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Esta realidade levou a numerosas reflexões, que levaram a uma tomada de consciência
das consequências do fraco desempenho da produção nacional, em especial as debilidades da
sua malha industrial. Esta consciencialização abriu caminho a uma modernização económica que
encontrou em Ferreira Dias (Ministro da Economia entre 1958-1962, defensor da modernização
do país) o seu doutrinador e mesmo legislador. Fora um profícuo legislador, contudo, seria a sua
obra “Linha de Rumo” de 1945 o suporte teórico da sua ação política, aqui demonstra a sua
profunda tristeza ao pensar na mediocridade da produção nacional, resultado de uma industria
atrasada.
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Decreto nº 19:354 de 3 de janeiro de 1931.
durante o Verão, para aproveitar os carvões pobres de origem nacional” (ROLLO, 2005) A lei
acabaria por ser aprovada e promulgada estando já Ferreira Dias fora do governo, apesar disso
a eletrificação do país estava em marcha.
Assim sendo, era necessária uma proposta que apontasse e defende-se um programa
de industrialização do País, aprovada no ano seguinte, em março de 1945, lei, n.º 2005, do
Fomento e Reorganização Industrial. Esta apresentou-se cromo um dos elementos mais
relevantes na modernização e progresso da indústria portuguesa. Para Fernanda Rollo, é
mesmo a “mais marcante e emblemática da ofensiva industrialista e o mais persistente projeto
de industrialização adotado pelo Estado Novo”. (ROLLO, 2005)
Embora Ferreira Dias estivesse já fora do governo, esta lei refletia muito do seu conceito
de modernização, ou seja, a transformação das estruturas produtivas do país, levando ao
progresso material e consequente desenvolvimento. É, em síntese, essa a argumentação que
dará origem à apresentação da lei.
Estas duas leis articuladas apresentam-se-nos com algo relevante, na medida em que
são um sinal de mudança na política económica do Estado Novo em favor da industrialização.
Apesar de grande importância estas leis acabam por ter uma aplicação relativa, por força dos
condicionalismos, internos e externos, por subordinação às prioridades e orientações da política
que comandava o País e das linhas que deviam guiar a economia. A industrialização do País, esse
ansiado processo, teve de esperar ainda quase década e meia para se concretizar.
Referências
RAMOS, R. (2009). Integração europeia, emigração e industrialização. Em R. RAMOS, História
de Portugal (p. 685). Lisboa: Esfera dos Livros.
ROLLO, M. F. (maio de 2005). Hstórias da Engenharia : "1945: no fim da Guerra, uma Linha de
Rumo para o País". Obtido de ordemengenheiros:
http://www.ordemengenheiros.pt/pt/centro-de-informacao/dossiers/historias-da-
engenharia/1945-no-fim-da-guerra-uma-linha-de-rumo-para-o-pais/