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c u lt
Capa_PoliticaeGestaoCultural_CURVAS.indd 1 06/09/13 13:23
Cult13_PoliticaeGestaoCultural.indb 10 17/09/13 10:50
Polític a e Gest ão Cultur al:
per spec tiv a s Br a sil e Fr anç a
apoio
Eduardo Marques,
Florence Pinot de Villechenon
& Lílian Lustosa
(Cola boradore s)
edufba
s a lva d o r , 2 0 1 3
ISBN: 978-85-232-1105-9
Trabalhos apresentados no Seminário Internacional França-Brasil: política
e gestão cultural - olhares cruzados realizados na FGV, no período de 03 e 04 de
maio de 2010.
editor a filiada à:
11
O lhar e s cr uz ados s obr e p olític a e g e st ão cultur al:
de s f a zendo mit os
Frederico Lustosa da Costa
23
Cul t ur a , p o lít i c a e c o o p e r a ç ã o int e r n a c i o n a l : a p o lít i c a
c ul t ur a l int e r n a c i o n a l d a F r a n ç a
Jean-Claude Moyret
1
E st ado e Cultur a – Polític a ou
p olític a s cultur ais no Br a sil?
35
P o lít i c a s c ul t ur a i s n o B r a s il d o s é c ul o X X I : c e n á r i o s e d e s a f i o s
Lia Calabre
51
P o lít i c a s c ul t ur a i s : e s t a d o d a a r t e n o B r a s il
Antonio Albino Canelas Rubim
73
Te n d ê n c i a s r e c e nt e s d a s p o lít i c a s c ul t ur a i s n o B r a s il
Afonso Luz
11
Cultur a , E conomia e M er c ado
145
A l g um a s n o t a s s o b r e e c o n o mi a d a c ul t ur a
Paulo Miguez
159
Cul t ur a , t e r r it ó r i o e d e s e nvo l v im e nt o : a b a c i a c ul t ur a l
c o m o c o n c e it o e e s t r at é g i a
Frederico José Lustosa da Costa
195
A n o v a din â mi c a d o m e r c a d o t e c n o l ó g i c o b r a s il e ir o :
o c o n f lit o e nt r e di s t r ib ui d o r e s e p r o du t o r e s
d e c o nt e ú d o
Yann Du z e r t
Murillo Dias
Fabiana Camera
203
E c o n o mi a e s o c i o l o g i a d a c ul t ur a : p o t e n c i a l d a p a r c e r i a
F r a n ç a B r a s il
José Carlos Durand
211
A e x p e r i ê n c i a b r a s il e ir a n a c o n s t r u ç ã o d e in f o r m a ç õ e s
e in di c a d o r e s c ul t ur a i s
Cristina Pereira de Car valho Lins
111
G e st ão d a Cultur a , G e st ão na Cultur a
e G e st ão p ar a a Cultur a?
261
Admini s t r a r a c ul t ur a ?
Her mano Roberto Thir y-Cherques
277
D i ve r s i d a d e c ul t ur a l e g e s t ã o : a p o nt a m e nt o s p r e limin a r e s
José Márcio Bar ros
287
A g e s t ã o d a s mí di a s e d a c ul t ur a n a E ur o p a : p e r s p e c t i v a s
p a r a um a a b o r d a g e m c o mp a r a d a
Ghislain Deslandes
M a r i e - P i e r r e F e n o l l -Tro u s s e a u
313
A repercussão dos projetos sobre os negócios: o caso
d a s o r g a niz a ç õ e s mi di át i c a s e c ul t ur a i s
Ghislain Deslandes
Thierry Boudès
355
C e nt r o Cul t ur a l B a n c o d o B r a s il : g e s t ã o e inve s t im e nt o
e m c ul t ur a
Marcos Mantoan
*
Doutor em Gestão pelo ISCTE
(Lisboa), é professor do Programa
A prolongada parceira entre a Fundação Getulio de Pós-graduação em
Vargas (FGV), através de sua Diretoria Interna- Administração (PPGAd) da
Universidade Federal Fluminense
cional e da Escola Brasileira de Administração (UFF) e professor colaborador da
Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi
Pública e de Empresas (EBAPE), e a ESCP Europe professor visitante do Instituto
(École de Commerce de Paris), iniciada em 2001, Superior de Ciências do Trabalho e
da Empresa (ISCTE), em Lisboa, e
ensejou uma profícua colaboração entre as escolas da École Superieur de Commerce
de Paris (ESCP Europe). É autor dos
da FGV e o complexo europeu que tem permitido livros A persistência da desigualdade
a realização de inúmeros eventos e a publicação de (BNB,1992), Reforma do Estado e
contexto brasileiro (Editora da FGV,
o l h a r e s c r u z a d o s s o b r e p o l í t i c a e g e s t ã o c u l t u r a l 1 3
o l h a r e s c r u z a d o s s o b r e p o l í t i c a e g e s t ã o c u l t u r a l 1 5
1 6 f r e d e r i c o l u s t o s a d a c o s t a
o l h a r e s c r u z a d o s s o b r e p o l í t i c a e g e s t ã o c u l t u r a l 1 7
1 8 f r e d e r i c o l u s t o s a d a c o s t a
o l h a r e s c r u z a d o s s o b r e p o l í t i c a e g e s t ã o c u l t u r a l 1 9
o l h a r e s c r u z a d o s s o b r e p o l í t i c a e g e s t ã o c u l t u r a l 2 1
Jean-Claude Moyret*
*
Cônsul Geral da França
no Rio de Janeiro
No contexto deste diálogo bilateral entre Brasil e
França sobre política e gestão cultural, esta inter-
vencção tem o propósito de de examinar a política
cultural francesa com um olhar sobre a sua impli-
cação internacional e, em particular, na relação
com o Brasil.
O tema é revestido de uma dupla atualidade.
Na França, um grande debate está em curso sobre os
fundamentos e as modalidades da política cultural
exterior. No Brasil, um grande encontro cultural,
2 4 j e a n - c l a u d e m o y r e t
c u l t u r a , p o l í t i c a e c o o p e r a ç ã o i n t e r n a c i o n a l 2 5
2 6 j e a n - c l a u d e m o y r e t
c u l t u r a , p o l í t i c a e c o o p e r a ç ã o i n t e r n a c i o n a l 2 7
2 8 j e a n - c l a u d e m o y r e t
c u l t u r a , p o l í t i c a e c o o p e r a ç ã o i n t e r n a c i o n a l 2 9
c. A respeito do Brasil.
Em 2005 foi organizado com grande êxito um Ano do Brasil
na França. Devia-se então organizar a operação de retorno no
Brasil. Essa teve um impacto muito forte pois se inseriu numa
relação política franco-brasileira renovada e fortalecida: a par-
ceria estratégica. Nessa parceria, os dois países compartilham
uma visão comum da evolução do mundo, do sistema multila-
teral das Nações Unidas, das respostas coletivas a dar aos gran-
des problemas (epidemias, superaquecimento climático...).
Desemboca em uma parceria militar.
3 0 j e a n - c l a u d e m o y r e t
d. As características da operação.
O Ano da França no Brasil pode se resumir da seguinte ma-
neira: 500 manifestações oficiais, 340 projetos artísticos, 135
projetos acadêmicos e científicos, 80 projetos de cunho econô-
mico. O orçamento se elevou a 50 milhões de Euros, contando
com uma mobilização muito importante das empresas brasi-
leiras e francesas.
A França expõe seu patrimônio (Chagall, Houdon, Yves
Saint Laurent) e suas criações contemporâneas (Sophie Calle,
teatro de vanguarda). A manifestação foi inaugurada com uma
queima de fogos, se abre aos laços com a África e se insere tam-
bém no Carnaval do Rio com a escola Grande Rio que prestou
homenagem à França.
A diversidade dos eventos é lembrada pelo tema da comuni-
cação “A França muito além do que você imagina”.
Além da diversidade, foi também enfatizada a parceria entre
artistas dos dois países que trabalhavam juntos, cada cultura se
enriquecendo com esse diálogo.
Conclusão
Ao terminar esta reflexão, é impossível deixar de observar um
paradoxo.
O Ano da França no Brasil se insere finalmente na grande tra-
dição intelectual francesa: é ligada a um verdadeiro projeto polí-
tico (a parceria estratégica onde o Estado desempenha um papel
importante), a diplomacia estando também incluída. Está ampla-
mente aberta a questões universitárias e econômicas.
c u l t u r a , p o l í t i c a e c o o p e r a ç ã o i n t e r n a c i o n a l 3 1
3 2 j e a n - c l a u d e m o y r e t
Lia Calabre*
*
Doutora em história (UFF).
Pesquisadora do setor de Estudos de
Hoje, ao findar a primeira década do século XXI, Política e Culturas Comparadas da
apresentar como tema central de uma pesquisa Fundação Casa de Rui Barbosa
– Minc e professora dos MBA de
ou de um artigo a análise de políticas culturais vai Gestão e produção Cultural da FGV/
RJ e da UCAM. Membro do
tornando-se um fato mais comum. A presença e a Conselho Científico Cultural do
atuação do Estado, dentro do campo da cultura, é Centro de Estudos Multidisciplinares
em Cultura – UFBA. Autora de
uma problemática que está cada vez mais integra- Políticas Culturais no Brasil: dos
anos 1930 ao século XXI (Ed. FGV,
da, tanto à agenda das políticas públicas quanto ao 2009) e Políticas Culturais no Brasil:
universo das pesquisas acadêmicas. história e contemporaneidade
(BNB, 2010).
3 6 l i a c a l a b r e
p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l d o s é c u l o x x i 3 7
3 8 l i a c a l a b r e
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4 0 l i a c a l a b r e
p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l d o s é c u l o x x i 4 1
4 2 l i a c a l a b r e
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4 4 l i a c a l a b r e
p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l d o s é c u l o x x i 4 5
4 6 l i a c a l a b r e
Referências
brasil. Decreto n. 5520, 24 de agosto de 2005. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/
Decreto/D5520.htm>. Acesso em: 31 jul. 2012.
______.Lei n. 8.313 de 23 de dezembro de 1991. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313cons.htm>.
Acesso em: 31 jul. 2012.
______.Lei n. 12.343 de 12 de dezembro de 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/
lei/l12343.htm>. Acesso em: 31 jul. 2012.
p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l d o s é c u l o x x i 4 7
4 8 l i a c a l a b r e
p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l d o s é c u l o x x i 4 9
*
Professor titular da Universidade
Federal da Bahia e docente do
A análise do estado da arte dos estudos em polí- Programa Multidisciplinar de
ticas culturais no Brasil, de imediato, acena para Pós-Graduação em Cultura e
Sociedade (Pós-Cultura).
a íntima conexão existente entre tais estudos e os Pesquisador I - A do CNPq e do
Centro de Estudos Multidisciplinar
experimentos efetivos desenvolvidos no campo em Cultura (CULT). Autor de livros e
das políticas culturais no mundo e em nosso país. artigos sobre políticas culturais,
cultura e política, comunicação e
Deste modo, fazer uma breve visitação histórica a política. Atual Secretária de Cultura
do Estado da Bahia.
tais experimentos parece imprescindível no esfor-
ço de interpretação do panorama brasileiro.
5 2 a n t o n i o a l b i n o c a n e l a s r u b i m
p o l í t i c a s c u l t u r a i s : e s t a d o d a a r t e n o b r a s i l 5 3
5 4 a n t o n i o a l b i n o c a n e l a s r u b i m
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5 8 a n t o n i o a l b i n o c a n e l a s r u b i m
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6 2 a n t o n i o a l b i n o c a n e l a s r u b i m
p o l í t i c a s c u l t u r a i s : e s t a d o d a a r t e n o b r a s i l 6 3
Avanços e perspectivas
O panorama propiciado com base no levantamento realizado,
por conseguinte, apontava para um quadro bastante problemá-
tico destes estudos no Brasil. Entretanto, o cenário inaugura-
do pelo novo governo possibilitou um conjunto de iniciativas
que começou a alterar este sombrio panorama. O impacto do
contexto internacional e, em particular, a nova conjuntura bra-
sileira emergem como componentes essenciais para a configu-
ração de outra circunstância das investigações sobre políticas
culturais no país.
Começam a surgir de modo mais sistemático eventos pre-
ocupados com políticas culturais. O Colóquio Políticas Cul-
turais: diálogo indispensável, organizado pela Fundação Casa
de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), é
iniciado com uma série de palestras em 2003. No ano seguinte,
o MinC, através da Fundação Casa de Rui Barbosa, da Secre-
taria da Identidade e Diversidade Cultural e da Secretaria de
Políticas Culturais, recém instituída, em sintonia com a agen-
da internacional, organiza um seminário sobre a Diversidade
Cultural Brasileira. (lopes; calabre, 2005)
Em 2005, acontece em Salvador o I Encontro de Estudos
Multidisciplinares em Cultura (ENECULT), que coloca em de-
bate o tema das políticas culturais, através de mesas-redondas
e sessões de apresentação de trabalhos científicos. Desde esse
ano, o ENECULT, em suas edições anuais, vem dando desta-
que aos trabalhos e mesas-redondas sobre políticas culturais,
fazendo CULT um espaço aglutinador de estudiosos de políti-
cas culturais, brasileiros e estrangeiros.
6 4 a n t o n i o a l b i n o c a n e l a s r u b i m
p o l í t i c a s c u l t u r a i s : e s t a d o d a a r t e n o b r a s i l 6 5
6 6 a n t o n i o a l b i n o c a n e l a s r u b i m
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p o l í t i c a s c u l t u r a i s : e s t a d o d a a r t e n o b r a s i l 7 1
Afonso Luz*
*
Crítico de arte, consultor executivo
para áreas de política cultural,
A análise das políticas culturais no Brasil permi- economia criativa, instituições
te observar um conjunto de tendências e noções culturais, design e moda. Formado
em Filosofia pela Universidade de
que, embora nem sempre explícitas, se projetam São Paulo, especializou-se em
Estética, História da Arte e Filosofia
sobre as ações do Ministério da Cultura, em seus Política. Atuou no Ministério da
diferentes instrumentos de intervenção. Elas es- Cultura (MinC) de 2005 a 2011,
assessorando as gestões dos
tão na base do Plano Nacional de Cultura e na rees- ministros Gilberto Gil e Juca
Ferreira, ocupando cargos de
truturação do Fundo Nacional de Cultura, que são Diretor de Estudos e Secretário de
dois grandes legados da gestão de Gilberto Gil e Políticas Culturais no MinC.
7 4 a f o n s o l u z
Olivro
Uma das tendências mais fortes, ainda hoje dominantes, é a de
conceber a centralidade do livro no desenvolvimento das polí-
ticas culturais. Há sem dúvida algo de necessário nesta visão,
mas ela guarda inúmeros enganos em sua formulação mais ca-
piciosa, que via de regra oblitera os interesses mais imediatos
por sob os investimentos públicos. Assim, nos discursos de
gestão cultural e nas plataformas políticas, as bibliotecas sem-
pre foram o grande vetor de implementação de equipamentos
culturais, uma vez que promoveriam o acesso dos cidadãos
brasileiros à cultura universal. Numa pegada bem iluminista,
que sempre confundia cultura com educação e tinha seu ideal
no “beletrismo”, projetava-se a figura do homem cultivado e
sofisticadamente letrado como o grande objetivo a ser alcan-
çado na esfera cultural do país. Muitas vezes esse propósito de
esclarecimento de cada indivíduo embutido nas bibliotecas
públicas valoriza o conhecimento das línguas e autores inter-
nacionais. No passado, o latim teria sido mais adequado ainda a
isso, nem sempre dando a mesma atenção ao português abrasi-
leirado e as nossas próprias criações literárias, para não falar de
outras línguas nativas.
Grande parte do investimento público nesse setor, além da
construção de edifícios, se consuma na compra de livros por
parte do estado para distribuir na rede de bibliotecas e tam-
bém no subsídio – de variadas maneiras – para que se amplie o
consumo doméstico de livros (este último modelo de investi-
mento sem muita consequência efetiva alcançada). Talvez, um
grande fator que sempre promoveu culturalmente o livro e ra-
ríssimas vezes conseguia desenvolver políticas para a literatura
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 7 5
O patrimônio histórico
Outra grande área que absorve os recursos públicos (talvez a
maior em termos de pessoal e gastos) é a área de patrimônio
7 6 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 7 7
Cinema
Desde o Estado Novo, este campo foi um dos maiores articula-
dores de uma política cultural para o país e desde o início sempre
esteve ligado a um propósito de industrialização – ainda que de
forma tímida – e um projeto de atualizar os recursos de comu-
nicação de massas com olhos postos nos modelos existentes na
Europa e na América do Norte. Este projeto de um Cinema Na-
cional, entre avanços e contratempos, foi a espinha dorsal da ar-
ticulação de interesses de empreendedores e realizadores com o
Estado brasileiro, algo que sempre mobilizou recursos e medidas
institucionais, desde o Departamento de Imprensa e Propagan-
da (DIP), passando pela Empresa Brasileira de Filmes (EMBRA-
FILME) e pela atual Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e
a Lei do Audiovisual – Lei Federal nº 8.685/93 – que apesar do
nome ainda é aplicada quase que exclusivamente para o Cine-
ma). Contudo, sempre operou num campo imaginário de uma
7 8 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 7 9
Artes
Outra matriz dominante nas políticas públicas de cultura do
Brasil foi a de redução e inúmera linguagens a uma noção vaga
de “artes”. A estratégia de colocar num mesmo “saco” todas as
“artes” como se cada uma delas não tivessem tantas particula-
ridades que as tornassem tão independentes umas das outras,
tanto em seus problemas estruturais quanto em suas tradições
estético-artísticas, assume um importância, desde muito, para
as instituições no Brasil pouco especializadas nos campos que
deveria tratar. Isso se deve ao fato de as políticas públicas de
cultura no Brasil sempre considerarem irrelevantes a ampla re-
cepção social de cada uma das artes em seu grau mais elevado,
fazendo com que predominasse um conhecimento superficial,
adquirido através de almanaques ilustrativos, no qual se co-
nhece muita vez o nome dos artistas, principalmente os mais
“geniais”, e pouco se conhece as obras, seus valores estéticos e
seus significados culturais.
Resulta, desse modo, de uma visão conservadora sobre a
produção artística, desconsiderando sua dimensão crítica e
teórica contemporâneas, conservando uma ideia de belasartes
que se absorveu aqui de forma socialmente ampliada, princi-
palmente nos círculos de uma elite local que teve seu patrimô-
nio constituído em tempos tardios da colônia e no decorrer do
império, até os anos 50 da República, quando a modernização
8 0 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 8 1
8 2 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 8 3
8 4 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 8 5
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8 8 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 8 9
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9 2 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 9 3
9 4 a f o n s o l u z
t e n d ê n c i a s r e c e n t e s d a s p o l í t i c a s c u l t u r a i s n o b r a s i l 9 5
Referência
brasil . Lei Federal nº 8.685. Cria mecanismos de fomento à
atividade audiovisual e dá outras providências. 1993. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8685.htm>.
Acesso em: 12 maio 2013.
9 6 a f o n s o l u z
*
Doutor pela Universidade de Paris I
(Panthéon-Sorbonne). Professor de
Quem é que deve financiar a atividade cultural? Gestão de Políticas Públicas do
O artista e o criador cultural devem se bastar a si Instituto de Economia da UFRJ.
Coordenador de Projetos da FGV
mesmos? A comunidade deve apoiar a criação e Projetos. Professor Associado da
Universidade de Paris I (Panthéon-
sustentar àqueles cuja produção se considera bené- Sorbonne). Professor Conferencista
fica para sociedade? Cabe ao Estado apoiar e finan- da Escola Nacional de Administração
da França (ENA), do Instituto de
ciar a atividade cultural? Cabe a ele traçar as pautas Altos Estudos Comerciais (HEC),
Jouy-en-Josas, da EcoleSuperieur de
da atividade cultural e financiar as manifestações Commerce de Paris e da Escola
consideradas importantes para a vida social? Nacional de Administração Pública
(ENAP) Brasília.
9 8 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 9 9
[...] ao Estado cabe atuar como indutor e regulador das iniciativas culturais
e não apenas como patrocinador ou executor de projetos de difícil trânsi-
to no marketing cultural mediante a utilização de fundos públicos. A atu-
ação do Estado deve abrir espaços à cultura, uma conquista cidadã e um
direito de todos.
1 0 0 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 0 1
1 0 2 e n r i q u e s a r a v i a
[...] se o Governo Federal consagra a noção de que as artes são meras diver-
sões frívolas que são toleradas quando os tempos são favoráveis e abandona-
das quando não o são, desconfio que o setor privado não estará disposto a
realizar esforços heroicos para cobrir as deficiências. (duboff, 1984, p. 165)
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 0 3
1 0 4 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 0 5
bancos oficiais
A participação dos bancos no apoio à cultura é crescente. Os ban-
cos públicos internacionais, como o Banco Mundial, o Banco Inte-
ramericano de Desenvolvimento, o Banco Africano de Desenvol-
vimento, etc. apoiam projetos culturais. O montante destinado
aos mesmos é, não obstante, ínfimo em relação a seus recursos.
O Centro Cultural do Banco Interamericano de Desenvolvi-
mento (BID) fornece apoio financeiro a projetos de desenvol-
vimento cultural de pequena escala. Em 2011, “as doações, de
US$ 3.000 a US$ 10.000, serão concedidas a propostas que sa-
tisfaçam uma necessidade local, apóiem a excelência artística,
estimulem a atividade econômica e social de forma inovadora
e bem-sucedida, além de contribuir para os valores culturais,
o desenvolvimento dos jovens e da comunidade. O BID pode
financiar até dois terços de um projeto. As organizações locais
são responsáveis por proporcionar o resto dos recursos e apoiar
o projeto de modo sustentável”. (bid, 2010)
O Banco Mundial (2009), por sua vez, destina apoio à área
cultural da América Latina e Caribe por meio do segmento de
desenvolvimento social, com enfoque na área de inclusão social.
1 0 6 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 0 7
1 0 8 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 0 9
1 1 0 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 1 1
1 1 2 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 1 3
1 1 4 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 1 5
(A) Estados onde não existem Leis de Incentivo, nem Leis de Fundo de In-
centivo à Cultura nem Sistemas de Incentivo à Cultura (INEXISTÊNCIA);
1 1 6 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 1 7
1 1 8 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 1 9
1 2 0 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 2 1
1 2 2 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 2 3
1 2 4 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 2 5
Os financiamentos não-estatais
A escassez de recursos públicos obriga a recorrer com maior as-
siduidade a outras fontes de recursos.Elas podem ser classifi-
cadas em três categorias principais: o setor privado;os próprios
produtores culturais; e o público.
1 2 6 e n r i q u e s a r a v i a
mecenato
A ação de proteção a poetas, músicos, escultores e outros ar-
tistas, exercida por personagens abastados ou poderosos, es-
tendeu-se por todas as épocas. O respaldo podia ser financeiro,
material ou logístico. A recompensa era a fama, atual e futura,
que as obras de arte dariam a seu patrocinador.
Na empresa capitalista moderna, o objetivo do mecenato ga-
nha perfis próprios: ele objetiva outorgar legitimidade social à
empresa, procura facilitar-lhe uma imagem valorizada de pro-
tagonista destacada da vida comunitária.
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 2 7
patrocínio
Procura, como o mecenato moderno, uma comunicação de
imagem, mas tenta valorizar a empresa, ou suas marcas e pro-
dutos, do ponto de vista comercial. A empresa custeia ativida-
des culturais com fins puramente publicitários. Como assinala
Cegarra (1986, p. 61), o objetivo do mecenato é o grande público
em seu conjunto, enquanto que o patrocínio, ainda que tenha
uma audiência relativamente importante, persegue objetivos
precisos e bem definidos.
O patrocínio, assim como o mecenato, encerra a ideia de
colaboração, mas pode ocorrer que a empresa gere totalmente
a manifestação cultural. Fala-se, em tal caso, de comunicação
integrada. Se a manifestação é gerada por duas ou mais empre-
sas, estamos diante da comunicação associada. O patrocínio
pode ser indispensável para a realização de um evento ou para
a participação nele de uma pessoa ou grupo. Mas pode não ser
essencial e buscar apenas a associação do nome da empresa com
1 2 8 e n r i q u e s a r a v i a
tipo de comunicação
objetivos da empresa classificação
operado pela empresa
1
Ausência total de
Realizar um ato de Mecenato de beneficência
comunicação
filantropia.
Comunicação da empresa
2
em proveito de seu
Apoiar um evento, uma
beneficiado, com retorno
pessoa ou uma causa, por Mecenato de compromisso
aleatório e a longo prazo.
motivos filosóficos, sem
Comunicação indireta da
esperar retorno.
empresa.
Comunicação da empresa
3 tanto em proveito de seu
Apoiar um evento, uma beneficiado quanto dela
pessoa ou uma causa, por Mecenato de intenção mesma.
motivos filosóficos, com o Comunicação
expresso desejo de retorno. compartilhada pela
empresa.
4
Comunicação de ordem
Participar do
institucional da empresa
desenvolvimento ou reforço
Patrocínio institucional através de seu beneficiado.
da notoriedade e da imagem
Comunicação institucional
da empresa como
da empresa.
instituição.
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 2 9
1 3 0 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 3 1
1 3 2 e n r i q u e s a r a v i a
Os produtores
É mister não confundir as indústrias culturais com as “empresas
culturais”, definidas por Canas (1987, p. 103) como aquelas que
[...] produzem bens que não respondem nem a uma necessidade, nem a
uma possibilidade razoável e previsível de lucro. As necessidades a que
elas respondem e servem são as do criador, e sua finalidade não é a renta-
bilidade econômica, mas a reprodução da atividade produtora do artista.
Por isso, as empresas culturais não podem estar integradas nem a uma
lógica de serviço público, nem a uma lógica de rentabilidade econômica.
Elas são instrumentos a serviço de uma utopia, individual no caso de uma
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 3 3
1 3 4 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 3 5
1 3 6 e n r i q u e s a r a v i a
Referências
anverre, Ari et al. Industrias culturales: el futuro de la cultura em
juego. México:Fondo de Cultura Económica; Paris: UNESCO, 1982.
baracho, m. e raddi, r. Pesquisa e economia: o incentivo
fiscal à cultura no Brasil. In: cribari, i. (Org). Economia da
Cultura, Recife, Editora Massangana, p. 263-303, 2009.
banco da amazônia. Edital de Patrocínio Banco da Amazônia
2011, 2011a. Disponível em: <http://www.bancoamazonia.
com.br/bancoamazonia2/includes/institucional/arquivos/
patrocinio/2011/Edital_Patrocinio_2011.pdf>. Acesso em: jan. 2011.
______. Espaço Cultural, 2011c. Disponível em: http://www.
bancoamazonia.com.br/bancoamazonia2/institucional_
espacocultural.asp. Acesso em: jan. 2011.
banco do brasil. O Banco da Cultura, 2001. Disponível em:
<http://www.bb.com.br/portalbb/page22,102,2697,0,0,1,6.bb?
codigoNoticia=3350&codigoMenu=1406>. Acesso em: jan. 2011.
banco do nordeste. Política de Patrocínios, 2011a.
Disponível em: <http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/
O_Banco/Politica_de_Patrocinio/gerados/selecao.asp>.
Acesso em: jan. 2011.
______. Programa BNB de Cultura, 2011b. Disponível em:
<http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/eventos/
programa_bnbcultura_2010/gerados/apresentacao.asp>.
Acesso em: jan. 2011.
banco interamericano de desenvolvimento. Centro
Cultural do BID lança convocatório para propostas de projetos
em pequena escala, 2010. Disponível em: <http://www.iadb.
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 3 7
1 3 8 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 3 9
1 4 0 e n r i q u e s a r a v i a
f i n a n c i a m e n t o d a s a t i v i d a d e s c u l t u r a i s 1 4 1
Paulo Miguez*
*
Doutor em Comunicação e Cultura
Contemporâneas. Atualmente, é
A economia da cultura está associada à Moderni- professor do Instituto de
dade. Resulta, basicamente, do processo de “mer- Humanidades, Artes e Ciências
(UFBA) e do Programa
cantilização da cultura”, um dos fenômenos que Multidisciplinar de Pós-Graduação
em Cultura e Sociedade (UFBA).
conforma, entre os séculos XVIII e XIX, o que Pesquisador do Centro de Estudos
Pierre Bordieu (1992) identificou como sendo a Multidisciplinares em Cultura
(CULT/UFBA), entre 2003 e 2005
emergência de um campo da cultura enquanto foi Assessor do Ministro da Cultura
Gilberto Gil e Secretário de
esfera social, relativamente autônoma. Neste pro- Políticas Culturais do Ministério da
cesso, à medida em que vai se libertando das im- Cultura, e de 2008 a 2011 foi
membro do Conselho Estadual de
posições éticas e estéticas da Igreja e do Estado, Cultura da Bahia.
1 4 6 p a u l o m i g u e z
a l g u m a s n o t a s s o b r e e c o n o m i a d a c u l t u r a 1 4 7
1 4 8 p a u l o m i g u e z
a l g u m a s n o t a s s o b r e e c o n o m i a d a c u l t u r a 1 4 9
1 5 0 p a u l o m i g u e z
a l g u m a s n o t a s s o b r e e c o n o m i a d a c u l t u r a 1 5 1
1 5 2 p a u l o m i g u e z
a l g u m a s n o t a s s o b r e e c o n o m i a d a c u l t u r a 1 5 3
1 5 4 p a u l o m i g u e z
Referências
abpitv- associação brasileira de produtoras
independentes de televisão. Apresentação – conteúdo
audiovisual no mundo e no Brasil. São Paulo, [2008?]. Disponível
em: <http://www.telebrasil.org.br/painel/52/palestras/7/
fernando-de-souza-dias.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2009.
bourdieu, pierre. O mercado de bens simbólicos. In: miceli,
Sérgio (Org.). A economia das trocas simbólicas. 3. ed. São Paulo:
Perspectiva, 1992. p. 99-181. (Estudos, 20).
british council. Mapping the creative industries: the UK
context. London, 2005.
a l g u m a s n o t a s s o b r e e c o n o m i a d a c u l t u r a 1 5 5
1 5 6 p a u l o m i g u e z
a l g u m a s n o t a s s o b r e e c o n o m i a d a c u l t u r a 1 5 7
*
doutor em Gestão pelo ISCTE
(Lisboa), é professor do Programa de
A discussão sobre as relações entre Cultura e Desen- Pós-graduação em Administração
volvimento está na ordem do dia das Ciências So- (PPGAd) da Universidade Federal
Fluminense (UFF) e professor
ciais. Desde meados dos anos noventa, economistas, colaborador da Fundação Getulio
Vargas (FGV). Foi professor visitante
sociólogos e antropólogos, ao se depararem nova- do Instituto Superior de Ciências do
mente com o fracasso de muitos projetos de trans- Trabalho e da Empresa (ISCTE), em
Lisboa, e da École Superieur de
formação estrutural, voltaram se perguntar: até que Commerce de Paris (ESCP Europe).
É autor dos livros A persistência da
ponto os fatores culturais determinam o desenvol- desigualdade (BNB,1992), Reforma
vimento econômico e político? Se o fazem, como re- do Estado e contexto brasileiro
(Editora da FGV, 2010) e Reforma do
mover ou mudar os obstáculos ao desenvolvimento Estado e cidadania: o contexto
Maranhão (Edições ISAE Amazônia,
2010) e diversos artigos de caráter
técnico-científico publicados em
livros, revistas e congressos,
nacionais e estrangeiros.
1 6 0 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 6 1
1 6 2 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 6 3
1 6 4 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 6 5
1 6 6 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 6 7
1 6 8 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 6 9
1 7 0 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 7 1
1 7 2 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 7 3
1 7 4 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
Reduto mítico dos índios tapuias, desde a época colonial, sede de irman-
dades e santuário de romarias, [...] tem atraído permanentemente popula-
ções dos mais diferentes rincões brasileiros, especialmente, do Nordeste,
que nele buscam a proximidade com o sagrado. Muitas destas gentes se-
dimentam-se em seu território, criando um verdadeiro caldeirão de et-
nias, sotaques e ritmos. [...] (barroso, 2006a)
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 7 5
1 7 6 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
Planejamento e desenvolvimento
O processo de planejamento de ações governamentais e não
governamentais no domínio em que se encontram cultura e
desenvolvimento regional sempre colocará aos agentes envol-
vidos o desafio planejar o desenvolvimento regional a partir da
cultura regional ou de planejar a ação cultural orientada para
o desenvolvimento regional. Uma terceira possibilidade, que
não constitui um desafio, seria planejar tradicionalmente a
ação governamental em âmbito regional e utilizar a cultura lo-
cal como mote, pretexto ou cereja de bolo.
Se se toma como válidos os pressupostos que definem a bacia
cultural, vale dizer, a centralidade da cultura no processo de de-
senvolvimento, esse desafio é apenas parcialmente dilemático.
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 7 7
1 7 8 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 7 9
3
As partes que se
seguem serviram para O processo de planejamento3
subsidiar algumas das
sugestões, propostas e
Considerando os diversos aspectos das relações entre cultura
recomendações do e desenvolvimento, afigura-se que o planejamento e a ação in-
Plano de Ação da Bacia
Cultural do Araripe para tegrados do Estado – em seus diferentes níveis de governo, da
o Desenvolvimento
Regional. (lustosa da
iniciativa privada e das organizações comunitárias na área cul-
costa, 2006b) tural, pode ser uma poderosa alavanca para o desenvolvimento
regional. Entretanto, a ação governamental na região do Ara-
ripe, como de resto em outras regiões do país, carece de maior
integração em todos os níveis – entre as esferas de governo,
dentro das esferas de governo e entre o governo e a sociedade.
Dadas essas premissas e constatações, parece óbvio que essa
região merece uma ação conjunta dos governos dos estados do
Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí e do próprio governo fede-
ral no sentido de explorar as potencialidades regionais, sobre-
tudo no campo da cultura.
Foi essa conjunção de fatores que suscitou entre os secretá-
rios de cultura desses quatro estados a ideia de elaborar este pla-
no e realizar o I Encontro das Culturas do Cariri e Araripe para o
Desenvolvimento Regional, como uma primeira oportunidade
1 8 0 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 8 1
1 8 2 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 8 3
1 8 4 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 8 5
1 8 6 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 8 7
objetivo geral:
Promover e valorizar a cultura regional da Bacia do Araripe;
objetivos específicios:
• favorecer a formação cultural, inclusive a competência
para a leitura e para a mídia, de sorte a oferecer à popu-
lação elementos para a assimilação crítica da produção
cultural alienígena;
• Preservar a cultura regional, resgatando sua memória
coletiva e promovendo suas manifestações;
• Elevar a auto-estima da população regional, através do
reconhecimento e valorização da sua cultura;
• Criar condições para a valorização e o aproveitamento
dos talentos da região;
• Estimular o empreendedorismo.
1 8 8 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 8 9
1 9 0 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 9 1
1 9 2 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
c u l t u r a , t e r r i t ó r i o e d e s e n v o l v i m e n t o 1 9 3
1 9 4 f r e d e r i c o j o s é l u s t o s a d a c o s t a
Yann Du z e r t *
Murillo Dias**
Fabiana Camera***
*
Pós-doutor no MIT-Harvard Public
Disputes Program, dentro do
Program on Negotiation da
Harvard. Doutorado em Gestão do
Risco, da Informação e da Decisão,
A sinergia entre mídias eletrônicas e os antigos for- na École Normale Supérieure.
Diploma em Estudos Aprofundados
matos impressos aumentaram significativamente (DEA) em Economia na École
nos últimos vinte anos. Atualmente, é possível aces- Normale Supérieure de Cachan.
Mestre em Gestão Internacional na
sar de qualquer aparelho móvel serviços que permi- HEC-Lausanne-École Supérieure de
Commerce de Rennes. Bacharel em
tem ler um jornal virtual, consultar saldos bancá- marketing na École Supérieure de
rios, acessar redes sociais, participar de discussões Commerce de Rennes e um ano de
bacharel na HEC Montreal.
ao redor do mundo e até mesmo ler um livro. Trabalhou como diretor, executivo,
consultor, professor ou coach de
empresas.
1 9 6 y a n n d u z e r t , m u r i l l o d i a s & f a b i a n a c a m e r a
a n o v a d i n â m i c a d o m e r c a d o t e c n o l ó g i c o b r a s i l e i r o 1 9 7
1 9 8 y a n n d u z e r t , m u r i l l o d i a s & f a b i a n a c a m e r a
a n o v a d i n â m i c a d o m e r c a d o t e c n o l ó g i c o b r a s i l e i r o 1 9 9
Considerações f inais
Observa-se um grande mercado da cultura e do entretenimen-
to a ser explorado, principalmente com a demanda do VAS
por celular – como músicas, jogos, filmes e demais produtos.
Outro fenômeno é o das lan houses com mais de 100 mil em
todo o Brasil, sendo estas, partes de uma experiência individu-
al do consumidor na web. Outra tecnologia que revolucionará
esse mercado são os ipads e e-readers com a venda de conteúdo
ou com acesso a um conteúdo gratuito atrelado à uma publici-
dade em massa que paga por esse conteúdo. Só o futuro mostra-
rá se o livro impresso deixará um dia de existir e se o conteúdo
em mídia digital vencerá a queda de braço entre distribuidores
e produtores de conteúdos.
2 0 0 y a n n d u z e r t , m u r i l l o d i a s & f a b i a n a c a m e r a
a n o v a d i n â m i c a d o m e r c a d o t e c n o l ó g i c o b r a s i l e i r o 2 0 1
2 0 2 y a n n d u z e r t , m u r i l l o d i a s & f a b i a n a c a m e r a
*
Sociólogo pela USP, com
pós-doutorado na École des Hautes
É muito feliz a escolha da França como parceira Etudes en Sciences Sociales (Centre
em debate a respeito de política e gestão cultural. de Sociologie Européenne) e na
New York University.Professor,
A sólida cultura artística e humanística de pro- credenciado da Pós-Graduação em
Estudos Culturais da Escola de
cedência francesa teve duradoura importância na Artes e Humanidades da USP.
formação intelectual das elites brasileiras, já antes
do fim do Brasil colônia. No primeiro século do
Brasil independente, essa influência só fez cres-
cer, e ainda se prolongou como hegemônica nas
primeiras décadas do século XX, até o momento
2 0 4 j o s é c a r l o s d u r a n d
e c o n o m i a e s o c i o l o g i a d a c u l t u r a 2 0 5
2 0 6 j o s é c a r l o s d u r a n d
e c o n o m i a e s o c i o l o g i a d a c u l t u r a 2 0 7
2 0 8 j o s é c a r l o s d u r a n d
e c o n o m i a e s o c i o l o g i a d a c u l t u r a 2 0 9
Referências
benhamou, Françoise, A economia da cultura. São Paulo:
Ateliê Editorial, 2007.
bolaño, Cesar. Economia política da comunicação e da cultura.
Breve genealogia do campo e das taxonomias das indústrias
culturais. In: bolaño, c., golin, c. e brittos, v. (Org.)
Economia da arte e da cultura. São Paulo: Itaú Cultural;
São Leopoldo: Cepos/Unisinos; Porto Alegre: PPGCOM/
UFRGS; São Cristovao, Obscom/UFS, 2010.
bolaño, Cesar, Economia Política da Internet. São Cristovão:
Ed. UFS; Aracaju: Fundação Oviedo Teixeira, 2007.
frança. Ministério da Cultura. Département des Etudes,
de la Prospective et des Statistiques, do da. Disponível em:
<www.culture.gouv.fr/dep/fr/catacollec.htm>.
Acesso em: abr. 2008.
towse, Ruth. a textbook of cultural economics. Cambridge:
Cambridge U. Press, 2010.
unctad. Creative economy. Disponível em: <unctad.org/en/
docs/ditc20082cer_en.pdf>. Acesso em: abr. 2008.
2 1 0 j o s é c a r l o s d u r a n d
*
Economista pela PUC/RJ, mestre
em Estudos populacionais e
A busca por uma melhor compreensão da amplia- pesquisas sociais pela ENCE/RJ.
ção do conceito de cultura, para além “del rincón Trabalha na Coordenação de
população e indicadores sociais do
de los libros y las bellas-artes” (canclini, 1987), IBGE. É coordenadora técnica do
Sistema de Informações e
tem sido estendida para uma interpretação que in- Indicadores Culturais do IBGE,
sere estas atividades em um campo mais amplo da professora do MBA de Gestão
Cultural da Universidade Cândido
estrutura social e suas ligações com a economia e Mendes, participa das reuniões
técnicas dos Seminários do Comité
com a formulação das políticas públicas. Coordinador Regional del Mercosur
Um outro aspecto importante para o entendi- Cultural.
2 1 2 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 1 3
2 1 4 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
MERCOSUL Cultural
Uma outra iniciativa pioneira no campo de estudos da cultura
que tem vindo a ocupar lugar de destaque na integração da in-
formação cultural regional se expressa nos países que confor-
5
mam o MERCOSUL Cultural. Desde 2006, até a presente data, Os países membro são
dez países entre membros e associados,5 se reúnem em semi- Brasil, Argentina,
Paraguai, Uruguai e
nários anuais, no âmbito do marco do MERCOSUL Cultural. Venezuela e os
associados Peru, Chile,
São quatro anos de trabalho ininterruptos, inéditos e relevan- Colômbia, Equador e
tes, para se constituir um Sistema de Informação Cultural que Bolívia.
6
consolide dados referentes a instituições, patrimônio, recursos O segundo seminário
sobre Sistemas de
humanos, projetos e produções culturais, como também atu- Informação Cultural do
alizar a informação econômica dos países sul-americanos, de MERCOSUL foi
realizado em Buenos
forma a ajudar no desenho e nas decisões das políticas públicas. Aires, Argentina, com a
O primeiro seminário 6 ocorreu na Cidade de Caracas, Vene- participação de 12
países e 2 organismos
zuela, em 2006, com a colaboração da UNESCO e do Convênio multilaterais, em 2007;
o terceiro em Caracas,
Andrés Bello, e a participação de sete países, inclusive com a Venezuela, em 2008, o
representação do Brasil. Este encontro representou o primei- quarto em Quito,
Equador, em 2009 e o
ro esforço conjunto na busca da sistematização de informações quinto, ocorrerá em
novembro de 2010, no
estatísticas que permitissem avaliar o impacto econômico que Rio de Janeiro, Brasil.
a cultura gera em cada um desses países.
A partir de então, consolidou-se um núcleo de responsáveis
técnicos em cada país participante para tratar as questões meto-
dológicas, trocas de experiências e reunir uma grande quanti-
dade de informações para a realização de um trabalho conjunto
que resultou em duas publicações a Cuenta Satélite de Cultura.
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 1 5
2 1 6 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 1 7
2 1 8 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 1 9
2 2 0 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 2 1
2 2 2 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 2 3
2 2 4 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 2 5
2 2 6 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
Referências
alkmim, Antonio C. Uma avaliação das bases de dados sobre
informações culturais no Brasil. In: campos, Cleise; leme,
Guilherme; calabre, Lia (Org.). Políticas públicas de cultura do
Estado do Rio de Janeiro: 2003-2005. Rio de Janeiro: UERJ,
Rede Sirius, 2007.
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 2 7
2 2 8 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 2 9
2 3 0 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
INDÚSTRIAS DE
d
TRANSFORMAÇÃO
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS
20
DE MADEIRA
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE
20.2 MADEIRA, CORTIÇA E MATERIAL
TRANÇADO – EXCETO MÓVEIS
EDIÇÃO, IMPRESSÃO E
22
REPRODUÇÃO DE GRAVAÇÕES
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 3 1
REPRODUÇÃO DE MATERIAIS
22.3
GRAVADOS
Reprodução de softwares em
22.34-9 disquetes
e fitas
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS DE SISTEMAS
30.2
ELETRÔNICOS PARA
PROCESSAMENTO DE DADOS
FABRICAÇÃO DE APARELHOS E
EQUIPAMENTOS DE TELEFONIA E
32.2 RADIOTELEFONIA E DE
TRANSMISSORES DE TELAVISÃO E
RÁDIO
FABRICAÇÃO DE APARELHOS
RECEPTORES DE RÁDIO E
TELEVISÃO
32.3
E DE REPRODUÇÃO, GRAVAÇÃO
OU AMPLIFICAÇÃO DE SOM E
VÍDEO
FABRICAÇÃO DE MÓVEIS E
36
INDÚSTRIAS DIVERSAS
2 3 2 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES,
G
OBJETOS PESSOAIS
E DOMÉSTICOS
COMÉRCIO ATACADISTA DE
51.4 ARTIGOS DE USO PESSOAL E
DOMÉSTICO
COMÉRCIO ATACADISTA DE
MÁQUINAS, APARELHOS E
EQUIPAMENTOS PARA USOS
51.6
AGROPECUÁRIO, COMERCIAL,
DE ESCRITÓRIO, INDUSTRIAL,
TÉCNICO E PROFISSIONAL
Comércio atacadista de
computadores, equipamentos de
51.65-9
telefonia e comunicação, partes e
peças
COMÉRCIO VAREJISTA E
52 REPARAÇÃO DE OBJETOS
PESSOAIS E DOMÉSTICOS
COMÉRCIO VAREJISTAS DE
52.4
OUTROS PRODUTOS
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 3 3
TRANSPORTE, ARMAZENAGEM
I
E COMUNICAÇÕES
64 CORREIO E TELECOMUNICAÇÕES
64.2 TELECOMUNICAÇÕES
64.20-3 Telecomunicações
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS,
K ALUGUÉIS E SERVIÇOS PRESTADOS
ÀS EMPRESAS
ALUGUEL DE VEÍCULOS,
MÁQUINAS
E EQUIPAMENTOS SEM
71
CONDUTORES OU OPERADORES E
DE OBJETOS PESSOAIS E
DOMÉSTICOS
ATIVIDADES DE INFORMÁTICA
72
E SERVIÇOS RELACIONADOS
Desenvolvimento e edição de
72.21-4
softwares prontos para uso
2 3 4 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
73 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
73.1
DAS CIÊNCIAS FISICAS E NATURAIS
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
73.2 DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E
HUMANAS
SERVIÇOS PRESTADOS
74
PRINCIPALMENTE ÀS EMPRESAS
74.4 PUBLICIDADE
74.40-3 Publicidade
M EDUCAÇÃO
80 EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
80.9
OUTRAS ATIVIDADES DE ENSINO
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 3 5
ATIVIDADES RECREATIVAS,
92
CULTURAIS E DESPORTIVAS
ATIVIDADES CINEMATOGRÁFICAS
92.1
E DE VÍDEO
ATIVIDADES DE RÁDIO E DE
92.2
TELEVISÃO
ATIVIDADES DE AGÊNCIAS DE
92.4
NOTÍCIAS
2 3 6 c r i s t i n a p e r e i r a d e c a r v a l h o l i n s
Atividades de museus e de
92.52-5
conservação do patrimônio histórico
notas explicativas
classe de atividades
atividades indiretamente relacionadas à
cultura
a e x p e r i ê n c i a b r a s i l e i r a n a c o n s t r u ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s . . . 2 3 7
*
Professora associada da ESCP
Europa e diretora do CERALE
As relações internacionais evoluíram substancial- (Centro de Estudos e Pesquisas
mente ao longo do século XX. O fim da Segunda América Latina Europa). Diplomada
na Universidade de Buenos Aires e
Guerra Mundial e, com ele, a vontade de controlar na Universidade Paris IV – Sorbonne
e doutora pela Universidade Paris
os antagonismos entre as nações por meios pacífi- VII. Dedica-se à pesquisas
cos permitiram o surgimento de instituições inter- relacionadas a política latino
americana da União Europeia e seus
nacionais que estão ainda em ação hoje em dia. Se os países membros, as estratégias de
internacionalização das empresas
conflitos e as guerras permanecem, infelizmente, europeias na América Latina e a
atuais, os Estados souberam explorar de outras for- gestão de grandes projetos culturais
internacionais. Ele é professora
mas de como influir na união das nações e exercer também da IHEAL e trabalha como
especialista em cooperação
acadêmica para os ministérios de
Assuntos Estrangeiros e de
Educação Nacional.
2 4 0 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 4 1
2 4 2 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 4 3
2 4 4 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 4 5
2 4 6 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 4 7
2 4 8 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
as exposições universais
As exposições universais constituem um tipo de manifestação
13
internacional que ganha sua expressão definitiva na metade do Florence ( 1992; 2000).
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 4 9
2 5 0 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 5 1
2 5 2 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 5 3
2 5 4 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 5 5
Referências
badie, Bertrand.Un monde sans souveraineté. Paris: Fayard, 1999.
cizeron, David. Les représentations du Brésil lors des
expositions universelles. Paris: L’Harmattan, 2009.
2 5 6 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
c u l t u r a e d i p l o m a c i a 2 5 7
2 5 8 f l o r e n c e p i n o t d e v i l l e c h e n o n
*
Graduado em administração,
mestre em filosofia, doutor em
Esse é um texto sobre a administração da cultura. ciências e professor titular da
Nele, procuro fomentar dúvidas e levantar sus- EBAPE – Fundação Getúlio Vargas,
atua como conferencista e
peitas. As dúvidas são sobre se o Estado deve cui- consultor no campo da modelagem
de projetos, da análise dos valores e
dar da cultura. As suspeitas são sobre as razões de da cultura técnica para empresas,
quem diz o contrário. organizações governamentais e
instituições internacionais.
Para justificar a abordagem que utilizo à argu-
mentação, começo com uma trama antiga. Con-
tam os lógicos que Protágoras, o sofista, acedeu em
ensinar retórica a Euathlus para que este pudesse
2 6 2 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
a d m i n i s t r a r a c u l t u r a ? 2 6 3
O Estado curador
Vejamos inicialmente o argumento de maior peso a favor da
administração da cultura pelo Estado: o de que ele é o único
ente reconhecido como garante da democracia cultural. Com
efeito, ao Estado tem sido dado não só o encargo de preservar
o patrimônio e fomentar a criação como também a responsabi-
lidade de afiançar a liberdade dos indivíduos e grupos de fruir,
manifestar e empreender culturalmente.
No entanto, isso não exime o raciocínio de estar lastreado
em um falso silogismo. Desde que o oráculo de Delfos asse-
gurou a Croseus que, se ele fosse à guerra, destruiria um reino
poderoso, aprendemos a separar as categorias. Croseus, como
sabemos, foi à guerra, tomou uma surra colossal e destruiu seu
próprio reino. O argumento de que, por terem sido escolhidos
democraticamente, os governos administrarão democratica-
mente, transfere a forma de alcançar o poder para a forma de
exercê-lo. Generaliza o termo médio e é anfibológico, o míse-
ro. A administração democrática não é possível, no sentido que
nós, o demos, não podemos votar a cada decisão. Por itso nos
fazemos representar. Decorre que os Estados, condicionados
histórica e politicamente, reagem de forma ambígua à respon-
sabilidade democrática. Na prática, a influência da estrutura
2 6 4 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
a d m i n i s t r a r a c u l t u r a ? 2 6 5
2 6 6 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
tipo definição
comportamento aprendido;
a d m i n i s t r a r a c u l t u r a ? 2 6 7
2 6 8 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
a d m i n i s t r a r a c u l t u r a ? 2 6 9
2 7 0 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
a d m i n i s t r a r a c u l t u r a ? 2 7 1
2 7 2 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
a d m i n i s t r a r a c u l t u r a ? 2 7 3
Como se
Vimos como os principais argumentos dos que postulam a ad-
ministração da cultura como necessidade ou como dever ina-
lienável do Estado ou, ainda, como encargo espontâneo do se-
tor privado, são difíceis de sustentar. O fato é que as barreiras à
administração pública da cultura – a da iniquidade distributiva
entre os segmentos da gestão pública, a do desequilíbrio entre
os subsetores culturais e a da ausência de critério para eleição
dos beneficiários dos recursos – estão longe de ser integral-
mente superadas. Enquanto pelo lado da iniciativa privada,
vivemos a miséria da cobiça irracional. E o pior da divinização
do êxito material está no mundo que erige, não no êxito em si.
Porque esse mundo é necessariamente imanente, nele não há
exterior, como não há nada exterior à ordem no stalinismo ou
à raça no nazismo. É um mundo em que a cultura, seja lá o que
for a cultura, é desvirtuada, distorcida até encaixar-se na ilusão
do momento. Um mundo que ampara seus sonhos sobre uma
estética bufa e uma arte ridícula.
É claro que restam opções. Podemos pensar em sistemas
de parceria. Não que a parceria deixe de apresentar problemas.
Os parceiros, como os sócios, compartilham recursos e poder.
O que nos deixa três possibilidades lógicas para a parceria entre
o Estado e os particulares. Na primeira, o Estado entra com a
maioria dos recursos (públicos) e a iniciativa privada faz o que
lhe der na telha. Na segunda, a iniciativa privada entra com a
maioria dos recursos para que o Estado o gaste a seu bel prazer.
Convenhamos que essas são alternativas algo delirantes. Resta
a terceira e salvadora possibilidade: a do poder e dos recursos
2 7 4 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
a d m i n i s t r a r a c u l t u r a ? 2 7 5
2 7 6 h e r m a n o r o b e r t o t h i r y - c h e r q u e s
*
Antropólogo, professor e
pesquisador do PPg em
Diversidade cultural e gestão são expressões que, Comunicação da PUC Minas e
longe de revelarem consenso e homogeneidade, nos Professor Colaborador do PPg em
Cultura e Sociedade da UFBA.
remetem ao campo das ambiguidades e contradi- Professor da Escola Guignard/
UEMG na área de processos de
ções com que pensamos e nomeamos nossas dife- mediação em arte, cultura e
renças e nossos modos de geri-las. Há, portanto, a educação. Coordenador do
Observatório da Diversidade
necessidade de ao relacionar os dois termos, subme- Cultural. Consultor na área de
gestão cultural, políticas públicas e
tê-los a uma espécie de filtro do pensamento com- diversidade cultural.
plexo inaugurando a possibilidade efetiva de supe-
ração de abordagens normativas e disciplinares.
2 7 8 j o s é m á r c i o b a r r o s
d i v e r s i d a d e c u l t u r a l e g e s t ã o 2 7 9
2
Uma terceira ordem de questões refere-se à contraditória manei-
ra como a articulação entre diversidade cultural e gestão é pen-
sada e praticada no campo organizacional e no campo cultural.
No ambiente organizacional e, por MANTERconsequência,
no campo das ciências gerenciais, a preocupação com a articu-
lação entre diversidade cultural e gestão está relacionada com a
mudança no perfil da força de trabalho, especialmente no con-
texto norte-americano e europeu. Em decorrência dos novos
fluxos migratórios que o processo de globalização desencadeia,
tais mudanças geram um singular paradoxo que ocupa especia-
listas e preocupa políticos: o diferente, as minorias étnicas, o es-
trangeiro e seus descendentes, passam a ocupar cada vez mais,
um lugar estratégico no mercado de trabalho dos Estados Uni-
dos e dos países integrantes da União Europeia. Para além da ex-
tensão dos direitos civis aos imigrantes, a presença estrangeira
nas sociedades de economia globalizada, coloca em questão os
direitos culturais, especialmente em sua perspectiva da multi-
culturalidade. Ser igual nos direitos e diferente na experiência
cultural parece ser o centro desta perspectiva.
2 8 0 j o s é m á r c i o b a r r o s
d i v e r s i d a d e c u l t u r a l e g e s t ã o 2 8 1
2 8 2 j o s é m á r c i o b a r r o s
d i v e r s i d a d e c u l t u r a l e g e s t ã o 2 8 3
2 8 4 j o s é m á r c i o b a r r o s
Referências
alves, Mario de Aquino; galeão-silva, Luis Guilherme.
A crítica da gestão da diversidade nas organizações. ER A, v. 44,
n.3, p. 20-29, jul./set. 2004.
barros, Betânia Tanire. O desafio da gestão da diversidade.
Revista Melhor gestão de pessoas, n. 195, nov. 2003.
gil, Gilberto. Discurso do ministro Gilberto Gil na cerimônia
de abertura do Seminário Internacional sobre Diversidade
Cultural. MinC- Ministério da Cultura, 2007.
Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/site/?p=903>.
bernard, François de. A Convenção sobre a diversidade cultural
espera para ser colocada em prática! 4 tarefas prioritárias
para a sociedade civil. Groupe d’études et de recherches sur
d i v e r s i d a d e c u l t u r a l e g e s t ã o 2 8 5
2 8 6 j o s é m á r c i o b a r r o s
Ghislain Deslandes*
M a r i e - P i e r r e F e n o l l -Tro u s s e a u * *
*
Doutor em Filosofia, professor
associado do Departamento de
Ciências Jurídicas Econômicas e
Sociais do campus Paris da ESCP
Europa e diretor científico do
Indústrias midiáticas vs indústrias Mestrado Especializado em Mídias
desde 1997. Na ESCP Europa, ele
da cultura ensina gestão de mídias e de cultura,
Como distinguir as indústrias midiáticas das in- gestão da identidade organizacional
e ética dos negócios.
dústrias culturais? Para Throsby (2001), as in-
dústrias culturais são aquelas que incluem uma
atividade criativa, um significado simbólico e um
2 8 8 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 2 8 9
2 9 0 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 2 9 1
2 9 2 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 2 9 3
2 9 4 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 2 9 5
- As estruturas organizacionais
2 9 6 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 2 9 7
2 9 8 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 2 9 9
Q2: Como a cadeia de valor e as relações de força entre atores, face à concor-
rência crescente para as plataformas de distribuição pagas e o desenvolvi-
mento de ofertas de alternativa para os editores, se encontram modificadas?
Quais são as consequências, em termos de distribuição, de novos modos de
consumo (comunicação assíncrona, pluriatividade, nomadismo...) dos con-
teúdos culturais e dos produtos midiáticos?
- A gestão de talentos
3 0 0 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 3 0 1
3 0 2 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 3 0 3
- A governança corporativa
3 0 4 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 3 0 5
3 0 6 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 3 0 7
Referências
adorno, t. w.; horkheimer m. La production industrielle des
biens culturels, La dialectique de la raison. Paris: Gallimard, 1974.
albarran, a. b.; chan-olmsted s.; wirth m. Handbook
of Media Management, Lawrence Erlbaum Associates,
Mahwah, 2006.
arrese, a. Corporate Governance and News Governance
in Economic and Financial Media. In: PICARD. R. G. (Ed.).
Corporate gouvernance of media companies, n. 1, p. 77-120,
2005. JIBS Research Report Series.
bartels, l. m. 2000. Partisanship and Voting Behavior, 1952-
1996. American Journal of Political Science. v. 44, n. 1, p. 35-50.
benhamou, f. L’ économie de la culture. Paris: La Découverte,
2004. (Coll. Repères).
benghozi, p.j.; paris, t. Replacer la fonction distribution au
cœur du management de la culture. In: greffe. x; sonnac. n.
Culture Web, création, contenus, économie numérique.
Paris: Dalloz, 2008.
3 0 8 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 3 0 9
3 1 0 g h i s l a i n d e s l a n d e s & m a r i e - p i e r r e f e n o l l - t r o u s s e a u
a g e s t ã o d a s m í d i a s e d a c u l t u r a n a e u r o p a 3 1 1
Ghislain Deslandes*
Thierry Boudès**
*
Doutor em Filosofia, professor
associado do Departamento de
Ciências Jurídicas Econômicas e
Prática secular e campo de pesquisa relativamente Sociais do campus Paris da ESCP
Europa e diretor científico do
recente, esta parece ser a situação paradoxal do ge- Mestrado Especializado em Mídias
desde 1997. Na ESCP Europa, ele
renciamento de mídias como a do gerenciamento ensina gestão de mídias e de
de projeto. (albarran et al., 2006; garel, 2003) cultura, gestão da identidade
organizacional e ética dos negócios.
Mídias e projetos são realmente marcados por uma
longa história industrial e por um corpus teórico
relativamente restrito, apesar do desenvolvimento
de vários trabalhos empíricos, os quais talvez ainda
3 1 4 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 1 5
3 1 6 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 1 7
3 1 8 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 1 9
3 2 0 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 2 1
3 2 2 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 2 3
3 2 4 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 2 5
3 2 6 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 2 7
3 2 8 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 2 9
3 3 0 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 3 1
3 3 2 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 3 3
Resultados e discussão
Nossa análise das experiências apresentadas pode se dividir em
três etapas. Num primeiro tempo, voltemos aos resultados que
as pesquisas anteriores sobre as conduções de projetos nas in-
dústrias midiáticas e culturais fizeram surgir, e que encontra-
mos em nossos próprios dados. Numa segunda fase, mostramos
que certos fenômenos identificados pelas pesquisas em geren-
ciamento de projeto vindos de outras indústrias se desenvolvem
também nas indústrias midiáticas e culturais. Numa terceira
etapa, apontamos a lógica do portfólio, emergente nas indústrias
midiáticas e culturais, mas que poderia mais amplamente, no
futuro, alcançar outros setores.
3 3 4 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
concepção direção do
empreendedor engenharia
linear projeto
MOA, MOE,
Indivíduo Hierarquias
atores-chave responsável por Diretor de projeto
empreendedor setores
lotes de trabalho
Coordenação
Concorrências, dos Coordenação
Papel-chave do
contratos, especialistas matricial e
princípios de empreendedor, de
coordenações atividades da delegação de poder
coordenação seu talento e de
entre caixas empresa, junto a um ator que
suas redes
pretas arbitragens da incarna o projeto
hierarquia
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 3 5
Produção em
Envolvimento grande série, Variedade e fluxo
individual, figura Coordenação organização estável de novos
vantagem
romântica do robusta compatível com produtos de grande
inovador as grandes série
estruturas
Ruptura entre a
demanda e a Sequência das
Visão individual da resposta, supõe intervenções, Mudanças ligadas ao
concepção a existência convergência surgimento de um
limites identificada na prévia de uma sob restrições novo ator, tensões
criação de firmas demanda, dos induzidas pela lógica
novas coordenação de especialistas matricial
uma soma de difícil
caixas pretas
3 3 6 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 3 7
3 3 8 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 3 9
3 4 0 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 4 1
3 4 2 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 4 3
Conclusão
Um projeto capitaliza sobre as competências de uma organiza-
ção assim como sobre suas faculdades de exploração. Mas ele
visa renová-las, ao mesmo tempo em termos de oferta e das ca-
pacidades, nos limites do “compromisso entre o possível da si-
tuação e o desejável das finalidades”. (boutinet, 2005, p. 258)
Objetiva ainda, segundo os termos de AFITEP-AFNOR, desen-
volver nas organizações “um caminho específico que permita
estruturar metodica e progressivamente uma realidade futura”;
fazendo isso, os projetos de hoje em dia constróem os procedi-
mentos sobre os quais se baseará o funcionamento de uma em-
presa amanhã. Nas mídias, tão fracamente representadas nos
corpus que contribuiram e contribuem atualmente para cons-
truir o campo da gestão de projeto quanto possível, a renovação
da oferta, a adaptabilidade permanente, os compromissos entre
a urgência e o possível estabelecem o ritmo do funcionamento
3 4 4 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 4 5
3 4 6 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 4 7
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3 4 8 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 4 9
3 5 0 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 5 1
3 5 2 g h i s l a i n d e s l a n d e s & t h i e r r y b o u d è s
a r e p e r c u s s ã o d o s p r o j e t o s s o b r e o s n e g ó c i o s 3 5 3
Marcos Mantoan*
*
Bacharel em Ciências Econômicas
pela Pontifícia Universidade Católica
O investimento em cultura por instituições fi- de Campinas (1989), fez
nanceiras não é algo tão recente. Numa retrospec- especialização em Marketing para
Altos Executivos na Universidade
tiva histórica é possível detectar que o mecenato, Federal do Rio de Janeiro (2001), em
Gestão da Comunicação nas
por exemplo, surge como forma de associação Organizações na Escola de
entre o capital e as artes, por volta de 30 a.C e 10 Comunicações e Artes da USP (1999)
e em Comunicação Empresarial na
d.C, quando Mecenas, um grande articulador do Escola Superior de Propaganda e
Marketing do Rio de Janeiro (1998).
Estado romano, procura transferir o prestígio e a Fez Pós-Graduação Latu Sensu em
aceitação das artes para o Império, através da apro- Gestão da Comunicação nas
Organizações na Escola de
ximação entre artistas, filósofos e representantes Comunicações e Artes da USP
3 5 6 m a r c o s m a n t o a n
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 5 7
3 5 8 m a r c o s m a n t o a n
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 5 9
3 6 0 m a r c o s m a n t o a n
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 6 1
3 6 2 m a r c o s m a n t o a n
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 6 3
3 6 4 m a r c o s m a n t o a n
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 6 5
2001 R$ R$
R$ 21.847.773,92 R$ 46.796.599,98
14.070.423,00 10.878.403,06
3 6 6 m a r c o s m a n t o a n
2003 R$
R$ 23.973.745,38 R$ 17.124.146,49 R$ 71.142.738,44
30.044.846,57
2004 R$ R$ R$
R$ 86.795.387,23
26.566.519,80 16.239.020,79 43.989.846,64
2005 R$
R$ 13.994.052,35 R$ 62.338.650,01 R$ 112.975.400,06
36.642.697,70
2006 R$
R$ 20.659.501,33 R$ 43.083.472,61 R$ 100.252.508,48
36.509.534,54
2007 R$
R$ 60.331.736,78 R$ 40.627.324,98 R$ 123.722.913,96
22.763.852,20
2009 R$
R$ 31.725.497,04 R$ 74.229.029,76 R$ 142.100.709,77
36.056.202,97
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 6 7
3 6 8 m a r c o s m a n t o a n
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 6 9
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3 7 0 m a r c o s m a n t o a n
c e n t r o c u l t u r a l b a n c o d o b r a s i l 3 7 1
3 7 2 m a r c o s m a n t o a n
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400 exemplares.
coleção
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