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Ficha Técnica

Identificação: GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA

Colecção: Ferramentas de Apoio ao investimento florestal

Elaborado por: Parceria de Desenvolvimento do Projecto


“Florestar – Sustentabilidade da Floresta”
no âmbito da Iniciativa Comunitária EQUAL.

Projecto
co-financiado por:

Membros da Ferreira & Seixas, Lda. (Chaves)


Parceria de ADIACT - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Alto Corgo e
Desenvolvimento: Tâmega (Vila Real)
Fagrorural - Federação de Associações Agro Florestais Transmontanas
(Vila Real)
Forestis - Associação Florestal de Portugal (Vila Real)
ICNB -Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) (Braga)
Promoloures – Desenvolvimento Empresarial, Crl (Odivelas)
Bosque – Projectos de Engenharia, Lda (Vila Real)

Suporte: On-line e PDF em www.tudogere.com

Data de Conclusão Outubro / 2007

Contacto: Parceiro Interlocutor do Projecto:


Ferreira & Seixas, Lda.
Nova Quinta do Telhado, Bloco B, Loja 1
5400-180 CHAVES
Tel: 276301700 Fax: 276301709 E.mail: florestar@mail.telepac.pt

Propriedade e Esta publicação é propriedade do Gabinete de Gestão IC-EQUAL,


Direitos a quem a Parceria de Desenvolvimento cedeu todos os direitos de
propriedade e autoria.
Este produto encontra-se protegido pelas leis em vigor e
copyright, estando reservados todos os seus direitos.
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

O GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA faz parte de um


conjunto de produtos, desenvolvidos no âmbito do Projecto
FLORESTAR – Sustentabilidade da Floresta
(2004/EQUAL/A2/EE/161), co-financiado pelo Estado Português
e pela União Europeia, através da Iniciativa Comunitária Equal.

O Projecto FLORESTAR teve por objectivos:

• Promover uma gestão eficaz e eficiente da floresta através


do desenvolvimento de ferramentas de apoio à produção,
protecção, gestão e investimento, fomentando a
sustentabilidade da floresta.
• Estimular a evolução (transição) de proprietário/a a
empresário/a florestal, através de mecanismos e
instrumentos de apoio e orientação para o
empreendedorismo no sector florestal;
• Promover o desenvolvimento de competências dos
produtores florestais, através da concepção e
GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA desenvolvimento de recursos didácticos de apoio à auto-
formação;
• Promover a certificação da gestão florestal de grupo,
SETEMBRO DE 2007
através de um caso real – os baldios do PNPG.

No âmbito do FLORESTAR foram ainda desenvolvidos os


seguintes produtos:
Projecto Co-financiado por:
• Simulador de Gestão e Produção Florestal
• Guia Prático de Intervenção em Áreas Florestais Sensíveis
aos Riscos – Risco de Erosão / Incêndio / Fitossanitários
• Narrativa da Prática “Promoção da Certificação Florestal de
Grupo – o Caso dos Baldios no Parque Nacional da Peneda-
Gerês.
• Mecanismos de Apoio ao Investimento Florestal – Narrativa
de uma prática

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 1 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 2
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

PROJECTO
Indice
FLORESTAR – Sustentabilidade da Floresta
Introdução 05
ENTIDADE INTERLOCUTORA
Objectivos 06
Ferreira & Seixas, Lda. Destinatários 06
Como Utilizar o Guia 07
COMPOSIÇÃO DA PARCERIA DE DESENVOLVIMENTO
I. Empreendedor/a na floresta 09
Adiact - Associação de Desenvolvimento Integrado do Alto
Corgo e Tâmega
Bosque, Projectos de Engenharia, Lda.
Fagrorural - Federação das Associações Agro-Florestais II. Negócios na Floresta 15
Transmontanas
Biomassa 16
Ferreira & Seixas, Lda.
Forestis, Associação Florestal de Portugal Exploração Florestal 24
Instituto da Conservação da Natureza e da
Biodiversidade/Parque Nacional da Peneda-Gerês Sazonais da Floresta 32
Promoloures, Desenvolvimento Empresarial, Crl

ENTIDADE COORDENADORA DESTE PRODUTO: III. Dicas gerais ao/à empreendedor/a 42

Fagrorural - Federação das Associações Agro-Florestais


Transmontanas

CO-FINANCIAMENTO:

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 3 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 4
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

INTRODUÇÃO
O projecto FLORESTAR visa contribuir para
a sustentabilidade da floresta, através da OBJECTIVOS
promoção de iniciativas, que estimulem a Este guia pretende de forma muito simples
adopção de atitudes de gestão adequadas e dar uma orientação para aqueles/as, com
da criação de instrumentos que facilitem a espírito empreendedor, que pretendem
intervenção no sector, por parte dos iniciar um negócio na área florestal
diversos actores. aproveitando os recursos disponíveis.
No âmbito deste projecto foi desenvolvido o
GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA Encontrar soluções que permitam
FLORESTA que pretende ser uma ferramenta reestruturar o sector florestal, contribuindo
que visa dinamizar o sector. para a melhoria da sua produtividade,
rentabilidade e sustentabilidade.
Este guia resultou da pesquisa e sobretudo
do trabalho de reflexão com actores do meio Promover a iniciativa empresarial para o
florestal, designadamente técnicos/as, sector florestal e estimular a evolução dos
empresários/as e proprietários/as florestais. proprietários/as a empresários/as florestais
Que negócios pode gerar a floresta ? Esta foi através do desenvolvimento de ferramentas
a questão de partida. de apoio à produção, protecção, gestão e
Como resultado obteve-se um leque investimento, fomentando a
alargado de possibilidades de negócio na sustentabilidade da floresta com vista à sua
floresta, passíveis de criar riqueza e certificação.
dinâmica empresarial no meio rural.
O conjunto de negócios apresentados no Destinatários
guia corresponde a diferentes necessidades Proprietários/as florestais; produtores/as
e capacidades de investimento, podendo florestais; jovens originários/as de áreas
interessar a todas e todos aqueles que rurais; pessoas com espírito empreendedor.
pretendam investir em pequenos negócios
na floresta.
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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 5 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 6
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

COMO UTILIZAR O GUIA


Para facilitar a consulta do guia, diferentes
Na primeira parte do Guia são cores indicam diferentes áreas de negócio.
apresentadas algumas indicações gerais
relativamente a questões com interesse Biomassa
para quem inicia um negócio. Assim, deve Exploração Florestal
começar por consultar a parte: Sazonais da Floresta
Empreendedor/a na Floresta

A terceira parte do Guia é dedicada a


Na segunda parte do Guia, são questões práticas de âmbito geral, que
apresentados exemplos de negócios na interessam ao/à empreendedor/a, tais
floresta. como:
ƒ Quanto custa criar uma empresa ?
Foram identificadas três áreas de negócio: ƒ Como se calcula o fundo de maneio ?
biomassa, exploração florestal e negócios ƒ Quais as responsabilidades e
obrigações do/a empresário/a ?
sazonais na floresta.
Para cada área de negócio é apresentada
Estes aspectos são apresentados na parte:
uma análise estratégica simplificada,
Dicas Gerais ao/à Empreendedor/a
identificando os Pontos Fortes (forças) e
Pontos Fracos (fraquezas) do negócio, bem
como as Oportunidades e Ameaças do
mercado em que o mesmo se insere.
De seguida, em cada área de negócio, são
apresentados exemplos de negócios
(actividades), relacionados entre si e que
podem ser desenvolvidos individualmente ou
em conjunto.
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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 7 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 8
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

A opção de iniciar um novo negócio não está


EMPREENDEDOR/A NA FLORESTA isenta de risco, mas este deve ser
minimizado pela observação de alguns
pressupostos básicos, que se podem traduzir E
E
O primeiro passo para a constituição de um em algumas questões de âmbito geral, tal m
m
negócio é a IDEIA. Esta pode basear-se p como: p
numa necessidade que identificamos no r r
e e
mercado, ou num gosto pessoal em e
e Viabilidade
trabalhar em determinada área de negócio. n n
Viabilidade Técnica
d Profissional (Pode fazer-se)
d
O segundo passo fundamental para que seja e (Tenho e
d capacidades?) Viabilidade d
possível concretizar a Ideia, é identificar o o
o Comercial
mercado que vai acolher o nosso produto. r
Viabilidade (Existe r
Viabilidade Económica
/ Legal mercado?) /
(É rendivel?)
a a
A concretização de um projecto de criação (É Permitido?)
de empresa tem por base as opções n
n
estratégicas feitas, em termos de produto, a a
de mercado e também de dimensão do Os negócios da floresta abordados neste
F Guia apresentam sugestões que observam F
empreendimento, implica a reunião de um
l l
importante conjunto de meios. os pressupostos de viabilidade técnica,
o o
viabilidade comercial e, em princípio, r
r
e viabilidade económica. Contudo, é sempre e
s aconselhável fazer um estudo prévio que s
t t
permita conhecer a realidade de cada
a a
negócio e identificar as condições de
viabilidade do mesmo.

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 9 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 10
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Mediante as necessidades de um Devemos então elaborar um PLANO de


E E
determinado mercado, o/a empreendedor/a m negócio, o mais pormenorizado possível. m
pode optar por juntar várias ideias de p p
negócio sugeridas neste guia a outras que já r Questões r
e Legais e
tenha, ou utilizar apenas uma delas que pela e Forma jurídica e
sua descrição seja adequada ao local onde n Etapas de n
Marketing
pensa abrir um negócio, criando soluções d constituição d
Produto Recursos
inovadoras que possam satisfazer as e e
Preço Humanos
d Projecto d
necessidades do mercado. Mercado Organigrama
o o
Clientes Plano de
r r
Concorrência Plano contratação
O primeiro passo será definir o núcleo / e Formação /
Promoção Económico e
a a
central do negócio que vamos colocar em Financeiro
Investimento
acção, o que se designa por produto/serviço n n
inicial
principal. Depois definiremos os produtos a Fontes de a
que se interligam com esta ideia de negócio financiamento
F Pano de F
ou seja produto/serviço complementar. tesouraria
l l
o o
r r
e e
s s
A resposta a algumas questões pode ser um
t t
a valioso auxiliar para ter a noção de todos os a
factores que influenciam a constituição do
negócio.

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 11 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 12
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

As questões que se seguem auxiliam na Organização


definição da estrutura do PLANO. • Que infra-estruturas (espaço físico,
E E
m equipamentos máquinas….)? m
p • Quem são os meus fornecedores? Que p
r condições me oferecem (pagamentos, r
Projecto
e descontos…)? e
• Qual é o meu negócio?
e e
• Porque quero constituir esta empresa? n n
Recursos Humanos
Equipa d d
• Possuo um organigrama de funções?
• Quem é que constitui a Empresa? e e
• Necessito de Pessoal? Como o contratar?
• Que mais valias são atribuídas à d d
Em que condições?
empresa: o o
• Experiência r r
/ Capital /
profissional;
a • Quanto dinheiro necessita para o a
formação;
arranque inicial?
capital.
n • Onde é que o vou conseguir? n
Marketing
a • Que gastos vou ter mensalmente a
• O que vou vender? A que preço?
com o inicio da actividade?
• Quem é o meu publico alvo? F F
• Posso fazer uma previsão dos
• Quem são os meus l l
proveitos?
concorrentes? o o
• O que é que fazem r r
Questões Legais
bem? Em que é que e e
s • Que funções são atribuídas a cada s
sou melhor ou
t sócio? t
diferente?
a • Que forma jurídica atribuo à a
• Como está o sector? Em que fase de
empresa?
crescimento se encontra? Crescimento;
• Quais são os trâmites legais para a
estável ou em crise?
constituir?
• O que vou fazer para me dar a conhecer?

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 13 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 14
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

NEGÓCIOS NA FLORESTA Biomassa


ENQUADRAMENTO GERAL
Nesta segunda parte do Guia, são
A oportunidade deste negócio é potenciada
apresentados exemplos de negócios na
pelo investimento em energia verde, ou seja B
floresta.
da produção de Energia eléctrica a partir da I
O
queima de resíduos lenhosos proveniente
Conforme referido no início, foram M
das diversas operações necessárias á boa A
identificadas três áreas de negócio:
gestão florestal. S
S
Biomassa A
A limpeza de mato ou a recolha de resíduos
Exploração Florestal
florestais é vulgarmente considerado como
Sazonais da Floresta
um encargo adicional na gestão florestal e
portanto a valorização deste material,
Para cada área de negócio é apresentada
transforma-o em sub produto da floresta.
uma análise estratégica simplificada,
identificando os Pontos Fortes (forças) e
Para além deste mercado existem outros
Pontos Fracos (fraquezas) do negócio, bem
que consomem resíduos florestais em estilha
como as Oportunidades e Ameaças do
como por exemplo:
mercado em que o mesmo se insere.
• Produção de peletes e briquetes
• Produção de fertilizantes orgânicos
De seguida, em cada área de negócio, são
apresentados exemplos de negócios Da forma como for organizada a recolha de
(actividades), relacionados entre si e que resíduos em cada região poderão surgir
podem ser desenvolvidos individualmente ou oportunidades de negócios com diferentes
em conjunto. dimensões e risco.

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 15 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 16
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Exemplos de negócios: Biomassa - EMPREITADA DE ESTILHA


ƒ Empreitada de Estilha
ƒ Parque de Resíduos /Estilha Definição: Aproveitamento por Corte e
ƒ Recoletores de Biomassa B Transporte de resíduos florestais, em bruto
I ou por estilhamento provenientes de locais B
Análise Estratégica: O de: I
Pontos fortes (forças) / Pontos fracos (fraquezas) M Limpeza de matos, O
Oportunidades / Ameaças A M
Abate de árvores (bicadas
S A
Força (Strength) Fraqueza (Weakness)
S
e ramos) S
Grande quantidade de Dependente da gestão de
A Operações de desrama S
biomassa disponível biomassa feita pelos Operações de desbaste A
Proximidade de acesso à proprietários (falta de
biomassa gestão florestal) Operações envolvidas:
Bons meios de Dependente do clima
Transporte dos resíduos
comunicação de ligação à (Produção anual
central eléctrica dependente do tempo)
Transformação dos resíduos em estilha
Conhecimentos de Pouco controle no Valor do produto: Produto oferecido
destroçamento de fornecimento de biomassa Estilha produzida a partir de resíduos
Biomassa (se não for produzida florestais
propositadamente). Qualidade da estilha:
A valorização do produto; diferentes tipos
Oportunidade Ameaça (Threats) de estilha podem ser mais adequados para
(Opportunities) Excesso de fornecedores diferentes usos, dependendo dos seguintes
Industria relacionada: no mercado de factores :
Centrais eléctricas de abastecimento de • Proveniente de corte de mato
biomassa biomassa • Proveniente de restos de abate ou
Produção de brickets Elevado custo de colheita desrama (Pinho, Eucalipto, Carvalho,
para aquecimento de biomassa
Sobreiro)
Escassez de biomassa
• Misto
• Grau de secagem

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 17 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 18
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Mercado e Concorrência: quantas Biomassa - PARQUE DE RESÍDUOS /


empresas com capacidade de produzir TRANSFORMAÇÃO EM ESTILHA
estilha existem na região e que preços
praticam? Definição: Local de armazenamento de
Clientes para estilha: B resíduos florestais e de transformação em
Centrais de Biomassa I estilha: Deverá ser um local vocacionado B
Fabricantes de Briquets para aquecimento O para receber o material proveniente do corte I
Indústria de adubos M de mato em bruto e a transformação em O
Distância de transporte: A estilha e compactação de forma a tornar M
Distância a percorrer entre o local onde será S A
mais rentável o transporte a grandes
retirada no campo ponto de recolha da S S
A
distâncias. S
estilha (qual a distância economicamente Deve ter uma A
viável ?). Para conhecer isso deve saber localização próxima
responder às seguintes questões: de várias vias de
ƒ Existe capacidade de transporte própria transporte que
ou é necessário arrendar o serviço? permita:
ƒ Qual a quantidade de estilha Acesso aos clientes
transportada em cada viagem? de estilha de
Promoção: biomassa
Dar a conhecer os serviços a: Acesso aos locais de produção de biomassa.
Proprietários florestais através de Operações envolvidas:
associações de Proprietários Florestais Transformação dos resíduos em estilha
Centrais de Biomassa Transporte de estilha
Fabricantes de Briquetes A valorização do produto depende da
Compostagem para fabrico de adubos qualidade da estilha:
orgânicos Deve dar-se importância à adequação das
Investimento Material: máquinas de transformação em estilha ao
Tractor agrícola adaptado ao trabalho tipo de material a transformar:
florestal Presença /ausência de resinas;
Atrelado florestal, grua estilhaçador. Presença ausência de pedras;
Dimensão/calibre do material a estilhar;
Grau de humidade do material;
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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 19 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 20
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Mercado e Concorrência: quantas Biomassa


empresas com capacidade de produzir - RECOLECTORES DE BIOMASSA
estilha existem na região e que preços
praticam? Definição: Esta actividade consiste em
Clientes para estilha B aproveitar as oportunidades de produção de
Centrais de Biomassa I biomassa provenientes de limpeza de matos B
Fabricantes de Briquetes para aquecimento O em propriedades florestais particulares, ou I
Indústria de fertilizantes M restos provenientes da agricultura. Devem O
A M
Distância de transporte possuir conhecimento das várias operações
S A
Distância a percorrer entre o local onde está agrícolas localmente usuais e S
armazenado cliente final S potencialmente geradoras de biomassa,
A S
Alternativas: para aproveitar todos os resíduos A
Transporte da estilha pelo próprio; produzidos pela agricultura e floresta.
Transporte da estilha por outro; As operações necessárias podem envolver a
Promoção: eliminação da cobertura de matos existente
Dar a conhecer os serviços a: em terrenos florestais ou agrícolas, por
Proprietários florestais, utilizando as acção mecânica ou manual por pequeno
associações de Proprietários Florestais grupo de pessoas que com ferramentas
Centrais de Biomassa; ligeiras que localmente, recolhem e
Fabricantes de Briquetes; armazenam, resíduos florestais e agrícolas.
Compostagem para fabrico de fertilizantes
orgânicos. Operações envolvidas:
Operações Manuais – utilização de
Investimento Inicial: utensílios manuais de corte (podoas,
• Tractor agrícola adaptado ao trabalho roçadoras e machados, para vegetação
florestal lenhificada, e foices e gadanhas para
• Atrelado florestal vegetação herbácea).
• Grua
• Estilhaçador
• Terreno para instalar

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 21 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 22
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Operações Motomanuais: neste caso são Exploração Florestal


utilizados utensílios motorizados de corte ENQUADRAMENTO GERAL
(motorroçadoras, de discos ou de fitas
dependendo do tipo de vegetação, ou Onde existir floresta existe necessidade de
mesmo motosserras para vegetação B realizar todas as tarefas relacionadas com a
lenhificada muito desenvolvida) I sua manutenção e gestão até ao corte final.
O
M
Transporte da biomassa para parque de O rendimento retirado da floresta é superior E
A
biomassa situado a pequena distancia S
quando são aplicadas técnicas de gestão já x
S que pode ser obtido ao longo do tempo p
Produto oferecido: Biomassa em Bruto, lenho proveniente de cortes intermédios ou l
A
(resíduos resultantes de limpeza de matos final, com várias idades e portanto com o
desrramas, podas agrícolas.etc. diferentes dimensões e utilizações. r
a
ç
Promoção: Dar a conhecer os serviços aos A Exploração Florestal é o negócio clássico ã
habitantes locais e proprietários florestais e relacionado com a floresta. o
agricolas Trata-se de fazer o corte, preparação e
eventualmente o transporte da madeira F
Clientes para Resíduos florestais produzida na floresta, com a utilização de l
Parque de Recolha de Biomassa máquinas florestais. o
Centrais de Biomassa r
e
Investimento Inicial: Exemplos de Negócio: s
t
• Motorroçadora ƒ Corte e Abate de Material Lenhoso
a
• Motosserra ƒ Aluguer de Máquinas florestais
l
• Veículo de transporte ƒ Colheita de frutos e sementes
(Pequena camioneta)

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 23 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 24
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Análise Estratégica: Exploração Florestal


Pontos fortes (forças)/Pontos fracos (fraquezas) CORTE E ABATE DE MATERIAL LENHOSO
Oportunidades / Ameaças
Definição: Uma das operações clássicas
Força(Strength) Fraqueza (Weakness) E relacionadas com a floresta é o abate e
Grande quantidade de Dependente da gestão x comercialização da madeira.
floresta plantada da floresta para p Operações envolvidas: As operações E
obtenção de material de l relacionadas com a actividade são: Abate; x
Industria de utilização qualidade o
Corte de ramos traçagem Toragem; p
de madeira instalada r
Carrego; Transporte; Rechega e tratamento l
Dependente da gestão a
de sobrantes. o
Exportação de madeira do espaço florestal ç
Produto oferecido: material lenhoso, r
como um todo para a ã
torado nas dimensões pretendidas, a
diminuição do risco de o
ç
destruição da floresta desramado, e colocado
ã
F em local pronto a o
Oportunidade Ameaça(Threats) l transportar.
Opportunities o Meios Materiais F
Escassez de madeira no Incêndios florestais r
mercado Operações l
e
Pragas e doenças que Motomanuais: neste o
s
Aumento da procura de produzam o declínio das caso são utilizados utensílios motorizados de r
t
madeira árvores corte motosserras para efectuar abate onde e
a
não seja possível o uso de máquinas s
l
Aumento da indústria da Operações mecanizadas: Estas operações t
madeira a
podem ser necessárias para o abate, para a
l
rechega e transporte:
Existência de espécie
florestal particularmente
Clientes para madeira:
valiosa ou produtiva
Serrações, ajuntadores de lenha.

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 25 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 26
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Investimento Inicial: Exploração Florestal


Diversas Máquinas indispensáveis ás COLHEITA DE FRUTOS E SEMENTES
operações florestais, ou em opção o aluguer
de máquinas tais como: Definição: Esta operação consiste na
E
• Processador ou harvester - Realiza o recolha ou colheita de frutos ou sementes
x
abate corte dos ramos, a toragem, o E de diversas espécies florestais com vista ao
p
descasque e o empilhamento x seu processamento e conservação para l
• Desramador móvel ou estático- p posterior utilização na produção de plantas o
realiza o corte dos ramos das árvores l ou sementeira. r
o
abatidas. A espécie da árvore onde vão ser colhidas as a
r
• Mesa de processamento; realiza todas sementes vai condicionar a facilidade ou ç
a
as operações excepto o abate. dificuldade no acesso, e também a época de ã
ç
• Tractor arrastador ou tractor frutificação, as condições climatéricas e de o
ã
rechegador (skidder) - Tractores o acesso ao local têm importância no
F
equipados com quatro rodas motrizes, planeamento da actividade.
l
procedem à movimentação da carga F Operações envolvidas:
o
por arraste ou semi-arraste. l • Colheita de frutos e Sementes em r
Equipada com guincho, cabos ou com o árvores de produção e
garra hidráulica. r florestal, subida ás s
e
• Tractor agrícola adaptado ao trabalho árvores. t
s
florestal - Este tipo de tractor é • Acondicionamento e a
t
menos seguro e não suporta cargas armazenamento de frutos l
a
tão grandes como o florestal. l e sementes.
• Atrelado florestal, grua estilhaçador Definição do valor do produto:
ou descascador. Colheita de semente de árvores
• Tractor transportador ou tractor geneticamente seleccionadas com elevado
carregador – transportador poder produtivo.
(forwarder). Produto oferecido: Sementes e frutos
seleccionados (certificados).
Mercado e Concorrência: quantas
empresas com capacidade recolher semente
existem na região e que preços praticam?
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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Clientes para sementes e frutos


Viveiros de Produção de plantas florestais. Exploração Florestal
Empresas de plantação de árvores ALUGUER DE MÁQUINAS FLORESTAIS
Promoção:
Dar a conhecer a: E Definição: Este tipo de actividade destina-
• Viveiros florestais x se a disponibilizar o aluguer de máquinas e
• Empresas de plantação de árvores p equipamentos florestais que permitam cobrir E
l x
Investimento: Meios Materiais uma vasta gama de serviços nesta área.
o p
• O equipamento necessário depende do A empresa poderá oferecer serviço de
r l
tipo de colheita, que pode ser feita no a manutenção de máquinas, assim como
o
chão após a queda natural dos frutos ou ç pessoal qualificado e especializado no r
subindo ás árvores, sendo necessário: ã manuseamento das mesmas. a
• Escadas ou Plataformas telescópicas; o Operações envolvidas: ç
• Cordas; Aluguer de máquinas Florestais ã
• Vestuário de escalada: F Produto oferecido o
• Lâminas presas e cabos longos; l A valorização do produto depende da oferta
• Sacos o de serviços do tipo: F
r l
• Serras e tesouras de poda • Serviço de Manutenção,
e o
• Veículo apropriado para transporte das • Reboque de Máquinas
s r
sementes. t • Operadores/as de Máquinas qualificados
e
• Recipientes de transporte que permitam a Mercado e Concorrência: s
o arejamento das sementes, sacos para l - Quantas empresas de aluguer de Máquinas t
embalar com garantia de serem Florestais existem na região e que preços a
invioláveis, material de etiquetagem praticam? l
(tem que ser registada a proveniência
das sementes) Clientes para as Máquinas
• Local de armazenamento que garanta a Proprietários/as florestais
qualidade das sementes (controle de Conselhos Directivos de Baldios
temperatura e humidade) Empresas de transformação de Madeira
(serrações, celuloses...)

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 29 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 30
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Alguns dos factores a analisar e quantificar: Sazonais da Floresta


Proximidade aos potenciais clientes ENQUADRAMENTO GERAL
Distância a percorrer entre o local onde
estão estacionadas as máquinas e o cliente A floresta é um meio natural com múltiplos
E S
final produtos, que só é possível aproveitar em
x a
Localização mediante a distribuição da rede determinadas épocas do ano este facto pode z
p
viária l
ser uma vantagem quando a disponibilidade o
Custo do terreno de armazenamento das o e limitada ou por outro lado utilizando os n
viaturas r mesmos meios pode-se aproveitar mais do a
Promoção a que um recurso da floresta de forma a i
Dar a conhecer os serviços a: ç manter actividade ao longo do ano. s
Projectistas de investimentos florestais ã
o Existe uma grande variedade de usos que só d
Associações de Produtores Florestais
existem em determinadas épocas do ano. a
Investimento Inicial:
F Trata-se de aproveitar os mais diversos
Máquinas adequadas ás necessidades da F
l
zona de influencia do aluguer de máquinas e produtos da floresta, que muitas vezes são l
o
á capacidade financeira do investidor r
já utilizados em nome individual mas que o
Meios Materiais e podem ser rentabilizados pelas populações r
• Mesa de processamento Realiza todas as s locais. e
operações excepto o abate t s
• Desramador móvel ou estático a Exemplos de Negócio: t
• Processador ou harvester l ƒ Apanha de frutos e sementes a
• Tractor arrastador ou tractor rechegador ƒ Recolha de pinhas
(skidder)-. equipada com guincho, ƒ Plantação de árvores
cabos ou com garra hidráulica. ƒ Colheita de cogumelos
• Tractor agrícola adaptado ao trabalho
florestal
• Tractor transportador ou tractor
carregador (forwarder)
• Estilhaçador

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Sazonais da Floresta
Sazonais da Floresta
RECOLHA DE PINHAS
Análise Estratégica:
Pontos fortes (forças) / Pontos fortes (fraquezas)
S Definição: Negócio vocacionado para o S
Oportunidades / Ameaças a aproveitamento de um recurso energético a
z disponível e normalmente desperdiçado. z
Força (Strength) Fraqueza(Weakness) o Consiste na apanha de pinhas, o
n armazenamento de curta duração e n
Variedade de produtos Existe pouco controle a distribuição nos pontos de venda. a
da floresta, que se na produção de alguns i i
podem rentabilizar e destes produtos. s s
Operações envolvidas: apanha de pinhas
complementar. Escassez ou da floresta
Pode existir inexistência de d d
exclusivamente no determinado produto a a
Definição do valor do
local em questão. de exploração do
negócio no local F produto: F
l Este tipo de negócio está l
Oportunidade Ameaça (Threats) o vocacionado para uso doméstico o
(Opportunities) r no acendimento de lareiras, r
O desaparecimento do e poderá ser vendido directamente ao e
Grande procura de produto explorado por s consumidor ou colocado em supermercados s
produtos ligados à efeito de uma t t
locais ou em locais de venda de lenha.
natureza. catástrofe natural a a
Potencialidades locais Produto oferecido: Pinha para
(clima) para a
acendimento de fogões/lareiras de
produção de um
determinado produto particulares.
da natureza.
Qualidade da Pinha: Produto embalado em
quantidades práticas de transportar e de
utilizar

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Sazonais da Floresta
Clientes para pinhas: Particulares com PLANTAÇÃO DE ÁRVORES
lareira (zona limitada, por ex. pequena
cidade) Definição: A plantação e sementeira são as
S
operações finais de instalação de um
a S
Promoção: Dar a conhecer os serviços em: povoamento florestal.
z a
• Pequenos supermercados o z
• Aos particulares (entrega ao domicilio) n Operações envolvidas: o
a • Transporte das plantas (próprio ou n
Investimento i contratado) a
s • Plantação i
Meios Materiais • Mecanizada s
• Sacos para as pinhas (5 kg) d • Manual
• Viatura para a recolha e transporte a • Plantação d
• Máquina de coser sacos. a
• Preparação do terreno (solo)
F
• Espaço para armazenamento • Mecanizada
l F
• Viatura o • Manual l
r Produto : Plantação de árvores o
e r
s Definição do valor do produto: e
t Qualidade da plantação: Para garantir a s
a viabilidade da execução deste tipo de t
a
trabalho deve-se ter em consideração
alguns factores:
Garantir a proveniência das plantas e das
sementes
Assegurar o acondicionamento
Assegurar o transporte e o maneio das
plantas e sementes;
Escolher correctamente a época de
plantação

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Mercado e Concorrência: quantas Sazonais da Floresta


empresas com capacidade de plantar COLHEITA DE COGUMELOS
árvores , qual a dimensão da plantação, que
S Definição: A grande importância dos fungos
preços praticam?
a
na natureza é o papel de decompositor. Eles
z
Clientes para a plantação de árvores o
crescem sobre a matéria orgânica, restos de S
• Proprietários Florestais vegetais e animais, assimilando-os e, a
n
• Conselhos Directivos de Baldios transformando-os em substâncias mais z
a
simples para serem absorvidos pelos o
• Câmaras Municipais (jardins) i
n
s vegetais, permitindo assim, a reciclagem
a
Promoção dos elementos da natureza. Este recurso da i
d floresta pode ser aproveitado recolhendo
Dar a conhecer os serviços a: s
a cogumelos comestíveis, e pode ser
Proprietários florestais - Através das rentabilizado recorrendo à “sementeira” d
F
associações de proprietários daqueles que forem economicamente mais a
l
Conselhos Directivos de baldios - Através o
rentáveis. A “sementeira” só é possível para
das Associações de Baldios certo tipo de cogumelos, quando estão F
r
presentes a determinadas espécies de l
e
árvores. o
Investimento Material: s
r
• Tractor agrícola adaptado ao trabalho t
e
florestal a Operações envolvidas na Apanha de s
• Alfaias apropriadas para a preparação do cogumelos; t
solo para plantação É necessário ter a
• Enxadas conhecimentos
• Pás e picaretas específicos para
• Bengalas de plantação reconhecer e apanhar
• Furador plantador cogumelos de
qualidade.
Também necessário conhecer as regras de
colheita de cogumelos e as técnicas de
acondicionamento e conservação.

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Sazonais da Floresta
Clientes: Restaurantes, supermercados, APICULTURA
lojas de produtos tradicionais.
Esta actividade está directamente
S
Mercado e Concorrência: quantas relacionada com a floresta já que o alimento
a
empresas com capacidade e conhecimento z das abelhas depende do estrato arbóreo e
de campo para reconhecer e colher arbustivo, também a localização das S
o
cogumelos, qual a dimensão da plantação, colmeias deve ser em áreas florestais: a
n
que preços praticam? O mel é um produto elaborado pelas abelhas z
a
o
i a partir do néctar recolhido nas flores. No
n
Investimento Material: s entanto um apiário não produz apenas mel, a
Cestos para apanha podendo também ser aproveitado, o pólen, i
Facas d a geleia real o propólis e a cera. s
Recipientes para a
transporte (arejados) Para instalar o seu apiário, deve ser d
F
Sala de refrigeração: Em produção não encontrado o local apropriado com a
l
muito grande podem-se utilizar frigoríficos, o características específicas:
caso contrário, é necessário existir salas Existência de uma boa variedade florística, F
r
refrigeradas. apícola na vizinhança. Isso garante uma boa l
e
o
s produção de mel durante o
r
Clientes, Mercado e t ano; e
Concorrência: quantos a Existência de água potável s
produtores de mel, qual a de boa qualidade. Caso não t
dimensão da produção que exista terá que ser feito um a
preços praticam? bebedouro;
Local de fácil aceso e muito alto. Para uma
maior comodidade do apicultor e não
sobrecarregar as abelhas quanto à colheita
do néctar;

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

DICAS GERAIS AO EMPREENDEDOR/A


Meios Materiais
Depois de encontrar o local para instalar o CONSTITUIÇÃO DA FIRMA
apiário é necessário obter todo o material D
Depois de escolhido o Negócio, há que i
apropriado para esta actividade. S
a constituir a Firma. c
• Colmeias e enxames a
• Alças e ninhos e estrado para colmeia, z A forma mais expedita será dirigir-se a um
o s
agasalho para colmeia CFE (Centro de formalidades de Empresas)
n
• Grade excluidora, entrada para colmeia, Os Centros de Formalidades das Empresas G
a
entrada para núcleo i (CFE) são serviços de atendimento e de e
• Fumigador s prestação de informações aos utentes que r
• Alimentador a
têm por finalidade facilitar os processos de i
Em local apropriado fora do apiário d
(armazém) deve ser colocado material a
constituição, alteração ou extinção de s
diverso para a manutenção e empresas e actos afins. Pode informar-se na
F a
processamento dos produtos das abelhas, Conservatória do Registo Comercial mais
l o
tal como: próxima.
• Aparelho eléctrico soldar cera o
r Quanto custa criar a sua empresa ? E
• Caldeira eléctrica para derreter cera m
e
• Raspador levanta quadros s Custos Médios de constituição de uma Sociedade Comercial p
• Prensa t (Exemplo para capital social de cerca de 5000€), r
• Caldeira para cozer cera a “ Valores médios” e
• Extractor e
Registo Nacional de Pessoas Colectivas (RNPC) 70 € n
• Coador mel
d
• Bidão de aço inox ou plástico Cartório Notarial 200 €
e
• Frascos e tampas DGCI/DGITA – Cartão de Identificação Fiscal/ Pessoa
d
20 €
Promoção do mel, própolis cera: Colectiva
o
Revendedores de alimentação, lojas de Conservatória do Registo Comercial 200 € r
produtos para a saúde TOTAL 500 € /
a

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Depois de definir qual o negócio que Esse investimento vai constituir o activo fixo
pretendemos, é muito importante avaliar D ou activo imobilizado da empresa, sendo
i constituído pelos bens que têm um carácter D
com o máximo rigor os Meios Financeiros i
c de permanência, isto é, aqueles que a
Materiais e Humanos necessários à a empresa pretende manter por mais do que c
execução da Ideia, para que tenha sucesso. s a
um exercício económico.
s
G É igualmente necessário prever o valor
Meios Financeiros Materiais e Humanos G
e
Tomada a decisão de criar uma nova necessário em Fundo de Maneio. e
r
empresa é imprescindível definir com o a r
máximo rigor e, também, com alguma i De seguida, tem de saber como vai financiar a
s esse investimento, isto é, quais são as i
margem de segurança as somas necessárias s
fontes de financiamento a que vai
para a concretização dos objectivos a recorrer.
previstos, sendo também muito importante o a
o
encontrar as respectivas fontes de Por fim, deve estabelecer o seu Plano de
E Exploração.
financiamento. E
m
p m
O montante de investimento necessário Nas páginas seguintes encontrará algumas p
r
e “dicas” sobre cada um destes aspectos. r
corresponde, de uma forma simplificada, ao
e e
somatório das seguintes despesas: e
n
d n
Antes de mais, tem de saber qual o e d
d e
investimento inicial, isto é, o que vai
o d
precisar para poder iniciar a actividade
r o
(terreno, instalações, equipamentos, r
/
mobiliário, etc) e quanto custam. /
a
a

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Além do activo fixo ou imobilizado, a


Plano de Investimento ou Investimento empresa tem ainda de prever uma verba
Inicial para assegurar o funcionamento da D
D i
Deve começar por identificar tudo o que actividade.
i c
necessita de adquirir para poder avançar c
com o negócio escolhido e saber quanto a
a s
custa cada um desses bens. s O Fundo de Maneio é o montante
necessário para assegurar a actividade
G
Esse investimento é organizado de acordo G normal da empresa. Na prática, o Fundo de e
com a respectiva natureza, isto é: e Maneio destina-se à cobertura financeira do r
r dia-a-dia da sua empresa (adquirir a
Despesas de constituição a mercadorias e/ou matérias-primas, dar i
(elaboração de estatutos, i crédito a clientes, etc.), de modo a que s
declarações, registos, s
publicações obrigatórias,
possa cumprir os compromissos assumidos.
....) Investimento a
a o
Trespasses, propriedade em capital o Se obtiver crédito dos seus fornecedores,
industrial e outros fixo pode necessitar de menos Fundo de Maneio.
direitos, estudos e E
incorpóreo E Por outro lado, se conceder crédito aos seus
projectos, despesas de m
arranque e ensaio, m clientes ou se tiver muito valor investido em p
recrutamento, formação p matérias-primas (à espera para serem r
de pessoal e publicidade r consumidas no ciclo de produção) ou em e
e mercadorias (compradas e à espera de e
Terreno, edifícios e serem vendidas) irá necessitar de ter um n
(construção, remodelação Investimento n
ou aquisição), máquinas e maior Fundo de Maneio. d
em activo d e
equipamentos de e
produção, de transporte e fixo corpóreo Em função do negócio que pretende iniciar, d
d o
administrativos, mobiliário tem de ponderar bem todos estes aspectos,
o r
r pois influenciam significativamente as suas
/
/ necessidades de Fundo de Maneio. a
a

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Imprevistos – destinam normalmente a Fontes de Financiamento


D
pequenos gastos que não estavam previstos Sabendo o montante de investimento que
i D
para o normal funcionamento do negócio. c precisa de realizar para poder arrancar com i
a o negócio escolhido, tem agora de definir c
s como vai financiar esse investimento. a
Ainda uma última nota relativamente ao s
G As fontes de financiamento do investimento
investimento inicial. Dependendo do tipo de
e mais comuns são as seguintes: G
actividade que vai desenvolver e do r e
• Fundos próprios dos/as sócios/as
investimento a realizar, o período de a
(resultado de poupanças pessoais, de r
investimento pode ser mais ou menos longo. i a
familiares ou amigos);
s i
• Empréstimos bancários (a médio e longo s
Nalguns casos, pode iniciar a actividade sem a prazo);
ter concluído todo o investimento (por o • Crédito de outras instituições (a médio e a
longo prazo), tais como crédito de o
exemplo, se ainda lhe falta adquirir uma
E fornecedores (de equipamentos, por
máquina, mas já tem outros equipamentos), m E
exemplo), leasing mobiliário
mas noutros casos tal não é possível (ex: se p (equipamentos) e imobiliário m
vai realizar transporte de lenha, enquanto r (instalações), aluguer de longa duração p
e r
não tiver viatura não pode trabalhar). (viaturas), ...
e e
• De acordo com a fonte de financiamento,
n e
Analise devidamente esta questão, de modo d assim são designadas as origens do n
a saber quanto tempo necessita para e capital que tem de mobilizar para o d
efectuar o investimento e qual o prazo d negócio: e
razoável para poder iniciar a actividade. o • Capital próprio: correspondem aos fundos d
r próprios dos/as sócios/as (poupanças o
/ pessoais, de familiares ou amigos); r
a • Capital alheio: empréstimos obtidos junto /
de instituições bancárias ou outras. a

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Para algumas actividades existe a Tal permite “integrar” o factor tempo na


possibilidade de obter subsídios (apoios análise da viabilidade do negócio, visto que D
D
financeiros) ao investimento. Contacte as a abertura de uma actividade não produz i
i
organizações associativas ligadas ao sector c
resultados imediatos (demora sempre algum c
florestal para obter mais informações sobre a tempo, por vezes mais de um ano a angariar a
esta possibilidade. s e fidelizar clientes que garantam o volume s
de facturação necessário à viabilidade do
G negócio; este aspecto varia de negócio para G
e negócio, em função de diversos aspectos, e
Plano de Exploração r
r tais como a concorrência, sua capacidade
a a
Elaborar o plano de exploração é identificar comercial, preço e condições de venda do i
i produto ou serviço).
e quantificar os custos e proveitos s s
previsionais. Na prática, isto quer dizer
que tem de prever quanto vai gastar e que a
Ao elaborar o Plano de Exploração, faça as a
rendimento espera vir a obter, como o contas aos Custos e aos Proveitos mensais. o
resultado da sua actividade. Depois é só multiplicar esses valores pelo
E número de meses de actividade previstos E
m para cada ano. m
A partir da análise desses dados poderá
p p
então decidir se o negócio é viável ou não. r
r Se estiver a pensar num ou mais negócios
e e
Em princípio, ninguém se aventura num sazonais, seja realista no número de meses e
e em que pode, de facto, desenvolver cada
negócio, qualquer que ele seja, se os custos n n
forem superiores aos proveitos. Claro que o actividade. d
d
factor tempo também é importante, pois é e e
sabido que, às vezes, mesmo um bom d Em relação ao primeiro ano, sabendo qual o d
negócio demora algum tempo a “dar frutos”. o período que vai necessitar para realizar o o
r investimento, pode saber quantos meses de r
/ actividade pode considerar para a /
Por esse motivo, quando se pretende lançar
a exploração nesse ano. O ano de a
um novo negócio, faz-se um plano de
exploração anual, mas contemplam-se investimento é normalmente considerado o
sempre pelo menos 3 anos de actividade. ano 0, que pode ou não coincidir com o
início de actividade.

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Faça uma lista, com a identificação dos bens


Proveitos (produtos e/ou serviços) ou grupos de bens
D
que tenciona vender, indicando a
D i
Correspondem essencialmente à facturação quantidade mensal e o respectivo preço de c
i
pela venda de bens e / ou prestação de venda, multiplicando esses dois factores a
c
serviços da sua empresa. Por isso, são a obten o volume de facturação previsto por s
designados por proveitos operacionais. s mês.
Tendo em conta o número de meses de G
Para poder calcular estes proveitos tem de G actividade em cada ano, obterá o valor e
saber, antes de mais, quais os preços que e anual de facturação. r
vai praticar e a quantidade de bens que vai r a
vender e/ou serviços que vai prestar. a Custos i
i s
São os gastos que terá para poder
s
Em princípio, quando iniciou a sua reflexão concretizar a actividade, isto é, obter os a
sobre a Ideia de Negócio (ver primeira parte proveitos acima descritos. o
a
deste Guia), respondeu já a algumas dessas o • Custos operacionais:
questões (quem são os meus potenciais São os custos inerentes à actividade E
clientes ? o que distingue os meus produtos E normal da empresa. m
/ serviços da concorrência ? quais são os m Embora deva ter em conta o ramo de p
preços praticados pelos concorrentes ? que p negócio, há determinados custos que r
preço estão os clientes dispostos a pagar ? r estão quase sempre presentes: custo das e
que quantidade irão comprar ? ...). e mercadorias vendidas (Ex: lenha, se for e
e n
comprada para venda posterior), e das
n d
Se ainda não tiver todas essas informações, matérias consumidas (Ex: embalagens, e
d
terá de as obter neste momento, de modo a adubos), custos com pessoal d
e
poder estabelecer o seu plano de facturação. d (remunerações e encargos sociais o
Na prática, trata-se de saber o que vai o obrigatórios, incluindo os do/a r
vender (que produtos e / ou que serviços), r empresário/a), fornecimentos e serviços /
quanto vai vender (unidades) e qual o preço / externos (Ex: água, electricidade, a
unitário de cada produto. a combustível, renda de instalações,
material de expediente, honorários de
contabilista, gastos com publicidade),
etc.
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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Os custos de exploração podem ser fixos VIABILIDADE ECONÓMICO-FINANCEIRA DO


(ex: renda das instalações) ou variáveis em NEGÓCIO:
função do volume de actividade (ex: D D
consumo de combustível). i Quando os valores do investimento o i
No entanto, tal depende da natureza do c justificam, a análise e justificação da c
próprio negócio. Ao analisar os custos que a viabilidade económico-financeira deve ser a
s s
vai ter no negócio, irá verificar quais são os realizada por alguém com competências na
fixos e os variáveis. Assim, quando está a área de projectos e análise de investimentos G
G
fazer esta previsão tem de ter em atenção (Ex: economista). e
e
que ao aumentar a actividade (e os r r
proveitos daí decorrentes), deve aumentar a No entanto, mesmo antes de contratar um a
proporcionalmente os custos variáveis i especialista nesta área, o/a empreendedor/a i
associados. s deve ter uma noção se o negócio é ou não s
viável.
Custos financeiros: a a
Se vai recorrer ao crédito (por exemplo o Uma das formas de poder tirar essa o
bancário), tem ainda de considerar os conclusão é comparar a sua estimativa de
E E
custos financeiros correspondentes aos proveitos e de custos para os primeiros 3 m
m
financiamentos obtidos (juros que vai ter de anos de actividade. p
p
pagar periodicamente). r r
e Antes de mais, verifique se os pressupostos e
Em suma, faça uma lista exaustiva dos e em que se baseou são realistas e confira os e
custos que irá ter na actividade que n cálculos efectuados. n
pretende desenvolver e a estimativa de d d
valor mensal. A partir desses dados pode e De seguida, compare os resultados a que e
calcular os seus custos previsionais para os d chegou: d
o o
primeiros 3 anos de actividade. Ano Ano Ano Ano
r 0 1 2 3 r
/ Proveitos (A) /
Quanto mais elevados forem os seus a
encargos mensais, maior é o valor que a Custos (B)
necessita de ter disponível todos os Resultados
meses, isto é, mais tem de facturar ! (A) - (B)

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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Se chegar à conclusão que os seus Obrigações do/a empresário/a:


resultados são sempre negativos, isso D
significa que tem sempre prejuízo, ao longo i O primeiro dever de um/a empresário/a é o D
dos 3 anos de actividade. c cumprimento de toda a legislação em vigor. i
Claro que esse prejuízo pode resultar de a Nunca é demais recordar que o c
factores distintos (custos da actividade s desconhecimento da lei não justifica o a
muito elevados ou proveitos são muito seu incumprimento ! s
reduzidos), mas é certo que não é uma G
e G
perspectiva favorável. Nesse caso, vale mais Existe legislação que é aplicada a todas as
r e
desistir da ideia de avançar com o negócio. actividades económicas em geral (legislação
a r
i laboral, fiscal, ambiental, etc.) e outra, a
a
s legislação específica, que incide apenas i
Pelo contrário, se esses resultados são sobre algumas áreas ou sectores de s
positivos e crescentes, isso significa que o a actividade (ex: actividade suberícola, fogo
negócio pode ser rentável e consistente. o controlado na floresta). a
É sempre prudente recordar que o
provavelmente haverá custos que não foram E Como a legislação se encontra normalmente
considerados na análise sumária que m dispersa e é pouco acessível, em termos de E
p m
efectuou e que podem afectar o resultado compreensão e respectiva aplicação prática,
r p
final. Por outro lado, sobre esses resultados recomendamos o contacto com as
e r
ainda irá ter de pagar IRC (Imposto sobre o e organizações ligadas ao sector florestal.
e
Rendimento das Pessoas Colectivas) o que n Estas organizações podem apoiá-lo/a e e
irá reduzir o resultado líquido final. d orientá-lo/a também nesses domínios. n
e d
Agora, cabe-lhe a si decidir se está ou não d Antes de iniciar a actividade, o/a e
disposto a investir o seu capital nesse o empresário/a deve estar ainda devidamente d
negócio! r informado/a sobre todos os procedimentos o
/ legais obrigatórios (tais como abertura da r
a /
actividade nas Finanças, inscrição da
a
empresa e de trabalhadores na Segurança
Social, etc.).

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 55 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 56
Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Estas informações podem ser obtidas nos Esta informação pode ser obtida nos
Centros de Formalidades de Empresas ou serviços locais da Segurança Social ou D
nas organizações do sector. D através da Internet. i
i c
Além desses procedimentos inerentes ao c • Descontos efectuados aos trabalhadores: a
a s
início de actividade, o/a empresário/a fica A entidade patronal é obrigada a efectuar
s
ainda obrigado/a a cumprir um conjunto de os descontos para a Segurança Social
G
obrigações periódicas. G
aos seus trabalhadores, no acto de e
e pagamento das respectivas r
A título meramente exemplificativo, eis r remunerações. A taxa geral aplicável a
algumas das responsabilidades periódicas a para os trabalhadores por conta de i
do/a empresário/a: i outrém é de 11% sobre o valor da s
s remuneração, existindo redução de taxa
Contribuições para a Segurança Social para determinadas situações previstas na a
• Contribuições da entidade patronal: a lei (Ex: pessoas portadoras de o
A entidade patronal está igualmente o deficiência). No caso dos membros dos
E
sujeita ao pagamento de contribuições orgãos estatutários das pessoas
E m
para a Segurança Social. m
colectivas (Ex: gerente), a taxa aplicável p
Para as entidades com fins lucrativos, a p é de 10% sobre o valor da respectiva r
taxa geral aplicável para os r remuneração. e
trabalhadores por conta de outrém é de e e
23,75% sobre o valor da respectiva e As contribuições para a Segurança Social n
remuneração. No caso de gerentes, a n (montante descontado aos trabalhadores + d
contribuição a pagar pela entidade d contribuição por conta da entidade e
patronal é de 21,75% sobre o valor da e patronal), têm de ser entregues ao Estado d
d o
respectiva remuneração. até ao dia 15 do mês seguinte a que
o r
Estão previstas situações específicas em respeitam as referidas remunerações.
r /
que a entidade patronal pode solicitar / a
redução ou mesmo dispensa de a
pagamento de contribuição para a
Segurança Social.

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GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 57 GUIA DE EMPREENDEDORISMO NA FLORESTA 58
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• IVA – Imposto sobre o Valor


Obrigações fiscais: Acrescentado
Em termos simplificados, o IVA é um D
• IRS – Imposto sobre o Rendimento imposto que incide sobre o valor i
das pessoas Singulares acrescentado por cada agente económico c
D
Como a própria designação indica, este no processo produtivo. Cada vez que se a
i
s
imposto incide sobre o rendimento das c vende um bem ou um serviço sujeito a
pessoas singulares. A fonte de a IVA, a respectiva factura apresenta o
G
rendimento dos trabalhadores por conta s valor da venda e o valor do imposto que e
de outrém são as suas remunerações, é cobrado ao cliente. Esse valor embora r
pagas mensalmente, pelo que o imposto G seja cobrado pela empresa, destina-se a a
respectivo é retido também e ser entregue ao Estado. i
r
mensalmente. Enquanto consumidores finais, todos s
a
i somos sujeitos passivos de IVA
A entidade patronal é pois obrigada a (pagamos o imposto, sem ter qualquer a
s
reter o IRS dos seus trabalhadores, no direito à sua devolução). o
acto de pagamento das respectivas a No caso das empresas, na sua qualidade
E
remunerações. o de agentes económicos geradores de
m
rendimento, a situação é distinta. p
Anualmente, é publicada uma tabela E Quando efectuam compras de bens e r
relativa às retenções na fonte, de acordo m serviços para poderem produzir, pagam e
com o escalão de remuneração e a p o IVA relativo a essas aquisições. Nas e
r
situação do contribuinte (isto é, do/a suas vendas, pelo contrário, cobram IVA n
e
trabalhador/a). É com base nessa tabela aos seus clientes. Regularmente d
e
oficial que são efectuadas as retenções “acertam” as contas com o Estado, e
n
de IRS na fonte. relativamente ao IVA. Na prática, o d
d
o
e cálculo é simples: somam-se todos os
r
O montante retido aos trabalhadores tem d valores de IVA cobrados aos clientes; de
/
de ser entregue ao Estado, pela o seguida somam-se todos os valores de a
respectiva entidade patronal, até ao dia r IVA pagos aos fornecedores; a diferença
20 do mês seguinte a que respeitam as / entre os primeiros e os segundos
referidas remunerações. a corresponde ao valor a entregar ao
Estado.
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Florestar – Sustentabilidade da Floresta Florestar – Sustentabilidade da Floresta

Quando inicia uma actividade económica, • IRC – Imposto sobre o Rendimento


o/a empresário/a procede à abertura da das pessoas Colectivas
referida actividade nas Finanças, sendo D As entidades que exercem a título
então estabelecida a sua situação face ao i principal uma actividade de natureza D
c i
IVA (isento, com direito a dedução, ...). comercial, industrial ou agrícola estão
a c
Nesse momento, é igualmente fixado o sujeitas ao imposto sobre o rendimento a
s
respectivo regime de pagamento do das pessoas colectivas (IRC). s
imposto (que pode ser mensal ou
G
trimestral, em função do volume de e O IRC incide sobre os rendimentos G
facturação previsto). r obtidos, no período de tributação, pelos e
a respectivos sujeitos passivos. r
Regime mensal Æ Enviar a declaração i O IRC é devido por cada exercício a
e proceder ao respectivo pagamento até s económico, que em Portugal coincide i
1 mês e 20 dias após o mês a que com o ano civil. s
respeita a mesma. a O IRC a pagar é calculado em função da
o a
matéria colectável e a taxa geral o
Exemplo: aplicável é de 25%.
E
A declaração relativa ao mês de Janeiro de A matéria colectável é, em regra, E
m
um determinado ano, tem de ser enviada e determinada com base na declaração do m
p
pago o respectivo montante até ao dia 20 de contribuinte, sem prejuízo do respectivo p
r
Março desse mesmo ano. controlo pela administração fiscal. Isso r
e
e permite que as empresas sejam e
Regime trimestral Æ Enviar a n tributadas pelo respectivo lucro real e
declaração e proceder ao respectivo d efectivo, calculado com base na sua n
pagamento até 1 mês e 20 dias após o e d
contabilidade.
trimestre a que respeita a mesma. d e
o d
r o
Exemplo:
/ r
A declaração relativa ao 1º trimestre de
a /
um determinado ano, tem de ser enviada e
a
pago o respectivo montante até ao dia 20
de Maio desse mesmo ano.

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Pagamento do IRC:
Ao longo do ano, as empresas efectuam D Responsabilidade do/a empresário/a:
pagamentos por conta de IRC. i As empresas para poderem ter contabilidade D
Os pagamentos por conta correspondem c organizada recorrem aos serviços de um/a i
a uma antecipação parcial do valor do a Técnico/a Oficial de Contas. Este/a c
imposto que será devido no final do s profissional assegura, normalmente, a a
exercício económico. Em termos elaboração da contabilidade e a s
simplistas, trata-se de pagar pelo menos G apresentação de declarações e demais
e G
75% do referido imposto ao longo do ano documentos fiscais. No entanto, a
r e
(em 3 prestações, em Julho, Setembro e responsabilidade continua a ser do/a
a r
Dezembro). i empresário/a, pelo que aconselhamos a
Em Maio do ano seguinte, é apurado o s vivamente que se mantenha informado/a e i
resultado do exercício anterior e o valor actualizado/a sobre estas questões. s
total de IRC a pagar ao Estado. Nesse a
Pode obter mais informações sobre questões
momento, deduzem-se os valores já o a
fiscais contactando a sua repartição de o
pagos por conta ao longo do ano,
E Finanças ou através da Internet
pagando-se então apenas o valor
remanescente. m E
p m
r p
e r
Declaração Anual de IRC e e
Durante o mês de Maio, as empresas n e
têm de entregar a Declaração Anual IRC d n
(Modelo 22 e respectivos anexos) e d
relativa ao ano anterior. Nesse momento, d e
é pago o imposto ainda em falta, isto é, o d
a diferença entre o imposto total aí r o
calculado e as importâncias já entregues / r
a /
por conta.
a

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Informação complementar
Para obter mais informação sobre questões
Para obter mais informação sobre aspectos D
i
relacionadas com o sector florestal, pode
de interesse geral, pode consultar os c consultar as seguintes entidades:
seguintes sítios Internet: a
s FORESTIS - Associação Florestal de Portugal
Portal do Cidadão: www.portaldocidadao.pt Tel.:222073130
G www.forestis.pt
e
Portal da Empresa: www.portaldaempresa.pt r
a BALADI – Federação Nacional dos Baldios
Finanças - Direcção-geral das Contribuições e i Tel.: 259348151
Impostos (DGCI): s Baladi.baldios@gmail.com
www.dgci.min-financas.pt
www.e-financas.gov.pt a
FENAFLORESTA - Federação Nacional das
o
Segurança Social – www.seg-social.pt Cooperativas de Produtores Florestais
E Tel.: 218118065
Ministério da Economia e Inovação: m www.confagri.pt
www.iapmei.pt p
r FPPF - Federação dos Produtores Florestais de
Instituto António Sérgio Sector Cooperativo e Portugal
e
(INSCOOP): www.inscoop.pt Tel:217122290
n
d www.fpfp.pt
Associação Nacional dos Jovens Empresários e
(ANJE): www.anje.pt d IFAP – Instituto de Financiamento da
o Agricultura e Pescas
r www.ifap.min-agricultura.pt
/
a
DGRF – Direcção Geral dos Recursos Florestais
www.dgrf.min-agricultura.pt

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