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Fls. 1
Coordenação-Geral de Tributação
Relatório
1
Solução de Consulta n.º 9 Cosit
Fls. 2
código XXX da CNAE 2.0, os quais, “em sua maioria são contratados através de SCP –
Sociedades em Conta de Participação, reguladas pelos artigos 991 a 996 do Novo Código Civil
(Lei 10.406/2002)”.
3. Relata que “assume a responsabilidade” pelos “impostos e contribuições,
obrigações acessórias, registros de obra e CEI da SCP”, que “são recolhidos e informados na
inscrição do CNPJ” do consulente, na “qualidade de sócio ostensivo”, e “toda contabilização
das operações da SCP” é “realizada de forma a identificar, gerando Diário Auxiliar que é
registrado individualmente demonstrando o resultado da Sociedade”.
4. Afirma que, “de acordo com as atividades exercidas pela Consulente, está
sujeita a desoneração da folha de pagamento a partir de janeiro de 2014 conforme inciso VII do
art. 7º da Lei 12.546, de 14/12/2011, incluído pela Lei 12.844 de 19/07/2013”.
5. Quanto às “receitas geradas pela SCP”, sustenta que não estão “sujeitas à
desoneração de acordo com o inciso VII do art. 9º da Lei 12.546 de 14.12./2011” (trata da
equiparação à empresa para os fins da contribuição prevista no caput dos arts. 7º e 8º dessa
Lei).
6. Acrescenta que, na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), “código 150, de acordo com o Ato
Declaratório Executivo Codac nº 3 de 19/12/2011, está informando a título de Compensação
para demonstração dos valores a recolher para Previdência, apenas os referentes à Receita
Própria”, e “Recolhendo os valores correspondentes à Previdência Social da SCP pela folha de
pagamento”.
7. Ao final, assim resume a sua consulta:
1) Está correta a interpretação que a SCP – Sociedade em Conta de Participação
não está sujeita a Desoneração da Folha de Pagamento.
2) Que os procedimentos de informação na Guia de Recolhimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP estão
corretos.
Fundamentos
2 e 5; Decreto nº 4.524, de 2002, art. 81; Instrução Normativa SRF nº 390, de 30 de janeiro de
2004, art. 8º, parágrafo único) e, também, pelo cumprimento das obrigações acessórias, tais
como a transmissão da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita – EFD-Contribuições (arts. 1º e 4º, § 4º da Instrução Normativa
RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012) e da Escrituração Contábil Fiscal – ECF (art. 1º, § 1º da
Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19 de dezembro de 2013).
10.1. Vale destacar, que a partir do ano-calendário de 2014, as pessoas jurídicas
que forem sócias ostensivas de SCP deverão transmitir, separadamente, a ECF e a EFD-
Contribuições para cada SCP, além da transmissão da ECF e da EFD-Contribuições da própria
sócia ostensiva.
11. Em virtude da revogação do item 4 da Instrução Normativa SRF nº 179, de
1987, pelo art. 52 da Instrução Normativa RFB nº 1.470, de 30 de maio de 2014, a SCP está
obrigada a se inscrever no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
12. No entanto, as obrigações acessórias instituídas pelas Instruções
Normativas RFB nº 1.252, de 2012, nº 1.422, de 2013, e nº 1.470, de 2014, não alteraram as
disposições da Instrução Normativa SRF nº 179, de 1987, que estabelece a responsabilidade
pela apuração e recolhimento dos tributos devidos pela SCP ao sócio ostensivo.
13. Feitas essas considerações, há que se verificar se a contribuição
substitutiva sobre o valor da receita bruta, nos termos dos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de
2011, aplica-se à SCP.
14. Em razão da ausência, na Lei nº 12.546, de 2011, do conceito de empresa,
editou-se a Medida Provisória nº 612, de 4 de abril de 2013, posteriormente convertida na Lei
nº 12.844, de 19 de julho 2013, para incluir o inciso VII no art. 9º dessa Lei e deixar expresso
esse conceito, definindo os sujeitos passivos da contribuição substitutiva sobre o valor da
receita bruta (CPRB), de que tratam os arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 2011.
14.1. Segundo o inciso VII do art. 9º da Lei nº 12.546, de 2011, considera-se
empresa, para fins da incidência dessa contribuição, a sociedade empresária, a sociedade
simples, a empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli) e o empresário. Os
consórcios constituídos nos termos dos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, também foram equiparados a empresa para os fins da contribuição previdenciária
prevista nos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 2011, com a inclusão do inciso IX no art. 9º dessa
Lei, pela Medida Provisória nº 634, de 26 de dezembro de 2013, posteriormente convertida na
Lei nº 12.995, de 18 de julho de 2014. É evidente, portanto, que a SCP não é considerada
empresa nem a ela é equiparada, para efeito de incidência da CPRB.
14.2. Diante disso, resta claro, que a SCP não é considerada empresa, nem a ela
se equipara, para fins de recolhimento da contribuição previdenciária sobre a receita bruta de
que tratam os arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 2011, porquanto inexiste previsão legal para
tanto.
15. Assim, diante do fato de a SCP não ter sido equiparada a empresa para fins
da Lei nº 12.546, de 2011, a obrigação de recolher a contribuição previdenciária prevista nos
incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, devida em virtude da contratação de
trabalhadores para a execução das atividades da SCP, recai sobre o sócio ostensivo, que é a
pessoa que executa o empreendimento objeto da SCP, assume o risco da atividade econômica,
e, juridicamente, se obriga perante terceiros (art. 991 do Código Civil).
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Solução de Consulta n.º 9 Cosit
Fls. 4
Conclusão
À consideração do revisor.
[Assinado digitalmente.]
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Solução de Consulta n.º 9 Cosit
Fls. 5
CASSIA TREVIZAN
Auditora-Fiscal da RFB
[Assinado digitalmente.]
MARCOS VINICIUS GIACOMELLI
Auditor-Fiscal da RFB
[Assinado digitalmente.]
IOLANDA MARIA BINS PERIN
Auditora-Fiscal da RFB - Chefe da SRRF10/Disit
[Assinado digitalmente.]
MIRZA MENDES REIS
Auditora-Fiscal da RFB – Coordenadora da Copen
Ordem de Intimação
[Assinado digitalmente.]
CLAUDIA LUCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA
Auditor-Fiscal da RFB – Coordenadora-Geral substituta da Cosit