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4ª Comissão Permanente
da Assembleia Municipal de Lisboa
Fevereiro de 2017
Debate temático sobre o “Parque Florestal de Monsanto”,
Assembleia Municipal de Lisboa, dia 31 de Março de 2016
No dia trinta e um de Março de dois mil e dezasseis, pelas dezoito horas, reuniu
em sessão extraordinária na sua sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a
Assembleia Municipal de Lisboa, para a realização de um Debate Temático subordinado
ao tema “Parque Florestal de Monsanto”. A proposta do presente debate, inicialmente
apresentada como recomendação pelo GM “Os Verdes”, e aprovada por unanimidade na
AML de 14/04/2015, foi reapresentada na 43ª reunião da Conferência de Representantes
de 14/12/2015.
A sessão foi presidida pela srª Presidente da Assembleia Municipal, tendo sido
nomeados como vogais e relatores a srª DM Sofia Cordeiro, Presidente da 4ª Comissão
Permanente de Ambiente e Qualidade de Vida, independente pelo GM-PS, e o DM
Sobreda Antunes, do GM-Os Verdes.
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A Srª Presidente da AML esclareceu que as intervenções no painel inicial teriam
a duração de oito minutos, para que cada orador procedesse a uma apresentação e
levantamento de problemas, tendo de seguida passado a palavra ao primeiro orador.
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preocupação por terem sido detectados vários pontos negros no tráfego a requerer
medidas de acalmia de trânsito, estando previsto lançar no imediato alguns projectos de
execução com base em três ou quatro concursos, em particular, para os cruzamentos que
lhe parecia serem mais perigosos. Nestas medidas incluía a melhoria dos
estacionamentos existentes, nomeadamente, junto aos parques recreativos, estando em
estudo a organização de um percurso em ‘Eco-bus’, o qual desejava entrasse em
funcionamento durante 2017. Estariam também em reavaliação as vias cicláveis de
ligação à cidade e os circuitos de corrida, uns em obra e outros a executar até ao final do
primeiro semestre do próximo ano. Em relação aos equipamentos que, disse, vinham
sendo alvo de uma grande polémica, todos tinham concursos públicos para a sua
concessão, casos do Espaço Monsanto gerido pela CML; a Quinta da Pimenteira para
recuperação do património para o ecoturismo, com retirada dos ‘bungalows’; as três
Casas de Função que fariam parte deste ecoturismo, tendo uma sido cedida à Junta de
Freguesia de São Domingos de Benfica para reaproveitamento do Parque do Calhau; e
outras três com projecto de execução pronto, em princípio para uso de ateliês de artistas.
Especificou que uma parte do antigo Clube de Tiro iria ser concessionada, bem como o
antigo Aquaparque, e que uma área seria também cedida à Junta de Freguesia de
Benfica para a prática de aeromodelismo. Já em relação aos parques recreativos da
Serafina e o do Alvito, comunicou que teria sido lançado um concurso que se
encontrava já em adjudicação, contemplando o melhoramento do estacionamento. A
CML estaria também a trabalhar na segurança e vigilância da floresta a nível de
incêndios.
O sr. João Pinho (ICNF) utilizou também, em simultâneo, uma projecção como
suporte da sua explanação (conferir Anexo III), na qual descreveu a situação do PFM e
das políticas florestais em Portugal. Começou por enquadrar as primeiras visões
sectoriais para a Serra de Monsanto em 1867, o contexto do Plano de Povoamento
Florestal de 1934/38 para o PFM, citando o Decreto de 24/12/1901 e o D.-Lei nº 24625
de 1/11/1934, os objectivos da política florestal definidos na Lei de Bases de 1996 e o
novo Sistema de Planeamento Florestal de 2006, actualizado já em 2015. Em síntese,
esquematizou que o PFM constituía uma das mais notáveis obras de urbanismo e
engenharia, ao nível da sua dimensão metropolitana, e sem qualquer semelhança no País
ou mesmo na Europa; que os instrumentos de política florestal reconheciam o PFM
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como uma floresta modelo, sobretudo na sua componente ecológica e de utilização
social, constituindo um laboratório vivo de experimentação de técnicas silvícolas e do
ordenamento para recreio, que defendia dever ser replicado no resto do País; que a sua
concepção concretizara alguns dos principais objectivos da política florestal nacional; e
que considerava relevante que a gestão do PFM mantivesse o alinhamento com a actual
Estratégia Nacional para as Florestas e com o PROF (Plano Regional de Ordenamento
Florestal), conservando-se os necessários recursos técnicos e humanos, a fim de ser
mantida a base do sucesso alcançado. Sobre estes tópicos, dissertou que a gestão
florestal era um processo de muito longa duração, com, no caso do PFM, quase cento e
cinquenta anos. Na década de 30 do século passado Monsanto resultara da execução de
um projecto de arborização nacional e do plano de povoamento florestal, com
objectivos vários que incluíam não apenas a valorização da paisagem e do turismo,
como o combate à grande depressão e ao desemprego que, em Lisboa, tiveram o
objectivo de empregar pessoas e criar riqueza para o Estado e para o País. Neste
contexto, o PFM fora submetido ao regime florestal total, como mata municipal com
características especiais, apoiado num programa de intervenção concreto, com uma
servidão administrativa de protecção, sinalizada no cadastro e com pessoal qualificado
como, por exemplo, a polícia florestal. Mesmo assim, lamentou que o concelho tivesse
apenas 10% da sua superfície ocupada por áreas arborizadas, quando no País se rondaria
os 35% a 38%. Lembrou que nos anos 90, com Cimeiras, como a do Rio, se deu maior
amplitude à utilização social da floresta, garantindo-se os aspectos paisagísticos e de
recreio. Dentro das cinco grandes funções que as florestas desempenham, Monsanto
compreendia a função principal de recreação e paisagem, como um centro de Área
Metropolitana para os seus dois milhões e meio de habitantes. Destacou que se
encontrava em vigor o Plano Regional de Ordenamento Florestal da Área Metropolitana
de Lisboa, o qual procedia ao enquadramento do PFM como exemplo de floresta
modelo e de enquadramento paisagístico. Relevou o facto de que, garantidamente, não
haveria muito mais ‘Monsantos’ em Portugal, embora existissem mais matas e parques
florestais construídos pelos serviços florestais e que, mesmo na Europa e a nível
mundial, haveria poucos exemplos similares, daí a importância única que a preservação
do PFM merecia. Invocou que as respostas para o PFM teriam de advir da sua história e
do conhecimento das pessoas que ali trabalhavam, viviam e dele usufruiam, numa
lógica de gestão de uma floresta viva com mais de 80 anos, pelo que, para ser mantida
no longo prazo, necessitava de uma dinâmica adequada e de muita gestão permanente,
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sendo fundamental para a Política Florestal Nacional que Monsanto mantivesse o seu
alinhamento com os instrumentos de nível superior e de estratégia nacional, como os
Planos Nacional e Regional de Ordenamento Florestal. Informou que como o Plano
Regional de Ordenamento Florestal se encontrava em revisão, apelava para que os
cidadãos e as entidades também participassem no processo de elaboração e de revisão
desse Plano, tendo assertado, como conclusão, que a política florestal era, começava e
acabava nas pessoas que usufruiam do PFM e naqueles que, durante mais de 8 décadas,
o haviam concebido, criado e mantido, em particular, os mestres, os técnicos superiores
e os guardas florestais que, de alguma forma, haviam conseguido manter o que hoje
ainda existia.
O sr. Artur Lourenço (Plataforma Por Monsanto), começou por destacar que a
AML sempre se distinguira pela defesa, protecção e valorização do PFM, tendo
aprovado inúmeras moções que o comprovavam, mas que constatava o facto de as suas
fronteiras estarem a diminuir, devido a representar uma enorme atracção para interesses
privados e corporativos. Tal facto conduzira a uma consciencialização e maior
sensibilidade ambiental e cívica, fazendo aparecer inúmeros movimentos de defesa do
PFM, os quais haviam estado na génese da Plataforma Por Monsanto (PPM). Referiu
que, ao longo dos anos, o PFM havia sofrido da incoerência e dualidade de critérios na
sua administração, pois o Município dificilmente tinha resistido à tentação de o
transformar num banco de terrenos. Projectos esses que teriam sido altamente nocivos
para o PFM, como a ameaça de instalação da Feira Popular ou a transferência do
Hipódromo do Campo Grande entre outros, mas que foram travados e abandonados,
devido ao diálogo e ao esforço de todos os cidadãos, apesar de tal ter resultado em
alguma ostracização por parte de alguns sectores da CML. Registou que subsistiam
ainda muitas preocupações quanto ao presente e ao futuro do Parque, devido a
problemas que careciam de urgente resolução, tendo de seguida enumerado alguns.
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exemplo a Semana Académica, as novas cavalariças, o abate injustificado de árvores
junto à prisão, a deficiente manutenção de equipamentos e instalações sanitárias, ou até
o seu desaparecimento, como no caso do ‘Skate Park’. Quanto ao que dizia ser a
evidente diminuição da vigilância do PFM, assinalava serem cada vez menos as forças
de segurança, em bicicleta ou em moto-quatro, bem como a desocupação e vandalização
das Casas de Função, que contribuíam para uma sensação de insegurança no PFM,
permitindo o regresso da prostituição e/ou o aumento de furto, cabendo parte da sua
vigilância aos próprios utentes.
4º, o Campo de Tiro. Este, que sempre fora considerado fonte de uma enorme
poluição ambiental e sonora, era exemplo de que valia sempre a pena fazer alguma
coisa, pois o já quase impossível acontecera: graças às constantes reclamações, o campo
de tiro acabaria por encerrar, devido à luta constante e determinada da PPM, apesar das
ameaças sofridas, e graças à decisão de um anterior vereador do Ambiente que ousou
dizer ‘não’ a um projeto que lesaria enormemente o PFM, renegociando o contrato que
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ligava o Clube de Tiro a chumbo à CML. No entanto, e apesar de ilegal, o Campo de
Tiro continuaria a funcionar durante mais seis anos. Lamentando por a PPM não ter
ainda sido contactada para contribuir sobre o que deveria ser aquele espaço, exigia que
fossem salvaguardados os direitos dos trabalhadores que lá viviam.
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De seguida, o sr. Presidente da JFAlcântara, DM Davide Amado, depois dos
cumprimentos iniciais, assinalou que pretendia fazer referência a três questões
concretas. Primeiro, dirigiu uma saudação muito positiva para a criação do Parque
Urbano do Alvito, por ser um espaço novo na cidade com potencial enorme e uma mais-
valia única para futuro usufruto dos munícipes, recordando, porém, que o Parque
Infantil do Alvito não se encontrava contemplado nos novos projectos camarários a fim
de ser requalificado. Em segundo lugar, apontou uma preocupação sobre as
acessibilidades ao PFM, em particular pela deficiente rede de transportes públicos para
todos dentro do Parque, apesar da referência do sr. vereador à futura circulação de um
Ecobus. Por último, apelou à CML para que na discussão dos projectos para Monsanto
fossem envolvidas as partes interessadas, de modo a ser uma mais-valia, quer para todos
quer para o próprio Município.
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investimento da autarquia, no sentido de implementar um modelo eficaz de gestão
florestal, que se cruzava com as questões ambientais e sociais. Considerou essencial que
o plano para o PFM fosse trabalhado e pudesse ser discutido e apreciado por todos os
seus intervenientes, nomeadamente pelo poder local, pelo tecido associativo e pelos
cidadãos. E, como parte significativa do Parque se inseria nesta Freguesia, iria descrever
quatro casos que considerava pertinentes. O 1º, por apesar de a Freguesia ter perto de 40
mil habitantes, continuarem a existir barreiras físicas que constituiam limitações na
acessibilidade ao Parque. Um melhor conseguido, que era a ponte pedonal na zona do
Fonte Nova, mas já o segundo acesso, o mais central, por ter como barreira a linha de
comboio, continuava a possuir um único acesso por meio de dezenas de degraus,
impedindo a acessibilidade ao PFM a pessoas com mobilidade reduzida e mesmo a
desportistas com os seus equipamentos e pais com carrinhos de bebé ou com crianças
pequenas, situação que constituía uma preocupação por resolver e que se estendia já há
demasiado tempo. O 2º, onde no acesso a Monsanto, pela Estrada da Circunvalação, a
passadeira se situar numa curva apertada e extremamente perigosa para os peões, pelo
que solicitava que se transformasse esta passadeira numa passagem clara e definida em
que os peões pudessem circular com segurança. O 3º, por considerar importante ser
requalificado o espaço público na zona do Calhariz Velho, no acesso ao PFM, onde as
ruas se encontravam com buracos, passeios destruídos e ausência total de sinalética para
quem acedia de Benfica, incluindo a requalificação do restante património, como o
chafariz e parte do aqueduto. E uma 4ª situação, em particular, o caso da ampliação da
pista de radiomodelismo, para que se tornasse num centro de acolhimento e partida para
algumas práticas desportivas, nomeadamente para o ciclismo e o atletismo,
disponibilizando balneários, bar e outros serviços.
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e a falta de condições de segurança da parede de escalada localizada na Mata, pelo que
estava a ser ponderada uma parceria com a Federação de Campismo e Montanhismo de
Portugal para a sua recuperação. Lembrou que no passado se havia dado prioridade às
vias de comunicação, com, por exemplo, a Radial de Benfica e a linha de comboio, que
haviam criado barreiras físicas à circulação das pessoas, factor a corrigir, também por
motivos de sustentabilidade ambiental. Destacou também uma parceria com a vizinha
Junta de Freguesia de Benfica para a realização de eventos desportivos, culturais e de
lazer, como no caso do Festival Primavera. Numa perspectiva de desenvolvimento
turístico mencionou o Palácio Marquês da Fronteira e os seus jardins classificados como
um dos vinte e cinco mais belos do mundo. Considerou importante diluir-se as barreiras
de acesso ao PFM e, para se alcançar todos aqueles objectivos, trabalhar em
colaboraração com outras entidades e, em particular, com o Município de Lisboa.
Como oradora neste painel, a srª Provedora dos Animais, Inês de Sousa Real,
destacou o contributo da complexidade e do património natural do PFM para a
biodiversidade do arvoredo da capital, necessária não apenas para a nidificação das
aves, como para a reprodução de anfíbios, répteis e outros mamíferos. Lembrou que
Lisboa acolhia mais de 290 espécies diferentes de animais, mas que a intervenção
humana havia provocado a diminuição das espécies, entre as quais algumas em vias de
extinção, tendo apontado o caso do atropelamento de uma gineta. Devido a ser
atravessado por estradas de tráfego intenso, e a partir daquele exemplo, sustentou que
qualquer eventual aumento das acessibilidades ao Parque teria de ponderar os impactos
sobre a salvaguarda das espécies que necessitavam de condições de sossego. Nelas
incluia tanto as aves migratórias e as de rapina, como os grandes mamíferos, como a
raposa que há 25 anos teria sido abundante no PFM e hoje raramente era vista, em
detrimento da presença de pequenos organismos, como os insectos. Por isso, para si era
fundamental que se cruzasse a preservação das espécies existentes com o
desenvolvimento do Plano da Biodiversidade, com a ligação das zonas arborizadas
através de corredores verdes sem obstáculos, mas restringindo-se também a construção
de equipamentos. Quanto à muito elevada presença de chumbo no Campo de Tiro, tal
repercutir-se-ía tanto na saúde humana, como acarretava danos e prejuízos para as
espécies residentes. Propôs a instalação de mais bebedouros e comedouros públicos
para os animais em geral e para os munícipes. Para concluir, deixou nota do papel do
LxCRAS (Centro de Recolha e Recuperação de Animais e Aves Silvestres) e da Casa
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dos Animais de Lisboa, na preservação e na recuperação de espécies selvagens, algumas
em vias de extinção, como uma águia-real que teria sido envenenada e ali pôde ser
recuperada, pelo que a presença daqueles animais no PFM deveria ser preservada, por
constituir o único habitat para algumas espécies na área de Lisboa.
Como último interveniente convidado para este painel, o sr. Subcomissário José
Paulo Brissos dos Santos, na qualidade de Comandante da Polícia Florestal, enumerou
os três tipos de vigilância no PFM. Por um lado, um policiamento motorizado em
viaturas ligeiras, um segundo feito a cavalo pelo interior de todo o Parque e outro de 24
horas por dia de prevenção aos fogos florestais, através de câmaras de videovigilância.
Indicou que a Polícia Municipal também destacava um carro-patrulha que procedia a
rondas durante 24 horas por dia, ao longo das vias circuláveis do PFM. Deixou também
o testemunho de que a Polícia Florestal tinha ainda como missão a vigilância e a
segurança de pessoas, incluindo dos eventos de que tinham conhecimento e que, fora
das horas normais de expediente, recebia e transportava até ao CRAS pequenos animais
e aves silvestres, feridos ou recém-nascidos, para tratamento pelos médicos veterinários.
Para além disso, tomava~se conta de reclamações e de situações ilícitas, apreendiam-se
várias toneladas de pinhas, ilegalmente recolhidas no PFM, bem como armadilhas para
aves, identificando-se os infractores e procedendo-se aos respectivos autos de notícia e
seu envio para tribunal.
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substituível nem fragmentável em vários parques urbanos e, também, porque a extensão
de Monsanto tinha uma grande expressão a nível da própria Área Metropolitana de
Lisboa, na sua ligação ao Jamor e às Serras de Sintra e da Carregueira, pelo que reduzir
a sua área seria mau para a própria cidade. Lembrou de seguida que, ao longo dos
tempos, sempre que fora preciso construir um novo equipamento a CML recorria
sempre um pouco ao PFM, roubando algumas áreas nas suas margens, de que
constituiam exemplos o Parque Universitário da Ajuda, vários bairros sociais e até as
vias de comunicação, procedimento que considerou errado e não deveria ter sido feito.
Um 2º ponto relativamente à vegetação existente no Parque que, por na altura ter vindo
dos viveiros, não teria sido a mais adequada para o local, tanto pela sua dimensão, como
em termos de cobertos florestais, ao ter permitido o aparecimento de espécies
espontâneas. Um 3º ponto que prejudicava aquela ecologia era a existência das vias que
haviam rompido e roubado mais área ao Parque, quando o ideal poderia ser sido a
constituição de ecodutos ou o rebaixamento das próprias vias, para protecção da
vegetação, dos animais e até da sua utilização pelas pessoas. Dando o exemplo de uma
alternativa mais segura e agradável, como o Corredor Verde de Monsanto inaugurado
em 2012, lembrou serem necessárias soluções de mobilidade suave, por serem mais
adequadas às actividades humanas, e clareiras equipadas com planos de água, como
garantia da permanência da fauna. Por último, perante as pressões de ocupação e usos e
como garantia da sustentabilidade ecológica e cultural do PFM, considerou ser
fundamental a existência de um plano estratégico de Parque Florestal periurbano de uma
grande capital, promovendo-se um amplo debate que definisse uma visão global daquele
espaço, com as intervenções prioritárias, seus responsáveis e modos de financiamento.
Na continuação, falou o sr. João Pinto Soares, da Associação Lisboa Verde que
integra a Plataforma Por Monsanto desde a sua constituição. Mencionou o Plano de
Urbanização para o Vale de Alcântara o qual, por este estar associado ao PFM,
permitiria uma grande área verde e a instalação de um biótipo diversificado. O sistema
seco das suas encostas teria tido uma etapa decisiva em Março de 2010, com a
florestação da encosta do Casal Ventoso, o que veio contribuir para a sua consolidação,
a melhoria da qualidade do ar e a fruição de uma paisagem equilibrada. Destacou a
intervenção na encosta fronteira, também pertencente ao sistema seco, com a
constituição do Jardim do Alvito, o qual deveria ser incluído, mantendo a sua
integridade e autonomia, na unidade de paisagem da Serra de Monsanto. Quanto ao
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sistema húmido, onde no Vale de Alcântara corria a ribeira com o mesmo nome,
lembrou que ali existia a maior bacia hidrográfica da cidade, com uma extensão total de
cerca de 10 kms, desde o Concelho da Amadora até ao Rio Tejo. Como este curso de
água, que constituía o Caneiro de Alcântara, se encontrava canalizado em toda a sua
extensão, desde 1967, para permitir resolver os problemas sanitários originados pelas
descargas de afluentes domésticos, e por o seu fecho ter anulado a riqueza e a
complexidade associadas aos sistemas ribeirinhos, esta ribeira deveria agora ser
reabilitada. Para esta reabilitação propunha a criação de uma nova linha de água
naturalizada que funcionasse como alternativa ao Caneiro de Alcântara, entre a ETAR
de Alcântara e o Rio Tejo. Esta nova ribeira permitiria receber, a céu aberto, a retenção
das águas pluviais e dos jardins agrícolas limítrofes, evitando as cheias em Alcântara e
na Avenida de Ceuta, valorizando a paisagem daquela zona. Quanto ao campo social,
apontou a integração das zonas de lazer e recreio no tecido urbano, salvaguardando-se a
manutenção periódica da estrutura verde, a segurança dos espaços envolventes, bem
como a qualidade da água armazenada. Terminou referindo-se à importância da inclusão
de um corredor verde transversal que ligasse a Tapada das Necessidades e o Cemitério
dos Prazeres à Tapada da Ajuda, de modo a colocar Lisboa no topo das Capitais Verdes
Europeias.
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basquete do Moinho do Penedo, o renovado Restaurante Montes Claros, a antiga casa
do Presidente e a zona do Alto da Ajuda onde se realizava a Semana Académica.
Concluiu considerando serem demasiados eventos para um Parque Florestal que
requeria antes ser protegido, esperando que se conseguisse a reversão das políticas de
delapidação prosseguidas nos últimos anos, não se permitindo nem mais construção,
nem mais estradas, incentivando-se antes o aumento da sua zona verde.
Tendo depois sido dada a palavra ao sr. José Veloso, do Clube de Actividades ao
Ar Livre, este representante sublinhou ser o Centro Associativo do Calhau, em
Monsanto, a casa das associações, desde 1995. Depois de saudar a gestão do PFM pelo
prémio recentemente recebido, salientou um projecto de intervenção comunitária de
iniciativa da Junta de Freguesia de Campolide, em conjunto com o CAAL, para ligar os
Bairros da Liberdade e da Serafina às Amoreiras, mas que apenas não fora em frente por
não ter tido a concordância da EPAL. Tratava-se de um projecto que, para além de criar
um posto de trabalho, previa a inclusão de um passe que poderia ser adquirido a um
preço simbólico, unindo aqueles dois bairros às Amoreiras, através do percurso do
Aqueduto das Águas Livres. O projecto viabilizaria a presença da população em
Monsanto, diminuindo a marginalidade e dando mais espaço e mais fluidez de
passagem para aqueles bairros, encontrando-se presentemente parado por falta de apoio
da EPAL.
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A Senhora Presidente da AML, ao dar início ao período aberto ao público,
concedeu aos futuros intervenientes uma tolerância suplementar, a fim de poderem
dispôr de mais tempo de expressão.
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contributo à redução dos gases com efeito de estufa na atmosfera, destacando a
necessidade de as cidades se adaptarem com zonas verdes e florestais como mitigadoras
das cada vez mais frequentes ondas de calor nas zonas urbanas e dos seus efeitos na
saúde humana. Neste contexto, a preservação daquela mancha florestal seria vital para o
futuro da Área Metropolitana, pelo que merecia ser considerada a sua ampliação. A sua
preocupação baseava-se na constante pressão que era exercida sobre Monsanto, com a
diminuição da sua área e o aumento da construção. Citou um estudo europeu divulgado
pela Royal Society, no qual Lisboa possuía bastante menos de 10% de área verde na
totalidade do seu concelho, com um indicador de área verde per capita abaixo dos 10
m2, contrastando com outras cidades europeias que iam além de 40% de área verde e
com mais de 300 m2 per capita. Concluiu pela preservação do PFM, expressando a
necessidade da sua ampliação integrada numa rede de corredores verdes do Município
interligados entre si.
O sr. Emanuel Nobre de Sousa no uso da palavra, informou que, para chegar ao
Fórum Lisboa, se deslocara de transportes públicos, utilizando um comboio da CP em
cerca de 15 km e percorrendo os restantes 3 km a pé, sem utilizar combustíveis fósseis.
Em contraponto a esta prática, interrogava sobre qual o motivo de se restringir a
circulação na Avenida da Liberdade a veículos com matrículas anteriores a 2001 e o
mesmo não ser feito no PFM, visto ser esta uma zona ligada à Natureza e ao Ambiente.
Questionava também o porquê de não serem delimitadas algumas zonas apenas à
circulação pedonal, a veículos de fiscalização ou de patrulha da PSP, aos da CML e das
Juntas, controlando-se o trânsito rodoviário em algumas vias por meio de pinos
movíveis, como se fazia nas entradas para o Bairro Alto. Também não compreendia
porque se falava da poluição dos solos do antigo Campo de Tiro de Monsanto
esquecendo-se que os veículos movidos a combustíveis fósseis também libertavam
chumbo e outros metais pesados (como Cádmio, Bário, Níquel, Arsénio, Crómio, entre
outros), mas tal facto não era equacionado em relação às fontes de poluição do PFM.
Recordou que não existiam travessias seguras para peões, nem passeios ao lado das
estradas, o que obrigava os peões a deslocarem-se pelas valas. Quanto às ameaças à
biodiversidade e aos impactos das actividades humanas em pleno PFM, deixou um
testemunho pessoal, que teria vivenciado, do atropelamento de uma ave de rapina
nocturna (uma coruja), mas também das ameaças sobre outros tipos de animais, como
aves migratórias, esquilos, raposas, animais de locomoção lenta e outros de pequenas
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dimensões, uns que dantes eram avistados e agora já não o eram, que culminavam em
morte instantânea, ferimentos graves, fracturas ósseas ou amputações de membros.
Propunha, por isso, que se restringisse o acesso a algumas estradas do PFM, por muitas
vezes os condutores apenas as utilizarem para fugir ao trânsito e chegar mais depressa
ao seu destino, por via de atalhos e em alta velocidade. Também enumerou os impactos
negativos para o ecossistema, como nos casos de espécies ali introduzidas que
competiam directamente com as selvagens e as autóctones, de que constituiam exemplo
os gatos abandonados que se tornavam assilvestrados, reduzindo a biodiversidade em
populações de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Apontou ainda a invasão de espécies
exóticas, introduzidas apenas pela sua beleza, sem se ter em conta o seu impacto nos
ecossistemas, de que os casos mais flagrantes eram os da Acácia longifólia, do
Pitospóro, da importação massiva de Palmeiras que, por arrasto, traziam o escaravelho
da Palmeira, mas ainda da vespa asiática que dizimava outras comunidades, como
abelhas europeias/domésticas/solitárias, a vespa europeia e borboletas, entre outras.
Abordou também o caso de outras plantas, espécies exóticas e animais que requeriam o
devido controlo de infestantes, como o Chorão-das-praias, o Jacinto-de-água, as Azedas
ou o Lagostim-vermelho-do-Louisiana. Defendeu a necessidade de uma legislação
eficaz, pois a falta de coordenação originava custos elevados, quer para os proprietários
particulares, quer no esbanjamento/desperdício de fundos públicos para as Autarquias,
através de planos de controlo e erradicação de espécies invasoras que depois não eram
eficazes. Já sobre os eventos de massas que tinham lugar dentro do PFM, parte dos
resíduos acabavam por ali ficar depositados, contribuindo para a compactação dos solos.
E quanto aos abates e recentes desmatamentos, se alguns teriam permitido acabar com a
prostituição, depois fora preciso inverter a situação, plantando-se novas árvores. Para
finalizar, clarificou que muitas das espécies arbóreas levavam 40 ou mais anos para
entrar na fase reprodutiva do seu ciclo de vida, pelo que uma árvore não seria um bem
desnecessário, mas sim um ser vivo que deveria merecer todo o respeito.
O sr. DM José Franco (IND), agora no uso da palavra, sustentou que o presente
debate se inseria na linha de anteriores debates públicos realizados no Fórum Lisboa,
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sobre temas relevantes para a vida da cidade e dos seus munícipes, sendo inquestionável
a importãncia estratégica do PFM, relativamente à região e à cidade de Lisboa. Não
duvidava, por isso, da sua oportunidade, por decorrer da preocupação sobre um recente
conjunto de iniciativas por parte do executivo municipal, para o território do PFM, que
suscitavam dúvidas e reservas, não só pelas alterações previstas para o uso do solo, mas
também, pelos próprios modelos de concessão desses espaços a entidades privadas.
Defendeu que, com maioria de razão, por o rigor da avaliação das alterações ao uso do
solo no território municipal dever ser total, no caso do PFM esse princípio deveria ser
observado e praticado na sua plena dimensão, não se podendo circunscrever a um mero
entendimento jurídico das situações em análise. Nesta óptica, as propostas de
intervenção teriam forçosamente de contar com uma discussão o mais alargada possível.
Para os Cidadãos por Lisboa, o PFM era já uma preocupação antiga, desde o problema
das 46 casas de função que se pretendia atribuir ao corpo da Guarda Florestal, pelo que
não defendiam qualquer tipo de radicalismo, mas sim a avaliação e a discussão das
propostas, desde que devidamente fundamentadas e enquadradas na lei. Para si,
Monsanto constituía um espaço verde de utilização pública, pelo que a existência de
qualquer proposta que condicionasse a sua utilização, por exemplo, através de regimes
de concessão que poderiam alcançar periodos de quase 50 anos exigiam uma
ponderação e uma avaliação técnicas que não pactuassem com usos de solo em moda.
Finalmente, considerou fundamental que se aprofundasse o condicionamento ao
atravessamento daquele santuário natural por parte de viaturas particulares,
fiscalizando-se a velocidade máxima de circulação, que em caso algum deveria exceder
os 50 Kms por hora.
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de espaços no Parque Florestal do Monsanto”. Nesse sentido, o MPT defendia que a
autarquia deveria investir mais na protecção e valorização do PFM através da sua
possível integração na Rede Natura 2000, melhorando as acessibilidades, a sinalética, a
segurança e o conforto, de forma que o PFM continuasse a servir a cidade e não a
cidade a servir-se dele.
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desactivados, como o Panorâmico de Monsanto e o Aquaparque, áreas de lazer e recreio
que necessitavam de revitalização e manutenção, bem como espaços utilizados, quer
pelo Estado, quer por privados, que importava reverter para uso público do Município.
Para o efeito, listou uma série de concessões que decorriam mal no PFM, como o
Restaurante O Papagaio da Serafina (há mais de 20 anos sem pagar renda), o Parque de
Insufláveis - Viva a Brincadeira (no Parque Recreativo do Alto da Serafina), o
Restaurante Luneta dos Quartéis (vandalizado e roubado em 2008), o Clube de
Radiomodelismo Automóvel de Portugal (na Cruz das Oliveiras, Alto da Vinha) e o
Clube Português de Tiro a Chumbo, para além das últimas concessões que a CML vinha
deferindo. Nesta reflexão, relembrou que o PFM se encontrava protegido pelo Regime
Florestal Total e que era não apenas o pulmão da capital, como também da própria Área
Metropolitana de Lisboa. Todavia, assistira-se à cedência de espaços e ao corte das
manchas verdes, tanto pela CRIL como pela A5, pelo que seria essencial que o
executivo optasse entre Monsanto ser um parque florestal com algumas valências e
equipamentos que servissem a cidade ou torná-lo num parque urbano. Acrecentou ser
importante não se ceder às pressões urbanísticas, parando-se de vez com as sucessivas
desafectações do regime florestal total. Para o CDS era claro que Monsanto deveria
continuar a ser predominantemente um parque florestal respeitando, assim, o seu regime
florestal, criando-se e mantendo-se espaços de lazer e recreio de serviço à população.
Recomendavam sistemas de circulação pedonal e viária sustentáveis, como ciclovias,
em detrimento de parques automóveis que albergassem demasiadas viaturas, pelo que
aplaudia a aposta nos transportes públicos e na proposta do ECOBUS. Pretendiam
estruturas de lazer, de recreio lúdico-desportivas de média dimensão que troussessem
pessoas ao Parque, atendendo à sua capacidade máxima, de modo a evitar a sua
degradação, como a que se assistira com a Semana Académica de Lisboa, em 2013.
Porque queriam um parque vivido, mas não invadido, pugnavam por um plano efectivo
de biodiversidade, lutando para que a área de recreio não ultrapasasse 1/3 da ocupada
pelas áreas verdes, protejendo-se as espécies arbóreas e os animais existentes,
implementando-se acções de sensibilização e melhor conhecimento do Parque e das
suas valências. Por fim, deveria ser garantido um sistema de vigilância e segurança
eficaz para que as pessoas escolhessem Monsanto como uma opção segura e viável, sem
se cair na tentação de querer levar o PFM para um patamar de parque urbano.
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O sr. DM Ricardo Robles (BE), agora no uso da palavra, retirou como primeira
conclusão que seria fundamental ouvir-se quem tinha participado, utilizado e dado o seu
melhor contributo para o PFM, desde as várias associações às pessoas que diariamente
se envolviam na preservação de Monsanto, e que por isso deveriam ser auscultadas
aquando da tomada de decisões, o que não vinha acontecendo. Reconhecendo que havia
muita coisa bem feita em Monsanto, sublinhava dois exemplos recentes que considerava
gravosos. O primeiro, o campo de tiro, que continuava a ser um problema muito grave
pela contaminação de solos com a presença de chumbo, e que requeria respostas por
parte da vereação. Em segundo lugar, os planos de concessões, pois não se podia olhar
para Monsanto como um espaço de rentabilização de activos, numa perspectiva de
negócio, sobre um património tão valioso para a cidade de Lisboa. Como exemplos
apontava a Casa do Presidente, a Quinta da Pimenteira, as Casas de Função e o Moinho
do Penedo, mesmo que o rotulassem como de ecoturismo. Para si, constituía uma
perspectiva errada argumentar-se ser apenas possível recuperar aqueles espaços através
do investimento privado, ideia que deveria ser abandonada. Percebera na intervenção do
sr. vereador que existia um novo recuo que saudava, o primeiro sobre os campos de
basquetebol, um segundo sobre a denominada Estufa Hostel, porque violava o PDM, e
agora nas Casas de Função que se previa concessionar. Como não considerava esses
recuos um demérito ou qualquer derrota política, apelava para que também a ideia da
concessão da Casa do Presidente e de outros equipamentos fosse completamente
abandonada, e para que o PFM deixasse de ser visto como um negócio.
A srª DM Ana Páscoa (PCP), agora no uso da palavra, disse que retirara das
várias intervenções a absoluta necessidade da preservação de Monsanto, como o
verdadeiro pulmão da cidade de Lisboa, tanto na produção de oxigénio, como no
combate às emissões poluentes e às mudanças climáticas. Naquele património natural,
de riqueza botânica, e de espaço de lazer e prática desportiva, existiam numerosos
equipamentos à disposição dos lisboetas e visitantes, como miradouros, parques
recreativos e de merendas, Centro de Interpretação, o Espaço Biodiversidade, viveiros e
circuitos de manutenção, entre outros. Porém, Monsanto não podia ser disponibilizado
para a prossecução de negócios especulativos, com fragmentações de terrenos, que
afectariam o seu equilíbrio, sem o correspondente investimento e resolução de
problemas que Monsanto apresentava. Lembrou que, em 2015, a maioria PS na CML
aprovara, com os votos contra dos vereadores do PCP, um concurso onde se adjudicava
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a uma empresa privada a exploração da Quinta da Pimenteira, da Residência Oficial da
CML, do Moinho do Penedo e outras casas de função, numa clara delapidação do
património da cidade, e que isso iria, na práctica, impedir o acesso dos lisboetas a
equipamentos, como os campos de basquete do Moinho do Penedo. Ouvira, com
agrado, a referência da Lei de Bases do Parque Florestal em se “promover e garantir o
acesso à utilização social da floresta” ou o sr. vereador Sá Fernandes referir que um dos
objectivos seria ”recuperar o património e aproximar o parque da cidade”. Defendeu
que as intervenções a realizar naquele espaço deveriam passar apenas pela melhoria das
condições das estradas, da iluminação, da recuperação do edificado, da sinalética, dos
equipamentos desportivos e de lazer e dos parques recreativos, entre outros. Asseverava
que essa não vinha sendo a política seguida pela CML, que optara por desconfigurar o
PFM, através de concessões e privatizações de vários espaços que deixariam de ser de
fruição pública, permitindo aos privados converter essas áreas em unidades hoteleiras
que aumentariam a carga e a intensidade de utilização, contrariando, assim, o Plano de
Ordenamento e Requalificação do Parque de Monsanto. Apesar disso, acreditava que,
com o contributo de todos, seria possível alcançar-se um rumo diferente, para que
Monsanto continuasse a ser um espaço de fruição pública.
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áreas que, por anteriores incúrias, lhe haviam sido retiradas e ainda não devolvidas,
fosse no Pólo Universitário, na Av. dos Bombeiros Voluntários, no antigo Aquaparque,
nas Pimenteiras, no Restaurante Panorâmico ou no Campo de Tiro. Por isso, seria
preciso proibir a celebração de eventos de massas e que, de uma vez para sempre, os
responsáveis municipais assegurassem e fizessem respeitar a Tolerância Zero para
novas depredações em Monsanto.
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estratégia apresentada e a oferta deste polo de atracção, tanto pela sua estrutura verde e
corredor ecológico, como pelo seu lado de responsabilidade ambiental.
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fundamental existir um Parque dedicado às pessoas, com o aumento da área florestal,
sem novas construções, e que a CML defendesse Monsanto como espaço verde,
centrando-se no reforço da ideia original, que esteve na base da sua formação como
Parque Florestal por excelência, sem o utilizar como reserva de terrenos urbanizáveis.
Para concluir, anunciou que “Os Verdes”, no mesmo dia do debate em curso, haviam
entregue na Assembleia da República um Projecto de Resolução, no qual se propunha a
classificação do PFM como área protegida, pela necessidade de salvaguardar um espaço
sobre o qual vinha incidindo um nível de insensatez que poderia levar à sua destruição.
Mais informou que já entregara na Mesa um documento específico, com contributos e
recomendações para serem considerados no âmbito do debate sobre o PFM.
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2 - Que a CML proceda à audição e recepção de contributos tendentes a
parcerias e protocolos com o Governo, as Juntas de Freguesia e as associações que vêm
participando na salvaguarda do PFM;
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10 - Que as soluções de reabilitação de edifícios devolutos sejam publicamente
apresentadas, procurando ir ao encontro do projeto original e viabilizando a sua
preservação, no respeito da legislação existente;
Sobreda Antunes
Sofia Cordeiro
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VIII - Anexos
www.am-lisboa.pt/301000/1/004188,000257/index.htm
http://debaterlisboa.am-lisboa.pt/documentos/1460656101T6hTM1fo9Vp89WD6.pdf
www.am-lisboa.pt/documentos/1469662614N3nDW4dx8Eo90SC7.pdf
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