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TUTELA ANTECIPADA
Segunda Seção
DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. DEVOLUÇÃO
DE VALORES RECEBIDOS A TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
POSTERIORMENTE REVOGADA.
Se a antecipação da tutela anteriormente concedida a assistido de
plano de previdência complementar fechada houver sido revogada
em decorrência de sentença de improcedência do seu pedido,
independentemente de culpa ou má-fé, será possível à entidade
previdenciária - administradora do plano de benefícios que tenha
suportado os prejuízos da tutela antecipada - efetuar descontos
mensais no percentual de 10% sobre o montante total de cada
prestação do benefício suplementar que vier a ser recebida pelo
assistido, até que ocorra a integral compensação, com atualização
monetária, da verba que fora antecipada, ainda que não tenha
havido prévio pedido ou reconhecimento judicial da restituição.(...)
SEGUNDA TURMA
Intimação pessoal da Defensoria Pública e preclusão
A não observância da intimação pessoal da Defensoria Pública — prerrogativa
para o efetivo exercício de sua missão institucional — deve ser impugnada,
imediatamente, na primeira oportunidade processual, sob pena de
preclusão. Com base nesse entendimento, a Segunda Turma indeferiu a ordem
de “habeas corpus”. No caso, no julgamento da apelação, não teria havido
intimação pessoal da Defensoria Pública. No entanto, tal insurgência somente
fora veiculada no recuso especial, não obstante a Defensoria anteriormente
houvesse oposto embargos de declaração. HC 133476, rel. Min. Teori Zavascki,
14.6.2016. (HC-133476) (Informativo 830)
PLENÁRIO
Execução em juizado e apresentação de cálculo pelo devedor - 2
O relator explicou que, de acordo com o art. 139 do CPC/2015, caberia ao
magistrado conduzir o processo, de modo a assegurar a igualdade de
tratamento entre as partes — princípio da paridade de armas, corolário dos
princípios constitucionais da igualdade, do contraditório e do devido processo
legal. Ponderou que a relação estabelecida entre o particular que procurasse
o juizado e a União seria evidentemente assimétrica. O Poder Público
possuiria corpo de servidores especializados nas questões discutidas em juízos.
A advocacia pública hoje estaria satisfatoriamente aparelhada, sendo composta
por pessoas altamente qualificadas para a defesa das pretensões do Estado. O
particular, às vezes, nem de advogado disporia, porquanto a legislação lhe
conferiria capacidade postulatória. Ademais, a legislação permitiria que a
execução nos juizados especiais fosse feita mediante simples expedição de ofício
do Juízo à Administração Pública (Lei 10.259/2001, art. 16). Além disso, o art.
11 desse mesmo diploma imporia à Administração o dever de apresentar a
documentação alusiva à causa. O art. 10, por sua vez, deferiria ao representante
judicial da Fazenda a possibilidade de transigir com os particulares — exceção
ao conhecido princípio da indisponibilidade do interesse público —, pressupondo
que, desde logo, a Administração agiria no intuito de buscar a efetividade dos
direitos dos administrados. Realçou que os cálculos, quando efetuados por
perito, deveriam ser posteriormente revistos pela própria Administração
fazendária, a fim de verificar a correção — a viabilizar, eventualmente, a
interposição de embargos. A nomeação de perito representaria, portanto,
duplo custo para o erário: primeiro, com os correspondentes honorários
periciais; segundo, com o servidor público responsável pela revisão daquele
trabalho. Exigir que existisse sempre a intervenção de perito designado pelo
juízo revelaria incompatibilidade com os princípios da economia
processual, da celeridade e da efetividade do processo. Portanto, o dever de
colaboração imputável ao Estado, consoante essa visão, decorreria, em
última análise, dos princípios da legalidade, da moralidade e da eficiência,
e do subprincípio da economicidade, que norteariam a interpretação a ser
adotada. Por último, caso o exequente apresentasse valor excessivo, como
devido, caberia à Fazenda “declarar de imediato o valor que entendesse
correto, sob pena de não conhecimento da arguição” (CPC/2015, art. 535, §
2º). A União, todavia, teria insistido em projetar no tempo o cumprimento
de decisão transitada em julgado, mesmo sendo detentora de dados
necessários sobre a exatidão do valor. Em seguida, pediu vista o Ministro Luiz
Fux. ADPF 219/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 23.6.2016. (ADPF-219) (Informativo
831)
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
STJ
Enunciado administrativo n. 1
O Plenário do STJ, em sessão administrativa em que se interpretou o art. 1.045
do novo Código de Processo Civil, decidiu, por unanimidade, que o Código de
Processo Civil aprovado pela Lei n. 13.105/2015, entrará em vigor no dia
18 de março de 2016.
Enunciado administrativo n. 2
Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a
decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os
requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as
interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça.
Enunciado administrativo n. 3
Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a
decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os
requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC
Enunciado administrativo n. 4
Nos feitos de competência civil originária e recursal do STJ, os atos
processuais que vierem a ser praticados por julgadores, partes, Ministério
Público, procuradores, serventuários e auxiliares da Justiça a partir de 18 de
março de 2016, deverão observar os novos procedimentos trazidos pelo
CPC/2015, sem prejuízo do disposto em legislação processual especial.
Enunciado administrativo n. 5
Nos recursos tempestivos interpostos com fundamento no CPC/1973
(relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016), não caberá
a abertura de prazo prevista no art. 932, parágrafo único, c/c o art.
1.029, § 3º, do novo CPC.
Enunciado administrativo n. 6
Nos recursos tempestivos interpostos com fundamento no CPC/2015
(relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016), somente
será concedido o prazo previsto no art. 932, parágrafo único, c/c o art. 1.029,
§ 3º, do novo CPC para que a parte sane vício estritamente formal.
Enunciado administrativo n. 7
Somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a partir de
18 de março de 2016, será possível o arbitramento de honorários
sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do novo CPC.
Art. 15
PRAZO
SEGUNDA TURMA
Processo eletrônico: corréus com advogados distintos e prazo em dobro
Não cabe a aplicação subsidiária do art. 229, “caput”, do CPC/2015 em
inquéritos e ações penais originárias em que os atos processuais das partes
são praticados por via eletrônica e todos os interessados — advogados e
membros do Ministério Público — têm acesso amplo e simultâneo ao inteiro
teor dos autos. Nesse sentido, a Segunda Turma resolveu questão de ordem em
que acusados representados por advogados distintos requisitavam prazo em
dobro para a resposta prevista no art. 4º da Lei 8.038/1990. Com o advento do
novo CPC, o Colegiado consignou que, nos processos eletrônicos, não há
falar em prazo em dobro para as manifestações de corréus com diferentes
procuradores, seja em qualquer juízo ou tribunal, dependente ou não de
requerimento. Além disso, na situação dos autos, o acesso amplo e simultâneo
aos atos processuais praticados por via eletrônica estaria evidenciado, uma vez
que junto com o mandado de notificação dos corréus fora enviada uma mídia
digital em CD, contendo cópia integral dos autos. Aliado a isso, constantemente
é realizada a atualização do material digital, sendo permitido e utilizado o
peticionamento eletrônico. Inq 3980 QO/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 7.6.2016.
(Inq-3980) (Informativo 829)