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Concreto Armado II

Projeto de Pilares

Maio / 2005
Introdução
Objetivo:

Apresentar e discutir
o dimensionamento e o detalhamento
de pilares
de acordo com a Norma NBR6118
Importância dos pilares

Os pilares são os elementos


mais importantes da estrutura,
pois a ruptura de um deles pode levar ao
colapso progressivo da mesma.
Função do pilares
Pilares são elementos estruturais alongadas
verticalmente,
que servem para suportar e transmitir os
esforços da estrutura até as fundações.
Função do pilares

Os pilares, junto com as vigas, formam os


pórticos, que nos edifícios são os responsáveis
por resistir às ações verticais e horizontais e
garantir a estabilidade global da estrutura.

Figura de Alio (TQS)


Modelagem e o fluxo das cargas
Modelagem e o fluxo das cargas

Na modelagem (intuitiva) das estruturas de edifícios,

as lajes se apoiam nas vigas

que por sua vez se apoiam pilares

e estes nas fundações.


Modelagem e o fluxo das cargas

As lajes recebem

as cargas permanentes (peso próprio, revestimentos)

e as cargas variáveis (pessoas, móveis)

e as transmitem para as vigas


Modelagem e o fluxo das cargas

As vigas além do peso próprio

e das reações das lajes,

suportam as cargas de paredes existentes sobre elas,

além de cargas concentradas provenientes de outras


vigas,

levando todas essas cargas para os pilares.


Modelagem e o fluxo das cargas

Os pilares são os elementos que recebem

as cargas dos níveis, atual e superiores

e conduzem esses esforços

até as fundações.
Modelagem e o fluxo das cargas

Nos edifícios,
ao nível de cada piso,
obtém-se o subtotal da carga vertical
atuante em cada pilar ,
desde a cobertura até o nível considerado.
Modelagem e o fluxo das cargas

Essas cargas são utilizadas para dimensionamento


dos trechos de cada pilar entre dois níveis

A carga total, de cada pilar, é usada no projeto da fundação.


Modelagem e o fluxo das cargas

Nas estruturas constituídas por lajes sem vigas,


( lajes planas) os esforços provenientes das lajes
são transmitidos diretamente para os pilares.
Dimensões e parâmetros mecânicos
Dimensões e parâmetros mecânicos

No projeto de uma estrutura de ediíicio

uma das etapas iniciais

é o pré-dimensionamento dos pilares,

e a determinação dos parâmetros mecânicos


Dimensões e parâmetros mecânicos

Dimensões mínimas

A NBR 6118/2003, no seu item 13.2.3,

estabelece que a seção transversal dos


pilares,

qualquer que seja a sua forma,


b
não deve apresentar
b≥19cm
dimensão menor que 19 cm.
Dimensões e parâmetros mecânicos
Dimensões mínimas
Em casos especiais,
permite-se a consideração de
dimensões entre 19 cm e 12 cm,
desde que no dimensionamento
se multipliquem as ações
por um coeficiente adicional γn,
γn = 1,95 - 0, 05 b b
Dimensões e parâmetros mecânicos

Pilares versos pilares-parede

Em pilares a maior dimensão h


deve ser menor ou igual a 5
vezes a menor dimensão b
h ≤ 5.b h

b
Em pilares-parede ao contrario

h >5.b
Dimensões e parâmetros mecânicos

Pilares versus pilares-parede

Exemplos de pilares: ( no limite)

12x60, 15x75, 20x100


h
25x100, 30x150, 35x175, 40x200

Em nenhuma hipótese um pilar pode


ter área menor que 360 cm2
Exemplos:
12x30, 15x25, 19x19
Dimensões e parâmetros mecânicos

Comprimento equivalente

De acordo com a NBR 6118 ,item 15.6, o comprimento


equivalente le para pilares de edificio é o menor valor
entre :
lo+ h
le ≤
l

Como pode ser visto na figura a seguir :


Comprimento equivalente lo+ h
le≤
viga l

eixo
h/2
Pilar h

lo lo + h l

h/2 eixo
Comprimento equivalente lo+ h
le≤
viga l

eixo
h/2
Pilar h

lo lo + h l
h/2 h/2

eixo
h/2
Comprimento equivalente direções x e y
hx
hy
x

lex
y
x
lex
ley
x

y
Dimensões e parâmetros mecânicos

Raio de giração
Define-se raio de giração como:

ix = Ix
A hy
Onde:
Ix = hy .hx 3 / 12
hx
A = hx . hy
Direção x
hy.hx3/12 hx
ix = =
hx. hy 12
DIMENSÕES E PARAMETROS MECÂNICOS

Raio de giração
Define-se raio de giração como:

iy =
Iy
A hy
Onde:
Iy = hx .hy 3 / 12
hx
A = hx . hy
Direção y
hx.hy3/12 hy
iy = =
hx. hy 12
DIMENSÕES E PARAMETROS MECÂNICOS

Índice de esbeltez
Define-se índice de esbeltez como:

lex
λx =
ix hy
hx
Substituindo ix: ix =
12
hx
lex lex 12
λx = = Direção x
hx hx
12
DIMENSÕES E PARAMETROS MECÂNICOS

Índice de esbeltez
Define-se índice de esbeltez como:

ley
λy =
iy hy
hy
Substituindo iy: iy =
12
hx
ley ley 12
λy = = Direção y
hy hy
12
Classificação dos pilares:
CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES

Os pilares podem classificados:

•quanto a sua posição na estrutura

•quanto a sua elbeltez


CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES
Quanto a sua posição na estrutura podem ser:
Pilares internos ou centrais cujas
solicitações iniciais se aproximam
de uma compressão uniforme
( momento pequenos)
CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES
Quanto a sua posição na estrutura podem ser:
Pilares internos ou centrais cujas
solicitações iniciais se aproximam
de uma compressão uniforme
( momento pequenos)
Pilares laterais ou de borda cujas
solicitações iniciais se aproximam
de uma Flexão Composta Normal
(FCN)
CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES
Quanto a sua posição na estrutura podem ser:
Pilares internos ou centrais cujas
solicitações iniciais se aproximam
de uma compressão uniforme
( momento pequenos)
Pilares laterais ou de borda cujas
solicitações iniciais se aproximam
de uma Flexão Composta Normal
(FCN)

Pilares de canto cujas solicitações


iniciais se aproximam de uma
Flexão Compota Oblíqua (FCO)
Pilar quanto a sua posição na estrutura (1)
V1 30
x

50
Pilar de Pilar de Pilar de
Canto =
Borda lateral
P1 P2

V3
V3

Pilar Pilar
Pilar de V2 Interno = Central
Borda

P3 P4
y
Pilar quanto a sua posição na estrutura (2)

Pilar
lateral

Adaptada de Fusco,P.B. Solicitações Normais


Pilar quanto a sua posição na estrutura (2)

Pilar
interno

Adaptada de Fusco,P.B. Solicitações Normais


Pilares quanto à sua esbeltez

Em função de seu indice de esbeltez,


os pilares podem ser classificados como:

Pilares curtos λ < = λ1


Pilares esbeltos λ1 < λ < = 90
Pilares muitoesbeltos 90 < λ < = 140
Pilares excessivamente esbeltos 140< λ < = 200

Não é permitido o uso de pilares com


λ > 200
Esbeltez limite λ1

É valor da esbeltez ( λ1) acima do qual os efeitos de


2a ordem começam a provocar uma redução da
capacidade resistente do pilar

Desta forma os efeitos de segunda ordem são


desprezados quando o valor da esbeltez calculada λ
for igual ou inferior ao valor da esbeltez limite λ1
λx ≤ λ1,x
λ ≤ λ1
λy ≤ λ1,y
Esbeltez limite λ1

λ1 deve satisfazer às duas expressões seguintes:

25 + 12,5 . e1/h e
λ1 = 35 ≤λ1 ≤ 90
αb

Onde
e1 é a excentricidade de primeira ordem

α b = parâmetro adimensional que depende dos vínculos


momentos extremos
Esbeltez limite λ1
Calculo de αb:
1 ) Se o pilar for biapoiado sem forças transversais

α b = 0,60 + 0,40Mb/Ma ≥0,40 Mb ≤ Ma (em módulo)

Mb e Ma são os momentos de primeira ordem


do topo e da base

Ma Ma Ma Mb topo
+
+
+ +
- base
Mb Mb =0 Mb Ma
(a) (b) (c) (d)
Esbeltez limite λ1
Calculo de αb:
2 ) Se o pilar for biapoiado com forças transversais

αb = 1
3 ) Se o momento Ma ≤ Md1,min

αb = 1
Observações:
Ma e o maior momento entre o topo e a base
e
M1d,min é o momento mínimo
a ser definido para cada pilar em cada direção x e y
Excentricidades de primeira ordem:
Excentricidades de primeira ordem:
A excentricidades de primeira ordem ocorrem
devido às ligações monolíticas entre os
elementos estruturais vigas e pilares

A excentricidades de primeira ordem são


determinados na estrutura considerando a
configuração sem deformação
Excentricidades de primeira ordem:

P P ∆
H H

Com a
P é axial e
deformação ∆
não provoca aparece um
momento
efeito P∆
Excentricidades de primeira ordem:
N
Ma M1,topo e1,topo topo
+ + +

- - - base
Mb M1,base e1,base
(a)
N
e1,topo =M1,topo / N

e1,base =M1,base / N
Excentricidade acidental

Segundo a NBR 6118:2003, na verificação do ELU,estado


limite último das estruturas reticuladas, devem ser
consideradas as imperfeições do eixo dos elementos da
estrutura descarregada.

Essas imperfeições podem ser divididas em dois grupos:

imperfeições globais

e imperfeições locais.
Imperfeições geométricas globais

Na análise global dessas estruturas, sejam elas


contraventadas ou não, deve ser considerado um
desaprumo dos elementos verticais conforme
mostra a figura abaixo
sendo:
θ1min = 1/400 para estruturas de nós fixos;
θ1min = 1/300 para estruturas de nós móveis e
imperfeições locais;
θ1max ≤ 1/200.
O desaprumo mínimo (θ1min) não deve
necessariamente ser superposto ao
carregamento de vento.

Entre os dois, vento e desaprumo, pode ser


considerado apenas o mais desfavorável, que
pode ser definido através do que provoca o
maior momento total na base de construção.
Imperfeições geométricas locais

No caso da verificação de um lance de pilar,


deve ser considerado o efeito do desaprumo
ou da falta de retilinidade do eixo do pilar
Imperfeições geométricas locais

Admite-se que, nos casos usuais, a


consideração apenas da falta de retilinidade
ao longo do lance de pilar seja suficiente.
Momento mínimo

De acordo com a NBR6118, o efeito das


imperfeições locais nos pilares pode ser
substituido em estruturas reticuladas pela
consideração do momento mímimo de primeira
ordem,
Momento mínimo

O momento total de primeira ordem,


isto é,
o momento de primeira ordem acrescido dos
efeitos das imperfeições locais,

deve respeitar o valor mínimo dado por:

M1d,min = Nd (1,5 + 0,03h)

em que:
h - altura total da seção transversal na direção
considerada (em centímetros).
Momento mínimo

M1d,min = Nd (1,5 + 0,03h)

Nas estruturas reticuladas usuais admite-se que


o efeito das imperfeições locais esteja
atendido se for respeitado esse valor de
momento total mínimo.
Momento mínimo

No caso de pilares submetidos à flexão oblíqua


composta, esse mínimo deve ser respeitado
em cada uma das direções principais,
separadamente;
isto é,

o pilar deve ser verificado


sempre à flexão oblíqua composta onde,
em cada verificação, pelo menos um dos
momentos respeita o valor mínimo indicado.
Excentricidade de segunda ordem
O metodo do pilar padrão com curvatura aproximada é
permitido para de seção constante e de armadura símetrica e
constante ao longo do seu eixo e λ ≤ 90

A não linearidade geométrica é considerada de forma


aproximada supondo-se que a configuração deformada seja
senoidal
A não linearidade física é considerada de forma aproximada
através de uma expressão aproximada da curvatura na seção
crítca
Excentricidade de 2a ordem

le2 1
e2=
10 r

A curvatura aproximada (1/r)


vale:

1 0,005 0,005
= ≤
r h ( ν + 0,5) h
Justificativa do processo simplificado
Tululão
N
M1d,topo M1d,min topo
+
comparação - + M2d
+
- base
M1d,base M1d,min

N
Geometria e componentes (1)
Geometria e componentes (1)
Geometria e componentes (1)
Geometria e componentes (1)
Tipos de pilares
O que foi discutido

-Esforços nas seções: base, topo e meio

-Excentricidade inicial

-Imperfeições Geometicas

Excentricidade de segunda ordem

-Dimensionamento com o uso de ábacos e/ou


programas computacionais.

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