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ESPECIALIDADE POTENCIA

DISCIPLINA MAQUINAS ELECTRICAS II

PRACTICA 6

CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO EM VAZIO DAS MÁQUINAS ASINCRONICAS


DE ROTOR EM GAIOLA

Objectivos

1. Fazer a montagem de uma máquina asincrónica a partir de seus


componentes.
2. Determinar a característica e os parâmetros que caracterizam a operação
em vazio da Máquina Asincrónica.

Conhecimentos teóricos necessários

Construção e Componentes de uma Máquina Asincrónica ou de Indução

As Máquinas Asincrónicas de Rotor em Gaiola de Esquilo ou em Curto-circuito


são as mais populares e utilizadas, devido precisamente a sua simplicidade de
construção, sua robustez e a pouca manutenção que precisam. Como toda
máquina eléctrica se compõe de um estator e um rotor. O estator é um cilindro
oco com uma coberta exterior construída de forma de ajudar ao esfriamento da
máquina. No estator se encontram as ranhuras onde se aloja o enrolado da
máquina composta de três partes iguais que se conectam à alimentação
eléctrica trifásica. O rotor tem também ranhuras onde estão introduzidas as
barras do rotor as quais se unem em seu extremos mediante dois anéis. Na
figura 1 se mostram as componentes desta máquina.

Figura 1
Tanto o estator como o rotor são laminados para diminuir as perdas por
correntes do Foucault. As ranhuras do estator são abertas nas máquinas
grandes e médias fechadas nas máquinas pequenas. Os condutores se
encontram nela rodeadas de um material isolante. O rotor pode ter ranhuras
fechadas ou médias fechadas e inclusive dois conjuntos de ranhuras, uma
acima e outra abaixo (rotor de dupla gaiola). Pode ser de dois tipos: com barras
de cobre incrustadas nas ranhuras e soldadas nos extremos em máquinas
grandes e com rotor construído com alumínio fundido em máquinas mais
pequenas. Na figura 2 se mostra um estator com uma parte do enrolado
colocado nas ranhuras e na figura 3 uma lâmina do rotor típica .

Figura 2

Figura 3

Operação em Vazio

Entende-se por operação em vazio de um motor a sua condição de trabalho


quando não tem carga em seu eixo. A potência eléctrica que toma o motor
nestas condições se emprega em fornecer as perdas de vazio. No caso do
motor asincrónico ou de indução estas perdas são de dois tipos: as Perdas de
Aço e as Perdas Mecânicas.

As perdas de aço são de dois tipos: as Perdas Histerésicas e as Perdas por


correntes do Foucault. As primeiras som produzidas pelo laço histerésico
característico dos materiais ferromagnéticos e as segundas pelas correntes
induzidas neste material. Para as diminuir, se lâmina o núcleo magnético e a
menor espessura das laminações, menores perdas por este conceito. Ambas
as perdas dependem da densidade de fluxo magnético no material. A relação
não é linear, mas bem, é uma função da densidade de fluxo elevada a uma
potência próxima a 2. Como o fluxo e a densidade de fluxo dependem da
tensão, pode dizer-se que estas perdas são proporcionais ao quadrado da
tensão. Também são aproximadamente proporcionais ao quadrado da
frequência.

Por outra parte, as perdas mecânicas se devem à fricção nos rolamentos do


motor, ao movimento do ar efectuado pelo rotor ao girar e à potência tomada
pelo ventilador do motor. São, aproximadamente, proporcionais à velocidade.

Quanto à corrente de vazio, tem dois componentes: uma em fase com a


tensão, que está associada às perdas de potência em vazio que se
mencionaram e a outra, situada a 90 graus da tensão, é a encarregada de
produzir o campo magnético de acoplamento. Ou seja, que um motor
asincrónico tem que consumir tanto potência activa como reactiva para sua
operação em qualquer condição de trabalho.

Para determinar as perdas e a corrente de vazio se deve realizar o Ensaio em


Vazio cujo circuito se mostra na figura 1.
Figura 1

Como pode apreciar-se, utilizam-se três amperímetros, três voltímetros e um


wattímetro trifásico. Trabalha-se com o médio das leituras dos três
amperímetros, o médio das leituras dos três voltímetros e a leitura do
wattímetro trifásico.

Começa-se com um valor de tensão um pouco maior que o nominal e se vai


diminuindo a tensão com o autortransformador. Tomam seis ou sete valores de
tensão até que a máquina virtualmente deixa de girar. Subtraindo da leitura do
wattímetro as perdas na resistência do estator (iguais a três vezes o produto do
quadrado da corrente pelo valor da resistência), obtêm-se as perdas de vazio
em função da tensão, sendo melhor fazer a característica em função do
quadrado da tensão já que se tem então uma linha recta. A resistência do
estator pode determinar-se aplicando corrente contínua aos enrolados e
medindo tensão e corrente.

Na figura 2 se mostra a forma da característica que relaciona as perdas totais


com o quadrado da tensão e como podem separá-las perdas de aço das
mecânicas. Como pode apreciar-se, prolonga-se a característica até cortar o
eixo das perdas (ponto que corresponde a tensão zero). Neste ponto as perdas
de aço não existem e só se têm perdas mecânicas.

Figura 2
O ensaio de vazio permite também obter a denominada Reactancia
Magnetizante que é um parâmetro que reflecte o efeito indutivo do campo
magnético de acoplamento. Dita Reactancia diminui ao aumentar a tensão
devido à saturação do núcleo magnético da máquina. Pode determinar-se
como a relação entre a tensão de fase e a corrente de fase. Ao determiná-la
assim, está-se desprezando a Reactancia de dispersão do estator e a corrente
de perdas. Ambas som muito pequenas e, por isso, esta aproximação é válida .

Instrumentos, software e equipamentos necessárias

1. Um módulo FUENTE DE ALIMENTACION


2. As componentes de uma MÁQUINA ASINCRÓNICA DE ROTOR EM
GAIOLA DE ESQUILO
3. Um módulo de AMPERIMETROS DE CA
4. Um módulo WATTIMETRO VARIMETRO trifásico.
5. MATLAB

Plano de trabalho da pratica

1. Lhe mostrarão ao aluno as componentes de uma máquina asincrónica .


2. Utilizando a fonte de corrente contínua variável, um voltímetro e um
amperímetro medirem a resistência por fase do motor . Utilize a seguinte
tabela. Selecciona-se como resistência do estator o valor meio das três .

Ua Ia Ub Ib Uc Ic Ra Rb Rc Rs

3. Fazer a montagem do seguinte circuita. A Máquina Asincrónica deve


estar separada, ou seja, com seu eixo livre.

4. Ir variando a tensão a partir de 240 V para baixo, até uma tensão


mínima que mantenha a rotação na máquina a uma velocidade não
muito diferente a nominal. Lêem-se as três correntes e se média seu
valor. Utiliza-se a seguinte tabela onde também aparecem os espaços
para o cálculo das perdas Po e a Reactancia Magnetizante Xm as quais
se calculam mediante as seguintes expressões:

Po  W  3.( A / 3 ) 2 .Rs
Xm  V /( A / 3)
U Io Pto Q Po Xm
V A W VAr W ohms

5. Utilizando o MATLAB, linealizar a característica de perdas,


separando as perdas de aço das mecânicas e determinar a
característica da Reactância Magnetizante contra tensão,
determinando também a Reactância Magnetizante em
condições de tensão nominal.

Resultados obtidos

Determinação experimental da Resistência do Estator

Ua Ia Ub Ib Uc Ic Ra Rb Rc Rs
270 0,64 270 0,64 270 0,64 42,2 42,2 42,2 42,2

Resultado do Ensaio em Vazio

U Io Pto Q Po Xm
V A W VAr W ohms
120 0,22 10,5 50 8,46 943,63
160 0,35 12 90 6,83 790,86
200 0,45 20 152 11,45 768,89
220 0,5 23 190 12,45 761,2
240 0,55 29 230 16,23 754,91
260 0,61 32 270 16,30 737,38
267 0,65 38 300 20,17 710,63
1000

950
Reactancia Magnetizante (V)

900

850

800

750
100 120 140 160 180 200 220 240
Tensión (V)

Xm nom = 761,2 ohms


20
data 1
Pérdidas en W

y = 8*x + 6.7
linear
15

10

5
0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6
U2 pu
Perd  8.U pu
2
 6,7
p mec  6,7 W
p ac  8W

O aluno deve apresentar as seguintes características:

1. Determinação da Resistência do Estator


2. Perdas totais em função do quadrado da tensão e separação das perdas
de aço e as mecânicas a tensão nominal.
3. Reactancia em função da tensão e valor da Reactancia em condições de
tensão nominal.

As conclusões devem estar baseadas nos seguintes aspectos:

1. Características construtivas do motor asincrónico e razões de sua


difusão e popularidade.
2. Determinação e valores relativos da resistência do estator dos motores
asincrónicos.
3. Corrente do motor asincrónico em vazio, suas componentes e função de
cada componente.
4. Perdas do motor em vazio, forma de separá-las e valores relativos.
5. Conceito do Reactância Magnetizante e razões de sua variação com a
tensão.
Guia para a discussão

Trabalho prévio

Desenhar o circuito equivalente e o diagrama vectorial do motor asincrónico em


vazio.

Perguntas

1. Como está construído um motor asincrónico? O que há no estator? O


que há no rotor?
2. Como se mede a resistência do estator de um motor asincrónico? Pode
considerar-se constante?
3. Quando o motor não tem carga mecânica acoplada a qual lhe entregar
energia, por que consome potência eléctrica?
4. Quais são as componentes da corrente de vazio do motor?
5. Como se separam as perdas mecânicas das de aço?

Bibliografia recomendada

1. LABVOLT. Motores y generadores CC/CA. Manual del estudiante, em


espanhol.
2. Javier Sainz Feito, Máquinas Eléctricas, Editorial Prentice Hall, Pearson
Educación SA, Madrid 2002, em espanhol.
3. A. E. Fitzgerald, C. Kingsley, S. Umans, Máquinas Eléctricas, Mc Graw
Hill, em português.

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