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Tema – O Risco Ambiental: agente químico

Projeto Pós-Graduação
Curso Enfermagem do Trabalho
Disciplina Doenças Ocupacionais
Tema O Risco Ambiental: agente químico
Professor Anísio Calasans

Introdução
Os agentes químicos são uma importante parcela de nossos estudos
das doenças ocupacionais e suas causas, seja devido à frequência com que os
encontramos no ambiente de trabalho e pela experiência em identificá-los
como perigo e causadores de lesões.
Nós já tínhamos uma descrição da intoxicação por chumbo, feita pelo pai
da medicina, Hipócrates, no entanto, vemos a criação de novos polímeros e
substâncias a cada dia, cada uma com um potencial lesivo novo e, muitas
vezes, imprevisível.
Daí a importância de dominarmos um pouco dessa ciência e estarmos
preparados para o que o futuro nos reserva.
(Vídeo disponível no material on-line)

Problematização
Você trabalha no Centro de Referência Especializado em Saúde do
Trabalhador - CEREST - da sua região e, juntamente com a equipe técnica, foi
chamado(a) para avaliar uma pequena fábrica de brinquedos,
Recentemente, tem ocorrido o afastamento de empregados, que
apresentam mudança de comportamento, tremores, fraqueza muscular,
hiporreflexia, labilidade emocional e redução de memória.
Em alguns casos suspeitou-se de dependência química por abuso de

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álcool ou de “cola de sapateiro”. Ao conversarem com o novo diretor da fábrica,
o neto do fundador, que se mostrou bastante preocupado e receptivo,
souberam que todos trabalhavam como uma família e se houvessem casos de
drogadição de qualquer tipo, saberiam.
Na visita pela fábrica, o gerente de produção – um senhor ríspido de
poucas palavras – mostra a nova linha de brinquedos que começaram a ser
produzidos há dois meses. Vocês notam muitas embalagens abertas de um
líquido que lhes é apresentado como xilol, usado com outros produtos na
montagem. Pesquisando, identificam como componente o xileno, um
hidrocarboneto aromático com características de solvente.
O que vocês fazem nesse caso? Você não precisa responder agora!
Realize seus estudos sobre este tema e escolha a melhor alternativa para a
situação mais adiante.
(Vídeo disponível no material on-line)

Agentes químicos
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas
de poeira, fumo, névoa, neblina, gás ou vapor, ou que, pela natureza da
atividade de exposição, possam ter contato ou serem absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão (9.1.5.2).
Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos
a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem
ultrapassados os limites de tolerância.

Limite de Tolerância: a concentração ou intensidade máxima ou mínima,


relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não
causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral (NR 15).

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Dessa forma, nossa atenção se divide em dois grandes grupos conforme
o primeiro local de ação: respiratório e tegumentar. Lembrando-se da proibição
do uso de substâncias sabidamente neoplásicas, com as quais não se permite
nenhuma exposição ou contato, através da hermetização do processo ou
operação e através dos melhores métodos praticáveis de engenharia, sendo
que o trabalhador deve ser protegido adequadamente de modo a não permitir
nenhum contato com o carcinogênico.

Agentes Tóxicos
Embora este tema seja objeto de uma matéria específica em seu curso
de especialização, aqui é útil conhecermos os princípios da toxicologia, cuja
definição mais utilizada é da “ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes
das interações de substâncias químicas com o organismo”.

“Todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma que não seja. A dose
correta diferencia um remédio de um veneno”. Paracelso.

A toxicologia abrange uma gama bastante ampla do conhecimento


científico, com oportunidade de atuação especializada em diversas
graduações, além da medicina, como a farmacologia, bioquímica, engenharia
química e química ou mesmo a biologia. Temos ainda diversos campos de
atuação, como a toxicologia clínica - diagnosticando e tratando -, forense -
investigando e periciando -, ocupacional - mesclando as anteriores -, dentre
outras menos afeitas ao nosso trabalho, como a veterinária ou a toxicologia
ambiental.
É, portanto, a ciência que estuda as intoxicações, os venenos que as
provocam e o tratamento adequado, além dos limites de segurança dos
agentes químicos.
O agente tóxico é o produto químico que detém a capacidade intrínseca
de dano às células, tecidos, órgãos, sistemas e organismos, gerando uma

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lesão, disfunção ou mesmo morte, conforme sua exposição.
Toxicidade é, então, conforme o conceito amplamente adotado, a
capacidade inerente ao agente tóxico de provocar efeitos nocivos nos
organismos. Lembrando que esse efeito é proporcional a sua concentração no
sítio de ação preferencial – órgão alvo.
Finalmente, é conveniente conhecermos a ação tóxica: a maneira pela
qual um tecido é afetado pelo determinado agente. Essa ação, sua medição e
classificação, dependem da “dose letal média”, que expressa o grau de
toxicidade aguda de substâncias químicas.
A Dose Letal 50% - DL 50 - corresponde à quantidade do produto que
mata metade dos animais de um ensaio experimental com cobaias, após
cálculo estatístico. Ou seja, se determinada substância “A” possui DL50
(camundongos) 1g, quando comparamos com uma substância “B” cuja DL50
(camundongos) é 500mg, notamos que a segunda precisa de uma quantidade
menor para “intoxicar”, sendo, portanto, mais tóxica.
Assim, essa capacidade tóxica, que nos interessa, depende da
substância, de sua condição inerente de causar efeito em um órgão ou tecido,
além de sua concentração e exposição.

Toxicocinética
Pensando nas doenças ocupacionais possíveis na exposição aos
agentes químicos, podemos prevê-las ao seguir esses tóxicos estudando seu
deslocamento dentro do organismo. A isso se dá o nome de Toxicocinética.

TOCICOCINÉTICA:
ABSORÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
METABOLISMO
EXCREÇÃO

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O primeiro ponto é a forma de absorção, ou entrada no corpo humano.
Em geral temos como primeiro alvo nossos sistemas tegumentares (pele e
mucosas) e respiratório. Nesse momento se estabelecem as medidas de
proteção inicial.
Temos então a distribuição do agente pelos diferentes órgãos e tecidos,
carregado, em geral, pelo sistema sanguíneo. Cada substância tem um
tropismo por um local diferente, isto é, uma maior afinidade por um tipo de
células e tecidos. Esse conhecimento nos leva a monitorar os “órgãos alvo” em
nossos exames periódicos.
No entanto, lembremos que nossa fisiologia possui diversos
mecanismos de proteção, dentre os quais temos o metabolismo, onde uma
substância é transformada em outra para melhor uso ou excreção. Aqui temos
outro ponto a ser estudado: os efeitos dos metabólitos.
Nesse item merecemos uma pausa para identificar o órgão com maior
responsabilidade nesse processo: o fígado. Com o exemplo do que já
conhecemos na intoxicação alcoólica, é comum termos uma lesão
hepatocelular nas intoxicações químicas.
(Vídeo disponível no material on-line)

Finalmente temos a saída desses agentes através da excreção (fora a


parte que permanece acumulada). Em geral ocorre através do sistema urinário,
mas pode também aproveitar o carregamento biliar – gastrointestinal, o ar
exalado na respiração e mesmo a transpiração. Com isso, podemos medir a
exposição a tais substâncias através de sua identificação direta ou de seus
metabólitos.

Resposta tóxica
Uma vez que o trabalhador foi exposto, a resposta negativa sob seu
corpo dependerá de uma série de fatores:

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 Duração

 Frequência

 Via

 Ambiente

 Temperatura

 Pressão atmosférica

 Umidade do ar

Ao tratar de doenças ocupacionais, não podemos deixar de pensar na


intoxicação crônica, lenta e gradual. É claro que isso dependerá da potência de
determinada substância, da forma de uso e contato, da interação com outros
fatores ambientais de seu local de trabalho e mesmo de seu próprio organismo.
Esses seriam:

 Idade

 Sexo

 Peso corporal

 Estado nutricional

 Comorbidades

 Suscetibilidade individual

Finalmente, se não inicialmente, necessitamos conhecer a substância de


contato, seu estado físico, estrutura química, órgão alvo e mecanismo de ação.
Para facilitar nosso trabalho, temos as grandes divisões dos agentes químicos.
(Vídeo disponível no material on-line)

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Gases
Essa classe de produtos se apresentam na forma gasosa nas condições
ambientais usuais. Como tal, temos um poder de difusão no ambiente muito
ampliado, dependendo de seu peso relativo em relação aos demais gases do
ar atmosférico (podem permanecer nas áreas mais elevadas ou nas mais
baixas) e de sua concentração.
Ainda que possamos esperar uma reação química clássica gerando a
intoxicação direta, o efeito que merece maior cuidado quando pensamos no
estado gasoso é o de asfixia. Quanto à sua característica química, temos duas
características principais: gases irritantes e gases asfixiantes.

Asfixia: Suspensão dos fenômenos da respiração e da circulação do


sangue, seguida de morte, real ou aparente, causada por estrangulação,
submersão, ação de gases irrespiráveis etc.; morte por falta de
respiração ou de ar respirável; sufocação. (Michaelis)

Os gases asfixiantes simples atuam na substituição mecânica do


oxigênio que, por concorrência no espaço que ocupam, tem sua concentração
reduzida. Assim, perdemos a capacidade de manter a função respiratória
normal de forma bastante similar à obstrução das vias aéreas. Como exemplo,
temos o gás liquefeito de petróleo (GLP – gás de cozinha) que, para aumentar
a segurança, tem um odor adicionado para ser percebido no ambiente em caso
de vazamento.
É importante registrar que na presença dessas substâncias os
ambientes de trabalho devem manter a concentração mínima de oxigênio de
18%. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo desse
valor serão consideradas de risco grave e iminente.
(Vídeo disponível no material on-line)

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De forma bastante similar, temos os gases asfixiantes químicos. Esses
possuem propriedades de ligação no sangue com a hemoglobina, ocupando o
espaço originalmente usado pelo oxigênio. Um exemplo é o do monóxido de
carbono (CO).
Já os gases irritantes possuem a propriedade de gerar uma inflamação
tecidual. Tal efeito faz com que sejam percebidos em concentrações mais
baixas. Como esperado, o edema causado pode tanto impedir a troca de gases
no tecido pulmonar por reduzir a permeabilidade dos alvéolos, quanto gerar
obstrução alta por edema de glote.

Poeiras
Podemos definir as poeiras como partículas sólidas em suspensão no ar.
Em geral possuem origem mineral e advém do processamento de rochas, mas
temos registros de contaminação do solo com exposição também na
agricultura.
Precisamos analisá-las conforme o tamanho de suas partículas, tanto
para entendermos o poder de dispersão quanto de penetração na árvore
respiratória. Também sua concentração e capacidade de reação tecidual. Essa
é chamada pneumoconiose.
As partículas inaláveis são aquelas cujo diâmetro é menor que 10µm.
Elas podem ainda ser classificadas como partículas inaláveis finas, menores
que 2,5µm e grossas. As partículas finas, devido ao seu tamanho diminuto,
podem atingir os alvéolos pulmonares, já as grossas ficam retidas na parte
superior do sistema respiratório.
(Vídeo disponível no material on-line)

Especificamente convém citarmos uma poeira mineral específica, o


“asbesto”, também denominado amianto. Ele é a forma fibrosa dos silicatos
minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas,
isso é, a crisotila (asbesto branco), e dos anfibólios, tipo com uso banido pelas

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propriedades mais lesivas. A NR15 dedica seu anexo 12 para essa substância.
Entende-se por “exposição ao asbesto”, a exposição no trabalho às
fibras de asbesto respiráveis ou poeira de asbesto em suspensão no ar
originada pelo asbesto ou por minerais, materiais ou produtos que contenham
asbesto. Há algumas décadas era um produto amplamente utilizado em
diversos materiais, dentre eles os freios automotivos e produtos de construção,
como as telhas.
Seu uso é controverso por apresentar efeito neoplásico bastante tardio
(décadas), sendo o mesotelioma de pleura um dos mais encontrados. Muitos
estados brasileiros já baniram sua produção (mineração) e processamento
(industrialização), porém o Brasil mantém-se como um dos maiores produtores
mundiais.
Considerando o risco pulmonar, o controle médico exige a avaliação por
telerradiografias de tórax com técnica obedecendo ao padrão determinado pela
Organização Internacional do Trabalho, especificado na Classificação
Internacional de Radiografias de Pneumoconioses (OIT-1980).

Fumos
A condensação, sublimação ou reação química resultante de materiais
fundidos forma os fumos metálicos. Trata-se de metais pesados em
suspensão, portanto com maior possibilidade de intoxicação.
Processos que envolvam solda a quente, produção de baterias
automotivas ou o processo de galvanização constituem locais com perigo em
potencial dessa intoxicação.

Névoas
Quando tratamos de partículas em suspensão em estado líquido,
chamamos de névoa. São originados a partir da condensação de gás ou vapor
ou pela dispersão de líquido.

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O risco dependerá de que produto químico nós estamos utilizando. É
encontrado em cabines de pintura com compressor. Tratando-se de tintas,
devemos buscar o tipo de solvente utilizado.

Vapores
Vapores são dispersões de moléculas no ar, em geral pela própria
evaporação. A classe de substâncias que estão mais afeitas a esse processo
são os solventes orgânicos, álcoois e solventes aromáticos.
Esse último tem como um de seus maiores representantes o benzeno,
cujo uso está regulamentado pelo anexo 13-A da NR15, em que se salientam
as propriedades cancerígenas do produto.
(Vídeo disponível no material on-line)

O anexo se aplica a todas as empresas que produzem, transportam,


armazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas líquidas contendo
1% (um por cento) ou mais de volume. Produtos derivados do petróleo
costumam ser os principais monitorados.

Revendo a problematização
Muito bem! Acredito que já tenhamos tido tempo suficiente para refletir
sobre o caso apresentado no início dos estudos deste tema. Escolha entre as
alternativas a que melhor se aplica à situação.
a. Sabendo a implantação de um novo produto, com meio de produção
desconhecido pelos trabalhadores, somada à mudança na diretoria e
tratamento pelo gerente, verifica-se um possível clima de trabalho
inóspito, o que geraria um uso abusivo de álcool fora do ambiente de
trabalho. A negação é costumeira, explicando o desconhecimento do
diretor e falha no diagnóstico hospitalar. Sugerir tratamento
psicoterápico para desintoxicação, abstinência e melhor adaptação

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às mudanças no trabalho.
b. Considerando a relação temporal dos sintomas com a nova linha de
produção, a relação epidemiológica e a possível exposição ao agente
químico solvente, é necessária a medição ambiental da possível
contaminação do ambiente de trabalho por engenheiros de
segurança, além da informação ao hospital que realiza a investigação
e tratamento para que haja a medição da exposição a esse agente.
Recomenda-se que medidas de proteção sejam adotadas
imediatamente.
c. Fazer o diagnóstico epidemiológico de doença ocupacional, mesmo
sem ter o causador direto identificado. Como medida de proteção à
saúde do trabalhador, solicite ao ministério público a interdição da
fábrica e o exame toxicológico completo em todos os empregados.
Também se pode registrar o caso no sistema de notificação
obrigatória.

Feedbacks
a. Mesmo que os fatores psicossociais devam ser considerados, como
pressões no trabalho e suas formas de compensação, não é comum
o surgimento de novos casos sem histórico específico ou com
mesmo tempo de evolução. Ignorando-se uma possível intoxicação
orgânica podemos retardar o tratamento específico.
b. A introdução de novos agentes traz potencial perigo aos
trabalhadores, devendo haver estudo prévio de sua toxicidade e
exposição, além das medidas ambientais de controle de
contaminação e a previsão no programa de controle médico de
saúde ocupacional - PCMSO - do monitoramento biológico.
c. Embora algumas medidas mais energéticas e urgentes devam ser
tomadas, quando temos a suspeita de uma grande intoxicação
coletiva, a definição da doença ocupacional exige o diagnóstico da

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lesão ou perturbação funcional (a doença) e da situação causadora
(a efetiva exposição ao risco). Considerando a receptividade da
empresa, é possível a proteção da nova linha e as medições
ambientais e biológicas para firmarem o diagnóstico. Caso
confirmemos, cabe a notificação da doença não apenas para a
previdência através da CAT, mas também no Sistema de Informação
de Agravos de Notificação - Sinan do SUS -, como doença de
notificação obrigatória.

Síntese
Completado o estudo de um dos grandes grupos de riscos, causadores
potenciais de doenças ocupacionais, vimos nos agentes químicos seu potencial
de intoxicação.
Novamente, demos ênfase ao conhecimento e, a partir daí, ao
reconhecimento dos perigos à saúde do trabalhador. Somando-se a isso o
entendimento das formas de exposição e efeitos potenciais no organismo
humano, pudemos identificar o risco de adoecimento.
Mas o mais importante nesse estudo é a interferência que podemos
fazer, de forma pró ativa, nos fatores do adoecimento. Ao identificarmos, por
exemplo, que uma poeira não tem potencial para lesões brônquicas, podemos
estipular proteções mais confortáveis. Porém se o agente pode chegar aos
pulmões, precisamos conhecer seus efeitos, monitorá-los e não apenas
aguardar que um estado patológico se instale e se manifeste, muitas vezes de
forma já irreversível.
Concluímos lembrando que produtos químicos são desenvolvidos a cada
minuto, seja por uma nova combinação de produtos já existentes e com efeitos
bastante imprevisíveis, seja pela criação pura de novas substâncias, efeito de
novas tecnologias, como está ocorrendo com a nanotecnologia. Assim, nossa
vigilância promete nunca cair em uma rotina.

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Referências
MENDES, R. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995.
COUTO, H. de A. Ergonomia aplicada ao trabalho: o manual técnico da
máquina humana. Belo Horizonte: Ergo, 1996.
AGÊNCIA Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:
<www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 31 mar. 2014.
MINISTÉRIO da Previdência Social. Disponível em: <www.mpas.gov.br>.
Acesso em: 31 mar. 2014.
MINISTÉRIO do Trabalho e Emprego. Disponível em: <www.mtb.gov.br>.
Acesso em: 31 mar. 2014.
PORTAL Fundacentro. Disponível em: <www.fundacentro.gov.br>. Acesso em:
31 mar. 2014.
ASSOCIAÇÃO Nacional de Medicina do Trabalho. Disponível em:
<www.anamt.org.br>. Acesso em: 31 mar. 2014.
PORTAL da Saúde. Ministério da Saúde. Disponível em: <www.saude.gov.br>.
Acesso em: 31 mar. 2014.
REVISTA Proteção. Disponível em: <www.protecao.com.br>. Acesso em: 31
mar. 2014.

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Atividades
1. Conforme definição da norma regulamentadora nº 9, consideram-se
agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam
penetrar no organismo pela via respiratória, ou que possam ter contato
ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Nesse sentido, que agente não se enquadra nessa definição legal?
a. Poeiras
b. Fumos
c. Bacilos
d. Neblinas

2. Se a toxicologia pode ser definida como a ciência que estuda os efeitos


nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o
organismo, então o estudo da absorção, distribuição, metabolismo e
excreção desses agentes é (marque a opção mais adequada):
a. A toxicocinética.
b. O efeito tóxico.
c. A biodisponibilidade.
d. A toxicomania.

3. A resposta tóxica de uma substância depende de inúmeros fatores,


entre eles: duração, frequência, ambiente, temperatura, pressão
atmosférica, umidade do ar e mesmo do organismo do trabalhador. No
organismo, alguns fatores individuais também influenciam no efeito,
menos:
a. Idade.
b. Religião.
c. Peso corporal.
d. Estado nutricional.

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4. A asfixia é um perigo bastante importante quando trabalhamos na
presença de certo tipo de gás. Esse risco depende das características
do local, como ventilação natural ou forçada, altura ou profundidade, e
da própria substância, como concentração e grupo químico.
Considerando a exposição ocupacional do Sr. Carlos a um gás
asfixiante químico, tipo CO - monóxido de carbono - em alta
concentração, a explicação mais provável de sua perda de consciência
é:
a. A diluição da concentração de oxigênio no ambiente a menos de
18%, impossibilitando sua captação em níveis suficientes pelos
pulmões.
b. A ligação preferencial do gás na hemoglobina das hemácias,
reduzindo o transporte de oxigênio aos tecidos.
c. O efeito neurotóxico do gás, gerando efeito depressor e síncope.
d. O efeito hepatotóxico do gás, impossibilitando seu processamento
normal e gerando acumulo de metabólitos tóxicos no sangue.

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5. Marcos trabalha em uma indústria de moagem de trigo e produção de
farinha. Tem 50 anos de idade e 30 de trabalho. Tem orgulho de seu
trabalho com a farinha por ser de excelente qualidade, com
granulometria de 200μm (duzentos micrômetros), uma das mais finas do
mercado. É tabagista, consome um maço de cigarros por dia há 20 anos
e apresenta no último ano dispneia ao realizar grandes esforços,
apresentando piora nos finais de semana e férias, sem resposta à
medicação broncodilatadora inalatória. Considerando que possa ter
havido exposição às partículas de farinha em suspensão, é possível
presumir o diagnóstico de:
a. Uma pneumoconiose por impregnação da poeira nos alvéolos do
trabalhador.
b. Uma asma ocupacional por hipersensibilidade brônquica ao trigo.
c. Um mesotelioma de pleura pela exposição ocupacional à poeira.
d. Uma pneumopatia não ocupacional, pois as partículas dessa
poeira não são consideradas inaláveis (menores que 10μm).

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