades, tem pautado pelo respeito do princípio de
Separação de Poder, diferenciada da organizações internacionais clássicas. Adopta porquê? Porque
nada melhor que este princípio para assegurar o equilíbrio dos poderes. Na teoria do Montesquieu, ele
serve de freio e é isto que os fundadores procuraram trazer para as comunidades, com vista a assegurar

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respeito nas relações entre os vários órgãos – conselho, parlamento, comissão – equilíbrio entre os
vários interesses.
13. O Princípio da Transparência (princípio da abertura)
A princípio este princípio tinha um alcance muito redutor, na medida que transparência dizia respeito aos
arquivos da comunidade, aos documentos, que consubstanciava no Direito ao acesso a informação.
Depois, amplia e passa a circunscrever também a actuação do poder político, isto é dos órgãos, quer nas
suas decisões, quer na gestão do erário da comunidade, com implicações de que deve ter abertura por
forma a terem acesso que a informação, quer participação..
14. O Princípio da economia Social de Mercado
Nasce da constituição económica das comunidades e impõe a progresso económico e social, uma
coesão económica social. A economia de mercado é corolário da livre circulação e a concorrência,
vectores importantes da Economia de Mercado. E é este sistema que a União adopta, mas o adopta
associado a uma componente social. Por isso, então, o Princípio da Economia Social de mercado que
tem um caracter constitucional para a União Europeia.
15. O Princípio da não-discriminação
Este princípio também decorre da constituição económica. O termo é adoptado em detrimento da
igualdade, ao contrário do Direito Internacional Público Clássico, que hoje até o afasta.
É o princípio segundo o qual em face de situações análogas não se pode haver decisões diferentes. Isto
implicará o seguinte: Proibição da discriminação em função da nacionalidade. É importante frisar que o
significado desta proibição é não-discriminação do estrangeiro em benefício do nacional, bem como a
não-discriminação dos nacionais em benefício do estrageiro.
Quantos aos objectivos
1- a promoção do progresso económico e de um elevado nível de emprego, desenvolvimento
equilibrado e sustentável;
2- a afirmação da sua identidade na cena internacional;
3- o reforço da defesa dos direitos e dos interesses dos nacionais dos seus estados membros,
mediante a instituição de uma cidadania da União;
4- a manutenção e o desenvolvimento da união enquanto espaço de liberdade, de segurança e de
justiça, em que seja assegurada a livre circulação de pessoas; e dentre outras

*A.P.E.S.C. (A Política Externa e de Segurança Comum)


A Política Externa e de Segurança Comum (PESC) representou um dos dos pilares da União
Europeia, com uma importância suprema para o entendimento das relações internacionais. Começa a
exercer a sua influência, quer dentro, quer fora do continente europeu e vai mais além na preservação
da paz e da segurança, devendo frisar também a salvaguarda de valores comuns, desenvolvimento da
Democracia, o respeito pelos direitos humanos e o Estado de direito. Os objectivos da PESC eram os
seguintes:

 salvaguardar os valores comuns, os interesses básicos e a independência da União Europeia;

 reforçar a segurança da União Europeia e dos seus membros, sob todas as formas;

 manutenção da paz e do reforço da segurança internacional;

 desenvolvimento e consolidação de democracia e do Estado de Direito, bem como o respeito dos


direitos humanos e das liberdades fundamentais.

* A Cooperação Policial e Judiciária em Matéria Penal

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Esta cooperação teve início em 1976 por intermédio de GRUPO TREVI, com o fito de dar colaboração
para desenvolvimento de assuntos policiais e judiciários. Com o tratado de Maastricht o seu objectivo
ficou ainda mais delineado, sendo certo que a cooperação ficou ligada às tipologias criminais mais
gravosas.
*Ora bem. Com o Tratado da União Europeia, a Cooperação Policial e Judiciária em Matéria Penal
constitui o terceiro pilar e o tratado de Lisboa só veio reforçar o seu papel, conferindo-lhe pois mais
eficácia, relativamente a responsabilização e legitimidade no espaço de liberdade, segurança e justiça.
O papel da Cooperação Policial e Judiciária em Matéria Penal foi mesmo reforçado:
 passou a ser aplicado os processos ordinários aos recursos prejudiciais e aos processos
instaurados pela comissão.
 Estados Membros passam a poder propor medidas de legislação com apoio de 4 Estados;
 Com base no art. 68º definiu-se estratégias para a cooperação judicial na União com orientações
estratégicas para o planeamento legislativo e operacional: - auxilio judiciário mútuo em matéria
penal.
 Isto decorreu da aprovação da convenção relativa a Cooperação Policial e Judiciária em Matéria
Penal, com o fito de incentivar cooperação entre as autoridades judiciárias, policiais no seio da
União e foi incrementado pelo acervo jurídico já existente, sem pôr em causa a protecção dos
Dtos do Homem.
 Houve vários acórdãos com organizações internacionais, designadamente convenção do
conselho europeu sobre o auxílio mútuo em matéria penal de 1959.

Com o Tratado da União europeia e Tratado do funcionamento da união Europeia, estabeleceu-se,


portanto, alguns mecanismos que facilitaram que a Cooperação Policial e Judiciária em Matéria Penal
atingissem efectivamente os seus objectivos. São nomeadamente:
1. Reconhecimento mútuo de decisões judiciais em matéria penal;
2. Mandado de Detenção; e
3. Aproximação das Legislações.
Reconhecimento mútuo de decisões judiciais em matéria penal;
» O conselho Europeu – de Tampere – Finlândia – entendeu como pedra angular a Cooperação Policial e
Judiciária em Matéria Penal. A confirmação desse reconhecimento decorreu dos programas de Haia e
Estocolmo – Suécia. Este reconhecimento foi de grande importância, porque permitiu, justamente, poder
sobrepujar as dificuldades erguidas pelas diferenças entre os sistemas judiciários nacionais. É claro que
para tanto tinha-se que ter confiança entre os Estados.
Mandado de Detenção
Foi ampliando pela decisão-quadro do Conselho Europeu em 13de 13 de 2002 – que, de forma
revolucionária, mudou a o sistema de extradição tradicional, adoptando novas regras. São elas:
» delimitação dos fundamentos para a recusa de execução, transferência da decisão das autoridades
políticas para as autoridades judiciárias,
»Possibilidade de entrega de nacionais do Estado de Execução.
» Fixação de Prazo para cumprimento do Mandado de detenção.
Nesse contexto não se pode deixar de referir:
A Europol, agencia ou grupo para garantir o cumprimento das legislações da União;
A Eurojust, coordena a cooperação em matéria penal, relativamente a criminalidade organizada;

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Rede judiciária Europeia
Greco, coordena a luta contra a corrupção e também algumas tipologias criminais no âmbito económico-
financeiro.
4. Aproximação das Legislações
Por forma a ultrapassar as barreiras criadas pela diferenciação das legislações nacionais, houve acção no
sentido de:
Ajustar a uma norma mínima comum. Portanto, não vão optar por uma unificação total, mas somente
numa mínima que permite ultrapassar tais barreiras.
Com efeito o Parlamento e o Conselho europeu vão atender, no estabelecimento de regras, as infrações
penais, relativamente as criminalidades especialmente grave e de dimensão transfronteiriça.

Os Pilares da União Europeia

1.º pilar: as Comunidades Europeias, herdeiras da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, da CEE e do tratado
Euratom. Retomam o Tratado de Roma revisto pelo Acto Único Europeu. Compõe-se de um pilar supranacional
relativo às políticas integradas (Política agrícola comum, união alfandegária, Mercado interno, euro, etc.). Para as
matérias relevantes deste pilar, os Estados membros transferiram uma parte relativamente importante das suas
competências e soberania para a União Europeia.

2.º pilar: a Política Externa e de Segurança Comum (PESC). Cooperação intergovernamental, em matéria de assuntos
externos e de segurança.

3.º pilar: a Cooperação política e judiciária em matéria penal.

União Europeia

Primeiro pilar Segundo pilar Terceiro pilar

Comunidades Europeias (CE) Política Externa e de Cooperação policial e


Segurança Comum judiciária em matéria penal
(PESC) (CPJP ant. JAI)

 União alfandegária e Mercado único Política externa:  Tráfico de droga e


 Política Agrícola Comum de armas

 Política Comum de Pesca


 Força Europeia de  Terrorismo
Reacção Rápida
 Protecção da Concorrência  Tráfico de Pessoas
 Força Policial

 União Económica e Monetária Crime Organizado
Europeia
 Cidadania da União  Corrupção
 Missões de
 Educação e Cultura  Eurojust
Petersberg
 Transportes
 Direitos Humanos
 Protecção dos Consumidores
 Democracia
 Saúde
 Ajuda
 Investigação Científica
Humanitária
 Ambiente

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 Política Social (ECHO)

 Espaço de Liberdade, de Segurança e


Política de segurança:
de Justiça:
o Política de Imigração da
União Europeia
 Política Europeia
de Segurança e de
o Acordo de Schengen
Defesa (PESD)
o Acolhimento de Refugiados

*Do Tratado Refundado ao Tratado Reformador


Considera-se que o Tratado da União Europeia como tratado Refundador. E o tratado de Lisboa
Reformador, sendo certo que entre estes tive lugar o tratado de Amesterdão (Holanda). E não se ficou por
aí. Deu-se mais um passo importantíssimo na História da União Europeia com.
Pois bem. Em Novembro de 1992, o Tratado de Maastricht aprovou efetivamente o Tratado Da
União Europeia. Além disso, levou ao cabo a mais profunda e ampla revisão dos tratados Comunitários.
Desde tratado que institui a CECA ao tratado que institui a CEEA, com o Tratado de Maastricht.

Porquê desta revisão profunda?


Os Estados estavam resolvidos a assinar uma nova fase no processo de integração europeia iniciando
com as comunidades europeias.
Quanto às inovações do Tratado da União Europeia:
1ª - Previa a conclusão da União Económica e Monetária para 1999-2002;
2ª – As atribuições da integração que na CEE eram essencialmente económicas passam também aos
domínios social e cultural, inclusivamente retirou-se o qualificativo “Económica”, passando a designação
“União Europeia”;
3ª – Cria-se a cidadania europeia;
4ª – É instituída a Política Externa e de Segurança Comum (PESC), pese embora funcionando numa base
intergovernamental, mas já com a previsão de prazo de uma política comum de defesa;
5ª – também com base intergovernamental é criado mecanismo de cooperação, em matéria de justiça e
de assuntos internos (CJAI);

6ª – Atribuição ao parlamento europeu do poder de co-decisão em relação ao conselho e do poder de


investir a Comissão, por um lado. Por outro, alargou-se a regra de maioria ao invés do da regra de da
unanimidade nas votações de Conselho. Desta forma aprofunda-se a integração em matéria de processo
decisão.
Novamente em Lisboa, a Europa renasce hoje com um Tratado que refunda todo o conceito
de cidadania e participação europeias. O denominado Tratado Reformador Europeu, assinado
em 2008 em Lisboa pelos 27 Estados-membros, parece ser – finalmente – a resposta
possível (embora longe da ideal) para o impasse criado desde a rejeição de uma Constituição
Europeia. Uma solução integradora, conciliadora, mas sofrível, conseguida então sob a
batuta da Presidência Portuguesa da União Europeia.
Resumindo, basicamente tem-se o seguinte:
I. O Tratado da União Europeia, pela redação que lhe foi dada pelo Tratado de
Maastricht, por isso então o Tratado de Maastricht.

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 A Cimeira de Maastricht, de 1991 (9 e 10 de Dezembro), levou a cabo a mais profunda e ampla
revisão dos Tratados comunitários: o de Paris e os de Roma. (é conveniente dizer-se os tratados
de Roma, porque, como se sabe, decorreu da conferência de Roma os tratados de CEE e
CEEA, não obstante ser corrente referir-se tratado de Roma apenas para se referir o CEE).
 Este tratado entra em vigor em 1 de Novembro de 1993.

I. Tratado de Amesterdão
 O tratado da União Europeia previa a sua revisão para 1996 e em virtude dessa previsão teve
lugar a conferência de Amesterdão, donde decorreu o Tratado de Amesterdão.
 Ouve-se dizer o Tratado de Amesterdão observou as linhas deixadas para trás pelo Tratado da
União Europeia, tendo acordado sobre os “os Restos de Maastricht”, ou seja, incluiu apenas o
que aquele tratado não tinha incluído.
 Mas, na verdade, foi muito mais longe, porque cria um espaço de liberdade, segurança e justiça,
ao reforçar o pilar comunitário em detrimento do terceiro pilar.
E mais:
» Consagrou avanços em matéria de simplificação, aperfeiçoamento e eficácia do poder de decisão
na União;
» Imprimiu uma maior aproximação da união quanto aos cidadãos;
» Reforçou o caracter democrático da União;
» Imprimiu um aumento da capacidade da União relativamente a intervenções nas relações externas.

I. Tratado de Nice

» A união já se ia nos 15 Estados-Membros, com a previsão de um alargamento muito significativo, sendo


certo que o alargamento iria abranger mais Estados, sobretudo o Centro e Leste Europeu.
» Faziam parte da Europa Central e de Leste países diferentes, quer em termos culturais quer em termos
políticos. Daí a necessidade de uma revisão do Tratado da União, no sentido deste enformar-se a essa
nova realidade, por lado.
II. Tratado de Lisboa
Já com os 28 Estados-membros, a União Europeia entendia que já era altura certa para uma integração
mais profunda no âmbito político. Por conseguinte, pensa e começa a projectar o futuro da Europa,
procurou estabelecer uma constituição para a europa. Foi elaborada uma constituição e uma carta dos
Direito Fundamentais. Mas isto apenas em projecto e ficou de facto nisso. O projecto viu-se logo
suspenso.
A não aprovação da Constituição criou algum embaraço e o Tratado de Lisboa veio contornar a situação,
num panorama integrador e conciliador.

bjetivos e valores da UE

Objetivos

Os objetivos da União Europeia são:

 promover a paz, os seus valores e o bem-estar dos seus cidadãos

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 garantir a liberdade, a segurança e a justiça, sem fronteiras internas
 favorecer o desenvolvimento sustentável, assente num crescimento económico equilibrado e
na estabilidade dos preços, uma economia de mercado altamente competitiva, com pleno
emprego e progresso social, e a proteção do ambiente
 lutar contra a exclusão social e a discriminação
 promover o progresso científico e tecnológico
 reforçar a coesão económica, social e territorial e a solidariedade entre os países da UE
 respeitar a grande diversidade cultural e linguística da UE
 estabelecer uma união económica e monetária cuja moeda é o euro

historia

A União Europeia (UE) é um bloco econômico criado em 1992 para estabelecer uma cooperação
econômica e política entre os países europeus. É um dos exemplos de blocos mais avançados
apresentando uma integração econômica, social e política, moeda comum, livre circulação de
pessoas e funcionamento de um Parlamento Europeu formado por deputados dos países membros
e eleitos pelos cidadãos.

Actualmente são 28 países membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia
e Suécia. O Reino Unido por meio de um plebiscito em junho de 2016 decretou a saída no bloco
econômico. Porém, a saída do país ainda não foi oficializada.

A organização que foi essencial para a integração da Europa e a criação da União Europeia foi a
Comunidade Econômica Europeia (CEE), ou, também conhecida como Mercado Comum Europeu (MCE).
A CEE foi criada em 1957 e foi formada nessa época apenas pela: Alemanha, Bélgica, França, Itália,
Luxemburgo e Países Baixos. Esta organização também era chamada de “Europa dos 6”.

O contexto de criação da CEE foi na Guerra Fria, momento em que o mundo vivia a bipolarização entre
os norte-americanos e soviéticos. Como forma de buscar uma aliança para fortalecer as comunidades
europeias com uma recuperação economicamente e enfrentar o avanço da influência norte-americana,
os europeus objectivaram criar vínculos para integração económica.

Outro fato importante para entender a criação do bloco económico é que nesta época a Europa buscava
se reconstruir dos danos da Segunda Guerra Mundial e, bem como, de prosperar a paz. Dessa forma,
outra intenção foi construir uma força militar e de segurança.

A proposta da CEE foi incentivar a cooperação económica tornando os seus membros dependentes,
mantendo uma relação de mercado comum entre os países. Na década de 80 outros países integraram a
CEE como a: Inglaterra, Grécia, Espanha, Dinamarca, Irlanda e Portugal. Com a adesão destes países, a
comunidade europeia se chamaria de “Europa dos 12”.

A criação da União Europeia veio apenas em 1992, na cidade de Maastricht na Holanda, quando os
países da CEE se reuniram e assinaram o chamado Tratado de Maastricht. Este tratado, que entrou em
vigor apenas em 1993, propôs uma integração e cooperação económica, buscando harmonizar os
preços e as taxas de importação.

Em 1999 foi projectada na UE a criação de um banco central e da moeda única, o Euro. Esta nova moeda
foi capaz de gerar profundas mudanças no cenário geopolítico e pode dar condições de fortalecer a
economia e influência da UE para competir com o dólar norte-americano.

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E ainda, também se iniciou políticas comuns de defesa, cidadania e de protecção ao meio ambiente,
tendo uma preocupação com as mudanças climáticas e ajuda humanitária e protecção civil.

Com a UE permitiu-se a livre circulação de mercadorias, serviços e pessoas por meio da eliminação dos
controles das fronteiras entre os países da UE, abolindo barreiras físicas, jurídicas e burocráticas. A
União Europeia torna a Europa praticamente como se fosse um país único.

Confira abaixo os principais tratados dos países europeus e adesão dos países:

 1957 -Tratado de Roma. Institui a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade


Europeia da Energia Atómica (Euratom) e aprofundou a integração económica europeia;
 1965 – Tratado de Bruxelas. Simplifica o funcionamento das três instituições europeias como a
CEE, a Euratom e a CECA - Comunidade Económica Europeia do Carvão e do Aço que são
substituídos pela
 1988 – Ato Único Europeu. Propõe medidas para criação de um mercado único. Aderem
Portugal e Espanha.
 1992 – Tratado de Maastricht – Criação da União Europeia
 1997 – Tratado de Amsterdão – Reforma das instituições para adesão de mais países à EU. A
Áustria, Finlândia e Suécia aderem a UE
 2001 – Tratado de Nice. Nova reforma na instituição para adesão de 10 países: República
Checa, Estónia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta, Polónia, Eslováquia e Eslovénia.
 2004 – Tratado de Roma - Este novo tratado em Roma buscava criar uma Constituição para a
Europa, porém, por motivos de desacordos os países não chegaram a um consenso e não
assinaram o tratado.
 2007 – Tratado de Lisboa – Busca tornar a UE mais democrática e eficaz para resolver
problemas sociais e ambientais, como as mudanças climáticas e ajuda humanitária. Roménia e
Bulgária aderem à UE.
 2013 – A Croácia adere à UE

2016 – Num plebiscito popular o Reino Unido vota a favor de sua saída da UE

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