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“Pequeno-nascente” (Edson Coelho)


Turma I (manhã)

Narrador – Houve um tempo, em que tudo no mundo era mágico. O sol falava com a lua
e as estrelas, os animais falavam com os homens, e a terra vivia em paz. Os pássaros
enchiam os rios com as águas das nuvens e os ventos criavam o mar. Os índios eram os
donos da terra e a vida seguia em paz...

Cena 1 – O Sol (Adisson), no meio do palco. Acorda e dá bom dia.


Cena 2 – Entram os passarinhos tbem dando bom dia e saem voando.
Cena 3 – Entram os indiozinhos em volta do sol. Quando o sol ergue seus braços, eles se
abaixam cumprimentando o sol. Então ele diz: - Que comece mais um dia de trabalho feliz.
(Sai).

Cena 4 – índias
1- vocês serão lindas guerreiras (tainá)
2- e terão lindos casamentos (bruna)
3- e muitos filhos (vitória)
4- eu amo essa tribo (yasmim)
5- e eu amo viver aqui (adrieli)

mesma cena – índios


1- índio gosta de caça (bruno)
2- mas só quando tem fome (victor)
3- índio não briga com animais ( )
4- índio ama a natureza (matheus)
5- índio dono da terra (leonardo)
6- índio fazer flecha (edmilson)

mesma cena – índias


1- bate mandioca, pro almoço gostoso (eloísa)
2- bate mandioca, pro índio formoso (thamires)
3- bate mandioca, é hora do jantar (thais)
4- bate mandioca, pros índios alimentar ( )
5- bate mandioca, vamos trabalhar (bia)

mesma cena – índias


1- esse ano a palha ta tão dura / e as plantas que nos alimentam(lais)
2- tem pouca água nos rios / e agradecer ao sol(karina)
3- temos que pedir a chuva mais água / e a lua(thais)
4- e aos pássaros mais ajuda / e a vida que nos dá força (beatriz)

O sol (adisson) – mais um dia que se vai, e mais uma noite que vem. Dorme os índios
tranqüilos, chega a lua do bem. (saem os índios espreguiçando-se, entra a lua trazida pelo sol.
Sai o sol).

A lua ( ) – dorme, dorme, meus filhinhos, dorme, dorme meu bem. Hoje o céu está tão
lindo com estrelas de belém. As florestas e os rios, todos dormem no recanto, pra vocês eu
deixo um beijo, desse meu doce encanto. (A lua sai).
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Turma II (tarde)

Cena 1

Entrada do Pagé (jhonata) – ventos venham até mim, como brisa suave de uma vida sem fim
Cena 2.

Entram os ventos.
Pagé – abençoem os rios, abençoem os bichos, abençoem os índios, abençoem toda floresta.
Que façam nascer as flores (os ventos saem), (de joelhos), eu o pagé agradeço a vida.

Cena 3

Entram as flores
1- que dia lindo (ellen)
2- que orvalho gostoso (vera)
3- eu adoro a vida (rauani)
4- eu adoro as abelhas (tassila)
5- eu amo as chuvas (tulia)
6- e eu adoro a noite (bruna)
7- o vento nas folhas ( )
8- a brisa dos ventos ( )
9- olhem, lá vem os cavalos selvagens correr entre nós (silvia)

(as flores brincam ao verem os cavalos brincarem, depois que eles saem, elas se espreguiçam
e dormem. Blackoult).

Cena 4

(família pássaro)
Julia – venha filho, venha voar...
Lucas – vamos filho é fácil.
Otavio – (aparece voando e cai desajeitadamente).
Lucas – vamos ajuda-lo.
Julia – tente de novo.
Otavio – (cai novamente).
Julia – vamos para casa.

Narrador – mas o mal brotava nas intenções de um ser e aproveitando da inocência de


uma criança, a malvada cobra pos tudo a perder...

Cena 5

Entra uma cobra (jéssica).


Entra o idiozinho brincando. (cris)

Cobra – idiozinho...
Índio – quem me chama?
Cobra – eu.
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Índio – eu quem?
Cobra – olhe para trás...
Índio – uma cobra.
Cobra – (aproximando-se dele). Você já não está cansado de correr pela florestas, pular nas
cachoeiras, subir em árvores, correr como os ventos?
Índio – um pouco...
Cobra – por isso trouxe um presente para você>
Índio – um presente pra mim?
Cobra – tome isto.
Índio – o que é isso?
Cobra – isso é um presente muito legal.
Índio – e pra que serve?
Cobra – ta vendo aqueles passarinhos lá? Cada um que você acertar, um ponto marcará.
Índio – mas eles são meus amigos...
Cobra – é só uma brincadeira, nenhum mal lhes causará. Tente. Sai de cena).
Índio – (mira e dá dois tiros).

Cena 6 (casal de pássaros).

Julia – logo, logo ele estará voando com agente...


Lucas – brincando nas nuvens, voando nos mares... (recebe um tiro e cai)
Julia – o que aconteceu... (recebe um tiro e cai).
Otavio – (entra feliz), olhe mamãe estou conseguindo... (cai). (de frente para platéia) ai, caí!
(vê seu pai) papai? Papai acorde... mamae, mamae, levante... isso é sangue... meus Deus o que
fizeram com meus pais. (chora).

Narrador – O mundo se perdera, pois maldades nunca haviam ouvido falar, revoltada a
natureza se perde, e tudo que era belo, transforma-se em vingança...

Cena 7

Entram os ventos em fúria

Rainha dos ventos – Pagé, pagé!


Pagé – (aparece) – Diga rainha dos ventos...
Rainha – hoje uma grande maldade aconteceu
Pagé – o que houve?
Rainha – dois inocentes pássaros perderam suas vidas por uma bricadeira...
Pagé – mas quem faria isso...
Rainha – um de seus filhos, pagé o índio pequeno nascente
Page – como sabe ter sido ele
Rainha – a cobra me contou
Pagé – meu deus o que farei?
Rainha – toda a natureza se revolta, é melhor correr e resolver este problema, e rápido, pois
nós também iremos embora. (saem ).
Pagé – Pequeno-nascente o que você fez? (sai).

Turma I (manha)

Cena 5
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Os passarinhos
1- isso foi injustiça (otavio)
2- não acredito mais nos índios (roseli)
3- eu acho que foi um acidente (tainá)
4- mas ele atirou e matou (cristiane)
5- devemos castiga-lo (junior)
6- eu também acho (lucas)
7- eu não pego mais água das nuvens (daiara)
8- nem eu (carla)
9- pra mim, deixo os rios secarem (isadora)
10- é a revolta dos passarinhos (isabela).

Narrador – Todo encanto havia se perdido. Ninguém mais falava com ninguém, e o
mundo perdera sua bondade. Todos queriam vingança, todos estavam com ódio nos
corações. E quem tem ódio em seu coração, não consegue perdoar.

Cena 6

Reunião dos índios – Pequeno-nascente amarrado.

Pagé – como pode fazer isso pequeno-nascente, agora será julgado!


Pequeno – eu pensei que era só uma brincadeira, a cobra me disse isso...
1- você deve consertar o mal que fez (leonardo)
2- e devolver a vida a nossa tribo (lais)
3- não se deve matar os passarinhos (beatriz)
4- eles é que nos buscam as águas (matheus)
5- e enchem nossos rios (tamires)
6- ele deve ir embora daqui (thais)
7- e nunca mais voltar (milla)
8- os ventos não aparecem mais (thais II)
9- o sol está triste (yasmim)
10- as flores estão morrendo (tainá)
11- E os rios secando (thais III)
12- Ele deve deixar a tribo (edmilson)
13- E procurar seu destino ( )
14- Vamos bater mandioca (karina)
15- E dar para os passarinhos (vantusa)
16- Assim quem sabe, eles nos perdoam e nos tragam água (adrieli).

Narrador – Mas nada adiantava... não haviam acordo. O índio pequeno nascente,
estava expulso da tribo e da floresta, e já vagava por semanas sem achar solução, foi
quando um pequenino ser chamou sua atenção...

Otavio (passarinho) – (bate as asas e cai). (tenta de novo).


Cris (índio pequeno) – (sorri) sem ventos, fica mais difícil...
Otavio – quem é você?
Cris – sou o índio pequeno-nascente
Otavio – que nome estranho
Cris – dizem que tem um motivo, mas eu não sei ainda. Venha, vou ti ajudar a voar
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Otavio – você pode
Cris – eu não, mas você sim (cris ajuda a bater suas asas com força e ele sai voando).
(pequeno sai).
Otavio – conseguimos, olhe só, conseguimos.

Turma II (tarde)

Cena 8

Diálogo das flores


1- estou sem forças (bruna)
2- me falta água (tassila)
3- a floresta esta tão triste (silvia)
4- tudo esta morrendo (tulia)
5- foi culpa dele (bruna II)
6- ele deve ficar longe daqui (vera)
7- estou fraca (karol)
8- eu também (rauani)
9- adeus vida (jéssica)

mesma cena – entram os ventos furiosos

1- chegou o fim
2- não quero mais ficar aqui
3- tudo está triste
4- sem solução (*)
5- vamos para o sul
6- acalmem-se minhas filhas, iremos embora (saem)
7- tudo era tão lindo
8- maldito indiozinho

Entram o sol e a lua

Sol- a vida está se perdendo


Lua – já não canto mais
Sol- meus dias estão tristes
Lua – ninguém me ouve mais
Sol – venha querida lua e não olhe para trás.

Narrador – e o primeiro eclipse lunar, surge na face da terra, não como um sinal ruim,
mas o aviso de novos e bons tempos...

Cena seguinte – passarinho encontra pequeno nascente

Pequeno cris – (só no palco).


Passarinho otavio – (aparece). Por onde esteve esse tempo, faz dias que não ti vejo
Cris – perdido... procurando um canto
Otavio – por que não volta pra casa?
Cris – não me querem mais lá... e você, por que fica voando sozinho?
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Otavio – não tenho família
Cris - e seus pais?
Otavio – morreram.
Cris – quem faria uma coisa dessas e por que?
Otavio – não sei, mas um índio muito mal matou meus pais.
Cris – naooooooooooooooooooooooooooooooo
Otavio – (voa atrás).

Narrador – ao ouvir isso, pequeno-nascente foge em desespero, ao encontro de seu


destino. Ele sobe em uma montanha tão alta, que até os passarinhos não conseguem
chegar, lá ele entra em uma caverna fria e fechada e se pões a chorar pelo resto de sua
vida, devolvendo aos rios, com suas lágrimas, toda água perdida. (a flores voltam a
nascer). Novas flores, arvores e passaros voltam a povoar a região. Os cavalos voltam
também a crescer fortes e bonitos e a correrem pelas bosques e florestas, fazendo a
alegria das flores e frutas. A lua volta a cantar e o sol brilha mais forte do que nunca. O
pagé e os índios, dançam felizes, pois tudo voltara ao normal, e o nosso índio, pequeno-
nascente... de mal feitor recebe agora o título de herói, e assim, diz a lenda, nasce a
primeira nascente de um rio, dando origem a todos os outros rios. E os anos passam
(todos vão saindo), e a vida passa e o homem cresce. E graças aos ventos, todo mal é
levado embora, para que a vida floresça e a humanidade sobreviva. Mas e a cobra?

Epílogo

Rainha dos ventos – você é a grande culpada de tudo...


Cobra – eu só quis ajudar.
Rainha – ajudar? Você quase acabou com tudo...
Cobra – sou apenas uma cobra inocente.
Rainha – pela suas mentiras, eu a rainha dos ventos jamais deixarei você em pé novamente...
Cobra – (abaixando-se) – não isso não, não... (sai).
Rainha – suma na floresta, rastejando pela terra. (sai).

Cena final – dois passarinhos

Otavio – (trazendo água com quem ta enchendo um rio).


Passarinho 2 – (parado). Me cansa ver você subir e descer, buscando água nas nuvens, agora
temos nascentes.
Otavio – uma vez um amigo me ajudou a voar, e enquanto eu puder ajuda-lo com os rios aqui
estarei.

Narrador – enquanto houver sonhos, haverá esperanças... enquanto houver corações, haverá
também o perdão. Enquanto houver amigos, o mundo nunca deixará de existir. Seja bom e
faça do nosso planeta, um mundo melhor.

Fim

22/03/2007 – Caldas - MG

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