Gênesis 27.

1-45 | esta é a história da descendência de Isaque |7

A maldição de se conseguir Anotações

algo a qualquer custo ____________________________

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Introdução ____________________________
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Como já vimos, a história de Isaque e sua
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família não é uma história muito feliz. Por isso é tão
fascinante, pois trata de toda nossa humanidade. ____________________________
Foram pessoas com fraquezas e desajustes como ____________________________
nós. ____________________________

Essa é a penúltima vez que há narrativa sobre ____________________________

Isaque e Rebeca. A vida passou por eles. Deles, não ____________________________

há nada de mais positivo a ser dito. O filho que ____________________________
aprendera a confiar em Deus, juntamente com seu ____________________________
pai, no monte Moriá, tornou-se uma pessoa fraca e ____________________________
surda a Deus. A esposa que viera de longe, não ____________________________
demonstra nada com Deus. Ele é estranho em seu
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linguajar e atitudes.
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Essa perícope trata da nossa humanidade. Fala ____________________________
do quão baixo conseguiremos chegar, para obter à ____________________________
força, aquilo que Deus pode nos dar de outras
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formas.
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A maldição de se conseguir algo a qualquer ____________________________
custo, pode ser entendida em três falsas
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impressões.
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1. Dá-nos a falsa impressão de
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superioridade (27.1-13)
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Essa perícope tem, como personagens centrais, ____________________________
Rebeca e Jacó. Como já vimos, Jacó cresceu
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acreditando que ele era um usurpador. Mas, como
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lemos o texto bíblico, entendemos que essa
compreensão de seu caráter, foi deformada por sua ____________________________
mãe. ____________________________
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Não temos como encontrar em que ponto
Rebeca desenvolveu essa dificuldade, mas ____________________________
podemos, tranqüila-mente, compreender que ela ____________________________
entendia que Jacó era menosprezado por seu pai, ____________________________
Isaque. ____________________________

Com certeza, podemos afirmar, com base nisso, ____________________________

que o menosprezo sofrido por Jacó, trazia à tona, ____________________________
menosprezos sofridos por Rebeca. A tentativa de ____________________________
transformar a história de seu filho Jacó, seria a ___________________

Estudos no livro do Gênesis | Pr. Eugênio Anunciação | 2008

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redenção de sua própria história marcada pelo
sofrimento.
Uma pessoa que interpreta sua história como
uma história marcada por menosprezo, é uma
pessoa sempre à espreita... Rebeca não podia
perceber que Isaque e Esaú estavam conversando –
em sua cabeça, eles estariam tramando algo contra
ela ou contra Jacó.
Pessoas que se sentem vítimas dos outros, na
realidade são vítimas de si mesmas. São pessoas
neuróticas. Toda neurose é fruto de alguma
angústia. Essa angústia levou Rebeca a tornar-se
uma pessoa desconfiada. Dá-nos a impressão de
que era uma pessoa insatisfeita, amargurada.
Esse é o primeiro passo. O segundo passo é
assumir uma postura defensiva/agressiva. A pessoa
angustiada, que se sente humilhada e ____________________________
menosprezada, defende-se, armando-se e atacando.
Ela passa a ser uma pessoa furtiva, que arquiteta
planos para impedir que os outros desfaçam
novamente dela. Encontra culpados em todos os
lugares e adversários em potencial em todas as
pessoas.
Rebeca percebe uma movimentação diferente
entre Isaque e Esaú. Isso já é suficiente para ela
preparar-se para o bote. Ao escutar os “planos” de
Isaque em abençoar Esaú, antes de sua morte – o
que seria natural, pois Esaú era seu filho mais velho
–, ela prontamente elabora um plano para não
permitir que Esaú seja abençoado, mas Jacó.
O verdadeiro usurpador da história não seria
Jacó, mas a própria Rebeca. Ela forjou em seu filho,
a habilidade de ser um enganador. Ela exercia uma
influência perversa na vida de seu filho.
Toda essa história nos parece tão suja. Mas ela
é completamente humana. Nós somos assim.
Quando nos sentimos ameaçados, prontamente
definimos estratégias para não sofrermos mais,
mesmo que seja necessário, elaborarmos uma
complicada rede de mentiras, para obtermos o
resultado desejado.
Pessoas que querem conquistar algo a qualquer
custo, permanecerão presas.
Estudos no livro do Gênesis | Pr. Eugênio Anunciação |
Anotações
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2. Dá-nos a falsa impressão de
invencibilidade (27.14-29)
Pessoas assim estão dispostas a arriscar-se
demais.
Em suas cabeças, elas não têm muito a perder,
quando contrastam com o que podem ganhar!
Rebeca arquitetou um plano diabólico para
conseguir o que queria para seu filho preferido:
matar dois cabritos escolhidos, com seu pelo, fazer
Jacó parecer como Esaú, mas peludo; de sua carne,
fazer uma das comidas prediletas de Isaque; colocar
em Jacó, uma das roupas de Esaú. Dessa forma, ela
estaria mudando a história que impactara
profundamente sua vida. Em sua cabeça, os
preferidos nem sempre precisam ser beneficiados.
Em outras palavras, ela estava tentando auto-
afirmação, de que a história de seu filho seria
diferente da sua.
Embora Jacó manifestasse certo receio, Rebeca
fez questão de ser mais incisiva ainda, assumindo
toda responsabilidade (27.11-12). Ela acreditava
que nada seria capaz de vencê-la. O plano seria
perfeito!
Um dos pontos mais tristes nessa história, é
como a presença de Deus, extremamente marcante
na vida de Abraão, tornou-se quase anulada na
história de Isaque.
Quando Jacó engana seu pai, é arguido por ele:
“Como encontrou a caça tão depressa, meu filho?”
Ele respondeu: “O Senhor, o seu Deus, a colocou no
meu caminho”. (27.20). Na cabeça de Jacó, seu pai
servia um Deus. Era o Deus de Abraão e de Isaque,
mas, ainda não era seu Deus. Não havia
compreensão na vida de Jacó, sobre a presença
marcante de Deus na vida de seu pai.
Talvez, na cabeça de Jacó, Deus seria uma
invenção, um delírio. O que ele precisasse, deveria
tentar por si mesmo. Era esse o recado que sua mãe
lhe passara. Quanto mais se desejar, mais alto deve
ser o preço a pagar. Pode-se arriscar alto, pois um
plano perfeitamente arquitetado não correrá o risco
de ser desmascarado.
Estudos no livro do Gênesis | Pr. Eugênio Anunciação |
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Não é assim, muitas vezes em nossos relaciona-
mentos? Elaboramos mentiras perfeitamente
amarradas, para obtermos algo ou para
escondermos algo. Quanto mais alto o valor do que
desejamos, mais arriscado o preço a pagar! A
maldição da primeira mentira, é que ela sempre
será seguida por outras mentiras. Querer levar
vantagem sobre o outro, sempre nos deixará
isolados. Isso é o que veremos na vida de Rebeca.
3. Dá-nos a falsa impressão de controle
(27.30-45)
A farsa foi descoberta. Rebeca não contava com
a hipótese de Esaú descobrir o que aconteceria. O
plano infalível fora descoberto.
Quando Esaú descobriu toda a mentira
arquitetada e como fora prejudicado, ele ficou
extremamente irado, a ponto de determinar matar
seu irmão! Como já vimos, a bênção e a maldição na
narrativa do Antigo Testamento, embora carregada
de uma importância mística, nada mais era do que a
manifestação de um desejo específico de um pai na
vida de um filho.
O que abalara profundamente Esaú, era o fato
de algo que estava destinado a ele e a seu pai,
havia sido roubado. Um relacionamento bom, que
culminaria na bênção que Esaú acreditaria,
acompanharia sua vida inteira!
O que lhe resta, é o desejo resignado de seu pai
de que Esaú não será abençoado: “Sua habitação
será longe das terras férteis, distante do orvalho
que desce do alto céu. Você viverá por sua espada e
servirá a seu irmão. Mas quando você não suportar
mais, arrancará do pescoço o jugo”. (27.39-40)
A narrativa nos diz que Esaú guardou rancor
contra Jacó. O desejo de matar seu irmão envolvia o
fato de Jacó ter se colocado entre ele e seu pai
amado. Um relacionamento que fora tão lindo,
terminaria com uma ruptura abrupta.
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Rebeca, mais uma vez, tenta assumir o controle
de toda a situação. Seu plano infalível falhara. A
consequência seria terrível. Quando pessoas não
medem esforços para obter algo que julgam
importante, a qualquer custo, elas perdem bens
muito mais valiosos.
No caso de Rebeca, ela perdeu primeiramente o
controle de uma situação que julgava estar
completamente em suas mãos. Estava tudo
bagunçado. Para consertar um erro, ela teve que,
desesperadamente, tomar outras decisões. Em meio
à ansiedade em seu coração, ela decide mandar seu
amado filho Jacó, para muito longe. Que ele fosse
até a casa de seu irmão Labão, em Harã.
Mais do que perder o seu filho amado,
percebe que, na realidade, perdera toda a
família. Seu marido morreria dentro em breve,
filho amado, precisaria fugir para não morrer, e
filho mais velho não a perdoaria por sua ideia.
A aposta de Rebeca foi alta. A perda foi imensa.
Sua história termina desse modo trágico. Nada mais
nos é dito sobre ela.
Conclusão
Como uma mulher que havia sido escolhida por
Deus para abençoar Isaque, consegue terminar sua
vida dessa forma? Isso serve para nos ensinar que
nossas vidas, por mais que sejam abençoadas,
precisam ser curadas por Deus para trazer-nos
libertação das nossas prisões emocionais.
Rebeca foi refém de si mesma, aprisionada ao
seu passado de menosprezo. Projetou essa dor em
seu filho. Depositou todas as suas fichas em alterar
essa realidade em sua vida e na de seu filho. Perdeu
tudo!
Que a triste história de Rebeca nos ensine a
não permanecermos presos ao nosso passado, para
não perdermos o que pode ser realmente valoroso
em nossas vidas.
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