Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Martino Garonzi
Universidade de Brası́lia
1
2
D’ora in poi ripeterò solo ed esclusivamente quello che avrò già detto.
Conteúdo
Capı́tulo 1. Conjuntos 5
1. Elementos de Lógica 5
2. Conjuntos 7
3. Funções 10
4. Relações 13
5. Resolução listas de exercı́cios 17
5.1. Seção “Lógica” 17
5.2. Seção “Conjuntos” 19
5.3. Seção “Funções” 20
5.4. Seção “Relações” 23
6. Relações de equivalência 25
7. Congruências modulares 29
8. Inversos modulares 33
9. Resolução listas de exercı́cios 36
9.1. Seção “Relações de equivalência” 36
9.2. Seção “Congruências modulares” 40
9.3. Seção “Inversos modulares” 47
Capı́tulo 2. Grupos 51
1. Grupos 51
2. Grupos cı́clicos 54
3. Ordem de um grupo 57
4. Resolução listas de exercı́cios 61
4.1. Seção “Grupos” 61
4.2. Seção “Grupos cı́clicos” 63
4.3. Seção “Ordem de um grupo” 64
5. Mais exercı́cios 68
6. Subgrupos 69
7. Teorema de Lagrange 73
8. Resolução listas de exercı́cios 77
8.1. Seção “Mais exercı́cios” 77
8.2. Seção “Subgrupos” 80
8.3. Seção “Teorema de Lagrange” 87
Capı́tulo 3. Aneis 91
1. Indução 91
2. Polinômios 95
3
4 CONTEÚDO
Conjuntos
1. Elementos de Lógica
P Q P ∧ Q P ∨ Q ¬P
V V V V F
V F F V F
F V F V V
F F F F V
Em outras palavras P ∧ Q é verdadeiro apenas quando P é verdadeiro
e Q é verdadeiro, P ∨ Q é verdadeiro exatamente quando pelo menos um
entre P e Q é verdadeiro (observe: “pelo menos um”, e não “exatamente
um”), e ¬P é verdadeiro exatamente quando P é falso.
¬((¬P ) ∨ (¬Q)) = P ∧ Q.
Exercı́cios.
Demonstrar os fatos seguintes para toda proposição P , Q.
(1) (¬P ) ∨ (P ∨ Q).
(2) (P ∨ Q) ∨ ((¬P ) ∨ (¬Q)).
(3) P ⇒ P .
(4) P ⇒ (P ∨ Q).
(5) ((¬P ) ∧ (¬Q)) ⇒ (P ⇒ Q).
(6) (P ⇒ Q) = ((¬Q) ⇒ (¬P )).
(7) P ⇔ Q = (¬P ) ⇔ (¬Q).
(8) (P ⇔ Q) ⇔ ((P ∧ Q) ∨ ((¬P ) ∧ (¬Q))).
2. Conjuntos
Um “conjunto” é uma coleção de objetos. Exemplos de conjuntos são
{1, 2, 3}, {a, b, c, d, e}, {x, y, z, w}.
8 1. CONJUNTOS
Nessa notação a ordem não é levada em conta, assim por exemplo {1, 2, 3} =
{3, 2, 1} = {1, 3, 2}. Além disso, cada elemento é contado no máximo uma
vez, assim por exemplo {1, 1, 2, 2, 2} = {1, 2} (os conjuntos em que as re-
petições são permitidas são chamados de “multiconjuntos” - multiset). Os
objetos que pertencem ao conjunto A são chamados de “elementos” de A
e para dizer que a é um elemento de A escrevamos a ∈ A. Agora in-
troduziremos algumas construções que correspondem aos conectivos lógicos
introduzidos na seção anterior.
(1) União. A ∪ B := {x : x ∈ A ou x ∈ B} (em linguagem natu-
ral: os elementos x tais que x pertence a A ou x pertence a B).
Conectivo lógico correspondente: OR. Se trata do conjunto cujos
elementos são definidos pela propriedade de pertencer a A ou a B.
Por exemplo {1, 3} ∪ {1, a, b} = {1, 3, a, b}.
(2) Interseção. A∩B := {x : x ∈ A e x ∈ B} (em linguagem natural:
os elementos x tais que x pertence a A e x pertence a B). Conectivo
lógico correspondente: AND. Se trata do conjunto cujos elementos
são definidos pela propriedade de pertencer simultaneamente a A e
a B. Por exemplo {1, 3, a, x, 8} ∩ {4, 8, u, x, 2} = {x, 8}.
(3) Complementar. Ac := {x : x 6∈ A} (em linguagem natural:
os elementos x tais que x não pertence a A). Construção lógica
correspondente: NOT. Se trata do conjunto dos cujos elementos são
definidos pela propriedade de não pertencer a A. O complementar
é construido em relação a um conjunto “maior”, por exemplo o
complementar de {1, 2} em {1, 2, 3, 4, 5} é {3, 4, 5}.
(4) Inclusão. A ⊆ B significa que “se x ∈ A então x ∈ B”. Cons-
trução lógica correspondente: ⇒ (implicação lógica). Por exemplo
a frase verdadeira “se o número natural n é divisı́vel por 4 então é
divisı́vel por 2” corresponde à inclusão
{4, 8, 12, 16, 20, 24, . . .} ⊆ {2, 4, 6, 8, 10, 12, . . .}.
Assim por exemplo {1} ⊆ {1, 2} ⊆ {1, 2, 3} e se trata de inclusões
próprias (não são igualdades).
Tais inclusões são estritas (próprias), ou seja não são igualdades. Para
mostrar isso basta construir um elemento que contradiz a igualdade em
cada caso. Assim N 6= Z pois −1 ∈ Z mas −1 6∈ N (especificamente isso
mostra que Z 6⊆ N), Z 6= Q pois 3/2 ∈ Q mas 3/2 6∈ Z (especificamente isso
mostra que Q 6⊆ Z), Q 6∈ R pois π ∈ R mas π 6∈ Q (especificamente isso
mostra que R 6⊆ Q), e R 6= C pois i ∈ C mas i 6∈ R (especificamente isso
mostra que C 6⊆ R).
3. Funções
Sejam X e Y dois conjuntos. Uma “função” entre X e Y é uma lei que
associa a todo elemento x ∈ X um único elemento f (x) ∈ Y - escrevamos
f : X → Y , x 7→ f (x). O elemento f (x) é chamado de “imagem” do
elemento x. O conjunto X é chamado de “domı́nio” da função f e o
conjunto Y é chamado de “contradomı́nio” (ou “codomı́nio”) da função
f . A “imagem” de f é o conjunto Im(f ) = f (X) = {f (x) : x ∈ X}.
3. FUNÇÕES 11
Exemplos.
Exercı́cios.
4. Relações
Sejam A, B dois conjuntos. Se a ∈ A e b ∈ B, o par ordenado (a, b) é o
conjunto {{a}, {a, b}} (Kuratowski). O elemento a é chamado de primeiro
elemento de (a, b) e b é chamado de segundo elemento de (a, b). O “produto
cartesiano” entre A e B é o conjunto dos pares ordenados A×B = {(a, b) :
a ∈ A, b ∈ B}. Uma relação entre A e B é um subconjunto R de
A×B. As funções são particulares relações, à função f : A → B corresponde
R = {(a, f (a)) : a ∈ A}.
Exemplos.
Exercı́cios.
(1) Seja A = {0, 1, 2, 3, 4} e R = {(0, 1), (1, 2), (1, 4), (2, 2), (3, 4), (1, 1),
(2, 1), (4, 0), (3, 3), (4, 2), (4, 4), (1, 2), (4, 3), (0, 4)}; é uma relação so-
bre A. Diga se é reflexiva, simétrica, transitiva, antissimétrica,
total.
(2) Seja A = {1, 2, 3, 4} e seja R = {(1, 2), (2, 3), (3, 4), (4, 1)}, relação
sobre A. Encontre uma relação transitiva (sobre A) contendo R.
(3) Mostre que toda relação total é reflexiva.
(4) Encontre uma relação total que não seja transitiva.
(5) Considere a relação R sobre Z dada por aRb se e somente se a − b
é um múltiplo de 3. Mostre que R é uma relação de equivalência.
Quantas classes de equivalência tem?
(6) Seja R a relação Rf sobre o conjunto A = {−2, 0, 1, 2, −4} onde
f : A → R é definida por f (x) = (x + 1)2 . Calcule A/R.
(7) Para cada uma das relações seguintes (sobre R) diga se é reflexiva,
simétrica, transitiva, antissimétrica, total.
(a) xRy se e somente se xy ≥ 1.
(b) xRy se e somente se x2 ≥ y 2 .
(c) xRy se e somente se cos(xy) ≥ 0.
(d) xRy se e somente se y ≥ 2x.
(8) Seja R uma relação de equivalência sobre Y e seja f : X → Y uma
função. Mostre que a relação ∼ sobre X definida por “a ∼ b se e
somente se f (a)Rf (b)” é uma relação de equivalência sobre X.
(9) Seja R uma relação de equivalência sobre o conjunto A. Mostre que
A é a união das classes de equivalência (ou seja para todo a ∈ A
existe uma classe de equivalência que contem a) e que classes de
equivalência distintas têm interseção vazia (ou seja se a, b ∈ A são
tais que [a]R 6= [b]R então [a]R ∩ [b]R = ∅). A gente fala que as
classes de equivalência formam uma “partição” de A.
(10) Mostre que toda função é uma composição de uma função sobre-
jetiva com uma função injetiva (β ◦ α onde α é sobrejetiva e β é
injetiva).
P Q ¬P P ∨ Q (¬P ) ∨ (P ∨ Q)
V V F V V
V F F V V
F V V V V
F F V F V
P Q ¬P ¬Q P ∨ Q (¬P ) ∨ (¬Q)
V V F F V V
V F F V V V
F V V F V V
F F V V F V
(3) P ⇒ P .
P P P ⇒P
V V V
F F V
(4) P ⇒ (P ∨ Q).
P Q P ∨ Q P ⇒ (P ∨ Q)
V V V V
V F V V
F V V V
F F F V
P Q P ⇒ Q ¬P ¬Q (¬Q) ⇒ (¬P )
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V
5. RESOLUÇÃO LISTAS DE EXERCÍCIOS 19
f não pode ser sobrejetiva, o que implica que não pode ser bijetiva.
Falta contar as funções injetivas f : {1, 2, 3} → {1, 2, 3, 4}.
Primeiramente observe que se f é injetiva então {f (1), f (2), f (3)}
tem exatamente 3 elementos, logo é um subconjunto de {1, 2, 3, 4}
com 3 elementos. O conjunto {1, 2, 3, 4} contem exatamente 4 sub-
conjuntos com 3 elementos, eles são {1, 2, 3}, {1, 2, 4}, {1, 3, 4} e
{2, 3, 4}, logo tem 4 possibilidades para Im(f ). Para cada uma des-
sas possibilidades temos que contar as funções injetivas {1, 2, 3} →
{a, b, c} onde {a, b, c} é um qualquer subconjunto de {1, 2, 3, 4} com
3 elementos. Temos 3 escolhas para f (1) (ele pode ser a, b ou c), 2
escolhas para f (2) (ele pode ser a, b ou c mas não pode ser igual a
f (1) pois f é injetiva) e 1 escolha para f (3) (ele pode ser a, b ou c
mas não pode ser igual a f (1) e nem a f (2) pois f é injetiva). Logo
temos 3·2·1 = 6 possibilidades. Resumindo, temos 4 possibilidades
para Im(f ) e 6 possibilidades para a função {1, 2, 3} → Im(f ) in-
duzida pela f , logo existem exatamente 4 · 6 = 24 funções injetivas
{1, 2, 3} → {1, 2, 3, 4}.
(3) Suponha que X tenha exatamente n elementos e Y tenha exata-
mente m elementos. Conte as funções X → Y , mostre que existe
uma função injetiva X → Y se e somente se n ≤ m, e que existe
uma função sobrejetiva X → Y se e somente se n ≥ m.
Para construir uma função f : X → Y precisamos escolher f (x)
para cada um dos n elementos de X, e tem m escolhas para cada
um deles. Logo tem exatamente mn funções X → Y .
Mostraremos agora que existe uma função injetiva X → Y se e
somente se n ≤ m.
Primeira implicação. Se existe uma função injetiva f : X → Y
então a imagem f (X) é um conjunto com n elementos (se X =
{x1 , . . . , xn } então f (X) = {f (x1 ), . . . , f (xn )} tem n elementos pois
os f (xi ) são dois a dois distintos, sendo f injetiva), logo como
f (X) ⊆ Y temos que n é no máximo o número de elementos de Y ,
ou seja m. Isso mostra que n ≤ m.
Segunda implicação. Se n ≤ m então escrevendo X = {x1 , . . . , xn }
e Y = {y1 , . . . , ym } a função f : X → Y definida por f (xi ) := yi é
bem definida (pois y1 , . . . , yn são elementos de Y sendo n ≤ m) e
injetiva (pois os yi são dois a dois distintos).
Mostraremos agora que existe uma função sobrejetiva X → Y
se e somente se n ≥ m
Primeira implicação. Se existe uma função sobrejetiva X → Y
então escrevendo X = {x1 , . . . , xn } temos que a imagem f (X) =
{f (x1 ), . . . , f (xn )} tem no máximo n elementos, por outro lado
Y = f (X) (pois f é sobrejetiva) e Y tem exatamente m elementos,
e isso mostra que m ≤ n.
Segunda implicação. Se n ≥ m então escrevendo X = {x1 , . . . , xn }
e Y = {y1 , . . . , ym } a função f : X → Y definida por f (xi ) := yi
22 1. CONJUNTOS
6. Relações de equivalência
Seja E uma relação sobre o conjunto X. E é dita “equivalência” (ou
“relação de equivalência”) se ela é reflexiva, simétrica e transitiva. Nesse caso
dois elementos em relação são ditos “equivalentes” e dado x ∈ X a “classe
de equivalência” de x via E é o conjunto [x]E := {a ∈ X : xEa}.
Proposição. Seja E uma equivalência sobre X. Se a, b ∈ X então
aEb se e somente se [a]E = [b]E . Além disso, as classes de equivalência
26 1. CONJUNTOS
S
formam uma partição de X, ou seja x∈X [x]E = X e se [a]E 6= [b]E então
[a]E ∩ [b]E = ∅.
Demonstração. Sejam a, b ∈ X. Mostraremos que se aEb então
[a]E = [b]E . Suponha então aEb, e vamos mostrar as duas inclusões. Pri-
meira inclusão. Se x ∈ [a]E então aEx logo xEa sendo E simétrica, por
outro lado aEb por hipótese logo xEb sendo E transitiva, daı́ bEx sendo E
simétrica logo x ∈ [b]E . Segunda inclusão. Se x ∈ [b]E então bEx então lem-
brando da hipótese aEb deduzimos aEx sendo E transitiva, logo x ∈ [a]E .
Mostraremos que se [a]E = [b]E então aEb. Suponha então [a]E = [b]E .
Como E é reflexiva, bEb logo b ∈ [b]E , por outro lado [a]E = [b]E , daı́
b ∈ [a]E logo aEb por S definição de classe de equivalência.
Mostraremos que x∈X [x]E = X, ou seja que todo elemento pertence a
uma das classes de equivalência. Isso é fácil: se x ∈ X temos xEx pois E é
reflexiva logo x ∈ [x]E .
Mostraremos que se [a]E 6= [b]E então [a]E ∩ [b]E = ∅. Suponha então
[a]E 6= [b]E e por contradição [a]E ∩ [b]E 6= ∅, seja então x ∈ [a]E ∩ [b]E .
Temos aEx e bEx, logo xEb por simetria, daı́ aEb por transitividade, logo
[a]E = [b]E pelo item acima, o que contradiz a hipótese [a]E 6= [b]E .
Congruências modulares.
Exercı́cios.
7. Congruências modulares
Temos então o conjunto quociênte
Z/nZ = Z/ ≡n = {[0]≡n , [1]≡n , [2]≡n , . . . , [n − 1]≡n }.
O representante canônico da classe [m]≡n é o resto r da divisão de m por n.
Tal resto pertence a {0, 1, 2, . . . , n − 1}. No que segue usamos de preferência
a notação m para indicar [m]≡n .
Por exemplo, os restos da divisão por 3 são 0, 1 e 2 (ou seja todo inteiro
tem a forma 3k, 3k+1 ou 3k+2 para algum inteiro k). Logo Z/3Z = {0, 1, 2}.
Por exemplo
(1) A operação + em Z é associativa (pois (a + b) + c = a + (b + c) para
todo a, b, c ∈ Z), comutativa (pois a + b = b + a para todo a, b ∈ Z),
unitária (pois a + 0 = a = 0 + a para todo a ∈ A) e simetrica (pois
a + (−a) = 0 = (−a) + a para todo a ∈ A).
(2) A operação + em N é associativa (pois (a + b) + c = a + (b + c)
para todo a, b, c ∈ N), comutativa (pois a + b = b + a para todo
a, b ∈ N), unitária (pois a + 0 = a = 0 + a para todo a ∈ N), mas
não é simétrica pois não existe nenhum b ∈ N tal que b + 1 = 0.
(3) A operação · em Z é associativa (pois (ab)c = a(bc) para todo
a, b, c ∈ Z), comutativa (pois ab = ba para todo a, b ∈ Z), unitária
(pois a · 1 = a = 1 · a para todo a ∈ Z) mas não é simétrica (pois
por exemplo não existe b ∈ Z tal que 0 · b = 1). Pela mesma razão
· não é simétrica em nenhum dos conjuntos numericos N, Z, Q, R,
C. Por outro lado · é simétrica em R − {0}.
(4) A operação de subtração Z×Z → Z, (a, b) 7→ a−b não é associativa
pois 5 − (3 − 5) 6= (5 − 3) − 5, não é comutativa pois 3 − 5 6= 5 − 3,
não é unitária (não existe e ∈ Z tal que a − e = a = e − a pois
a − e = e − a é falso se a 6= e), não é simétrica pois não é unitária.
(5) A subtração não é uma operação de N porque 1 ∈ N, 2 ∈ N mas
1 − 2 = −1 6= N.
(6) Seja P o conjunto das partes de um qualquer conjunto X. A união
P × P → P , (A, B) 7→ A ∪ B é uma operação associativa (pois
(A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C), comutativa (pois A ∪ B = B ∪ A),
unitária (pois A ∪ ∅ = A = ∅ ∪ A) e não simétrica (pois se A 6= ∅
não existe nenhum B tal que A ∪ B = ∅).
(7) Seja P o conjunto das partes de um qualquer conjunto X. A in-
terseção P × P → P , (A, B) 7→ A ∩ B é uma operação associativa
(pois (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C), comutativa (pois A ∩ B = B ∩ A),
unitária (pois A ∩ X = A) e não simétrica (pois se A 6= X não
existe nenhum B tal que A ∩ B = X).
Podemos definir duas operações interessantes em Z/nZ.
(1) Soma de classes. Defina
a + b := a + b.
Exercı́cios.
(1) Encontre o resto da divisão de m por n onde (1) m = 100, n = 12,
5
(2) m = 100100 , n = 12, (3) m = 414 , n = 7, (4) m = 55 , n = 13.
(2) Resolva as equações 5x ≡11 4, 9x ≡25 37, 112x ≡9 852.
(3) Resolva as equações 10x ≡22 8, 40x ≡15 465, 210 x ≡12 100, 6x ≡9
11.
(4) Defina a relação ∼ em N × N dada por (a, b) ∼ (c, d) se e somente
se a + d = b + c. Se trata de uma equivalência (cf. a lista anterior).
Mostre que as operações binárias
[(a, b)] + [(c, d)] := [(a + c, b + d)]
[(a, b)]∼ · [(c, d)]∼ := [(ac + bd, bc + ad)]
são bem definidas e que se f : N×N/ ∼→ Z é a função f ([(a, b)]∼ ) :=
a − b (bem definida pela lista anterior) então f (x + y) = f (x) + f (y)
e f (x · y) = f (x)f (y) para todo x, y ∈ N × N/ ∼ (onde + e · em Z
são as operações usuais). Deduza que + em N × N/ ∼ é associativa,
comutativa, unitária e simétrica, e que · em N × N/ ∼ é associativa,
comutativa e unitária.
(5) Seja f : A → B uma bijeção e seja ∗ uma operação binária de A.
A seguinte é uma operação binária de B:
x ◦ y := f (f −1 (x) ∗ f −1 (y)).
Mostre que se ∗ tem uma das propriedades estudadas (associativa,
comutativa, unitária, simétrica) então ◦ tem a mesma propriedade.
Mostre que se a, b ∈ A então f (a ∗ b) = f (a) ◦ f (b).
(6) Seja P o conjunto das partes de um qualquer conjunto X. Mostre
que A4B := (A−B)∪(B−A) (diferença simétrica) é uma operação
associativa, comutativa, unitária e simétrica.
(7) Lembre-se que Y X é o conjunto de todas as funções X → Y . Sejam
A e B dois conjuntos. Seja U = (A × {1}) ∪ (B × {2}). Mostre que
a função ϕ : C A × C B → C U dada pela posição
f (x) se y = 1
ϕ(f, g) : U → C, ϕ(f, g)((x, y)) :=
g(x) se y = 2
é bijetiva.
(8) Lembre-se que P (X) é o conjunto das partes de X, ou seja o con-
junto de todos os subconjuntos de X. Seja f : X → Y uma função
e defina as funções
f ∗ : P (X) → P (Y ), f ∗ (A) := f (A) = {f (a) : a ∈ A},
8. INVERSOS MODULARES 33
Mostre que:
(a) f é injetiva se e somente se f ∗ é injetiva.
(b) f é sobrejetiva se e somente se f ∗ é sobrejetiva.
(c) f é bijetiva se e somente se f ∗ é bijetiva.
(d) Se f é injetiva então f∗ é sobrejetiva. Vale o vice-versa?
(e) Se f é sobrejetiva então f∗ é injetiva. Vale o vice-versa?
(f) Se f é bijetiva então f∗ é bijetiva. Vale o vice-versa?
8. Inversos modulares
Dados dois inteiros n, m, é possı́vel considerar o maior divisor comum
M DC(n, m), se trata do maior inteiro positivo d que divide n e m. Por
exemplo M DC(15, 12) = 3, M DC(36, −60) = 12.
Exercı́cios.
36 1. CONJUNTOS
outro lado duas retas rθ1 , rθ2 com θ1 , θ2 ∈ [0, π) distintos não são
paralelas. Isso mostra que [0, π) é um conjunto de representantes
distintos das classes de equivalência (os que poderiamos escolher
como representantes canônicos). Dada uma reta r do plano (ou
seja r ∈ X) temos rErθ para um único (!) θ ∈ [0, π). Daı́ podemos
definir a função f : X → [0, π) definida por f (r) = θ onde rErθ .
Se trata de uma função sobrejetiva e E = Rf , daı́ pelo teorema de
isomorfismo τ : X/E → [0, π) definida por τ ([r]E ) := f (r) é uma
bijeção bem definida. Em outras palavras podemos “identificar”
X/E com [0, π).
f ([(a, b)]E ) := a − b
R = {(x, f (x)) : x ∈ X}
40 1. CONJUNTOS
(3) Resolva as equações 10x ≡22 8, 40x ≡15 465, 210 x ≡12 100, 6x ≡9
11.
Item a.
Item b.
Item c.
Item d.
Item e.
Item f.
3234 2123
1 0 3234
0 1 2123
1−1·0=1 0 − 1 · 1 = −1 1111
0 − 1 · 1 = −1 1 − 1 · (−1) = 2 1012
1 − 1 · (−1) = 2 −1 − 1 · 2 = −3 99
−1 − 10 · 2 = −21 2 − 10 · (−3) = 32 22
2 − 4 · (−21) = 86 −3 − 4 · 32 = −131 11
O algoritmo termina aqui porque o próximo resto é zero. Temos
3234 · 86 + 2123 · (−131) = 11 = M DC(3234, 2123).
111 65
1 0 111
0 1 65
1−1·0=1 0 − 1 · 1 = −1 46
0 − 1 · 1 = −1 1 − 1 · (−1) = 2 19
1 − 2 · (−1) = 3 −1 − 2 · 2 = −5 8
−1 − 2 · 3 = −7 2 − 2 · (−5) = 12 3
3 − 2 · (−7) = 17 −5 − 2 · 12 = −29 2
−7 − 1 · 17 = −24 12 − 1 · (−29) = 41 1
O algoritmo termina aqui porque o próximo resto é zero. Temos
111 · (−24) + 65 · 41 = 1 = M DC(111, 65).
Em particular 111 e 65 são coprimos. Reduzindo módulo 111 ob-
temos que o inverso de 65 módulo 111 é 41. Multiplicando os dois
lados da equação por 41 obtemos x ≡ 410 ≡ 77 mod 111. Logo
as nove (!) soluções da equação original são x ≡ 77 mod 999,
x ≡ 77 + 1 · 111 = 188 mod 999, x ≡ 77 + 2 · 111 = 299 mod 999,
x ≡ 77 + 3 · 111 = 410 mod 999, x ≡ 77 + 4 · 111 = 521 mod 999,
x ≡ 77 + 5 · 111 = 632 mod 999, x ≡ 77 + 6 · 111 = 743 mod 999,
x ≡ 77 + 7 · 111 = 854 mod 999, x ≡ 77 + 8 · 965 = 188 mod 999.
616 501
1 0 616
0 1 501
1−1·0=1 0 − 1 · 1 = −1 115
0 − 4 · 1 = −4 1 − 4 · (−1) = 5 41
1 − 2 · (−4) = 9 5 − 2 · 5 = −11 33
−4 − 1 · 9 = −13 5 − 1 · (−11) = 16 8
9 − 4 · (−13) = 61 −11 − 4 · 16 = −75 1
50 1. CONJUNTOS
Grupos
1. Grupos
Definição. Um conjunto G com uma operação G×G → G, (a, b) 7→ a·b
é um grupo se satisfaz as propriedades seguintes.
(1) Associatividade: (a · b) · c = a · (b · c) para todo a, b, c ∈ G.
(2) Elemento neutro: existe e ∈ G tal que a · e = a = a · e para todo
a ∈ G.
(3) Inverso: para todo a ∈ G existe b ∈ G tal que a · b = e = b · a.
A notação formal de um grupo G com a sua operação · é (G, ·). As vezes
vou usar a notação ab em vez de a · b. Observe que se a, b, c ∈ G então o
produto abc está bem definido porque as duas interpretações possı́veis, (ab)c
e a(bc), são iguais pela propriedade associativa.
Alguns exemplos:
• (Z, +) é um grupo, onde Z denota o conjunto dos números inteiros,
Z = {. . . , −2, −1, 0, 1, 2, . . .}. A operação aqui é a soma, (a, b) 7→
a + b. O elemento neutro é 0 e o inverso de a é −a.
• (Z/nZ, +) é um grupo, onde Z/nZ é o conjunto das classes módulo
n, ou seja 0, 1, 2, . . ., n − 1, e a operação + é definida por a + b :=
a + b. O elemento neutro é 0 e o inverso de a é −a.
• (Q, +), (R, +) e (C, +) são grupos também.
• (Q − {0}, ·) é um grupo. Aqui o elemento neutro é 1/1 e o inverso
de a/b é b/a sendo (a/b)(b/a) = 1/1 (observe que b/a não faria
sentido se a = 0, é por isso que tiramos o 0 de Q).
Como vocês já perceberam, tem duas notações que vamos utilizar.
(1) Notação multiplicativa.
51
52 2. GRUPOS
Ordem de um elemento
√
Por exemplo considere i = −1 ∈ C, o número complexo conhecido
como “a raiz quadrada de −1”. Temos i2 = −1 6= 1, i3 = i2 i = (−1)i =
−i 6= 1 e i4 = i2 i2 = (−1)(−1) = 1 logo a ordem (multiplicativa!) de i é 4
(a ordem aditiva de i é infinita pois nenhuma soma i + i + i + . . . + i é igual
a zero). Sendo a ordem de i igual a 4 temos por exemplo i17 = i−11 pois
17 ≡ −11 mod 4.
Até agora fizemos só exemplos de grupos comutativos (ou seja em que
a operação é comutativa). Observe que um grupo em geral não precisa ser
comutativo, ou seja se x, y são elementos de um grupo G então xy e yx em
geral são diferentes. Isso implica que em geral temos (xy)n 6= xn y n . Faremos
exemplos de grupos não comutativos.
Exercı́cios.
2. Grupos cı́clicos
Se G for um grupo finito a cardinalidade |G| é chamada de “ordem” de G.
Um grupo G é dito ser “cı́clico” se existe x ∈ G tal que G = {xm : m ∈ Z}
ou seja
G = {. . . , x−2 , x−1 , 1, x, x2 , . . .}.
Vamos escrever G = hxi, e x é dito um “gerador” de G (digamos também
que G é “gerado” por x). Em outras palavras G é o conjunto das potências
inteiras de x. Observe que de fato G = hxi é um grupo: se xa , xb ∈ G
então xa xb = xa+b ∈ G, a propriedade associativa é xa (xb xc ) = xa xb+c =
xa+b+c = xa+b xc = (xa xb )xc , o elemento neutro é 1 = x0 e o inverso de xa é
x−a (de fato xa x−a = xa−a = x0 = 1).
3. Ordem de um grupo
Se G é um grupo finito com m elementos (ou seja |G| = m) digamos que
G tem “ordem m”. Por exemplo o grupo aditivo Z/3Z = {0, 1, 2} tem ordem
3. Até agora todos os grupos que temos visto são cı́clicos: por exemplo Z/nZ
(grupo aditivo) é cı́clico pois todo elemento é uma potência (aditiva, ou seja
múltiplo!) de 1: de fato 2 = 1 + 1, 3 = 1 + 1 + 1, etc. Daı́ Z/nZ é um grupo
aditivo, cı́clico, finito, de ordem n. O equivalente em notação multiplicativa
é o grupo cı́clico Cn = hgi = {1, g, g 2 , . . . , g n−1 } (um exemplo de elemento de
ordem multiplicativa n é o número complexo g = cos(2π/n) + i sin(2π/n)).
O grupo aditivo Z (o grupo aditivo dos inteiros) também é cı́clico, de fato
todo inteiro é um múltiplo inteiro (potência aditiva inteira) de 1: se a é um
inteiro então a = a · 1. Z é um grupo aditivo, cı́clico, infinito (ou seja, de
ordem infinita).
Proposição. Sejam G um grupo finito e x ∈ G. Então x|G| = 1. Em
outras palavras, a ordem de x divide |G|.
Demonstração. Seja n = o(x) a ordem de x, ou seja o menor inteiro
positivo tal que xn = 1. Seja m = |G| a ordem de G. Queremos mostrar
que xm = 1. Lembre-se que isso significa que n divide m (e mais em geral
xa = xb significa que a ≡ b mod n). Queremos então mostrar que n divide
m. Considere a relação R sobre G definida da maneira seguinte: gRh se g −1 h
for uma potência de x (ou seja g −1 h ∈ hxi). É uma relação de equivalência
sobre G.
• É reflexiva pois g −1 g = 1 = x0 é uma potência de x.
• É simétrica pois se gRh então g −1 h = xa então h−1 g = (g −1 h)−1 =
(xa )−1 = x−a logo hRg.
58 2. GRUPOS
• x3 = x2 x = ix = i−1
√ 6= 1,
2
• 4 2 2 2
x = (x ) = i = −1 6= 1,
• x5 = x4 x = −x = −i−1
√
2
6= 1,
• x6 = x4 x2 = −i 6= 1,
• x7 = x6 x = −ix = 1−i
√ 6= 1,
2
• x8 = (x4 )2 = (−1)2 = 1.
Logo a ordem multiplicativa de x é 8: o(x) = 8.
√
1+i 3
Seja y := 2√ . Temos √
1−3+2i 3 −1+i 3
• y2 = 4 = 2 √6= 1,
√
(1+i 3)(−1+i 3)
• y3 = yy =2
4 = −3−14 = −1 6= 1,
√
• y4 = y 3 y = −y = − 1+i2 3 6= 1,
√
• y5= y 3 y 2 = −y 2 = − −1+i2
3
6= 1,
6
• y = 3 2
(y ) = (−1) = 1.2
g 13 , g 14 , g 15 , g 16 , g 17 , g 18 , g 19 , g 20 , g 21 , g 22 , g 23 .
Temos o(g k ) = 24/(24, k) logo
• Se (24, k) = 1, ou seja k é coprimo com 24, então o(g k ) = 24,
em outras palavras o(g) = 24, o(g 5 ) = 24, o(g 7 ) = 24, o(g 11 ) =
24, o(g 13 ) = 24, o(g 17 ) = 24, o(g 19 ) = 24, o(g 23 ) = 24.
• Se (24, k) = 2 então o(g k ) = 24/2 = 12, em outras palavras
o(g 2 ) = 12, o(g 10 ) = 12, o(g 14 ) = 12, o(g 22 ) = 12.
• Se (24, k) = 3 então o(g k ) = 24/3 = 8, em outras palavras
o(g 3 ) = 8, o(g 9 ) = 8, o(g 15 ) = 8, o(g 21 ) = 8.
64 2. GRUPOS
(3) Calcule 4120 mod 7 e 71000 mod 13. [Pode usar o pequeno teorema
de Fermat.]
Uma estratégia mais simples era usar o fato que (se G não for
cı́clico) todo elemento x de G verifica x2 = 1 da forma seguinte: se
x, y são elementos de G então x2 = 1, y 2 = 1 e (xy)2 = 1, a última
relação pode ser escrita xyxy = 1. Multiplicando os dois lados
dessa igualdade a esquerda por x e a direita por y (e lembrando
que x2 = 1 e y 2 = 1) obtemos yx = xy.
5. Mais exercı́cios
Mais exercı́cios.
(1) Faça a lista dos elementos de C30 e calcule as ordens deles.
(2) Conte os elementos de ordem 13 em C45 .
(3) Conte os elementos de ordem 15 em C60 .
(4) Calcule as ordens dos elementos de C307 .
6. SUBGRUPOS 69
(5) Diga quais dos grupos multiplicativos seguintes são cı́clicos: U (Z/9Z),
U (Z/20Z), U (Z/40Z).
(6) Seja G um grupo cı́clico de ordem par, ou seja G = Cn com n par.
Mostre que G contem um único elemento de ordem 2. [Escreva
G = hgi, aı́ o(g k ) = 2 significa n/(n, k) = 2 ...]
(7) Seja G um grupo tal que x2 = 1 para todo x ∈ G. Mostre que G
é comutativo, ou seja que xy = yx para todo x, y ∈ G. [Considere
x, y ∈ G e observe que x2 = 1, y 2 = 1 e (xy)2 = 1.]
(8) Seja G um grupo comutativo de ordem m e seja n um inteiro po-
sitivo coprimo com m. Mostre que a função f : G → G dada por
f (x) = xn é bijetiva (veja a resolução da lista anterior, onde tem o
caso |G| = 15, n = 2).
[Injetiva: se f (x) = f (y) então xn = y n daı́ (xy −1 )n = 1 sendo
G comutativo, mas |G| = m é coprimo com n . . . Sobrejetiva: escre-
vendo am + bn = 1 com a, b inteiros, se g ∈ G temos g = g 1 = . . .]
(9) Sejam A e B dois grupos (notação multiplicativa). Defina uma
operação em G := A × B por
(a1 , b1 ) ? (a2 , b2 ) := (a1 a2 , b1 b2 )
Mostre que G com essa operação é um grupo de ordem |A| · |B|.
Mostre que C2 × C3 é um grupo cı́clico de ordem 6 e que C3 × C3
tem ordem 9 e não é cı́clico.
6. Subgrupos
Definição (Subgrupo). Um subconjunto H de um grupo G (notação
multiplicativa) é chamado de “subgrupo” de G se as seguintes condições
valem.
• 1 ∈ H;
• se h ∈ H então h−1 ∈ H;
• se h1 , h2 ∈ H então h1 h2 ∈ H.
Se H é um subgrupo de G escrevamos H ≤ G.
Observe que pela definição de subgrupo, se H ≤ G e h ∈ H então
hm ∈ H para todo inteiro m, de fato hm é um produto de alguns h (se m for
positivo) ou de alguns h−1 (se m for negativo), logo é obtido multiplicando
elementos de H.
Alguns exemplos.
• Se G é um grupo qualquer (notação multiplicativa) então
{1} ≤ G, G ≤ G.
• Se G é um grupo qualquer (notação multiplicativa) e g ∈ G então
hgi ≤ G.
70 2. GRUPOS
Isso mostra que H = hxd i. Como já visto, H = hxd i = hx(n,d) i logo
d = (n, d) (por minimalidade de d, pois 0 < (n, d) ≤ d), em outras palavras
d divide n (!) e |H| = |hxd i| = o(xd ) = n/(n, d) = n/d.
Se m divide n e H é um subgrupo de G de ordem m então podemos
escrever H = hxd i com d um divisor de n e m = |H| = |hxd i| = n/d logo
H = hxn/m i. Isso mostra que se H é um subgrupo de G de ordem m então
H = hxn/m i. Logo hxn/m i é o único subgrupo de G de ordem m.
C36 F
x FF
xx FF
xxx FF
xx F
hx2 i hx3 i
EE EE
yy EE yy EE
yyy EE yyy EE
y EE y EE
yy yy
hx4 i hx6 i hx9 i
EE y EE y
EE yy EE yy
EE yy EE yy
EE y EE y
yy yy
hx12 i hx18 i
EE
EE yy
EE yyy
EE y
yy
{1}
Exercı́cios.
(1) Conte os subgrupos de C30 e de C105 .
[Dica: 30 = 2 · 3 · 5 e 105 = 3 · 5 · 7.]
(2) Conte os subgrupos de Z/48Z e de Z/405Z (grupos aditivos cı́clicos).
[Dica: 48 = 24 · 3 e 405 = 34 · 5.]
(3) Conte os subgrupos de U (Z/14Z) e de U (Z/30Z).
(4) Sejam p, q dois primos distintos. Conte os subgrupos de Cp2 q3 .
(5) Seja G um grupo abeliano (ou seja comutativo) e sejam x, y ∈ G.
Mostre que {xn y m : n, m ∈ Z} é um subgrupo de G.
(6) Sejam H, K dois subgrupos de um grupo G. Mostre que H ∩ K é
um subgrupo de G.
(7) Sejam H, K dois subgrupos de um grupo G. Mostre que H ∪K ≤ G
se e somente se H ⊆ K ou K ⊆ H.
(8) Seja G um grupo e seja g ∈ G. Mostre que H = {x ∈ G : xg = gx}
é um subgrupo de G.
(9) Seja H um subgrupo de Z (aditivo). Mostre que existe n ∈ Z tal
que H = nZ = {nz : z ∈ Z}. [Dica: no caso H 6= {0} seja n
7. TEOREMA DE LAGRANGE 73
7. Teorema de Lagrange
Teorema (Lagrange). Seja G um grupo finito e seja H ≤ G. Então
|H| divide |G|.
Demonstração. Considere a relação sobre G seguinte: x ∼ y se e
somente se x−1 y ∈ H. Se trata de uma relação de equivalência.
• Reflexiva: x ∼ x para todo x ∈ G sendo x−1 x = 1 ∈ H (sendo H
um subgrupo de G).
• Simétrica: se x ∼ y então x−1 y ∈ H logo H 3 (x−1 y)−1 = y −1 x
(sendo H um subgrupo de G) ou seja y ∼ x.
• Transitiva: se x ∼ y e y ∼ z então x−1 y ∈ H e y −1 z ∈ H logo
x−1 z = (x−1 y)(y −1 z) ∈ H (sendo H um subgrupo de G).
A classe de equivalência de x ∈ G é [x] = {y ∈ G : x ∼ y} = {y ∈
G : x−1 y ∈ H}. Mas x−1 y ∈ H significa que existe h ∈ H tal que
x−1 y = h, ou seja y = xh logo podemos escrever [x] = {xh : h ∈ H}
(um tal conjunto é chamado de “classe lateral de H”). Observe que se
h1 , h2 são elementos distintos de H então xh1 6= xh2 (pois se fossem iguais
multiplicando a esquerda por x−1 obteriamos h1 = h2 ) logo |[x]| = |H| para
todo x ∈ G, ou seja todas as classes de equivaência contêm |H| elementos.
Como as classes de equivalência formam uma partição de G segue que |H| (a
cardinalidade das classes de equivalência) divide |G|, mais especificamente
|G| = `|H| onde ` é o número de classes de equivalência.
Grupo simétrico.
1 2 3
Uma maneira de visualizar o elemento de Sym({1, 2, 3})
2 3 1
é como rotação de 120 graus de um triângulo equilátero, por exemplo apli-
cando tal rotação duas vezes obtemos:
são diferentes.
G BQQQ
{{ BB QQQ
{{ BB QQQ
{{ BB QQQ
{{ B QQQ
Q
hai hbi hci hdi
AA nn
AA }}} nnnnn
AA } n
AA }} nn
}n}nnnn
h1i
Observe que hd2 i não aparece pois hd2 i = hdi (sendo 2 coprimo com o(d) =
3). O grupo Sym({1, 2, 3}) tem ordem 6, ele admite um subgrupo de ordem
1 (ou seja h1i = {1}), três subgrupos de ordem 2 (ou seja hai = {1, a},
hbi = {1, b}, hci = {1, c}), um subgrupo de ordem 3 (ou seja hdi = {1, d, d2 })
e um subgrupo de ordem 6 (ou seja Sym({1, 2, 3})). Em total Sym({1, 2, 3})
contem 6 subgrupos. Eles têm ordens 1, 2, 2, 2, 3 e 6.
Exercı́cios.
1 2 3 4
(1) Calcule a ordem de ∈ Sym({1, 2, 3, 4}).
2 3 4 1
1 2 3 4 5
(2) Calcule a ordem de ∈ Sym({1, 2, 3, 4, 5}).
2 3 1 5 4
(3) Faça um exemplo de elementos x, y de um grupo com x·y ·x−1 6= y.
(4) Sejam x e y elementos de um grupo. Mostre que o(y) = 3 se e
somente se o(xyx−1 ) = 3.
(5) Sejam x e y elementos de um grupo. Mostre que o(xy) = 3 se e
somente se o(yx) = 3.
(6) Seja H um subgrupo de um grupo G e seja g ∈ G.
Mostre que {ghg −1 : h ∈ H} é um subgrupo de G.
(7) Seja X um conjunto e seja G = Sym(X). Seja a ∈ X um elemento
fixado. Mostre que H = {f ∈ G : f (a) = a} é um subgrupo de
G. Mostre que se |X| = 3 então |H| = 2.
(8) Seja G = Sym({1, 2, 3, 4}) e H = {g ∈ G : g(3) = 3}. Mostre que
H é um subgrupo de G e que |H| = 6.
(9) Mostre que Sym({1, 2, 3, 4}) não contem subgrupos de ordem 16.
(10) Seja X um conjunto qualquer com |X| ≥ 3. Mostre que Sym(X)
não é comutativo.
8. RESOLUÇÃO LISTAS DE EXERCÍCIOS 77
(5) Diga quais dos grupos multiplicativos seguintes são cı́clicos: U (Z/9Z),
U (Z/20Z), U (Z/40Z).
78 2. GRUPOS
{1, 3, 7, 9, 11, 13, 17, 19, 21, 23, 27, 29, 31, 33, 37, 39},
hxi
DD
{{ DD
{{{ DD
{{ DD
{{ DD
{ DD
{{ DD
{{{ DD
{{ D
hx2 i hx3 i hx5 i
CC DD
CC {{ DD {{
CC {{{ DD {{{
CC {{ DD {{
C{C{ D{D{
{{{ CCC {{{ DDD
{ CC { DD
{{ CC {{ DD
{{ {{
hx6 i hx10 i hx15 i
CC
CC zz
CC zzz
CC zz
CC zz
CC z
CC zz
CC zzz
C zz
h1i
∗ 1 7 11 13 17 19 23 29
1 1 7 11 13 17 19 23 29
7 7 19 17 1 29 13 11 23
11 11 17 1 23 7 29 13 19
13 13 1 23 19 11 7 29 17
17 17 29 7 11 19 23 1 13
19 19 13 29 7 23 1 17 11
23 23 11 13 29 1 17 19 7
29 29 23 19 17 13 11 7 1
∗ 1 11 19 29
1 1 11 19 29
11 11 1 29 19
19 19 29 1 11
29 29 19 11 1
84 2. GRUPOS
GF
x FF
xx FF
xxx FF
x F
xx
h7i HD h17i
DD z DD
DD zzz DD zzz
zDD zD
z
z DD zz DDD
zz zz
h11i h19i h29i
DD z
DD zz
DD zz
DD z
zz
h1i
hxi I
u II
uu II
uuu II
u II
uu
hxp i hxq i
w HH v HH
ww HH vv HH
ww HH vv HH
w HH vv HH
ww H vv
2 2
hxp i hxpq i hxq i
FF HH FF
FF vv HH ww FF
FF vvv HH
HH www FF
FF vv w FF
vv H ww
2 2 3
hxp q i hxpq i hxq i
HH v GG
HH vv GG xx
HH
HH vvv GG xxx
v GG x
H vv xx
2 q2 3
hxp i hxpq i
HH
HH vv
HH
HH vvv
HH vv
vv
h1i
As duas implicações são analogas (é só trocar x e y), logo mos-
traremos apenas a primeira implicação. Suponha o(xy) = 3. Que-
remos mostrar que o(yx) = 3, ou seja (sendo 3 primo) que yx 6= 1
e (yx)3 = 1. Se yx = 1 então y = x−1 logo xy = 1 e isso contradiz
o fato que o(xy) = 3. Sendo (xy)3 = 1 temos
(yx)3 = yxyxyx = x−1 (xyxyxy)x = x−1 (xy)3 x = x−1 x = 1.
Uma outra maneira para resolver o exercı́cio era usar o exercı́cio
anterior observando que yx = x−1 (xy)x.
(9) Mostre que Sym({1, 2, 3, 4}) não contem subgrupos de ordem 16.
Aneis
1. Indução
O conjunto N é o conjunto dos números naturais:
N = {0, 1, 2, 3, . . .}.
Ele tem uma propriedade importante (princı́pio do boa ordenação): todo
subconjunto não vazio S de N admite mı́nimo, ou seja existe x ∈ S tal que
x ≤ s para todo s ∈ S. Observe que Z não tem essa propriedade, pois ele
mesmo não admite mı́nimo.
Exemplos.
• Seja
n
X
S(n) = i = 1 + 2 + 3 + 4 + . . . + n.
i=1
Mostraremos que S(n) = n(n + 1)/2 para todo n ≥ 1. A base da
indução é clara pois S(1) = 1 = 1(1 + 1)/2. Mostraremos agora que
1. INDUÇÃO 93
• Seja
n
X
R(n) = 2i = 20 + 21 + 22 + . . . + 2n .
i=0
i=0 i=0
= R(n) + 2n+1 = 2n+1 − 1 + 2n+1
= 2 · 2n+1 − 1 = 2n+2 − 1.
Exercı́cios.
para todo n ≥ 0.
(6) Mostre que
n
X 1
i2 = n(n + 1)(2n + 1)
6
i=1
para todo n ≥ 1.
(7) Mostre que
n
X 1
i3 = n2 (n + 1)2
4
i=1
para todo n ≥ 1.
(8) Seja a ≥ 2 um inteiro. Mostre que
n
X an+1 − 1
ai =
a−1
i=0
para todo n ≥ 1.
(9) Mostre por indução que 2n > n para todo n ≥ 1.
(10) Mostre que
n
X 1 1
≤2−
i2 n
i=1
para todo n ≥ 1.
(11) (Mais difı́cil) Mostre que
2n
X 1 n
≥1+
i 2
i=1
para todo n ≥ 1.
2. POLINÔMIOS 95
2. Polinômios
Um “polinômio com coeficientes racionais” é uma escrita formal
n
X
P (X) = ai X i = a0 + a1 X + a2 X 2 + . . . + an X n
i=0
onde ai ∈ Q para todo i ∈ {0, 1, . . . , n}. Isso nos dá uma função f : N → Q
definida por f (i) = ai onde f (i) = 0 se i ≥ n + 1. Observe que o conjunto
C = {i ∈ N : f (i) 6= 0} é finito, de fato f (i) = ai = 0 se i > n, ou
seja C ⊆ {0, 1, . . . , n}. Os números racionais a0 , a1 , . . . , an são chamados de
“coeficientes” do polinômio P (X). Observe que C pode ser vazio, neste
caso o polinômio P (X) éPo polinômio nulo: P (X) = 0. Se C não for
vazio na escrita P (X) = ni=0 ai X i supomos por coerência de notação que
o coeficiente de X n seja não nulo: an 6= 0. Em outras palavras n = max(C).
Se C não for vazio (ou seja se P (X) não for o polinômio nulo), o máximo
elemento de C (que existe pois C é finito) é chamado de grau do polinômio.
Por exemplo o polinômio 6X 3 +2X 2 +1 tem grau 3, e C neste caso é {0, 2, 3}
(que está contido propriamente em {0, 1, 2, 3}). Observe que a0 = 1, a1 = 0,
a2 = 2, a3 = 6, e ai = 0 para todo i ≥ 4. Ou seja os ai que não aparecem
são iguais a zero. Se C for vazio então P (X) = 0 é o polinômio nulo e
normalmente digamos que o grau do polinômio nulo é −∞, um número
menor de todos os números. Os polinômios de grau zero são da forma a
com 0 6= a ∈ Q (polinômios “constantes”), os polinômios de grau 1 são
aX + b com a, b ∈ Q e a 6= 0, os polinômios de grau 2 são aX 2 + bX + c com
a, b, c ∈ Q e a 6= 0, etc.
Pn i
Pn i
Dois polinômios P1 (X) = i=0 ai X , P2 (X) = i=0 bi X são iguais
exatamente quando são iguais as funções correspondentes f (i) = ai , g(i) =
bi , ou seja exatamente quando ai = bi para todo i ∈ N. Esse fato é as
vezes chamado de “principio de identidade dos polinômios”, se trata de uma
consequência imediata da definição de polinômio.
onde max{n, m} = n.
• Produto. Se trata da regra X i X j = X i+j extendida por distribu-
tividade, ou seja
n m n+m
! !
X X X X
ai X i · bi X i := ai bj X k .
i=0 i=0 k=0 i+j=k
Por exemplo
96 3. ANEIS
(X 3 + 2X 2 − X + 1)(X 2 + X + 3) =
(1)X 5 + (1 · 1 + 2 · 1)X 4 + (1 · 3 + 2 · 1 − 1 · 1)X 3 +
+(2 · 3 − 1 · 1 + 1 · 1)X 2 + (−1 · 3 + 1 · 1)X + (3)1
= X 5 + 3X 4 + 4X 3 + 6X 2 − 2X + 3.
Observe que se P (X) e Q(X) são dois polinômios não nulos dePngraus ni
e m, o grau de
Pm P (X)Q(X) é n + m. De fato escrevendo P (X) = i=0 ai X
e Q(X) = b X i com a 6
= 0, b 6
= 0 temos que P (X)Q(X) =
i=0 i n m
an bm X n+m + J(X) com J(X) de grau menor que n + m, logo o grau de
P (X)Q(X) é n + m (observe que an bm 6= 0 sendo an , bn ∈ Q, an 6= 0 e
bm 6= 0).
Temos então uma analogia entre Z e Q[X]: eles têm duas operações
associativas e comutativas (soma e produto), são grupos aditivos (ou seja,
são grupos com a operação de soma), eles têm elemento neutro do produto
(1 nos dois casos), e não todo elemento admite inverso multiplicativo (por
exemplo X não admite inverso multiplicativo em Q[X] pois 1/X não é um
polinômio, e 2 não admite inverso multiplicativo em Z pois 1/2 não é um
inteiro). Além disso, Q[X] e Z têm a propriedade distributiva, ou seja
se a, b, c são inteiros quaisquer, ou polinômios quaisquer, então
a(b + c) = ab + ac.
A(X) − Q1 (X)B(X)
Feito isso, o algoritmo continua com A(X) − Q1 (X)B(X) no lugar de A(X).
Isso nos dá um “segundo quociente” Q2 (X), etc. No final teremos que o
resto da divisão é o último polinômio da primeira coluna e o quociente é
Q1 (X) + Q2 (X) + . . .
X 5 + 10 X3 + X − 1
X5 + X3 − X2 X2 − 1
3 2
−X + X + 10
−X 3 − X + 1
X2 + X + 9
Obtemos que A(X) = B(X)Q(X) + R(X) onde Q(X) = X 2 − 1 e
R(X) = X 2 + X + 9.
Exercı́cios.
3. ANEIS COMUTATIVOS UNITÁRIOS 99
X5 + X + 1 2X + 1
X 5 + 4X 4 4X 4 + 5X 3 + X 2 + 3X + 6
3X 4 + X + 1
3X 4 + 5X 3
2X 3 + X + 1
2X 3 + X 2
6X 2 + X + 1
6X 2 + 3X
5X + 1
5X + 6
2
De fato lembrando de reduzir módulo 7 temos que
(4X 4 + 5X 3 + X 2 + 3X + 6)(2X + 1) + 2 =
= X 5 + 4X 4 + 3X 4 + 5X 3 + 2X 3 + X 2 + 6X 2 + 3X + 5X + 6 + 2
e somando e reduzindo módulo 7 obtemos exatamente X 5 + X + 1.
com R(X) nulo ou de grau menor que o grau de X −a, ou seja R(X) = r ∈ K
é uma constante (que pode ser nula). Sendo P (a) = 0 obtemos
0 = P (a) = (a − a)Q(a) + r = r
daı́ r = 0 logo P (X) = (X − a)Q(X), logo Q(X) tem grau n (pois P (X)
tem grau n + 1 e X − a tem grau 1). Uma raiz de P (X) diferente de a tem
que ser uma raiz de Q(X) (pois se P (b) = 0 então (b − a)Q(b) = 0 logo
Q(b) = 0 se b 6= a, sendo K um corpo), por hipótese Q(X) tem no máximo
n raizes em K (pois o resultado é verdadeiro para n) logo P (X) tem no
máximo n + 1 raizes em K.
Exercı́cios.
an
(4) Suponha de ter a1 = 1 e an+1 = 1+an para todo n ≥ 1. Mostre que
an = 1/n para todo n ≥ 1.
n+1
X n
X
(2i + 1) = (2i + 1) + (2(n + 1) + 1) = (n + 1)2 + (2n + 3)
i=0 i=0
= n + 4n + 4 = (n + 2)2 .
2
para todo n ≥ 1.
para todo n ≥ 1.
n+1 n
X X 1
i3 = i3 + (n + 1)3 = n2 (n + 1)2 + (n + 1)3
4
i=1 i=1
1 1
= (n + 1)2 (n2 + 4n + 4) = (n + 1)2 (n + 2)2 .
4 4
para todo n ≥ 1.
a2 −1
A base da indução é 1 + a = que é verdadeiro. Suponha
a−1
Pn i an+1 −1 Pn+1 i an+2 −1
i=0 a = a−1 , mostraremos que i=0 a = a−1 . Temos
n+1 n
X an+1 − 1 X i an+1 − 1
ai = = a + an+1 = + an+1
a−1 a−1
i=0 i=0
an+1 − 1 + (a − 1)an+1 an+2 − 1
= = .
a−1 a−1
para todo n ≥ 1.
106 3. ANEIS
Pn A base da indução é 1 ≤ 2 − 1 =
P1n+1
que é verdadeiro. Suponha
1 1 1 1
i=1 i2 ≤ 2 − n , mostraremos que i=1 i2 ≤ 2 − n+1 . Temos
n+1 n
X 1 X 1 1 1 1
2
= 2
+ 2
≤2− +
i i (n + 1) n (n + 1)2
i=1 i=1
2n
X 1 n
≥1+
i 2
i=1
para todo n ≥ 1.
n+1
2X 2 n 2X n+1
1 X1 1
= + .
i i n
i
i=1 i=1 i=2 +1
n+1
2X 2 n 2X n+1
1 X1 1 n 2n
= + ≥ 1 + + n+1
i i n
i 2 2
i=1 i=1 i=2 +1
n 1 n+1
=1+ + =1+ .
2 2 2
X6 − X 2X 2 + X + 1
X6 + 12 X 5 + 21 X 4 1 4
2X − 1 3
4X − 81 X 2 + 16
3
X− 1
32
− 2 X − 12 X 4 − X
1 5
− 12 X 5 − 14 X 4 − 41 X 3
− 41 X 4 + 14 X 3 − X
− 14 X 4 − 18 X 3 − 81 X 2
3 3 1 2
8X + 8X − X
3 3 3 2 3
8 X + 16 X + 16 X
1 19
− 16 X 2 − 16 X
1 1 1
− 16 X 2 − 32 X − 32
37 1
− 32 X + 32
X 12 − 1 X3 − 1
X − X X + X6 + X3 + 1
12 9 9
X9 − 1
X9 − X6
X6 − 1
X6 − X3
X3 − 1
X3 − 1
0
Logo X 12 − 1 = (X 3 − 1)(X 9 + X 6 + X 3 + 1), o resto é zero.
Ou seja X 3 − 1 divide X 12 − 1.
(5) Mostre por indução que se n ∈ N existe An (X) ∈ Q[X] tal que
X n − 1 = (X − 1)An (X).
(6) Existe uma formula para o grau de A(X) + B(X) que depende só
dos graus de A(X) e B(X)?
X4 + X2 + 3 3X 2 + X
X 4 + 31 X 3 1 2
3X − 19 X + 10
27
1 3
− 3 X + X2 + 3
− 13 X 3 − 91 X 2
10 2
9 X +3
10 2 10
9 X + 27 X
10
− 27 X + 3
O quociente é 13 X 2 − 19 X + 10
27 , o resto é − 10
27 X + 3.
X 4 + X 3X 2 + 1
X 4 + 2X 2 2X 2 + 1
3X 2 + X
3X 2 + 1
X +4
O quociente é 2X 2 + 1, o resto é X + 4.
X 3 + 2X 2 + 2X + 1 X + 2
X 3 + 2X 2 X2 + 2
2X + 1
2X + 1
0
110 3. ANEIS
O quociente é X 2 + 2, o resto é 0.
Temos
X(X − 1)(X − 2)(X − 3)(X − 4) = X(X 2 − 3X + 2)(X 2 − 7X + 12)
= X(X 2 + 2X + 2)(X 2 + 3X + 2)
= X(X 4 + 3X 3 + 2X 2 + 2X 3 + X 2 + 4X + 2X 2 + X + 4)
= X(X 4 + 4) = X 5 + 4X.
n+1
X n
X
(−1)i i2 = (−1)i i2 + (−1)n+1 (n + 1)2
i=1 i=1
1
= (−1)n n(n + 1) + (−1)n+1 (n + 1)2
2
1
= (−1)n (n + 1)( n − (n + 1))
2
1 n+1
= (−1) (n + 1)(n + 2).
2
114 3. ANEIS
5. Ideais
A complexidade de um anel é medida usando a noção de “ideal”.
Definição (Ideal). Seja A um anel comutativo unitário. Um ideal de
A é um subconjunto I ⊆ A tal que
(1) I é um subgrupo aditivo de A (ou seja I é um subgrupo de A com
respeito à soma),
(2) se a ∈ A e x ∈ I então ax ∈ I.
Por exemplo {0} e A são (obviamente) ideais de A (para qualquer anel
comutativo unitário A).
Por exemplo {0} e A são ideais principais de A sendo {0} = (0) e A = (1).
os ideais de Z são principais). Logo existe d ∈ Z tal que (a, b) = (d). Tal d
é exatamente o maior divisor comum entre a e b (e a mesma coisa vale para
k[X]). Ou seja:
Proposição. Se a, b ∈ Z e d é o maior divisor comum entre a e b então
(a, b) = (d).
Demonstração. Mostraremos as duas inclusões.
Mostraremos que (a, b) ⊆ (d). d divide a e b logo existem z, w inteiros
com dz = a e dw = b daı́ a = dz ∈ (d) e b = dw ∈ (d). Um elemento
qualquer de (a, b) é ax + by = dzx + dwy = d(zx + wy) ∈ (d). Isso mostra
que (a, b) ⊆ (d).
Mostraremos que (d) ⊆ (a, b). Pelo algoritmo de Euclides existem u, v
inteiros com au+bv = d logo d ∈ (a, b), logo se t ∈ Z então dt = (au+bv)t =
a(ut) + b(vt) ∈ (a, b). Isso mostra que (d) ⊆ (a, b).
Por exemplo no anel Z temos (4, 15) = (1) = Z ou seja todo inteiro é
uma combinação de 4 e 15, de fato 4 · 4 − 15 = 1 logo dato n ∈ Z qualquer,
4 · 4n − 15 · n = n.
Por exemplo uma simples divisão com resto mostra que X +1 e X −1 são
coprimos, ou seja (X +1, X −1) = (1) = Q[X] de fato 21 (X +1)+ 12 (X −1) = 1
logo se P (X) ∈ Q[X] então
1 1
(X + 1) · P (X) + (X − 1) · P (X) = P (X),
2 2
logo todo polinômio é “combinação” de X + 1 e X − 1.
Exercı́cios.
6. Fatoração
Seja A um anel comutativo unitário. Se I é ideal de A quais são os ideais
J de A tais que J ⊇ I?
Observe que por outro lado existem infinitos ideais de Q[X] contidos
em (X), por exemplo todos os ideais (X n ) (onde n ≥ 1) estão contidos em
(X) (e são todos distintos). Em geral um dado ideal de k[X] com k corpo
6. FATORAÇÃO 119
p X3 + X2 + X + 3 p X3 + X2 + X + 3
2 (X + 1)3 53 (X + 43)(X 2 + 11X + 5)
3 X(X + 2)2 59 (X + 12)(X 2 + 48X + 15)
5 X3 + X2 + X + 3 61 (X + 6)(X 2 + 56X + 31)
7 (X + 4)(X 2 + 4X + 6) 67 (X + 23)(X + 52)(X + 60)
11 X3 + X2 + X + 3 71 (X + 38)(X + 52)(X + 53)
13 X3 + X2 + X + 3 73 (X + 34)(X 2 + 40X + 28)
17 (X + 5)(X + 15)2 79 (X + 74)(X 2 + 6X + 31)
19 X3 + X2 + X + 3 83 (X + 45)(X 2 + 39X + 72)
23 X3 + X2 + X + 3 89 (X + 32)(X 2 + 58X + 14)
29 (X + 11)(X + 23)(X + 25) 97 (X + 59)(X 2 + 39X + 28)
31 (X + 15)(X 2 + 17X + 25) 101 (X + 75)(X 2 + 27X + 97)
37 (X + 25)(X 2 + 13X + 9) 103 X3 + X2 + X + 3
41 X3 + X2 + X + 3 107 X3 + X2 + X + 3
43 X3 + X2 + X + 3 113 X3 + X2 + X + 3
47 (X + 31)(X 2 + 17X + 38) 127 X3 + X2 + X + 3
Exercı́cios.